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Estimativa de outubro para a safra de 2004 é de 119,3 milhões de toneladas

A décima estimativa do IBGE para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale),com base nos dados de outubro ...

25/11/2004 07h31 | Atualizado em 25/11/2004 07h31

A décima estimativa do IBGE para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale),com base nos dados de outubro, indicou que a produção poderá alcançar, em 2004, um volume de 119,337 milhões de toneladas. Este montante é 3,47% inferior à produção obtida em 2003 (123,632 milhões de toneladas).

Em termos absolutos, a produção acha-se assim distribuída: região Sul, 48,924 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 39,829 milhões de toneladas; Sudeste, 17,625 milhões de toneladas; Nordeste, 9,506 milhões de toneladas e Norte, 3,452 milhões de toneladas

Em relação a setembro de 2004, caem feijão 2ª safra e trigo

Na comparação com a safra de setembro de 2004, as variações de dois produtos se destacaram em outubro: feijão 2ª safra (-2,96%) e trigo (-1,21%).

No caso do feijão de 2ª safra (-2,96%), as principais quedas foram nos estados de Alagoas e Bahia (o principal produtor), onde o clima apresentou alguma irregularidade durante o desenvolvimento das lavouras. Em relação à Bahia, a colheita já está encerrada.

Já a variação negativa do trigo, foi influenciada pelo Rio Grande do Sul, cuja diminuição de 2,16%, por causa de problemas de ordem fitossanitária (enfermidades), levou a uma redução na produtividade esperada, que é agora de 2.015 kg/ha, ante 2.092 kg/ha em setembro.

 

Na comparação com 2003, algodão herbáceo em caroço, arroz em casca e sorgo crescem

Dentre os produtos analisados, três apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (62,34%), arroz em casca (29,23%) e sorgo (21,72%). Com variação negativa ficaram: feijão em grão 1ª safra (-11,80%), feijão em grão 2ª safra (-5,98%), feijão em grão 3ª safra (-10,04%), milho em grão 1ª safra (-10,38%), milho em grão 2ª safra (-18,91%), soja em grão (-4,42%) e trigo (-1,11%).

A colheita dos principais produtos já está encerrada, restando apenas parte dos produtos de inverno, em especial, o trigo no Paraná e Rio Grande do Sul. Com cerca de 85% da área plantada de trigo já colhida, o Paraná finalizará suas operações até o princípio de dezembro. Estima-se que a produção nesse Estado seja da ordem de 3,016 milhões de toneladas, 2,43% inferior a de 2003. Quanto ao Rio Grande do Sul, a produção e a produtividade apresentam, respectivamente, reduções de 5,73% e 10,56%, ficando em 2,2 milhões de toneladas e 2.015 kg/ha.

Perspectivas para 2005 indicam crescimento de 2,27% na área plantada ou a plantar e produção de 134,0 milhões de toneladas

A primeira estimativa da área plantada ou a plantar para cereais, leguminosas e oleaginosas é de 48,436 milhões de hectares, 2,27% maior que a área referente a 2004. Quanto a produção esperada para esse mesmo grupo de produtos, aguarda-se, para 2005, um montante 134,042 milhões de toneladas, 12,32% superior que o obtido em 2004. Informa-se, no entanto, que, por causa do calendário agrícola, para as Unidades da Federação que ainda não dispõem das estimativas iniciais, as informações da safra de 2004 foram repetidas para 2005.

Dentre os produtos analisados, dois apresentam variação positiva em relação à área plantada em 2004: amendoim em casca (0,05%) e soja (5,44%). Com variação negativa ficaram: algodão herbáceo (-5,84%), arroz em casca (-1,56%), feijão em grão 1ª safra (-11,37%) e milho em grão 1ª safra (-4,66%).

Desta relação de produtos, três apresentam variação positiva nas quantidades esperadas: feijão em grão 1ª safra (4,18%), milho 1ª safra (4,94%) e soja (28,23%). Já algodão herbáceo (-5,48%), amendoim em casca (-6,05%) e arroz em casca (-4,73%) apresentam variação negativa.



