Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

De dezembro para janeiro, produção industrial avança 2,3%

Em janeiro de 2009, a produção industrial avançou 2,3% frente a dezembro de 2008, na série com ajuste sazonal, interrompendo uma sequência de três resultados negativos...

06/03/2009 06h01 | Atualizado em 06/03/2009 06h01

Em janeiro de 2009, a produção industrial avançou 2,3% frente a dezembro de 2008, na série com ajuste sazonal, interrompendo uma sequência de três resultados negativos. Entretanto, os índices revelam uma ampliação da tendência de queda nas comparações que envolvem períodos mais longos. Na comparação com janeiro de 2008, o decréscimo foi de 17,2%, registrando a terceira queda consecutiva nessa comparação. O indicador acumulado nos últimos doze meses manteve a trajetória descendente e atingiu neste mês de janeiro a taxa de 1,0%, sua marca mais baixa desde fevereiro de 2004 (0,2%).

O aumento observado na produção industrial, entre dezembro e janeiro, foi sustentado pela expansão em 15 dos 27 ramos investigados e atingiu três das quatro categorias de uso. O desempenho mais importante para o resultado global foi o de veículos automotores, cuja expansão de 40,8% refletiu o retorno parcial das férias coletivas concedidas pelo setor nos meses anteriores.Também merecem destaque os resultados de material eletrônico e equipamentos de comunicação (28,4%), borracha e plástico (13,6%), têxtil ( 10,3%) e alimentos (1,6%). Todos esses cinco ramos registraram forte recuo em dezembro: -40,8%, -39,0%, -20,3%, -11,9% e -4,3%, respectivamente. Entre as indústrias que reduziram a produção, na passagem de dezembro para janeiro, destacam-se: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,5%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,6%) e metalurgia básica (-4,7%).

Ainda na comparação com o mês anterior, no corte por categorias de uso, os índices foram positivos em bens de consumo duráveis (38,6%), bens de capital (8,4%) e em bens intermediários (0,8%), enquanto a produção de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) registrou recuo pelo quarto mês consecutivo. A expansão observada na fabricação de bens de consumo duráveis vem após queda acumulada de 49,2% entre setembro e dezembro. O mesmo foi verificado em bens de capital, que cresceu após acumular perda de 26,5% em três meses. Em bens intermediários o avanço observado interrompeu seqüência de cinco resultados negativos, que significaram uma perda de 20,8% na comparação dezembro 08/julho 08.

Em relação a janeiro de 2008, o setor industrial recuou 17,2%, maior retração da série histórica iniciada em janeiro de 1991. Esse resultado evidencia o aprofundamento do ritmo de queda, que neste mês atingiu as 27 atividades investigadas, à exceção de outros equipamentos de transporte (39,2%). Outro indicador confirma o maior espalhamento de resultados negativos: o índice de difusão assinalou queda em 75% dos 755 produtos investigados, também o menor nível da série histórica desse indicador. Entre as atividades, o maior impacto negativo sobre o resultado global veio de veículos automotores (-34,5%), seguido por outros produtos químicos (-29,2%), metalurgia básica (-31,3%), máquinas e equipamentos (-24,4%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-45,9%).

Ainda na comparação janeiro 2008/janeiro 2009, todas as categorias apresentaram taxas negativas. A categoria Bens de consumo duráveis (-30,9%) registrou o recuo mais elevado, sobretudo, em função do desempenho observado em automóveis (-29,6%), celulares (-63,8%) e eletrodomésticos (-12,2%). A produção de bens intermediários (-20,4%) teve redução generalizada, com as principais pressões negativas vindo dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-31,3%), outros produtos químicos (-28,9%), indústrias extrativas (-18,4%), veículos automotores (-40,4%) e borracha e plástico (-24,0%). Vale mencionar a pressão negativa vinda dos insumos para construção civil com recuo de 9,8%, menor marca desde junho de 2003 (-10,0%).

A redução de 13,4% no segmento de bens de capital foi especialmente influenciada por máquinas e equipamentos para uso misto (-24,2%), seguido por bens de capital para fins industriais (-26,2%) e para construção (-66,1%). Ainda que seu desempenho tenha ficado bem acima do observado na média da indústria, a produção de bens de consumo semi e não duráveis (-8,3%) teve sua maior queda no indicador mensal desde os -8,4% de agosto de 2003 e mostrou redução em todos os grupamentos: outros não-duráveis (-9,6%), semiduráveis (-21,4%), alimentos e bebidas para consumo doméstico (-4,5%) e carburantes (-6,2%).

O primeiro resultado para o ano de 2009 (-17,2%), fica bem abaixo do índice para o quarto trimestre de 2008 (-6,3%), ambos frente a igual período do ano anterior. Esse movimento está presente em vinte e cinco dos vinte e sete ramos pesquisados e em todas as categorias de uso. A perda de ritmo foi mais intensa em bens capital, que após acréscimo de 2,5%, no último trimestre de 2008, registrou queda de 13,3% em janeiro. Em bens intermediários a redução passou de -9,2% para -20,4%, enquanto em bens de consumo duráveis passa de uma queda de -19,4% para -30,9%. A produção de bens de consumo semi e não duráveis foi a que mostrou a menor perda ritmo entre os dois períodos de comparação: de 1,2%, no quarto trimestre de 2008, para -8,3% em janeiro deste ano.

A taxa anualizada, medida pelo indicador acumulado nos últimos doze meses, recuou na passagem de dezembro (3,1%) para janeiro (1,0%). Frente ao início do processo de perda abrupta de ritmo, em outubro passado, esse indicador perdeu 5,8 pontos percentuais. Nesse mesmo intervalo de tempo as categorias de uso tiveram o seguinte desempenho: bens de consumo duráveis (de 12,8% para 0,2%), bens de capital (de 20,0% para 12,0%), bens intermediários (de 5,6% para -0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 2,8% para 0,2%).