Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Pesquisa do IBGE traça perfil de empresas e produtos industriais do país

A Pesquisa Industrial Anual (PIA -Empresa) mostra que, em 2005, 147.400 empresas empregaram cerca de 6,4 milhões de pessoas, sendo que 3,8 milhões (59,6%) trabalhavam para as pequenas (de 5 e 99 trabalhadores) e médias (de 100 a 499 trabalhadores) empresa

30/05/2007 07h01 | Atualizado em 30/05/2007 07h01

A Pesquisa Industrial Anual (PIA -Empresa) mostra que, em 2005, 147.400 empresas empregaram cerca de 6,4 milhões de pessoas, sendo que 3,8 milhões (59,6%) trabalhavam para as pequenas (de 5 e 99 trabalhadores) e médias (de 100 a 499 trabalhadores) empresas. Contudo, entre as pequenas empresas, as que ocupavam de 5 a 29 pessoas empregaram 1,3 milhão de pessoas, o que representa 20% do contingente de ocupados nas empresas industriais em todo o país. Das pessoas ocupadas na indústria, 40,4% (ou cerca de 2,6 milhões) estavam nas grandes empresas (de 500 ou mais pessoas ocupadas).

Ainda em 2005, as empresas industriais pagaram R$ 106 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, que representam uma média de 4,4 salários mínimos mensais. Elas também acumularam uma receita de R$ 1.256 bilhões e o valor da transformação industrial (VTI) foi de R$ 511 bilhões .

Em relação aos produtos industriais, a PIA-Produto revelou que o óleo diesel lidera a lista dos 100 maiores em valor de vendas em 2005, com R$ 40 bilhões. No mesmo ranking, o óleo bruto de petróleo saltou da 99ª posição, em 2000, para a oitava, com R$ 11,7 bilhões. São Paulo teve a maior participação nas vendas industriais brasileiras em 2005 (41,6%), mas sofreu queda frente a 2000 (46,4%). No estado, no mesmo período (2000-2005), as vendas de bens de capital passaram de 66,6% para 57,4% das vendas totais desse setor no país; bens intermediários caíram de 42,7% para 38,5%; bens de consumo duráveis recuaram de 42,7% para 37,0%; e bens de consumo semi e não duráveis caíram de 46,7% para 44,5%.

 

Grandes empresas são responsáveis por 68,9% do valor da transformação industrial

A diferença entre grandes e pequenas empresas industriais foi observada também pela participação no valor da transformação industrial 1. Em 2005, as empresas com mais de 500 pessoas ocupadas representaram 68,9% do valor de transformação, enquanto as pequenas apenas 13,3%. Entre as pequenas, as que tinham entre 5 e 29 pessoas ocupadas tiveram participação de 6,3%. As médias contribuíram com 17,8%.

As grandes empresas, que apresentam mais produtividade e também pagam maiores salários, pagaram em média 6,2 salários mínimos, acima do resultado do total da indústria (4,4) em 2005. No mesmo período, o pessoal ocupado nas médias empresas recebeu 4,3 salários mínimos e os das pequenas 2,5.

Em relação à participação na produção, as empresas com faturamento superior a R$ 60,0 milhões concentraram 78,9% do valor de transformação industrial. Já as empresas de menor faturamento (até R$ 1,2 milhão) tiveram participação de apenas 3,7%. Em conjunto, os três grupos de empresas com menor faturamento (que representam 94,1% das empresas e 40,9% do pessoal ocupado) contribuíram com apenas 9,9% do valor de transformação industrial.

A PIA-Empresa mostra também que, em 2005, a região Sudeste concentrou mais da metade do pessoal ocupado (54,3%) e do valor de transformação industrial (63,5%). A segunda região mais importante em termos de pessoal ocupado foi a Sul, com 25,2% do pessoal ocupado e 17,7% do valor da transformação. As outras três regiões apresentaram valores percentuais mais próximos para as duas variáveis: Nordeste, com 12,4% do pessoal ocupado e 9,3% do VTI; Centro-Oeste, com 4,5% e 3,7%, respectivamente; e Norte, com o menor percentual de pessoas ocupadas (3,6%) e 5,8% do VTI.

