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Macaé (RJ) entra e Porto Alegre (RS) sai do ranking dos 10 maiores PIB do país

O PIB dos Municípios mostra que, em 2004, foi mantida a concentração em relação à produção de riquezas no país: em 1999, sete municípios somavam 25% do PIB nacional; cinco anos depois, a mesma fatia era dividida por dez municípios.

13/12/2006 08h01 | Atualizado em 13/12/2006 08h01

O PIB dos Municípios mostra que, em 2004, foi mantida a concentração em relação à produção de riquezas no país: em 1999, sete municípios somavam 25% do PIB nacional; cinco anos depois, a mesma fatia era dividida por dez municípios. Da mesma forma, continua o processo de perda de peso das capitais na produção de riquezas, em detrimento dos demais municípios das suas regiões metropolitanas e daqueles fora dos grandes centros urbanos.

De 2003 para 2004, Manaus teve o maior ganho de participação no PIB brasileiro, enquanto São Paulo (SP) teve a maior perda, embora continue ocupando a liderança do ranking. Em relação ao PIB per capita, entre as regiões metropolitanas, pela primeira vez a de São Paulo perdeu a primeira posição para o da Grande Porto Alegre. Na análise por setor produtivo, em 2004, Sorriso (MT) passou a ter a maior participação no valor adicionado da agropecuária; o Rio de Janeiro perdeu posições no ranking da indústria para Campos dos Goytacazes (RJ) e Manaus (AM); Brasília (DF), Osasco (SP) e Fortaleza (CE) foram os que mais ganharam participação nos serviços; e a atividade da administração pública representava mais de 70% do PIB em 39 municípios.

Em 2004, como em 2003, apenas 10 dos 5.560 municípios brasileiros (onde estavam 15,1% da população do país) concentravam 25% do PIB, e com 68 municípios chegava-se à metade de todas as riquezas produzidas em território nacional. Por outro lado, 1.295 municípios (3,7% da população) respondiam por 1% do PIB. Essa distribuição, quando comparada à de 1999, mostra uma leve desconcentração. Naquele ano, sete municípios já agregavam 25% do PIB, e 61 eram responsáveis por metade da renda.

Os dez municípios que representavam 25% do PIB em 2004 eram, por ordem decrescente, São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Curitiba (PR), Macaé (RJ), Guarulhos (SP) e Duque de Caxias (RJ). Em relação a 2002, as seis primeiras posições permaneceram inalteradas, ocorrendo ganho de posição de Curitiba e Macaé.

A capital paranaense passou de uma participação de 1,00% em 2003 para 1,08% em 2004, o que a levou do oitavo para o sétimo lugar. Macaé também subiu no ranking, com um aumento da participação relativa de 0,91% para 1,04%, de 2003 para 2004. O município fluminense, que não figurava entre os dez principais PIBs municipais, entrou no ranking na oitava posição, impulsionado pela indústria extrativa, especificamente do petróleo. Em 2004, houve alta do preço do barril de petróleo, em Reais, de cerca de 25% em relação ao ano anterior. Também ocorreu incremento na atividade industrial no setor de equipamentos petrolíferos.

Apesar do ganho de participação relativa, de 0,99% para 1,02%, de 2003 para 2004, Duque de Caxias, principal pólo de produção de derivados do petróleo no estado do Rio de Janeiro, perdeu uma posição no ranking – da nona para a décima. Guarulhos, mesmo tendo permanecido com a mesma participação relativa (1,03%), passou do sétimo para o nono lugar.

Porto Alegre (RS), por sua vez, não só perdeu posição no ranking do PIB municipal como deixou de figurar entre os dez maiores: caiu da 10ª para a 13ª colocação, e sua participação passou de 0,94% para 0,90%. Os setores mais importantes nesse município, industrial e de serviços, cresceram abaixo da média do estado.

Os cinco municípios de menor PIB, em 2004, foram São Félix do Tocantins (TO), Santo Antônio dos Milagres (PI), São Miguel da Baixa Grande (PI), Ipueiras (TO) e Oliveira de Fátima (TO). A agregação do PIB deles representava aproximadamente 0,001% do total.

