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Em maio, IBGE mantém previsão de safra recorde para 2008

Safra de cereais, leguminosas e oleaginosas esperada para 2008 (144,3 milhões de toneladas) deve superar em 8,4% a de 2007.

09/06/2008 06h01 | Atualizado em 09/06/2008 06h01

Safra de cereais, leguminosas e oleaginosas esperada para 2008 (144,3 milhões de toneladas) deve superar em 8,4% a de 2007. Dezenove dos 25 produtos investigados deverão ter uma produção maior que a do ano passado e entre eles estão a cana (13,5%), feijão 2ª safra (32,1%), feijão 3ª safra (7,7%), milho 1ª safra (10,4%), milho 2ª safra (17,2%), soja (3,3%), trigo (26,2%) e o café (27,0%), que pode ter uma das maiores safras da história. A produção de feijão para 2008 ( 3,5 milhões de toneladas ) deve superar as necessidades de consumo do país.

A área plantada (47,0 milhões de hectares) deverá ser 3,7% maior que a do ano passado.

Já a Pesquisa de Estoques mostrou que, em 31 de dezembro de 2007, a rede armazenadora de produtos agrícolas do país tinha 8.996 estabelecimentos ativos, 0,9% a menos que no primeiro semestre de 2007.

A quinta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas 1, referente a maio de 2008, indica uma produção de 144,3 milhões de toneladas, 1,2% acima da prevista em abril (142,6 milhões de toneladas), e 8,4% superior à obtida em 2007 (133,1 milhões de toneladas). Já a estimativa de área plantada de grãos para 2008 (47,0 milhões de hectares) cresceu 3,7% sobre a de 2007. Entre os produtos investigados, soja, milho e arroz (que representam 90,3% da produção estimada de grãos) deverão ocupar as maiores áreas em 2008: respectivamente, 21,2; 14,5 e 2,9 milhões de hectares. .

Na figura acima observa-se a evolução da produção de grãos e a ocupação das terras agrícolas brasileiras com estas culturas de 1980 a 2008. A produção aumentou mais significativamente que a área ocupada com as culturas, atestando os avanços tecnológicos que determinaram um aumento no rendimento médio. O nível de produção atingido em 2003 (123,6 milhões de toneladas), quando se ultrapassou a marca dos 100 milhões de toneladas de grãos, recorde este batido em 2007 (133,1 milhões de toneladas), sendo agora previsto novo recorde para 2008 (144,3 milhões de toneladas) 2.

A distribuição regional da estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim: Sul, 61,6 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 49,2 milhões de toneladas; Sudeste, 17,1 milhões de toneladas; Nordeste, 12,6 milhões de toneladas e Norte, 3,8 milhões de toneladas.

As principais culturas temporárias de verão, como a soja, o arroz e o milho 1ª safra, nos principais pólos produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste encontram-se praticamente colhidas. De uma maneira geral, permanecem as boas condições meteorológicas que contribuem para o adequado desenvolvimento das culturas de 2ª e 3ª safras, como as do milho e feijão, e também para o avanço dos plantios das culturas de inverno, como a do trigo.

Produção Agrícola 2008 – estimativa de maio em relação à safra 2007

Dentre os vinte cinco produtos analisados, dezenove apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (29,0%), amendoim em casca 2ª safra (15,0%), arroz em casca (10,2%), aveia em grão (15,3%), batata-inglesa 2ª safra (20,2%), batata-inglesa 3ª safra (8,0%), cacau em amêndoa (3,5%),café em grão (27,0%), cana-de-açúcar (13,5%), cevada em grão (2,3%), feijão em grão 2ª safra (32,1%), feijão em grão 3ª safra (3,3%), mamona em baga (68,9%), milho em grão 1ª safra (10,4%), milho em grão 2ª safra (17,2%), soja em grão (3,3%), sorgo em grão (22,1%), trigo em grão (26,2%)e triticale em grão (5,3%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (2,6%), batata-inglesa 1ª safra (0,3%), cebola (7,6%), feijão em grão 1ª safra (6,8%), laranja (2,8%) e mandioca (1,0%).