Na análise regional da relação valor da transformação industrial por pessoal ocupado, observa-se que as regiões Sudeste (R$ 94 mil) e Norte (R$ 131 mil) têm produtividade acima do total do país (R$ 80 mil), enquanto Centro-Oeste (R$ 65 mil), Nordeste (R$ 60 mil) e Sul (R$ 56 mil) ficam abaixo da média global. A estrutura industrial do Norte é marcada pela indústria amazonense, em que predominam as grandes empresas, basicamente do ramo de bens de consumo duráveis, o que explica a elevada produtividade neste estado.

Em nove anos, indústria sofre alterações estruturais

De 1996 a 2005, as principais transformações no perfil estrutural da indústria, em termos da distribuição do pessoal ocupado total, foram: alimentos, com ganho de importância principalmente dentro da indústria de Minas Gerais, Paraná e Goiás; calçados e artigos de couro , que embora perca participação na indústria do Rio Grande do Sul cresce em representatividade no Ceará e na Bahia; e outros equipamentos de transporte , sobressaindo os seus ganhos na indústria do Amazonas e Rio de Janeiro.

Nesse mesmo período, as principais diminuições de participação no pessoal ocupado total da indústria foram observadas nos ramos: refino de petróleo e produção de álcool , com destaque para as perdas em Mato Grosso e Paraná; e têxtil , com predominância de São Paulo como principal local com queda de participação desta atividade.

Perdas de participação do Rio e São Paulo reduzem importância do Sudeste

A pesquisa mostra, também, que as perdas de participação do Rio de Janeiro e São Paulo foram responsáveis pela desconcentração do pessoal ocupado nas indústrias do Sudeste entre 1996 e 2005. Por outro lado, os principais ganhos de participação em termos de pessoal ocupado na indústria foram observados no Paraná, Santa Catarina, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Ceará.

Entre os setores com ganhos relevantes de participação no VTI, entre 1996 e 2005, destacam-se: refino de petróleo e produção de álcool , que aumentou sua importância, principalmente, dentro da indústria da Bahia, Ceará, Paraná, Rio de Janeiro e Amazonas; indústria extrativa , com destaque para o maior dinamismo desse setor no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará e Amazonas; metalurgia básica , cuja representatividade cresceu, sobretudo, no Espírito Santo, Minas Gerais e Pará; e outros equipamentos de transporte , sobressaindo o ganho na indústria do Amazonas.

Por outro lado, no mesmo período, as principais perdas de participação no VTI total da indústria foram observadas em: edição e impressão , sobressaindo a diminuição de importância observada em São Paulo e Rio de Janeiro; têxtil , onde prevalece a perda de participação dentro das indústrias do Ceará e Santa Catarina; máquinas e equipamentos , com menor participação desse ramo em Santa Catarina; e material eletrônico e aparelhos e equipamentos de comunicações , com destaque para a perda de participação dentro da indústria paulista.

Seis estados lideram ranking da produção industrial brasileira

No período de 1996 a 2005, foi também verificada uma redução de importância da atividade industrial em São Paulo e no Rio Grande do Sul, neste último de forma mais suave, por conta da perda de participação no valor de transformação industrial. Em sentido oposto, as unidades da federação que lideraram os ganhos de participação, foram: Bahia (refino de petróleo e produção de álcool e veículos), Rio de Janeiro (indústria extrativa), Minas Gerais (indústria extrativa), Espírito Santo (indústria extrativa), Paraná (refino de petróleo e produção de álcool) e Mato Grosso (alimentos).

PIA-Produto: óleo diesel e petróleo se destacam em valor de vendas

  A PIA-Produto levantou informações das empresas industriais do país com 30 ou mais pessoas ocupadas, investigando cerca de 3.600 itens. Em 2005, as vendas totalizaram R$1,1 trilhão, que representam cerca de 90% das vendas totais da indústria brasileira.