Os 10% dos municípios com maior PIB, em 2004, geraram 20,4 vezes mais riqueza que os 50% dos municípios com menor PIB. O Sudeste, onde essa diferença é maior (32,1 em 2004), apresentou estabilidade no indicador ao longo da série. No outro extremo, a região Sul apresentou o menor coeficiente de dispersão (8,8).

Entre 2003 e 2004, Manaus tem maior ganho de participação no PIB nacional, e São Paulo, a maior perda

A análise dos ganhos e perdas na participação percentual do PIB de 2004, em relação a 1999, foi realizada considerando os municípios com pelo menos 0,5% do Produto Interno Bruto, ou seja, 25 municípios, que agregavam 35,5% das riquezas produzidas no país.

Os que tiveram maior ganho percentual foram Campos dos Goytacazes (0,8%), Macaé (0,8%), Manaus (0,4%), Camaçari (BA) (0,3%), Paulínia (SP) (0,2%), Duque de Caxias (0,2%), Brasília (0,2%), São Francisco do Conde (BA) (0,1%) e Betim (MG) (0,1%). O aumento da participação se deu em razão do crescimento do setor industrial, principalmente da extração e refino de petróleo, exceto para Brasília, onde o ganho foi devido aos serviços. Por outro lado, os municípios que mais perderam participação foram São Paulo (-2,5%), Rio de Janeiro (-1,4%), Porto Alegre (-0,2%), Curitiba (-0,2%) e Salvador (BA) (-0,2%).

Analisando a participação percentual no biênio 2003-2004, 17 municípios tiveram ganhos. Os maiores foram Manaus (0,2%), Macaé (0,1%), Campos dos Goytacazes (0,1%), Camaçari (0,1%) e São José dos Campos (0,1%). As maiores perdas foram em São Paulo (-0,4%) e Rio de Janeiro (-0,2%).

No ranking das capitais, entre 2003 e 2004, as sete primeiras posições foram mantidas. Nesse biênio, Fortaleza (CE) aumentou sua participação no PIB nacional de 0,81% para 0,89%. Na capital cearense, em 2004, todas as atividades de serviços mostraram crescimento, especialmente o setor imobiliário e a administração pública. Os desempenhos dos setores de transporte, comércio e alojamento e alimentação estavam ligados às atividades turísticas, que mostraram grande peso no Ceará e especificamente em Fortaleza.

Já Florianópolis (SC), apesar de manter sua participação no PIB do país (0,24%), ganhou duas posições no ranking, devido a uma pequena perda de participação das capitais de Sergipe e da Paraíba.

No conjunto das capitais, vem ocorrendo perda de participação percentual no período de 1999 a 2004, em detrimento dos municípios fora dos grandes centros urbanos1.

Em 1999, as capitais detinham 31,9% do PIB nacional e depois de cinco anos a participação caiu para 27,9%. Os demais municípios dentro das regiões metropolitanas das capitais tiveram um crescimento moderado de participação: de 22,1% em 1999 para 22,7% em 2004. Já aqueles que não estão nas regiões metropolitanas das capitais ganharam participação, passando de 46,0% em 1999 para 49,4% em 2004. Para esse grupo, houve, porém, uma pequena queda em relação a 2003 (49,7%).

No mesmo período, Manaus apresentou o maior ganho na participação percentual entre as capitais (0,4%), enquanto São Paulo, apesar de ter o maior PIB desse grupo, teve a maior perda (-2,5%). Enquanto as capitais das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (exceto Brasília) perderam participação, as da região Norte, com exceção de Belém (PA), ganharam. No Nordeste, só Natal (RN), João Pessoa (PB), Maceió (AL) e Aracaju (SE) tiveram aumentos de participação.

Em Rondônia, Tocantins e Paraíba, as capitais aumentaram sua participação relativa no PIB estadual, em detrimento dos demais municípios. No outro extremo, no Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina, os municípios fora dos grandes centros urbanos ganharam mais espaço.

