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Em 2008, safra de grãos poderá crescer 3,1%

O IBGE realizou, em novembro, o segundo prognóstico das áreas plantadas ou a plantar, bem como da produção para a safra de 2008, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia.

10/12/2007 07h01 | Atualizado em 10/12/2007 07h01

O IBGE realizou, em novembro, o segundo prognóstico das áreas plantadas ou a plantar, bem como da produção para a safra de 2008, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia 1. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2008 é estimada em 137,3 milhões de toneladas, 3,1% maior que a obtida em 2007. Já a safra de 2007 (133,153 milhões de toneladas ), com mais de 95% de sua colheita realizada, configura-se um recorde, suplantando a safra de 2003, quando foram colhidas 123,6 milhões de toneladas. As informações da pesquisa do prognóstico representam 85,6% da produção nacional prevista, enquanto as projeções realizadas respondem por 14,4% do valor total. De acordo como o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em novembro deste ano deverá ser de 133,2 milhões de toneladas, número 0,1% menor do que a estimativa de outubro (133,3 milhões) e 13,8% superior à safra de 2006 (117,0 milhões de toneladas).

Segundo prognóstico da safra 2008 mostra crescimento de 2,9% na área a ser colhida

A segunda avaliação da área a ser colhida em 2008, considerados os onze produtos investigados, é de 46,9 milhões de hectares, 2,9% superior à área colhida em 2007 (45,5 milhões de hectares). Em termos absolutos, esse crescimento totaliza cerca de 1,3 milhão de hectares.

Dentre os onze produtos analisados, seis apresentaram variação positiva em relação à área colhida em 2007: algodão herbáceo em caroço (3,8%), amendoim em casca 1ª safra (2,4%), arroz em casca (2,0%), cana-de-açúcar (8,3%), milho em grão 1ª safra (4,4%) e soja em grão (1,5%).

Em relação às produções esperadas, apresentam variação positiva os seguintes produtos: algodão herbáceo em caroço (6,5%), amendoim em casca 1ª safra (3,3%), arroz em casca (7,9%), cana-de-açúcar (9,3%), milho em grão 1ª safra (5,5%) e soja em grão (2,0%). Com variação negativa, batata-inglesa 1ª safra (7,2%), feijão em grão 1ª safra (0,6%), fumo em folha (2,4%) e mandioca (0,5%).

De modo geral, as informações deste segundo prognóstico não diferem muito das observadas em outubro, quando foi feita a primeira avaliação da safra nacional de grãos. A semeadura apresenta queda de 0,5%, ou seja, 225 mil hectares a menos. Já a produção esperada subiu 0,2%, o que representa 231 mil toneladas a mais que a estimativa de outubro. O atraso das chuvas nos principais centros produtores de grãos do país, destacando-se o milho, soja e arroz, atrasou o plantio dessas culturas, trazendo preocupação aos produtores, tanto do ponto de vista de ações presentes, como planejamento futuro, mormente ao plantio de outras safras.

A semeadura continua em andamento, encontrando-se bem adiantada. Em alguns estados já chega a 90%, devendo estar concluída em meados de dezembro, observando o zoneamento agrícola nacional. Com a safra já praticamente implantada e a regularização do plantio, resta acompanhar o comportamento do clima ao longo do ciclo vegetativo das lavouras.

Algodão em caroço

No segundo prognóstico aguarda-se uma produção de algodão em caroço da ordem de 4,1 milhões de toneladas, ante 3,8 milhões de toneladas obtidas em 2007, um crescimento de 6,5%. Este ganho de produção está ligado ao aumento da área plantada e da produtividade nos estados da Bahia (13,5% na área e 5,0% no rendimento esperado) e no Mato Grosso, principal produtor, com 52% da produção nacional (3,9% na área e 1,5% no rendimento esperado). O fator que mais contribuiu para o resultado positivo foi a manutenção dos preços do produto, tanto no mercado interno quanto no externo. No Mato Grosso, os produtores, em sua maioria, constituem condomínios, colocando a produção diretamente no mercado externo, através de contratos futuros, obtendo, desta forma, melhores resultados.

Arroz (em casca) 

No caso do arroz, nesta segunda avaliação nacional para 2008, a produção esperada é de 12,0 milhões de toneladas, 7,9% superior à obtida em 2007. Este acréscimo se deve, principalmente, ao Rio Grande do Sul, principal produtor, com incremento de 11,2% na produção esperada e 11,4% na área plantada. Destaca-se, ainda, que o Mato Grosso, principal produtor no Centro-Oeste, teve redução na área plantada (14,7%), devido à preferência dos produtores pelo plantio da soja, que tem maior liquidez, bem como pela redução do plantio em áreas novas do estado.