Destaque no setor de bens intermediários em 2005, o óleo diesel liderou a lista dos 100 maiores produtos industriais em valor de vendas no país, com R$ 40 bilhões, e teve 64% de suas vendas localizadas nos estados de São Paulo, Paraná e Bahia. Outro destaque neste ranking foi o petróleo: o insumo saltou da 99ª posição, em 2000, para a oitava em 2005. Um dos motivos desse bom desempenho é sua crescente participação na pauta das exportações brasileiras nos últimos anos.

São Paulo se mantém com a maior participação nas vendas em 2005 (41,6%), embora mostre perda de importância em relação a 2000 (46,4%). O mesmo movimento ocorre em todas as categorias de uso: bens de capital , que inclui máquinas e equipamentos, com redução de 66,6% para 57,4%; bens intermediários , que compreende produção de matérias-primas e insumos, de 42,7% para 38,5%; bens de consumo duráveis , como celulares e automóveis, de 42,7% para 37,0%; e bens de consumo semi e não duráveis , tais como alimentos e calçados, com queda de 46,7% para 44,5%.

O segmento de bens intermediários confirmou sua liderança nas vendas industriais por categorias de uso em 2005, com 57,9%. Há cinco anos, participava com 55,0% do total. Este movimento de expansão está provavelmente associado ao dinamismo das exportações brasileiras, especialmente favorecidas pela valorização das commodities . No mesmo setor, vale ainda ressaltar o crescimento no setor de minérios de ferro beneficiados, que passou a ocupar a terceira colocação no ranking das vendas nacionais, saindo do quinto lugar em 2000. O item minérios de ferro teve 78,5% de suas vendas efetuadas por Minas Gerais e Espírito Santo.

O segmento de bens de consumo semi e não duráveis mantém a segunda posição entre as categorias de uso, com perda de participação entre 2000 (24,5%) e 2005 (21,2%). Entre os semiduráveis, sobressaem os itens calçados de couro femininos, com Rio Grande do Sul e Ceará sendo responsáveis por 88,4% das vendas. Já entre os bens de consumo não duráveis, os destaques são gasolina e álcool, anidro e hidratado, para fins carburantes. No primeiro, destacam-se as vendas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, com 69,7% do total, e no segundo, São Paulo, com participação de 61,6%.

No setor de bens de capital, observa-se queda de participação de 9,3% em 2000 para 7,7% em 2005. A indústria do Rio Grande do Sul, no entanto, mostra o maior ganho entre 2000 (8,4%) e 2005 (11,9%). Neste local, o destaque são os tratores agrícolas, com 16,4% de participação nas vendas de bens de capital no estado. São Paulo e Rio de Janeiro também se destacam por produzirem, predominantemente, o item caminhões leves, que sobressai com 10,1% das vendas do setor em 2005.  

 

Celulares alcançam sexta posição em vendas

Na categoria de bens de consumo duráveis houve aumento de participação entre 2000 (8,0%) e 2005 (8,8%). As vendas de celulares já colocam estes aparelhos na sexta posição entre os produtos com maior valor de vendas, dez posições acima da alcançada em 2000. Amazonas manteve a segunda maior participação nesse segmento (24,0%), graças às vendas de eletroeletrônicos, motocicletas e telefones celulares. Por produtos, sobressaem automóveis com cilindrada maior que 1500 cm³ e menor ou igual a 3000 cm³, que tiveram 61,7% das vendas realizadas em São Paulo e Minas Gerais. Já veículos de cilindrada menor ou igual a 1000 cm responderam por 85% das vendas, com destaque para São Paulo, Bahia e Paraná.

______________________________________________________________________

1 VTI é a diferença entre valor bruto da produção industrial (soma de vendas, variação dos estoques e produção própria realizada para o ativo imobilizado) e o custo das operações industriais (custos ligados diretamente à produção).