Nesta primeira projeção para 2005, a cultura do algodão herbáceo apresenta redução de 5,48% em relação à produção obtida em 2004, ficando em 3,422 milhões de toneladas. Nessa análise inicial do cenário do algodão para o próximo ano, observa-se no Mato Grosso, principal estado produtor, uma tendência de diminuição tanto na área a ser plantada (-18% ou cerca de 387 mil hectares) como na produção (-16%). No entanto, caso ocorram mudanças nas cotações do mercado internacional do produto, essa situação pode ser revertida, pois o plantio nesse Estado inicia-se em dezembro e vai até a primeira semana de fevereiro.

Com exceção da Bahia, que ainda não fez seu primeiro levantamento, nos demais Estados produtores, a expectativa quanto a área plantada ou a plantar é a seguinte: 57 mil hectares para Minas Gerais; 86 mil hectares para São Paulo; 50 mil hectares para o Paraná; 60 mil hectares para o Mato Grosso do Sul e 152 mil hectares para Goiás.

Quanto à cultura do arroz, este primeiro prognóstico para a safra de 2005 mostra uma área plantada ou a plantar de 3,713 milhões de hectares, 1,56% menor do que a de 2004. Nessa área, espera-se colher um volume de 12,706 milhões de toneladas (-4,73%). Essa queda é explicada pelas cotações mais baixas do produto, pelos aspectos de ordem climática (carência de chuvas) e pelo nível baixo dos reservatórios de água que abastecem as lavouras de arroz. Esses três aspectos influenciaram na decisão dos produtores no momento do plantio. O Rio Grande do Sul, por exemplo, produz cerca de 50% do arroz plantado no País, no sistema irrigado. Ao contrário do ano anterior, quando houve um relevante aumento da fronteira agrícola e renovação de pastagens, o estado do Mato Grosso, segundo produtor nacional de arroz (sequeiro), também apresenta diminuição em sua estimativa inicial para 2005: -2,68% na área e -4,20% na produção esperada.

No caso do feijão 1ª safra, as informações iniciais sobre a safra de 2005, indicam queda de 11,37% na área plantada e crescimento de 4,18% na produção e 6,43% na produtividade. A razão dessa diminuição da área plantada são os baixos preços praticados na comercialização do produto em 2004.

Sobre o milho 1ª safra, observa-se nesta expectativa para a safra de 2005, um aumento de 4,94% na produção, totalizando 32,626 milhões de toneladas. A área plantada é de 9,052 milhões de hectares e a produtividade esperada (3.604 kg/ha) é 5,29% superior a produtividade do ano anterior. Os preços baixos ora praticados, além do elevado custo de produção, são as justificativas mais evidentes para a diminuição da área plantada em 2005.

Mesmo com a queda dos preços nos mercados interno e externo e o custo alto dos insumos, estima-se que a cultura de soja tenha uma expansão de 28,23% na produção esperada nos principais estados produtores: Minas Gerais (10%), São Paulo (6%), Paraná (24%), Santa Catarina (43%), Rio Grande do Sul (68%), Mato Grosso do Sul (62%), Mato Grosso (21%) e Goiás (29%). O que se verifica nesse cenário inicial da soja, para 2005, é que o produtor acha-se sem alternativas de plantio, uma vez que os preços do milho, seu principal oponente, não se mostram atrativos. Como a soja apresenta características diferentes de comercialização (tanto no âmbito internacional como nos contratos antecipados) e maior liquidez, manteve-se em ascensão. Assim, aguarda-se para a temporada de 2005, uma produção da ordem de 63,085 milhões de toneladas, 28% maior do que a produção obtida na safra 2004. A área estimada é de 22,703 milhões de hectares e a produtividade, em condições normais, deverá alcançar 2.779 kg/ha.

Quanto às condições climáticas, em outubro, observou-se que na primeira quinzena houve atraso das chuvas, o que levou a um atraso também no início do plantio de algumas culturas. Entretanto, após esse período, as precipitações se normalizaram e o plantio prossegue normalmente.