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Em setembro, IBGE prevê safra de grãos 15,5% maior que a safra de 2012

A nona estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim...

09/10/2013 06h00 | Atualizado em 09/10/2013 06h00

A nona estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) indica produção da ordem de 187,0 milhões de toneladas, superior em 15,5% à obtida em 2012 (161,9 milhões de toneladas) e 0,2% menor do que a estimativa de agosto (187,3 milhões de toneladas).

A área a ser colhida em 2013, de 52,7 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 8,0% frente à área colhida em 2012 (48,8 milhões de hectares) e variação negativa de 11.749 hectares da prevista no mês anterior.

As três principais culturas (arroz, milho e soja), que somadas representam 93,0% da produção de grãos, respondem por 86,2% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 7,7% para o milho, 11,2% para a soja e decréscimo de 0,6% na área colhida de arroz. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 2,7% para o arroz, de 13,2% para o milho e de 23,8% para a soja, quando comparados a 2012.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa

Entre as Grandes Regiões, a produção apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 78,7 milhões de toneladas; Sul, 72,0 milhões de toneladas; Sudeste, 19,6 milhões de toneladas; Nordeste, 12,1 milhões de toneladas e Norte, 4,6 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 11,1% no Centro-Oeste, 30,4% no Sul, 1,9% no Sudeste e 1,5% no Nordeste. No Norte houve decréscimo de 3,2%. Nessa avaliação para 2013, Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,6%.

Estimativa de setembro em relação à produção obtida em 2012

Entre os 26 produtos selecionados, 15 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (12,5%), arroz em casca (2,7%), batata-inglesa 1ª safra (2,5%), batata-inglesa 2ª safra (7,9%), cacau em amêndoa (2,4%), cana-de-açúcar (6,9%), cevada em grão (6,9%), feijão em grão 2ª safra (18,8%), feijão em grão 3ª safra (4,2%), milho em grão 1ª safra (3,3%), milho em grão 2ª safra (21,9%), soja em grão (23,8%), sorgo em grão (0,7%), trigo em grão (10,3%) e triticale em grão (3,7%). Com variação negativa foram onze produtos: algodão herbáceo em caroço (31,4%), amendoim em casca 2ª safra (13,2%), aveia em grão (4,6%), batata-inglesa 3ª safra (10,7%), café em grão (arábica) (4,5%), café em grão (canephora) (14,2%), cebola (3,2%), feijão em grão 1ª safra (8,6%), laranja (14,6%), mamona em baga (42,1%) e mandioca (10,6%).

O incremento de produção mais significativo, em números absolutos, na comparação com a safra 2012 ocorreu para os produtos: cana-de-açúcar, soja, milho e trigo. Nesta comparação anual, as maiores variações negativas em números absolutos se observam para a mandioca, algodão herbáceo e laranja.

Destaques na estimativa de setembro em relação a agosto

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de agosto, dos produtos: aveia (-11,8%), batata inglesa 2ª safra (3,1%), batata inglesa 3ª safra (6,5%), cana-de-açúcar (-3,1%), cebola (4,1%), feijão 1ª safra (-1,6%), feijão 2ª (-0,2%), feijão 3ª safra (1,6%), laranja (-9,4%), milho 2ª safra (0,2%), e trigo (-5,4%).

AVEIA (em grão) – O levantamento de setembro no Paraná constatou que as lavouras de aveia branca encontram-se 35% com a colheita concluída. Reavaliações da cultura no Paraná consideram um rendimento médio final de 1.084 Kg/ha e, consequentemente, uma produção de 68.622 t, aproximadamente 43,9% menor do que o valor estimado no mês anterior, fato que se deve às geadas ocorridas no fim do mês de agosto, que reduziu seu rendimento médio estimado em 44,2%. No Rio Grande do Sul, que espera produzir mais de 80% da aveia do Brasil neste ano, a expectativa é de aumento na produção do cereal, em função do aumento na área de cultivo e da constatação de condições favoráveis às lavouras no estado, segundo reavaliações no último mês.

