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Em 2010, safra nacional cresceu 11,6%; para 2011, a estimativa é de queda de 2,5%

A 12ª estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, indica uma produção de 149,5 milhões de toneladas...

06/01/2011 07h01 | Atualizado em 06/01/2011 07h01

A 12ª estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica uma produção de 149,5 milhões de toneladas, superior em 11,6% à obtida em 2009 (134,0 milhões de toneladas) e 0,4% maior que a de novembro. O indicador supera a safra recorde de 2008 (146,0 milhões de toneladas) em 2,4%. Na comparação com novembro, o mês de dezembro registrou variações nas estimativas de produção de seis produtos: aveia em grão (+11,6%), cevada em grão (+1,3%), feijão em grão total (-1,2%), milho em grão total (+0,7%), trigo em grão (+4,2%) e triticale em grão (+5,8%).

O IBGE também realizou, em dezembro, o terceiro prognóstico de área e produção para a safra de 2011, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos Estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia. Neste terceiro prognóstico, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2011 é estimada em 145,8 milhões de toneladas, 2,5% inferior à registrada em 2010. Isso se deve, principalmente, à menor previsão da Região Sul (-8,8%).

Produção de soja cresce 20,2% em relação a 2009

A área colhida em 2010, de 46,6 milhões de hectares, apresenta decréscimo de 1,3% frente à de 2009. As três principais culturas – arroz, milho e soja – que, somadas, representam 90,9% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, respondem por 83,5% da área colhida e registram, em relação ao ano anterior, variações de –6,3%, -6,5% e +7,1%, respectivamente. No que se refere à produção, o milho e a soja apresentam, nessa ordem, acréscimos de 9,4% e 20,2%, enquanto que o arroz, decréscimo de 10,1%.

Na região Sul, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 64,1 milhões de toneladas; no Centro-Oeste, 52,5 milhões de toneladas; no Sudeste, 17,1 milhões de toneladas; no Nordeste, 11,9 milhões de toneladas; e no Norte, 4,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incrementos nas regiões Norte (6,0%), Sul (22,3%), Centro-Oeste (7,4%), Nordeste (0,9%), ao passo que, no Sudeste, houve queda de 0,7%.

O Paraná liderou a produção nacional de grãos em 2010, com uma participação de 21,6%, seguido pelo Mato Grosso, com 19,3%, e Rio Grande do Sul, com 16,9%. Estes estados representam juntos 57,8% do total nacional.

Produção Agrícola 2010 – estimativa de dezembro em relação a novembro

A produção de feijão está avaliada em 3.223.074 de toneladas, inferior em 1,2% a do levantamento anterior, considerando as três safras do produto. Na comparação com novembro, houve variações negativas na produção da 1ª e 2ª safras (-1,3% e -1,9%, respectivamente) e positiva na 3ª (0,7%).

As suas safras de milho devem totalizar 56,1 milhões de toneladas em 2010. Isso representa um incremento de 0,7% na comparação com novembro. O Paraná é o principal produtor nacional de milho (24,2%), com volume de produção próximo entre a primeira (6,9 milhões de toneladas) e a segunda safra (6,6 milhões de toneladas). Na sequência, Mato Grosso, com participação de 14,6%, concentra a produção na segunda safra com 7,8 milhões de toneladas, representando 95,3% do total produzido no estado.

Para o trigo, a produção obtida de 6,0 milhões de toneladas ficou 4,2% superior à informada em novembro. No Rio Grande do Sul, a predominância de tempo seco e baixas temperaturas beneficiou as lavouras, o que resultou na revisão positiva de 9,2% no rendimento médio estimado, agora de 2.490 kg/ha contra os 2.280 kg/ha anteriormente previstos.

Produção Agrícola 2010 – estimativa de dezembro em relação à safra 2009

Entre os 25 produtos selecionados, 16 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (0,1%), aveia em grão (52,9%), batata-inglesa 1ª safra (5,3%), batata-inglesa 2ª safra (0,9%), batata-inglesa 3ª safra (6,9%), cacau em amêndoa (3,9%), café em grão (17,6%), cana-de-açúcar (5,7%), cebola (9,6%), cevada em grão (33,5%), feijão em grão 3ª safra (16,9%), laranja (4,1%), mamona em baga (3,0%), milho em grão 2ª safra (28,6%), soja em grão (20,2%) e trigo em grão (20,1%). Com variação negativa: amendoim em casca 1ª safra (16,9%), amendoim em casca 2ª safra (40,0%), arroz em casca (10,1%), feijão em grão 1ª safra (6,5%), feijão em grão 2ª safra (18,0%), mandioca (4,6%), milho em grão 1ª safra (0,2%), sorgo em grão (18,3%) e triticale em grão (19,1%).

