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Lavouras de inverno vão bem, e estimativa para o trigo em junho é 5,47% superior à de maio.

21/07/2005 06h31 | Atualizado em 21/07/2005 06h31

A estimativa para 2005 do volume de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas ficou na ordem de 113,744 milhões de toneladas de grãos, 0,24% superior à de maio, que havia sido de 113,468 milhões de toneladas. A diferença de mais de 277 mil toneladas provém, principalmente, da cultura do trigo, que, entre os dois meses, registrou um acréscimo de em torno de 5%. A safra nacional prevista para este ano ainda é 4,71% inferior à obtida em 2004 (119,369 milhões de toneladas).

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho, destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de maio, de três produtos: feijão em grão 3ª safra (10,34%), milho em grão 2ª safra (1,22%) e trigo em grão (5,47%).

O acréscimo observado no feijão em grão 3ª safra deve-se às informações de Goiás, que registrou incrementos de 9% na área plantada, 10% na produção e 0,3% na produtividade. A recuperação dos preços aliada às condições climáticas satisfatórias ao desenvolvimento da cultura são as causas principais para esses aumentos.

Com relação ao milho em grão 2ª safra, a expansão na estimativa de produção para junho é resultado de novas informações da Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás, que mostraram incrementos tanto na área plantada quanto no índice de produtividade. Nesses três estados, as condições do tempo estão normais para o desenvolvimento das lavouras.

No que concerne ao trigo, registra-se para junho, variação positiva na estimativa de produção do Paraná (9%); no Rio Grande do Sul, entretanto, ela permanece inalterada. Os dois estados do Sul detêm cerca de 91% da produção nacional desse cereal; em ambos, o comportamento do clima é considerado normal, sobretudo para os plantios já em desenvolvimento.

Estimativa de produção em relação à safra de 2004

Dentre os vinte produtos analisados, nove apresentaram variação positiva na estimativa de produção de junho em relação ao ano passado: batata-inglesa 3ª safra (2,78%), cacau em amêndoa (7,62%), cana-de-açúcar (0,86%), feijão em grão 1ª safra (0,97%), feijão em grão 2ª safra (1,56%), feijão em grão 3ª safra (9,05%), mamona (62,25%), mandioca (11,03%) e soja em grão (2,92%).

Tiveram variação negativa algodão herbáceo em caroço (-0,46%), arroz em casca (-0,58%), batata-inglesa 1ª safra (-1,49%), batata-inglesa 2ª safra (-14,56%), café em grão (-12,45%), cebola (-5,94%), laranja (-2,95%), milho em grão 1ª safra (-11,12%), milho em grão 2ª safra (-25,58%), sorgo em grão (-25,71%) e trigo em grão (-9,82%).

Na comparação com 2004, a região Nordeste, que responde nesta safra por 9,00% da produção total, apresentou um acréscimo de 9,53%. As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis, respectivamente, por 3,67%, 16,04% e 37,10%, tiveram, na mesma ordem, incrementos de 17,23%, 3,41% e 5,54%. Já a região Sul, que tem participação de 34,19% no total produzido, apresentou uma redução de 20,37% em relação ao ano anterior.

Com a colheita dos produtos da safra de verão praticamente encerrada nos grandes estados produtores de grãos do país, acham-se em processo de acompanhamento os produtos de inverno - entre os quais o trigo, no Paraná e Rio Grande do Sul - e também as culturas de segunda e terceira safras, com destaque para o milho e o feijão. Entre os produtos da primeira safra, as melhores performances foram observadas na mamona e soja; e as quedas mais fortes, na produção do milho 1ª e 2ª safras (de -11% e -26% respectivamente).

Safras de milho e trigo serão menores que em 2004

Na avaliação de junho, informa-se para o milho 2ª safra uma área plantada de 2,8 milhões de hectares, produção de 7,9 milhões de toneladas e produtividade de 2.870 kg/ha. Quando comparados à safra passada, os indicadores são menores, respectivamente, em 16%, 26% e 12%. A produção de milho em 2005 apresenta-se, assim, inferior em 2,8 milhões de toneladas.

As maiores diferenças são verificadas nas regiões Sul (-43%) e Centro-Oeste (-23%). No Paraná, maior produtor nacional, a produção aguardada é de cerca de 1,9 milhão de toneladas, 43% inferior à colhida em 2004 (3,3 milhões de toneladas). A colheita já se iniciou no estado. Ressalta-se que essa queda poderia ter sido menor caso não houvesse ocorrido a falta de chuvas no início do plantio nas principais regiões produtoras.

A safra de trigo estimada para 2005 acha-se no patamar de 5,2 milhões de toneladas, 10% inferior à obtida no ano passado, quando o país colheu um volume de 5,7 milhões de toneladas - ambas bem aquém do consumo nacional do cereal, que gira em torno de 10,5 milhões de toneladas.

No Paraná, onde o cultivo do trigo é mais significativo e representa 58% do volume produzido no Brasil, a produção para este ano é prevista em 3,0 milhões de toneladas, ligeiramente superior (0,58%) à safra colhida em 2004. Quanto ao comportamento dos plantios, observa-se que, nas duas principais regiões produtoras do estado (Norte/Oeste), as condições climáticas encontram-se normais, com volume de chuva e temperatura adequados para o desenvolvimento dos trigais.

A mesma situação climática é constatada no Rio Grande do Sul, que aguarda colher uma produção da ordem de 1,6 milhão de toneladas, 21% menor do que a obtida no ano passado, quando a safra foi de 2,0 milhões de toneladas. Essa diferença entre as safras de 2004 e 2005 tem como causas mais evidentes os preços de mercado, que ainda se encontram menores do que o preço mínimo para o trigo nesta safra de 2005, e a descapitalização dos triticultores, em conseqüência dos significativos prejuízos causados pelos problemas climáticos na safra de verão.

Excetuando-se alguns pontos do estado do Paraná, e da região Nordeste do país, de um modo geral, as condições climáticas no período foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras.