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Em julho, IBGE espera crescimento de 9% para safra de grãos de 2008

Safra esperada (145,1 milhões de toneladas) é 9,0% maior que a de 2007 e 1,0% acima da previsão de julho, mantendo-se, assim, a expectativa de recorde. ...

07/08/2008 06h01 | Atualizado em 07/08/2008 06h01

Safra esperada (145,1 milhões de toneladas) é 9,0% maior que a de 2007 e 1,0% acima da previsão de julho, mantendo-se, assim, a expectativa de recorde. A área plantada esperada (47,3 milhões de hectares) é 4,3% maior que a do ano passado.

A sétima estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica uma produção de 145,1 milhões de toneladas1, superior em 9,0% à obtida em 2007 (133,1 milhões de ton.). Esse volume é 1,0% maior que o previsto em junho (143,6 milhões de toneladas) devido, principalmente, a reajustes das culturas de verão com a colheita concluída, às reavaliações do sorgo, milho e feijão 2ª safras e, ainda, ao acréscimo no plantio do feijão 3ª safra e das culturas de inverno, como o trigo, decorrentes dos bons preços praticados.

Com relação à área plantada, a estimativa para 2008 (47,3 milhões de hectares) é 4,3% maior que a área plantada de grãos em 2007. As culturas investigadas que ocupam as maiores áreas são a soja (21,3 milhões de hectares), o milho (14,4 milhões de hectares) e o arroz (2,9 milhões de hectares). O somatório das safras destes três produtos representa 90,0% da produção nacional de grãos estimada para o ano.

No gráfico a seguir, a evolução da produção de grãos e da ocupação das terras agrícolas brasileiras com estas culturas, de 1980 a 2008. No período, a produção cresceu mais significativamente que a área cultivada com as culturas, evidenciando os avanços tecnológicos que determinaram aumentos nos rendimentos médios das culturas. Permanece a expectativa de obtenção de uma nova safra recorde de grãos para 2008.


Em termos absolutos e regionalmente, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída: Região Sul (60,6 milhões de ton.); Centro-Oeste, (50,5 milhões de ton.); Sudeste (17,5 milhões de ton.); Nordeste (12,7 milhões de ton.) e Norte (3,7 milhões de ton.).


Produção Agrícola 2008 – estimativa de julho em relação à safra 2007

Entre os vinte cinco produtos analisados, 19 apresentam alta na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (29,9%), amendoim em casca 2ª safra (0,8%), arroz em casca (9,6%), aveia em grão (14,8%), batata-inglesa 1ª safra (0,3%), batata-inglesa 2ª safra (20,0%), batata-inglesa 3ª safra (3,5%), cacau em amêndoa (7,4%), café em grão (27,7%), cana-de-açúcar (14,2%), cevada em grão (1,1%), feijão em grão 2ª safra (40,6%), laranja (0,4%), mamona em baga (63,6%), milho em grão 1ª safra (10,9%), milho em grão 2ª safra (17,3%), soja em grão (3,6%), sorgo em grão (31,5%) e trigo em grão (32,5%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (2,6%), cebola (2,1%), feijão em grão 1ª safra (7,8%), feijão em grão 3ª safra (1,8%), mandioca (3,2%) e triticale em grão (2,8%).


Destacam-se as variações percentuais em relação ao ano anterior da mamona, feijão 2ª safra, trigo, sorgo, amendoim 1ª safra e café. Em termos absolutos, sobressaem-se o milho (1ª e 2ª safras), soja, trigo e arroz. A cana-de-açúcar, também com grande volume de produção, registra alta de 14,2% em relação a 2007.