Feijão (em grão) 1ª safra

No segundo prognóstico para a safra nacional de feijão espera-se uma produção da ordem de 1,782 toneladas, refletindo uma queda de apenas 0,6% frente à produção alcançada em 2007 (1,792 milhão de toneladas). O atraso das chuvas inviabilizou o plantio de muitas áreas na época recomendada, especialmente no Sul do país.

Milho (em grão) 1ª safra 

A produção esperada para o milho 1ª safra é de 38,3 milhões de toneladas, 5,5% maior do que a observada em 2007, devido ao aumento da área de plantio nos principais estados produtores de grãos. Contribuiu para este quadro a boa cotação que o produto vem mantendo em face da menor oferta pelo maior produtor mundial, os Estados Unidos, que estão destinando parte de sua safra para a produção de etanol.

Soja (em grão)

Quanto à soja, o prognóstico para 2008 é de 59,3 milhões de toneladas, um crescimento de 2,0% frente ao volume obtido em 2007. A área a ser colhida mostra um aumento de 1,4%, enquanto o rendimento esperado caiu 0,5%, sendo de, respectivamente, 20,9 milhões de hectares e 2.835 kg/ha.

 Produção esperada para cana-de-açúcar em 2008 é de 561,8 milhões de toneladas

A estimativa da cana-de-açúcar para 2008 indica uma produção esperada de 561,8 milhões de toneladas, 9,3% superior à obtida em 2007 (514,1 milhões de toneladas). Quanto à área, verificou-se um aumento de 8,3% frente a 2007, quando se colheu 6,7 milhões de hectares. Já a produtividade estimada para 2008 ficou próxima a deste ano, com, respectivamente, 77.304 kg/ha e 76.594 kg/ha. Os levantamentos de campo espelham o interesse pelos produtos derivados desta cultura, notadamente o etanol e o açúcar, sendo que o álcool é o mais atrativo no momento, devido ao aumento do consumo nos mercados interno e externo, motivado pela questão ambiental no uso de energias renováveis.

Em 2007, safra de grãos deverá ficar em 133,2 milhões de toneladas

A estimativa de novembro da safra nacional de grãos (que já teve mais de 95% de sua colheita realizada) aponta para uma produção de 133,2 milhões de toneladas, 13,8% maior que a de 2006 (117,0 milhões) e apenas 0,1% menor do que a do mês anterior. Trata-se da maior safra já colhida no País , que suplantou o recorde anterior , de 2003, quando foram colhidas 123,6 milhões de toneladas. Comparativamente ao mês de outubro, três produtos se destacaram quanto às variações estimadas: Trigo em grão (+1,1%), Feijão em grão 3ª safra (-3,4%) e batata-inglesa 3ª safra (-11,0%). A variação negativa observada para batata-inglesa 3ª safra se deve a ajustes nos dados finais do estado de Goiás, que, frente a outubro, apresentou quedas de 37,8% (área) e 1,4% (produtividade) em 2007, com, respectivamente, 3.280 ha e 40.120 kg/ha.

Em Goiás, o feijão em grão 3ª safra também teve queda em novembro, sendo de 9,5% na produção obtida (141 mil toneladas) e de 2,8% no rendimento médio (2.610 kg/ha). A colheita já está concluída para ambos os produtos (batata e feijão). Condições climáticas desfavoráveis, aliadas ao risco de cultivo dessas lavouras foram os responsáveis pelas variações negativas. No caso do trigo, houve acréscimo, em conseqüência de ajustes no índice de produtividade do Rio Grande do Sul, de 2.020 kg/ha para 2.098 kg/ha. Em uma área plantada de 838 mil hectares, espera-se uma produção de 1,8 milhão de toneladas, 113,7% superior à colhida em 2006, quando a safra foi muito afetada por condições climáticas adversas. A colheita já se encontra em fase bem adiantada, com 90% da safra já colhida.

 

Dezesseis culturas apresentaram variação positiva na estimativa da produção frente a 2006

Dentre os 25 produtos analisados, dezesseis apresentaram variação positiva na estimativa de produção frente a 2006: algodão herbáceo em caroço (33,7%), amendoim em casca 2ª safra (18,2%), batata-inglesa 1ª safra (22,7%), batata-inglesa 2ª safra (5,7%), cacau em amêndoa (11,2%),cana-de-açúcar (12,9%), cebola (10,9%), cevada em grão (32,9%), feijão em grão 1ª safra (13,7%), laranja (1,2%), mandioca (2,2%), milho em grão 1ª safra (15,8%), milho em grão 2ª safra (35,7%), soja em grão (11,2%), trigo em grão (61,1%) e triticale (1,8%). Com variação negativa: amendoim em casca 1ª safra (10,2%), arroz em casca (3,7%), aveia em grão (36,1%), batata-inglesa 3ª safra (12,8%), café em grão (16,0%), feijão em grão 2ª safra (21,1%), feijão em grão 3ª safra (4,3%), mamona em baga (0,9%) e sorgo em grão (10,9%).

Com a colheita dos produtos da safra de verão encerrada nos grandes centros produtores de grãos, aguarda-se apenas a conclusão no Nordeste. Por força do calendário agrícola, esta região ainda apresenta algumas lavouras por colher. No momento, estão em processo de acompanhamento de campo apenas as culturas de 2ª e 3ª safras, bem como as de inverno, sobressaindo-se o trigo, principal produto da safra de inverno. Embora tenha enfrentado problemas de estiagem, ele apresenta produção de 3.998.072 t, mostrando um significativo acréscimo de 61,1%, frente à obtida na safra anterior, seriamente prejudicada por adversidades climáticas, como estiagem, no início do ciclo da cultura, altas temperaturas no inverno e geadas em agosto e início de setembro.

Estoques de grãos (primeiro semestre de 2007)

Os resultados da Pesquisa de Estoques 2 do primeiro semestre de 2007 indicam que a rede armazenadora de produtos agrícolas em operação no país apresentou queda de 1,7% no número de estabelecimentos ativos frente ao segundo semestre de 2006. No final do primeiro semestre de 2007 a rede contava com 9.075 estabelecimentos ativos, 42,1% no Sul; 24,0% no Sudeste; 22,0% no Centro-Oeste; 8,5% no Nordeste; e 3,4% na região Norte.

A capacidade útil das unidades armazenadoras dos tipos armazéns convencionais, estruturais e infláveis foi de 81.523.766 metros cúbicos, sendo que, deste total, pouco mais de 70,0% estavam concentrados no Sul e Sudeste. As unidades armazenadoras dos tipos armazéns graneleiros e granelizados totalizaram 49.725.980 toneladas de capacidade útil, sendo que a região Centro-Oeste deteve 49,6% desta capacidade de armazenamento e a Sul 34,7 %. Os silos para grãos apresentaram 40.639.247 toneladas de capacidade útil total, com 53,1% deste total no Sul, seguido das regiões Centro-Oeste e Sudeste, com 27,2% e 14,8%, respectivamente.

Os maiores estoques registrados em 30 de junho de 2007 foram os de soja em grão (21.801.131t), de milho em grão (8.749.344t), de arroz em casca (4.138.083t), de trigo em grão (1.844.936t) e os de café em grão (939.491t). Comparando-se com os estoques existentes em 30 de junho de 2006, os de café, milho e soja apresentaram crescimento de 20,0%, 6,5% e 1,2%, respectivamente. Já os estoques de arroz em casca e trigo caíram 5,0% e 10,9%.

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1 Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos do prognóstico ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, iniciando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra para as principais lavouras brasileiras. Nesse processo, as duas instituições somam seus recursos e seus melhores esforços visando assegurar as mais acuradas e fidedignas informações de acompanhamento de safra ao alcance do Estado brasileiro, coordenando progressivamente métodos, fontes, período de apuração, datas e horários de divulgação. Para tanto, seguem contando com a inestimável e permanente contribuição dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais, e demais instituições geradoras de informação agropecuária e com acompanhamento e avaliação operado através do Sistema GCEA, Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias em cada unidade da federação e pela CEPAGRO - Comissão Especial de Planejamento, Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias.

2 A Pesquisa de Estoques fornece informações estatísticas sobre o volume e a distribuição espacial dos estoques de produtos agropecuários básicos e sobre as unidades onde é feita sua guarda. Seu cadastro, composto de estabelecimentos de empresas de propriedade do governo, da iniciativa privada, de cooperativas e da economia mista, conta atualmente com cerca de 11.100 estabelecimentos. São investigados estabelecimentos comerciais, industriais e de serviço de armazenagem que possuem unidades armazenadoras com capacidade útil igual ou superior a 400 m 3 ou 240 t, assim como supermercados e estabelecimentos agropecuários com capacidade útil igual ou superior a 2.000 m 3 ou 1.200 t.