BATATA INGLESA – A área plantada com batata-inglesa no país em setembro de 2013 foi estimada em 126.881 hectares, devendo a safra nacional totalizar 3.532.457 toneladas, indicando crescimento de 2,3% em relação à informação de agosto. Essa produção está distribuída em três safras, sendo a primeira, a mais importante, devendo participar com 47,0%. A segunda safra deve participar com 32,2% e a terceira com 20,8%. Em setembro, as maiores variações da produção da batata-inglesa em relação ao mês anterior, couberam à segunda (+3,1%) e à terceira safra (+6,5%). A produção de segunda safra concentra-se em Minas Gerais (38,0%), Paraná (26,5%) e São Paulo (21,0%), restando aos demais estados a participação de 14,5% no total nacional. Em São Paulo, este mês a área plantada cresceu 24,9%, enquanto a produção estimada aumentou 27,9%.

O crescimento da participação da segunda e terceira safras decorre da melhoria de preço da batata-inglesa ao longo do ano, tendo por ocasião da época de plantio da terceira safra alcançado seu preço mais elevado, a ponto de ter sido considerada uma das vilãs da inflação do país. Atualmente, o preço voltou aos patamares considerados normais, em decorrência do aumento da oferta do produto.

CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa para a produção nacional de cana-de-açúcar em setembro foi de 716,8 milhões de toneladas, uma redução de 3,1%, em função, principalmente, das reavaliações na área colhida em São Paulo. Principal produtor nacional, responsável por mais da metade da produção do país, sua área colhida e sua produção decresceram 7,8% e 7,2%, respectivamente. Em Goiás, o incremento de 14,8% na área a ser colhida deve-se aos novos investimentos no Estado, como consequência, a produção cresceu 12,0%. No Nordeste, Bahia e Pernambuco apresentaram acréscimos na produção de 5,9% e 4,9%, respectivamente, em consequência, principalmente da maior área plantada. Já Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará sofreram decréscimos na produção em função da menor área a ser colhida e da menor produtividade dos canaviais, que foram afetados pela seca que atingiu a região pelo segundo ano consecutivo.

CEBOLA – A estimativa para a produção nacional de cebola no mês de setembro foi de 1,4 milhão de toneladas, um incremento de 4,1% em relação ao mês anterior. Santa Catarina, que é o principal produtor, responsável por 32,9% da safra nacional, apresenta um crescimento de 10,0% em relação ao mês anterior, devido ao maior rendimento das lavouras (8,4%), beneficiadas pelas boas condições climáticas que propiciaram um bom desenvolvimento da cultura. Os bons preços praticados no mercado levaram a um crescimento de 8,2% na área cultivada em Minas Gerais, que alcançou um total de 3.034 hectares. A cultura é praticamente toda irrigada e utiliza alta tecnologia com um sistema de plantio de semeadura direta em alta densidade o que proporcionou alta produtividade (56.338 kg/ha), praticamente o dobro da média nacional que foi de 25.484 kg/ha.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, foi de 2.946.358 toneladas, 0,4% menor que a informada em agosto. O Nordeste foi o principal responsável por esta avaliação negativa em relação ao levantamento anterior. A diminuição foi de 3,4% que representa 17.753 toneladas. A 1ª safra de feijão participa com 37,8% da produção nacional de feijão em grão, a 2ª safra participa com 45,1% e a 3ª safra participa com 17,1%.

FEIJÃO (em grão) 1ª safra – Sua produção foi estimada em 1.113.142 toneladas, menor 1,6% em relação agosto. O Nordeste, que foi muito afetado pela estiagem, foi o principal responsável pela redução da estimativa neste levantamento, onde ocorreram reduções significativas no Rio Grande do Norte (4,6%), Ceará (10,6%) e Paraíba (37,6%). No Sudeste, São Paulo informou uma redução de 6,3% na previsão de produção.

FEIJÃO (em grão) 2ª safra – Sua estimativa de produção foi de 1.327.827 toneladas registrando uma diminuição de 0,2% frente a agosto. Essa redução deveu-se, principalmente, à alteração nos números do Ceará (-6,9%), Paraíba (-12,4%) e Bahia (-1,6%). Em Pernambuco, em virtude das chuvas caídas regularmente nos últimos meses na região do Agreste, houve melhora da expectativa de produção em 3,4%.

FEIJÃO (em grão) 3ª safra – A produção esperada de 505.389 toneladas, para este terceiro período de plantio, é 1,6% superior ao divulgado em agosto. Goiás é o principal responsável por este aumento com uma estimativa de produção 6,7% superior à de agosto.