No Pará, os maiores ganhos ocorreram em Barcarena (3,5%), Tucuruí (2,5%) e Marabá (1,4%), com destaque para as indústrias metalúrgica e química em Barcarena,; a produção de energia elétrica em Tucuruí; e a siderurgia, produção de ferro-gusa, indústria alimentar e de bebidas em Marabá. No Rio Grande do Norte, os maiores ganhos ocorreram nos municípios de Macau (1,4%) e Guamaré (1,2%), importantes na produção de petróleo e sal marinho. Já no Rio de Janeiro, os maiores ganhos se deveram à exploração de petróleo e gás natural, nos municípios de Macaé (5,9%), Campos dos Goytacazes (5,8%) e Rio das Ostras (2,4%). Em Santa Catarina, o destaque ficou por conta de Jaraguá do Sul (1,3%), que forma com Joinville o pólo metal-mecânico do estado.

No caso do estado de São Paulo, a desconcentração da atividade econômica foi verificada pela expansão dos municípios da região metropolitana da capital. Os mais significativos ganhos ocorreram em Guarulhos (0,2%) e São Bernardo do Campo (0,02%), em ambos os casos por conta do desempenho da indústria.

Onde a economia tem força fora dos centros urbanos

Em 2004, 49,4% do PIB do país estava fora do entorno dos grandes centros urbanos. No período de 1999 a 2004, essa participação cresceu 3,4%.

Sudeste – Petróleo e indústria impulsionam economia municipal

Os cinco maiores PIB da região foram Campos dos Goytacazes (RJ), Macaé (RJ), São José dos Campos (SP), Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG).

Tendo a indústria extrativa de petróleo como principal atividade produtiva, os dois primeiros participavam, juntos, com 2,25% do PIB nacional. São José dos Campos (1,0% do PIB brasileiro) tem atividade industrial concentrada em setores de alta intensidade tecnológica, como aeronáutica, indústria automobilística, química e de vidros de alta qualidade. Também tem uma refinaria que, em 2004, ampliou a utilização da sua capacidade instalada de 78% para 94%. Sorocaba, com 0,48% do PIB nacional, tem uma indústria forte e diversificada, além de uma rede de serviços desenvolvida.

Uberlândia, no Triângulo Mineiro (0,45% do PIB nacional), tem entre as atividades importantes o comércio atacadista e varejista de álcool e demais combustíveis e atacado de mercadorias em geral. Tem centros universitários; está numa posição geográfica estratégica; e dispõe de um sistema de transporte que interliga o município com os demais de Minas, Goiás e São Paulo. Possui ainda uma atividade industrial diversificada (agroindústria, indústrias na área alimentar e de cigarros) e destaques na agropecuária (avicultura e os rebanhos bovino e suíno, soja, laranja e milho).

Sul – Paranaguá (PR) e Blumenau (SC) ganham destaque em 2004

Os destaques da região foram Caxias do Sul (RS), Joinville (SC), Paranaguá (PR), Londrina (PR) e Blumenau (SC). Paranaguá e Blumenau entram nessa lista em 2004 devido à saída de Foz do Iguaçu (PR), em virtude da queda na produção da hidrelétrica ali instalada, e de Rio Grande (RS), onde, em 2004, houve fraco desempenho do refino de petróleo.

Caxias do Sul (0,46% do PIB nacional) é um pólo metal-mecânico, destacando-se na produção de tratores, ônibus, caminhões, carrocerias e partes. Joinville (0,41% do PIB do país) tem como principal atividade econômica a indústria. Paranaguá, onde o setor de serviços se destaca, participava com 0,24% do PIB nacional. Lá está o principal porto paranaense, e a indústria também é importante. Em 2004 passou a ser o quarto maior município industrial do Paraná, devido ao significativo aumento na produção de fertilizantes. Londrina (0,24% do PIB do país) tem como principal atividade os serviços, mais especificamente o comércio de mercadorias e atividades imobiliárias, além de ter destaque na construção civil.

Blumenau, no Vale do Itajaí, tem suas atividades econômicas voltadas para o setor industrial, principalmente na fabricação de produtos têxteis, e participava com 0,23% do PIB brasileiro.