Quanto às variações percentuais no ano, os destaques ficam por conta da mamona, feijão 2ª safra, amendoim 1ª safra, café (devido à bianualidade) e trigo. Em termos absolutos, sobressaem-se as culturas do milho (ambas as safras), soja, arroz e trigo. A cana-de-açúcar, que também apresenta um grande volume de produção, registra um incremento de 13,5% em relação a 2007. É Interessante ressaltar que com o somatório das três safras de feijão, o volume total a ser produzido para este ano, de 3,5 milhões de toneladas, supera a expectativa de consumo interno. Com a safra de verão praticamente concluída, as culturas de 2ª e 3ª safras e de inverno serão observadas nos próximos levantamentos.

Estimativa de maio em relação a abril de 2008

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola 3 de maio, em relação a abril, destacam-se as variações nas estimativas de produção de sete produtos: arroz em casca (1,5%), café em grão (0,5%), cana-de-açúcar (5,0%), feijão em grão 3ª safra (8,1%), milho em grão 1ª safra (0,7%), milho em grão 2ª safra (1,3%), soja em grão (0,6%) e trigo em grão (12,4%).

ARROZ em casca – A área cultivada de arroz é de 2.860.140 ha para uma produção prevista, nesta quinta avaliação, de 12,2 milhões de toneladas, indicando um acréscimo de 1,5%, em relação ao mês passado. O Rio Grande do Sul participa com 60,2% da produção nacional e foi o principal responsável por esta variação positiva devido, conforme pode ser observado no gráfico a seguir, ao incremento de 1,6% na produção. Isso ocorreu em face da reavaliação de 1,1% no rendimento médio do Estado, estimado agora em 6.878 kg/ha.

CAFÉ em grão – Espera-se uma safra de 2.756.987 t (45,9 milhões de sacas de 60 kg), pouco maior que a estimada em abril (0,5%). Mantidas as condições atuais, o País terá uma das maiores safras da história. A colheita se intensifica, já atingindo cerca de 20% do esperado. Houve altas no rendimento médio em todas as Unidades da Federação maiores produtoras, em relação a 2007: Minas Gerais (39,1%), Espírito Santo (3,4%), São Paulo (57,8%), Rondônia (21,6%), Bahia (5,7%) e Paraná (44,3%). Na área a ser colhida, as variações frente a 2007 são: Minas Gerais (2,5%), Espírito Santo
(-2,3%), São Paulo (1,1%), Rondônia (-1,0%), Bahia (1,9%) e Paraná (-0,1%). No Brasil, o rendimento médio subiu 26,0% e a área a ser colhida, apenas 0,7% evidenciando a bianualidade da espécie.

Cana-de-açúcar - A estimativa totaliza 585,6 milhões de toneladas, 5,0% acima da produção informada no mês anterior (558,0 milhões de toneladas), e a área a ser colhida ampliou-se em 4,9%. Essa expansão mostra o interesse pelos produtos derivados, notadamente o açúcar e o etanol, que encontra-se mais atrativo no momento, principalmente em decorrência do aumento do consumo no mercado interno. Na figura a seguir, fica evidenciada a importância da variável área colhida, em constante ascensão, como principal responsável pelo crescimento da cultura no País.

FEIJÃO em grão 3ª safra – A terceira safra de feijão, com menor participação quando consideradas as três safras do produto (12,1%), está estimada neste levantamento em 425,3 mil toneladas, superando em 8,1% à informada no mês anterior. Minas Gerais, maior produtor desta safra, participando com 35,3% da produção, foi o responsável pelo ganho observado neste mês. Observa-se na figura a seguir que a safra mineira, frente ao mês anterior, registrou uma variação de 27,4%.

MILHO em grão 1ª safra - A produção de 39,9 milhões de toneladas é 0,7% maior que a estimada no mês anterior, representando 68,4% do total de milho em grão estimado para 2008. As regiões Nordeste, Sudeste e Sul foram responsáveis pelo acréscimo verificado em maio. No Paraná, maior produtor e onde a colheita encaminha-se para o final, houve alta de 1,8% na produção estimada (9.639.706 t), devido, principalmente, ao incremento de 1,8% no rendimento médio (de 6.898 para 7.020 kg/ha). A perspectiva é de que se estabeleça novo recorde na produção de milho em grão 1ª safra.

MILHO em grão 2ª safra – A 2ª safra representa 31,6% da produção total de milho em grão para 2008, sendo estimada em 18,4 milhões de toneladas, suplantando em 1,3% a informação de abril. Este incremento deve-se, conforme gráfico seguinte, basicamente, às novas informações levantadas nas regiões Nordeste e Sudeste, principalmente. No caso da Nordeste, a Bahia apresenta incremento de 34,3% na produção como conseqüência de reavaliação no rendimento médio (+31,9%), enquanto que na Sudeste, o crescimento é decorrente dos ajustes nos dados de produção de São Paulo e Minas Gerais, em 9,8% e 9,4%, respectivamente. 

SOJA em grão - Para a soja estima-se uma produção recorde de 59,8 milhões de toneladas, distribuídas em 21,2 milhões de hectares com um rendimento médio de 2.821 kg/ha. Mais de 70% da produção nacional concentra-se em Mato Grosso (29,6%), Paraná (19,9%), Rio Grande do Sul (13,0%) e Goiás (11,0%). Na estimativa de maio verifica-se o acréscimo de 0,6% na produção devido a ajustes de rendimento médio. Os incrementos registrados nos estados do Paraná, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Piauí e Pará, foram decorrentes dessas reavaliações.

TRIGO em grão – Estima-se uma produção de 5,2 milhões de toneladas, para uma área de 2.258.257 ha e um rendimento médio de 2.286 kg/ha. Paraná e RS concentram mais de 90% da produção nacional de trigo. A estimativa de maio, supera em 12,4% a produção estimada em abril. Contribuem para este acréscimo, além do Paraná, as demais Unidades da Federação que informam pela primeira vez nesta safra (figura a seguir). Como o plantio ainda está em andamento, se as condições climáticas continuarem normais, a atual estimativa poderá crescer. Vários fatores econômicos estimulam o aumento da área, dentre eles, as limitações das exportações por parte da Argentina, os baixos estoques internacionais do produto, a elevação dos preços e as garantias e facilidades por parte do governo.

Crescem os estoques de trigo, soja e arroz, e caem os de milho e café

A Pesquisa de Estoques investiga o volume e a distribuição espacial dos estoques de produtos agropecuários básicos e as unidades onde é feita sua guarda: estabelecimentos de empresas de propriedade do governo, da iniciativa privada, de cooperativas e da economia mista que, atualmente, são cerca de 11.000 estabelecimentos. São investigados estabelecimentos comerciais, industriais e de serviço de armazenagem que possuem unidades armazenadoras com capacidade útil igual ou superior a 400 m 3 ou 240 t, assim como supermercados e estabelecimentos agropecuários com capacidade útil igual ou superior a 2.000 m 3 ou 1.200 t.

No segundo semestre de 2007 o número de estabelecimentos ativos da rede armazenadora de produtos agrícolas do país reduziu-se em 0,9%, comparativamente ao primeiro semestre de 2007. No final do segundo semestre de 2007 esta rede contava com 8.996 estabelecimentos ativos, dos quais 42,4% encontravam-se na região Sul, 23,6% na região Sudeste, 22,2% na Centro-Oeste, 8,4% na Nordeste e 3,4% na região Norte.

Os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somaram 80 513 554 m 3 , e pouco mais de 70,0% deste total estavam concentrados nas regiões Sudeste e Sul. Os armazéns graneleiros e granelizados totalizaram 50 833 307 toneladas de capacidade útil, sendo que a região Centro-Oeste deteve 49,4% desta capacidade de armazenamento e a Sul 34,9%. Os silos para grãos apresentaram 41 192 939 toneladas de capacidade útil total no país, detendo a região Sul 53,6% deste total e as regiões Centro-Oeste e Sudeste 27,2% e 14,2%,respectivamente.

Os maiores estoques registrados em 31 de dezembro de 2007 foram os de milho em grão (4 018 275 t), trigo em grão (3 579 800 t), soja em grão (3 394 289 t), arroz em casca (2 290 348 t) e café em grão (898 639 t), como detalha a tabela abaixo:

Quando comparados aos existentes em 31 de dezembro de 2006, os estoques de trigo, soja e arroz em casca apresentaram variações positivas de 35,3%, 11,2% e 7,9%, respectivamente, enquanto os estoques de milho e café apresentaram queda de 18,2% e 21,4%, respectivamente.

 

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1 Caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale.

2Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, leguminosas e oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

3 O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).