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Produção industrial cai 2,1% em janeiro

Em janeiro de 2012, a produção industrial registrou queda de 2,1%, em relação a dezembro de 2011...

07/03/2012 06h01 | Atualizado em 07/03/2012 06h01

Em janeiro de 2012, a produção industrial registrou queda de 2,1%, em relação a dezembro de 2011, na série livre de influências sazonais, após apontar taxas ligeiramente positivas em novembro (0,1%) e em dezembro (0,5%). A queda atingiu 14 dos 27 ramos investigados. No confronto com janeiro de 2011, a atividade fabril apontou redução de 3,4%, quinto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde outubro de 2010 (11,8%), assinalou em janeiro de 2012 (-0,2%) o primeiro resultado negativo desde março de 2010 (-0,3%). Ainda na série com ajuste sazonal, na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria mostrou queda de 0,5% em janeiro de 2012 frente ao patamar de dezembro de 2011 e permaneceu com o comportamento predominantemente negativo observado desde maio de 2011.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimpfbr/default.shtm.

Produção Industrial recua em 14 dos 27 ramos pesquisados

A queda de 2,1% da atividade industrial na passagem de dezembro de 2011 para janeiro de 2012 foi explicada em grande parte pelo recuo na produção de 14 dos 27 ramos investigados, com destaque para o impacto negativo vindo de veículos automotores (-30,7%), pressionado principalmente pela concessão de férias coletivas que atingiu várias empresas do setor. Vale ressaltar que essa atividade, após recuar 13,0%, em setembro de 2011, também influenciada pelas paralisações por conta de férias coletivas em várias empresas, apontou expansão por três meses consecutivos, acumulando nesse período avanço de 11,4%.

Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de indústrias extrativas (-8,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (-26,3%), que devolveu parte do crescimento de 28,0% assinalado em dezembro último, bebidas (-7,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-12,2%), produtos de metal (-6,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%). Por outro lado, entre as atividades que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram observados em edição e impressão (9,9%), eliminando a queda de 5,9% registrada no mês anterior, máquinas e equipamentos (4,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,8%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (14,3%) e têxtil (6,6%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital (-16,0%) apontou a queda mais acentuada em janeiro de 2012, influenciada principalmente pela menor produção de caminhões, uma vez que se observou férias coletivas em várias empresas do setor nesse mês. Vale destacar que esse recuo foi o mais intenso desde dezembro de 2008 (-23,5%) e interrompeu dois meses seguidos de expansão, período em que acumulou ganho de 5,7%. Os segmentos de bens de consumo duráveis (-1,9%) e de bens intermediários (-2,9%) também mostraram taxas negativas em janeiro de 2012, com o primeiro eliminando parte do crescimento de 5,5% verificado em dezembro último, e o segundo revertendo dois meses de taxas positivas: novembro (0,2%) e dezembro (0,4%). O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis, ao avançar 0,7%, foi o único que registrou expansão nesse mês, após também assinalar crescimento em novembro (2,3%) e em dezembro (0,4%).

Média móvel trimestral cai 0,5% em janeiro

Na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria mostrou queda de 0,5% em janeiro de 2012 frente ao patamar de dezembro de 2011 e permaneceu com o comportamento predominantemente negativo observado desde maio de 2011. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, o destaque ficou com bens de capital (-3,6%), que voltou a registrar taxa negativa após avançar 1,0% no mês anterior. O segmento de bens intermediários (-0,8%) também apontou recuo, na passagem de dezembro para janeiro, e prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em maio de 2011. Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (1,1%) e de bens de consumo duráveis (0,9%) assinalaram o segundo resultado positivo consecutivo nesse indicador, acumulando nesse período, respectivamente, ganhos de 1,5% e de 3,2%.

Produção industrial cai 3,4% na comparação com janeiro de 2011

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial mostrou queda de 3,4%, em janeiro de 2012, quinta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e a mais intensa desde setembro de 2009 (-7,6%). O índice desse mês teve perfil disseminado de resultados negativos, já que três das quatro categorias de uso e a maior parte (14) das 27 atividades pesquisadas apontaram redução na produção. Vale citar que janeiro de 2012 (22 dias) teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (21). O ramo de veículos automotores, que recuou 26,7%, exerceu o maior impacto negativo na formação da média da indústria, pressionado em grande parte pela queda na produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados no setor, com destaque para a menor fabricação de caminhões, automóveis, caminhão-trator para reboques e semi-reboques e chassis com motor para ônibus e caminhões. Vale mencionar novamente a influência das paralisações ocorridas em janeiro de 2012, por conta da concessão de férias coletivas, que atingiram várias empresas do setor. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática (-24,8%), indústrias extrativas (-5,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,0%), produtos de (-7,2%), vestuário e acessórios (-19,4%) e farmacêutica (-5,9%). Nessas atividades, sobressaíram-se, respectivamente, a menor fabricação dos itens: peças e acessórios para processamento de dados, impressoras e computadores; minérios de ferro; transformadores e motores elétricos; partes e peças para caldeiras geradoras de vapor; calças compridas de uso feminino, vestidos e camisas de algodão; e medicamentos. Por outro lado, entre os doze ramos que registraram crescimento na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de alimentos (4,7%), de máquinas e equipamentos (4,6%) e de refino de petróleo e produção de álcool (4,2%), impulsionados principalmente pela maior produção de sucos concentrados de laranja e bombons, no primeiro setor, máquinas para colheita, refrigeradores e congeladores para uso doméstico, no segundo, e gasolina automotiva no último.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o setor produtor de bens de capital (-13,0%) apontou a taxa negativa mais elevada, com o grupamento de bens de capital para transportes (-26,3%) exercendo a principal influência negativa sobre o total do segmento, pressionado em grande parte pela menor produção de caminhões, caminhão-trator, chassis com motor para ônibus e caminhões e veículos para transporte de mercadorias. Vale destacar também as quedas observadas em bens de capital para energia elétrica (-34,1%) e em bens de capital para uso misto (-7,7%). Os demais subsetores mostraram expansão na produção: bens de capital agrícola (32,1%), para fins industriais (5,2%) e para construção (3,7%).