Nordeste – Principais atividades estão nos setores de serviços e agropecuária

Os cinco maiores municípios em relação ao PIB em 2004 foram Feira de Santana (BA), Campina Grande (PB), Ilhéus (BA), Canindé de São Francisco (SE) e Petrolina (PE).

Feira de Santana, integrante do "polígono das secas", se localiza em um dos maiores entroncamentos rodoviários do interior do país, situação que se reflete na economia, tornando o setor de comércio o de maior importância econômica. Possui também um parque industrial de peso nos ramos da química, material elétrico e de transportes, alimentos, eletrodomésticos, calçados, vestuários e metalurgia. Detinha 0,15% do PIB do país.

Campina Grande (0,12% do PIB nacional) tornou-se importante centro de comércio e de serviços da Paraíba. Em 2004, o setor industrial apresentou um bom desempenho, principalmente em vestuário e calçados. O município é grande produtor de software para exportação e contava também com duas universidades.

Ilhéus, no litoral sul da Bahia, contribuiu com 0,10% do PIB brasileiro. Possui significativo valor adicionado industrial, destacando-se o pólo de informática, com linha de montagem de microcomputadores, e um pólo de confecções. Tem também comércio e serviços de grande relevância, pois possui o terceiro maior porto da Bahia. Por fim, é um grande pólo turístico da região.

Canindé de São Francisco se destaca por uma usina hidrelétrica com 15,7 milhões de megawatts gerados anualmente e distribuídos para os estados do Nordeste. Participava com 0,10% do PIB do país. Petrolina tem sua economia concentrada na agricultura e participava com 0,09% do PIB do brasileiro em 2004. O setor de destaque era a fruticultura irrigada, sendo uva, manga, goiaba, banana e coco-da-baía os principais produtos. É um dos municípios que apresentaram os maiores incrementos na economia regional de Pernambuco, resultando na modernização de seu aeroporto, que passou à condição de internacional.

Norte – Municípios paraenses sobressaem-se com força da indústria mineral

Os destaques da região foram Barcarena (PA), Coari (AM), Tucuruí (PA), Marabá (PA) e Parauapebas (PA), que juntos representavam 0,55% do PIB do país.

Em Barcarena, destacaram-se as atividades de metalurgia e química, com mais de 40% do pessoal ocupado assalariado da região no setor de metalurgia básica e a presença de grandes plantas industriais produtoras de alumina e de derivados de alumínio. Coari era, em 2004, o principal município petrolífero do Amazonas, com produção de petróleo e gás de cozinha.

Tucuruí, Parauapebas e Marabá têm grandes indústrias minerais. Em Tucuruí, encontrava-se a segunda maior hidrelétrica do Brasil. Marabá é um centro comercial, com rede de distribuição para o sudeste paraense, onde está um grande número de indústrias minero-metalúrgicas, sendo o ferro-gusa o principal produto do município. Parauapebas possui uma grande empresa produtora de hematita (ferro).

Centro-Oeste – Agroindústria é um dos destaques da região

Anápolis (GO), Rio Verde (GO), Catalão (GO), Dourados (MS) e Rondonópolis (MT) destacaram-se e participavam, juntos, com 0,51% do PIB nacional.

Anápolis, com localização estratégica em Goiás, concentrava grandes centros de distribuição comercial e indústrias farmacêuticas, com destaque para a produção de medicamentos genéricos. O município conta, ainda, com um pólo educacional de nível superior e técnico, que garante a capacitação da mão-de-obra local.

Em Rio Verde, no sudoeste do estado, localiza-se um dos maiores complexos agroindustriais do Brasil, com empresas do ramo alimentício e de papel e embalagens. O município foi, em 2004, o segundo na produção de soja e o terceiro na produção de milho em Goiás. Lá os três setores da atividade econômica (agropecuária, indústria e serviços) tiveram participações relevantes.

Em Catalão, destacaram-se os pólos minero-químico e metal-mecânico. Lá encontravam-se sedes de empresas do ramo de mineração e de fertilizantes, além de máquinas agrícolas e montadora de carros. Dourados despontou como pólo agroindustrial e agropecuário, com destaque para a indústria de alimentos - que veio expandindo o setor frigorífico de suinocultura e avicultura - e a produção de grãos, com aumento em 2004 principalmente de soja e milho. Já Rondonópolis tinha como principais atividades o comércio e a indústria de transformação, especificamente a de alimentos.