Para o café as Unidades da Federação maiores produtoras informam aumento no rendimento médio em relação a 2007: Minas Gerais (38,8%), Espírito Santo (2,9%), São Paulo (57,8%), Rondônia (25,9%), Bahia (12,5%) e Paraná (45,3%). Em relação à área colhida ou a colher, as variações frente a 2007, são: Minas (+2,5%), Espírito Santo (-2,1%), São Paulo (+1,1%), Rondônia (-1,2%), Bahia (+2,1%) e Paraná (-0,1%). A área colhida ou a ser colhida deve ter acréscimo de 0,7%, e o rendimento médio nacional deve subir 26,7% com a bianualidade do café em seu ciclo de alta, conforme demonstra o gráfico a seguir.


A safra de laranja, em plena colheita, é estimada em 18.580.697 t (455,4 milhões de caixas de 40,8 kg), superior em 0,4 % a 2007. A área total foi revista em 1,4%, assim como a área destinada à colheita, em 2,5%. As UFs responsáveis pelo acréscimo são: Bahia (8,2%), Sergipe (2,1%), Minas (2,3%) e Paraná (0,3%).

Algumas alterações do cenário citrícola nacional apresentadas na estimativa de julho se devem também aos números de São Paulo, maior produtor do País e que responde por mais de 80% da produção brasileira da fruta. A produção paulista deverá totalizar 360 milhões de caixas de 40,8 kg, pouco variando em relação a 2007, mas apresentando acréscimo de 3,6% em relação ao levantamento realizado em junho (uma estimativa de 347,5 milhões de caixas).

A área total cultivada no Estado passa para 679.960 ha e cresce 1,7% em relação a 2007. A área de colheita aumenta 3,0%, passando para 582.760 ha. Por conta da estiagem ocorrida em 2007, que trouxe problemas às florações, constata-se neste levantamento um rendimento médio estadual previsto em 25.204 kg/ha, inferior 2,9% ao obtido em 2007.

Produção Agrícola 2008 – estimativa de julho em relação a junho

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho destacam-se as variações nas estimativas de produção, em relação a junho do arroz em casca (-1,3%), café em grão (0,3%), feijão em grão (1,6%), laranja (3,4%), milho em grão (1,9%), soja em grão (0,4%), sorgo em grão (3,0%) e trigo em grão (3,2%).

ARROZ em casca – Em relação a junho, a área de arroz a ser colhida, estimada em 2.860.704 ha, é 0,4% menor, e a produção estimada (12,1 milhões de ton.) é 1,3% menor. Em julho foram identificadas perdas nas áreas destinadas à colheita do Pará (-5,3%), Amazonas (-66,9%), Piauí (-0,8%), Minas Gerais (-1,4%), principais responsáveis pela presente avaliação negativa em relação à estimativa de junho.

O Rio Grande do Sul, com uma produção recorde de 7,4 milhões de toneladas, participa com 60,9% da produção nacional. A figura a seguir representa o rol das principais Unidades da Federação produtoras e a porcentagem da variação frente à estimativa anterior.

CAFÉ em grão – A cultura encontra-se em fase adiantada de colheita. A estimativa realizada em julho para a safra nacional a ser colhida em 2008 totaliza 46,2 milhões de sacas de 60 kg (2.772.630 t), maior 0,3% que a levantada em junho. Nos principais centros produtores, como pode ser observado no gráfico abaixo, foram registradas pequenas alterações frente ao levantamento de junho.


FEIJÃO em grão – Em julho, a produção nacional de feijão é estimada em 3.536.099 toneladas. Participam desta estimativa: 1.637.860 ton. da 1ª safra (46,3%), 1.510.319 ton. da 2ª safra (42,7%) e 387.920 ton. da 3ª safra (11,0%). Em relação a junho, as variações da produção foram, respectivamente, de -1,6%; 4,5% e 4,8%

O decréscimo observado na produção do feijão 1ª safra ocorreu em Pernambuco (-18,9%), Ceará (-2,5%), Rio Grande do Norte (-6,7%) e Piauí (-0,9%) devido, principalmente, a perda de áreas por inundação, e a reavaliações em Minas Gerais (-1,0%) e São Paulo (-2,0%)


Na segunda safra do feijão o acréscimo em relação junho deve-se, principalmente, a Mato Grosso (76,7%), São Paulo (30,6%), Rio Grande do Sul (9,8%) e Paraná (0,3%). Para a terceira safra de feijão, ainda no campo, com plantios que podem se estender até agosto, espera-se incrementos na produção em Mato Grosso (80,3%) e Goiás (11,5%). Importante salientar o decréscimo ocorrido no Paraná (-15,1%) por condições climáticas adversas, e pela não confirmação dos plantios previstos.