LARANJA – Foi estimada uma produção de 16.343.196 t de laranja (400,6 milhões de caixas de 40,8 kg), safra 9,4% inferior à produção de agosto. A estimativa de área a ser colhida diminuiu 1,5% e a área total, 5,9%. O rendimento médio nacional decresceu 8,0%. São Paulo, o maior produtor do país, com 72,7% da participação na produção nacional, deverá produzir 11.873.426 t (291,0 milhões de caixas), 12,2% a menos que em agosto. O ano de 2013 ainda reflete as perdas na citricultura paulista, verificadas em 2012, principalmente. No ano passado, a redução do fluxo dos estoques de suco dificultou a comercialização das frutas, que, em alguns casos, apodreceram nos pomares. A crise no Mercado Europeu e as sanções impostas pelos EUA, grandes compradores do suco brasileiro, são apontadas como responsáveis pelos prejuízos à citricultura nacional. A laranja para indústria, em São Paulo, fechou o mês de setembro com preço de R$ 7,66/caixa, considerado baixo pelos produtores. São significativas as evidências de erradicação de pomares, reflexo do período difícil por que passa a citricultura, principalmente a laranja destinada à indústria de suco.

MILHO TOTAL (em grão) – De acordo com o levantamento de setembro, a estimativa da produção de milho em grão foi de 80.730.217 toneladas, somadas as duas safras, mantendo a estimativa de safra recorde. Do volume total da produção, 34,3 milhões de toneladas (42,5%) são de milho 1ª safra e 46,4 milhões de toneladas (57,5%) são de milho 2ª safra. Este é o segundo ano consecutivo em que a produção de 2ª safra é maior que a 1ª safra. Os produtores investiram no milho 2ª safra, por este apresentar bons preços de mercado na ocasião da decisão de plantio, e por ser uma cultura que, em termos de produção, responde muito bem em sucessão à soja, além de ser tecnicamente recomendada para esta época de plantio.

MILHO (em grão) 1ª safra – Apenas os estados do Nordeste apresentaram variações relevantes. A estiagem prejudicou a produção da região, que continua indicando reduções (-4,2%) neste último levantamento. Neste mês, os estados que apresentaram redução na produção foram: Ceará (-9,0%), Rio Grande Do Norte (-3,5%), Paraíba (-16,3%), Pernambuco (-2,6%) e Bahia (-6,8%).

MILHO (em grão) 2ª SAFRA – A estimativa de produção do milho 2ª safra em setembro apresentou aumento de 0,2% em relação à informação de agosto. A boa produtividade foi devido às boas condições climáticas, que junto com a alta tecnologia utilizada pelo produtor favoreceu o rendimento. Bahia, Goiás e Mato Grosso tiveram suas estimativas aumentadas em 3,9%, 1,7% e 0,8%, respectivamente. Já São Paulo e Paraná reduziram as estimativas em 6,4% e 0,6%, que correspondem a 85.099 t e 63.008 t, respectivamente.

TRIGO (em grão) – A produção nacional esperada para este ano é de 4.830.818 toneladas, o que supera o ano anterior em 10,3%. A safra do ano passado foi atípica (seca), com a produção bastante baixa. No Rio Grande do Sul, as geadas deste ano prejudicaram pouco a produção, sendo a perda calculada em apenas 18.624 toneladas (-0,7%). Mesmo assim, comparando com o ano passado, o rendimento médio é superior 31,4%, o que resulta na produção de 2.653.337 t. No Paraná, apenas 28,0% da área total foi colhida, até este levantamento. Os preços praticados, no mês de setembro, variaram entre R$ 48,50/54,00 a saca de 60 Kg. Em setembro, a produção estimada reduziu 12,5%. Chama a atenção à última previsão do rendimento médio calculado para a cultura (1.750 Kg/ha), menor 34,9% frente à 2012 (ano bastante desfavorável à produção). A região Sul espera produzir 95,0% do trigo nacional, neste ano, sendo 54,9% no RS, 35,6% no PR e 4,5% em SC.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

As variáveis de 2012 podem, eventualmente, apresentar retificações em setembro, de acordo com a metodologia do LSPA.