Municípios novos têm aumento de participação no PIB do país

Os 53 municípios brasileiros criados depois de 2001 foram responsáveis por 0,17% do PIB nacional naquele ano e por 0,22% em 2004. Mais uma vez, destacou-se nesse grupo Luís Eduardo Magalhães (BA), que, em 2004, participava com 0,06% do PIB do país e 1,27% do PIB baiano. O município, grande produtor de soja e com um diversificado parque industrial de alimentos, obteve, no grupo dos fundados após 2001, a maior participação no país, a maior participação relativa no estado e o maior ganho em participação relativa na série.

Araporã (MG) passa a figurar entre os dez maiores PIB per capita municipais

Em 2004, os dez maiores PIB per capita municipais foram os de São Francisco do Conde (BA), Triunfo (RS), Quissamã (RJ), Porto Real (RJ), Paulínia (SP), Carapebus (RJ), Rio das Ostras (RJ), Cascalho Rico (MG), Araporã (MG) e Macaé (RJ).

São Francisco do Conde abriga a segunda maior refinaria em capacidade instalada de produção de barris no país. Triunfo, sede de um pólo petroquímico importante na região metropolitana de Porto Alegre, tem baixa densidade populacional. Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras e Macaé são beneficiados pela exploração de petróleo e gás natural, sendo considerados Zona de Produção Principal de Petróleo. Quase todos (exceto Macaé) também têm baixa concentração populacional.

Em Porto Real, também de pequeno porte populacional, houve crescimento da indústria automobilística a partir de 2001. De 2003 para 2004, o município passou da sétima para a quarta colocação no ranking dos dez maiores PIB per capita do país Em Paulínia, está a refinaria com a maior capacidade instalada de produção de barris no país (360 mil barris/dia).

Araporã, município de baixa densidade demográfica, possui a maior hidrelétrica de Minas Gerais e, em relação a 2003, teve aumento na geração de energia, por isso ele entrou em 2004 pela primeira vez no ranking. Em Cascalho Rico, encontrava-se a terceira maior hidrelétrica mineira e uma baixa concentração populacional. Além da usina, o município possuía uma unidade industrial que atuava no setor de resfriamento, preparação e fabricação de produtos derivados do leite.

O município de Apicum-Açu (MA) foi o menor PIB per capita do país, R$ 763,36. Dos municípios com os 100 menores PIB per capita, 57 estavam no Maranhão; 1, no Piauí; 25, no Ceará; 2, na Bahia; 10, em Alagoas; 4, no Pará; e 1, no Tocantins.

Com relação às capitais, destacaram-se Vitória, com o maior PIB per capita, seguida de Brasília, Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Florianópolis. Não há alteração nessas posições desde 2002.

Todas as capitais das regiões Sudeste e Sul tiveram PIB per capita superior ao brasileiro2, enquanto que, no Nordeste, nenhuma capital apresentou PIB per capita acima do nacional. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, as únicas capitais que tiveram PIB per capita superior ao brasileiro foram Manaus, Brasília e Cuiabá.

RJ e SE têm maior concentração do PIB per capita municipal

O PIB per capita dos 10% dos municípios com os maiores PIB per capita foi 8,9 vezes maior do que os 50% dos municípios com os menores PIB per capita. Na região Sudeste, o indicador em 2004 era 7,2. A partir de 2002, ocorreu uma mudança de patamar: nos anos anteriores, essa relação situava-se em torno de 4,5. A região Sul vinha apresentando os menores indicadores, mas em 2004 o indicador relativo à Centro-Oeste (3,7) tornou-se, pela primeira vez, mais baixo.

O cálculo desse indicador por unidade da federação mostra que os estados do Rio de Janeiro, Sergipe e Mato Grosso do Sul apresentaram comportamentos dissonantes com as regiões a que pertencem.