MILHO em grão - A produção nacional de milho estimada em 58.468.201 toneladas. Participam desta estimativa 40.048.606 ton. da 1ª safra (68,5%) e 18.419.595 ton. da 2ª safra (31,5%).Em relação a junho, espera-se altas de: 0,5% e 5,3%, respectivamente. O presente acréscimo da produção do milho 1ª safra é deve-se à reavaliação da colheita em São Paulo (4,7%), Mato Grosso (7,1%), Tocantins (21,9%), Pará (4,0%), Maranhão (2,1%), Goiás (0,2%) e Paraná (0,1%).


Para o milho 2ª, apesar das geadas ocorridas nos dias 16 e 17 de junho que afetaram a cultura no Paraná e Mato Grosso do Sul, a presente avaliação ainda estima acréscimo da produção nestes dois Estados de, respectivamente 0,2% e 0,7% em face da reavaliação da área cultivada. Os demais estados que informam o plantio de milho, neste segundo período, também registraram incrementos, a saber: Mato Grosso (10,5%), São Paulo (22,4%), Bahia (4,0%), Goiás (0,8%) e Minas Gerais (3,5%).

SOJA em grão - Estima-se uma produção recorde de 60,0 milhões de toneladas, distribuídas em 21,3 milhões de hectares com um rendimento médio de 2.819 kg/ha. Praticamente 90% da produção nacional desta oleaginosa está em Mato Grosso (29,8%), Paraná (19,8%), Rio Grande do Sul (13,0%), Goiás (11,0%), Mato Grosso do Sul (7,6%), Bahia (4,6%) e Minas Gerais (4,2%). Na estimativa deste mês a pequena variação ocorrida deve-se a ajustes com base nas informações finais de colheita.


SORGO em grão - A produção estimada de sorgo é de 1.821.068 toneladas superando em 3,0% a prevista no mês anterior. Esse acréscimo foi determinado por Goiás (4,0%), Mato Grosso (9,2%) e Minas Gerais (7,3%). O sorgo granífero é uma alternativa de segunda safra, geralmente plantado após a colheita da soja, principalmente nas regiões de cerrado. Utilizado na alimentação animal, substitui em parte o milho em grão. A maior rusticidade em relação ao milho, resistindo melhor em solos menos férteis e a períodos prolongados de estiagem, característicos deste tipo de vegetação, faz deste cereal uma opção de menor risco ao produtor rural neste período de plantio.


TRIGO em grão – Nesta avaliação da cultura estima-se uma produção de 5,4 milhões de toneladas, para uma área de 2,4 milhões de hectares e um rendimento médio de 2.295 kg/ha. Na Região Sul que responde por 92,3% da produção nacional de trigo, a safra 2008 segue evoluindo com as lavouras apresentando bom desenvolvimento na maioria dos casos. O calor verificado no início de julho cedeu lugar a temperaturas mais amenas, o que é benéfico para o trigo, nesta época.

São Paulo foi o único estado que manteve sem alteração a informação do mês anterior. Todos os demais estados produtores apresentam variações positivas na produção esperada (figura acima). Em Goiás o rendimento médio esperado de 4.680 kg/ha é superior ao dobro da média nacional (2.295 kg/ha), justificado pela alta tecnologia empregada na condução das lavouras inclusive com o auxílio de irrigação.

 

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1 Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para Cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.