As duas maiores culturas de verão, milho e soja, tiveram ganhos na produção de 9,4% e 20,2%, respectivamente. No caso do milho, o destaque ficou para a segunda safra, cuja produção cresceu 28,6% como consequência da expansão da área de cultivo, devido à recuperação dos preços e das boas condições climáticas nos principais centros produtores. Na primeira safra do produto, em face dos elevados estoques, dos baixos preços praticados na época do plantio e pela incerteza da demanda futura, houve uma expressiva retração na área (15,3%). Porém, com condições climáticas favoráveis, o rendimento cresceu 17,6%, resultando numa queda de produção de 0,2%. Para a soja, com melhores cotações e liquidez, a área plantada registrou uma expansão de 7,1% em substituição às cultivadas anteriormente com o milho, como também em menor escala, em áreas com algodão e arroz. Aliado a isso, houve acréscimo no rendimento médio, já que as condições climáticas estiveram dentro da normalidade, o que contribuiu para o crescimento de 20,2% na produção.

Dos principais grãos, o arroz em casca foi o que teve o pior desempenho com retração de 10,1% na produção, em função das chuvas excessivas que atrasaram a semeadura, determinando a perda de áreas em alguns municípios do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional.

Quanto ao trigo, verificou-se aumento na produção de 20,2%. Os números teriam sido melhores não fosse a diminuição da área cultivada em todas unidades da federação em face dos baixos preços. As condições climáticas que prevaleceram durante o ciclo do produto fizeram com que o rendimento médio obtido de 2.749 kg/ha superasse em 34,8% o de 2009, sendo o recorde histórico. Por outro lado, a produção de 6,0 milhões de toneladas foi pouco inferior a de 1987, maior já registrada no país, quando foram colhidas 6,1 milhões de toneladas.

Para o café, o acréscimo na produção de 17,6%, em relação à safra colhida em 2009, é resultado, principalmente, da particularidade que apresenta o café arábica, espécie predominante no país, de alternar anos de altas e baixas produtividades.

Perspectivas para a safra de 2011

O IBGE realizou, em dezembro, o terceiro prognóstico de área e produção para a safra de 2011, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2011 é estimada em 145,8 milhões de toneladas, 2,5% inferior à registrada em 2010. Isso se deve, principalmente, à menor previsão da Região Sul (-8,8%). A área a ser colhida (47,4 milhões de hectares) cresce 1,8%, tendo em vista o seu incremento em praticamente todos os estados, à exceção do Paraná, Santa Catarina e Goiás.

Dentre os seis produtos analisados nessa safra de verão, três apresentam variação positiva em relação à produção em 2010: algodão herbáceo em caroço (37,0%), arroz em casca (12,6%) e feijão em grão 1ª safra (28,0%). Com variação negativa, amendoim em casca 1ª safra (22,3%), milho em grão 1ª safra (6,0%) e soja em grão (0,8%).

Com relação à área a ser colhida, à exceção do amendoim em casca 1ª safra e do milho 1ª safra que registram decréscimos de 0,3% e 0,4%, respectivamente, os demais produtos apresentam variações positivas: algodão herbáceo em caroço (29,0%), arroz em casca (1,9%), feijão em grão 1ª safra (12,2%) e soja em grão (1,0%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço)

O terceiro prognóstico da produção de algodão em caroço é da ordem de 4,0 milhões de toneladas, contra 2,9 milhões de toneladas obtidas em 2010, um incremento de 37,0%. Este levantamento amplia a tendência apontada anteriormente, principalmente, em face da expansão da área (28,8%), tendo em vista as melhores cotações para o produto nos mercados interno e externo. O Mato Grosso, maior produtor com participação de 52,8%, manteve os números anteriores, que apontavam incrementos de 33,7% na área a ser colhida e de 45,8% na produção esperada.

AMENDOIM (em casca)

São Paulo é o maior produtor, com quase 84,0% da produção nacional. Neste mês, a área plantada, no conjunto dos estados informantes, é de 66.055 ha, menor 0,3% que a área colhida na safra anterior. A produção esperada é de 158.291 t, 22,3% inferior à quantidade colhida na safra anterior, que totalizou 203.698 t.

ARROZ (em casca)

No caso do arroz, nesta terceira avaliação nacional para 2011, a produção esperada de 12,8 milhões de toneladas é 12,6% superior à obtida em 2010. Houve, frente à previsão de novembro, aumento de 4,2%, já que o Rio Grande do Sul, principal produtor, com 64,4% de participação na produção nacional, aumentou em 4,9% a produção esperada. A área cresceu 1,1%, por conta da retomada de plantios que na safra 2010, devido às chuvas intensivas no período da semeadura, não puderam ser instalados.