No caso do Rio de Janeiro, o indicador em 2004 era de 22,7, enquanto que nos demais estados do Sudeste ficava em torno de 5,5. Esse fato mostra a grande concentração de renda per capita no Rio de Janeiro. Algo parecido ocorreu em Sergipe, com indicador de 14,5, enquanto na região Nordeste, todos os demais estados ficaram abaixo de 6,5. Já com Mato Grosso do Sul ocorreu um movimento contrário: enquanto o indicador do estado era de 2,9 (um dos menores do país), o do Centro-Oeste era de 3,7, e os dos demais estados da região ficaram no patamar de 5,6. Esse fato mostra que Mato Grosso do Sul apresentou menor concentração.

Em 2004, a região metropolitana de Porto Alegre, pela primeira vez na série, teve o maior PIB per capita entre as regiões metropolitanas, e a de São Paulo passou a ocupar o segundo lugar. Em valores, as duas regiões tiveram PIB per capita em torno de R$ 14.400. Já a região metropolitana de Salvador (R$ 14.037) foi a única do Nordeste que apresentou PIB per capita superior ao nacional.

Em 2004, Sorriso (MT) passou a liderar na participação no valor da agropecuária

A agropecuária é a atividade econômica de menor concentração no país, com índice de Gini3, em 2004, de 0,62. O mais alto valor do índice de Gini foi observado no Rio Grande do Norte (0,75), por conta do desenvolvimento da fruticultura irrigada. Os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso concentravam os municípios com os maiores valores adicionados da agropecuária. Por outro lado, as áreas com menor valor adicionado da agropecuária estavam no Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba.

Em 2003, 164 municípios agregavam 25% do valor adicionado da agropecuária do Brasil; já em 2004, eram 176 municípios. Em contrapartida, 906 municípios agregavam só 1% do valor adicionado da agropecuária. A seguir estão os 16 municípios com os maiores valores adicionados da agropecuária, que, juntos, representavam aproximadamente 5% do total, em 2004 (eram 17 municípios em 2003).

Sorriso assumiu o topo do ranking, depois de ter ficado com a quinta posição em 2003. A estrutura produtiva do município baseava-se na agricultura de grãos, sendo soja, arroz, milho e algodão as principais culturas. Em Itápolis, o produto de maior relevância era a laranja, seguida da cana-de-açúcar. Petrolina era o maior produtor de manga e goiaba do país, segundo de uva e terceiro de coco-da-baía. Mogi Guaçu, Itapetininga, Aguaí e Casa Branca eram grandes produtores de laranja. Em Bastos, o destaque era a produção de galinhas e ovos.

Toledo, que caiu da terceira para a oitava posição no ranking da agropecuária, de 2003 para 2004, tinha a economia baseada na agroindústria, principalmente no abate de aves e suínos e na produção de soja. O município teve seu desempenho prejudicado pelo embargo imposto às carnes brasileiras, fazendo com que o volume exportado caísse entre 2003 e 2004. Além disso, o período de forte estiagem (de janeiro a março) fez com que ocorresse quebra de safra na produção de soja.

Considerando os municípios que representavam no mínimo 0,1% do valor da agropecuária, os que apresentaram os maiores ganhos de participação percentual na série 1999-2004 foram Sorriso (0,28%), Aguaí (0,21%), Sapezal (0,17%) Tapurah (MT) (0,17%) e Nova Mutum (0,17%). Os ganhos foram obtidos, de maneira geral, por causa da soja e da laranja. Para o mesmo corte e considerando a participação relativa no biênio 2003-2004, os maiores destaques foram Aguaí (0,12%), Sorriso (0,11%), Bastos (0,07%), Nova Mutum (0,07%) e Sapezal (0,07%).

Rio de Janeiro perde posições no ranking da indústria para Campos e Manaus

A indústria mantém-se como a atividade econômica mais concentrada do país, com índice de Gini de 0,92. O maior índice de Gini (0,97) ficou no Amazonas, e o menor (0,79), com Rondônia e Mato Grosso do Sul. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo possuíam alto valor adicionado industrial, enquanto as áreas com menor valor adicionado da indústria estavam no Piauí, Tocantins e Roraima.