Ainda na comparação com janeiro de 2011, os segmentos de bens de consumo duráveis (-7,6%) e de bens intermediários (-3,6%) também apontaram taxas negativas acima da média da indústria (-3,4%). No primeiro setor, a principal pressão negativa veio da menor fabricação de automóveis (-18,8%), também influenciado em grande parte pelas férias coletivas observadas em algumas empresas do setor em janeiro de 2012, vindo a seguir os recuos assinalados por telefones celulares (-8,1%) e motocicletas (-0,7%). Nessa categoria de uso, os principais resultados positivos vieram da maior produção de eletrodomésticos (9,0%), tanto os da “linha branca” (7,6%) como os da “linha marrom” (34,6%), e de artigos do mobiliário (15,8%).

O setor produtor de bens intermediários foi pressionado negativamente pela menor fabricação dos produtos associados às atividades de veículos automotores (-19,7%), indústrias extrativas (-5,7%), têxtil (-10,6%), metalurgia básica (-2,8%), borracha e plástico (-4,5%), produtos de metal (-7,0%) e celulose, papel e produtos de papel (-1,0%), enquanto as contribuições positivas foram registradas por refino de petróleo e produção de álcool (1,9%), outros produtos químicos (2,3%), alimentos (3,8%) e minerais não metálicos (1,6%). Nessa categoria de uso, vale citar também a manutenção dos resultados positivos nos grupamentos de insumos para construção civil (2,2%) e de embalagens (0,4%).

Somente setor de bens de consumo semi e não duráveis registra expansão em janeiro

Ainda no índice mensal, somente o setor de bens de consumo semi e não duráveis (1,9%) apontou expansão na produção em janeiro de 2012 entre as categorias de uso, com os grupamentos de carburantes (9,5%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (2,1%) e de outros não duráveis (0,7%) assinalando as influências positivas, impulsionados especialmente pela maior produção de gasolina automotiva, no primeiro grupo, sucos concentrados de laranja, no segundo, e medicamentos e livros, no último. O grupamento de semiduráveis (-3,2%) exerceu o impacto negativo nessa categoria de uso, pressionado principalmente pelo recuo na fabricação dos itens calças compridas e calçados de material sintético, ambos de uso feminino, e vestidos de malha.

Em síntese, o setor industrial no início de 2012 volta a mostrar um quadro de menor ritmo produtivo, expresso sobretudo na queda de 2,1% na comparação janeiro de 2012/dezembro de 2011, após registrar duas taxas ligeiramente positivas em novembro e dezembro. Vale ressaltar que o resultado desse mês foi especialmente influenciado pelo recuo mais intenso verificado no ramo de veículos automotores, claramente pressionado pelas férias coletivas ocorridas em várias empresas do setor, atingindo principalmente a produção de caminhões. Com o resultado de janeiro de 2012, o total da indústria ficou 5,6% abaixo do nível recorde alcançado em março do ano passado. Ainda na série ajustada sazonalmente, os sinais de diminuição de ritmo também ficaram evidenciados na observação do índice de média móvel trimestral, em que desde abril verifica-se uma trajetória descendente para a indústria geral, acumulando desde então perda de 3,9%. Entre as categorias de uso, também se observa redução no ritmo de produção nesse período, sendo particularmente mais significativo em bens de consumo duráveis (-9,2%) e em bens de capital (-7,9%), uma vez que bens intermediários (-2,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) mostraram perdas menos intensas.

No confronto com igual período do ano anterior, o setor industrial permaneceu apontando resultados negativos, com o total da indústria acentuando em janeiro de 2012 (-3,4%) o ritmo de queda frente ao índice do quarto trimestre de 2011 (-2,1%). Entre as categorias de uso, a perda mais intensa foi observada em bens de capital, que passou de -1,4% no último trimestre de 2011 para -13,0% em janeiro de 2012, vindo a seguir bens intermediários (de -0,8% para -3,6%). Vale destacar que o segmento de bens de consumo duráveis, ao passar de -9,5% no quarto trimestre do ano passado para -7,6% em janeiro de 2012, mostrou redução na intensidade de queda, mas prosseguiu com recuo acima da média global. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (de -1,6% para 1,9%) registrou maior dinamismo entre esses dois períodos.