FEIJÃO (em grão) 1ª safra

O terceiro prognóstico para a safra nacional de feijão das águas aponta para uma produção de 2,0 milhões de toneladas, superando em 28,0% a do ano corrente. Este ganho deve ser creditado, especialmente, à expectativa de que essa safra se desenvolva em condições meteorológicas dentro da normalidade, já que se estima um rendimento médio de 869 kg/ha, 14,0% superior ao obtido na safra correspondente de 2010. Ressalta-se, ainda, que as cotações do produto, por ocasião do plantio, estimularam o cultivo e registrou-se uma área plantada de 2,3 milhões de hectares, 3,6% maior que a de 2010.

MILHO (em grão) 1ª safra

Para o milho 1ª safra, espera-se uma produção de 32,0 milhões de toneladas, inferior em 6,0% à observada em 2010, devido ao rendimento médio ser inferior em 5,6%, como também à área plantada ou a ser plantada, que decresce 3,4%. Manteve-se, neste terceiro levantamento, o quadro desfavorável decorrente da baixa cotação que o produto apresentou ao longo desse ano, em face dos volumes estocados, e ainda pelo elevado custo de produção. Minas Gerais ampliou a área a ser colhida (1,2%) e a produção (2,9%), superando o Paraná, até então maior produtor dessa safra do produto. Conforme observado anteriormente, os produtores paranaenses, neste primeiro período de plantio, estão optando pelo cultivo de soja e feijão. Por outro lado, aguarda-se, como vem se constando nos últimos anos, aumento na área do cultivo da segunda safra.

SOJA (em grão)

No que se refere à soja, a produção esperada de 68,0 milhões de toneladas indica uma variação negativa de 0,8%, em comparação ao volume obtido em 2010. A área a ser colhida mostra um acréscimo de 1,1%, enquanto o rendimento médio esperado apresenta um decréscimo de 1,8%, sendo respectivamente, 23,5 milhões de hectares e 2.885 kg/ha. Observa-se que a área a ser cultivada manteve a tendência de crescimento em quase todos os estados produtores. O Mato Grosso, maior produtor nacional com participação na produção de 29,1%, registra aumento de 2,4% na área. De uma maneira geral, a ampliação da área ocorre, notadamente, em áreas anteriormente ocupadas com o milho, como também, em áreas de arroz, tendo em vista as maiores cotações e liquidez da soja.

OUTROS PRODUTOS

Além dos grãos, batata-inglesa 1ª safra, café em grão, fumo em folha e mandioca também fazem parte do elenco do prognóstico para 2011.

BATATA-INGLESA 1ª safra

Para o 3º prognóstico da batata-inglesa 1ª safra é informada uma área destinada à colheita de 72.684 hectares, já contabilizando pequena perda de área, devido à estiagem no Rio Grande do Sul. Em nível nacional, neste levantamento, o rendimento médio apresenta uma variação positiva de 6,7% em relação ao obtido em 2010, que associado ao acréscimo de 8,1% da área destinada à colheita, promoveu uma produção estimada de 1.772.119 toneladas, superando em 15,3% à safra de mesmo período de 2010. Isto ocorreu apesar do mercado desfavorável para o produtor rural, devido à acentuada queda de preço do produto no segundo semestre de 2010.

CAFÉ (em grão)

A primeira estimativa de café para a safra nacional a ser colhida em 2011 totaliza 2.600.641 t, ou 43,3 milhões de sacas de 60kg do produto em grãos beneficiados. O percentual de decréscimo em relação a 2010 é de 9,1%. A área destinada à colheita é de 2.152.511 ha, 0,3% inferior ao ano de 2010. A área total ocupada com a cultura decresce 0,9%. A queda prevista na produção, em relação à safra colhida em 2010, é consequência, principalmente, da particularidade que apresenta o café arábica, espécie predominante no país (70%), que alterna anos de altas e baixas produtividades.

FUMO (em folha)

Com relação ao fumo, a produção brasileira concentra-se na região Sul, que responde por quase 98% do total nacional, com cerca de 700 municípios produtores. O maior produtor nacional é o Rio Grande do Sul. No conjunto das unidades da federação envolvidas nesta pesquisa, a perspectiva nacional para a cultura é de decréscimo da área plantada ou a plantar (-0,1%), em relação à safra passada. Nesta avaliação da nova safra a produção esperada é de 883.405 t, 13,8% superior à safra passada, sendo o rendimento esperado de 1.977 kg/ha, 13,8% superior ao obtido na safra anterior.

MANDIOCA

As investigações de campo, do mês de dezembro, indicam para a cultura da mandioca a ser colhida em 2011, uma área da ordem de 1,9 milhão de hectares, que é 5,1% maior que a área colhida em 2010. A produção nacional de mandioca para 2011 é estimada em 27,1 milhões de toneladas, variação positiva de 9,2% em relação à safra de 2010, não havendo diferenciação entre o destino da produção de raízes, na coleta de dados, sendo ela para a indústria ou para o consumo doméstico (mandioca de mesa).