Em 2004, como em 2003, apenas nove municípios concentravam 1/4 do valor adicionado da indústria. Com 50 municípios, chegava-se à metade das riquezas geradas por esse setor. Um total de 3.059 municípios responderam, em 2004, por 1% do valor da indústria. Os números reforçam a concentração do setor.

O município de São Paulo se manteve como o principal pólo industrial do país, com participação relativa de 8,25%, apesar de vir perdendo participação desde 2000, quando respondia por 11,20% do valor da indústria brasileira. Em seguida estavam Manaus (2,82%) e Campos dos Goytacazes (2,66%), que, em 2004, superaram o município do Rio de Janeiro (2,62%).

Num corte nos municípios que detinham ao menos 0,5% do valor da indústria em 2004, quase todos os que mais ganharam participação relativa na série tinham o petróleo com peso relevante, exceto Manaus.

Considerando o biênio 2003-2004, os municípios que mais ganharam participação foram Manaus (0,4%), Macaé (0,3%), Campos dos Goytacazes (0,2%), Camaçari (0,2%) e São José dos Campos (0,2%). Os municípios que mais perderam participação na série foram São Paulo (-2,3%) e Rio de Janeiro (-1,8%).

Brasília, Osasco (SP) e Fortaleza foram os que mais ganharam participação nos serviços

Em termos de concentração, o valor adicionado dos serviços se comporta mais ou menos como o PIB. O índice de Gini, no Brasil, em 2004, foi 0,85. O maior e o menor índice por unidade da federação pertenceram aos estados de São Paulo (0,87) e Rondônia (0,65) respectivamente.

Em 2004, com 47 municípios, chegava-se à metade do valor dos serviços; enquanto 1.159 municípios responderam por 1% das riquezas geradas pelo setor. A concentração dos serviços nas capitais continuava alta (37,7% em 2004). Dos 47 municípios que agregavam 50% do valor adicionado dos serviços, 20 eram capitais. Entretanto, elas perderam participação nessa distribuição.

Os municípios que mais ganharam participação relativa na série foram Brasília (0,4%), Osasco (0,3%) e Fortaleza (0,2%); os que mais perderam, São Paulo (-2,0%) e Rio de Janeiro (-0,7%).

Administração pública representa mais de 70% do PIB em 39 municípios

O valor adicionado da atividade administração pública (que integra o setor de serviços) era mais concentrado que o da agropecuária, mas menos concentrado que os da indústria e dos serviços (total). O índice de Gini para a administração pública, em 2004, foi de 0,77. O maior índice (0,80) ficou com o estado de São Paulo; e o menor (0,56), com Rondônia e Bahia. A atividade tem especial importância nas regiões Norte e Nordeste bem como no norte de Minas Gerais.

Dos 5.560 municípios brasileiros, 1.969 (35,4%) tinham mais do que 1/3 da sua economia dependente da administração pública em 2004. O peso da administração pública no valor adicionado do Brasil, em 2004, foi de 14,1%. A administração pública teve peso superior a 50% em todos os municípios de Roraima. Em Uiramutã (RR) e Santa Rosa do Purus (AC), esse peso foi superior a 80% em toda a série. Fica evidente também a importância da administração pública no Amapá, cujo peso, em 2004, foi superior a 30% em todos os municípios do estado.

A tabela a seguir destaca os 39 municípios com participação da administração pública em relação ao PIB superior a 70%, ou seja, que tinham grande dependência da máquina administrativa na sua economia.

O peso da administração pública foi inferior à média nacional em dez capitais: Vitória (5,6%), Manaus (5,9%), São Paulo (8,9%), Curitiba (9,3%), Florianópolis (11,3%), São Luís (12,1%), Belo Horizonte (12,3%), Cuiabá (12,4%), Maceió (13,1%) e Recife (13,9%). Em contrapartida, a atividade representou 57,2% da economia de Brasília.

Os estados em que os municípios tiveram dependência menor do governo foram São Paulo, Paraná e Santa Catarina, onde o peso da administração pública em 60% dos municípios foi inferior a 15%.

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1Capitais e suas regiões metropolitanas.

2O PIB per capita brasileiro foi, em 2004, de R$ 9.729.

3Medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade) a um (desigualdade máxima).