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Em setembro, produção industrial fica estável, após seis meses de crescimento consecutivo

A produção industrial manteve-se estável (0,0%) na passagem de agosto para setembro na série livre de influências sazonais, interrompendo assim uma seqüência de seis meses consecutivos de resultados positivos.

10/11/2004 07h31 | Atualizado em 10/11/2004 07h31

A produção industrial manteve-se estável (0,0%) na passagem de agosto para setembro na série livre de influências sazonais, interrompendo assim uma seqüência de seis meses consecutivos de resultados positivos. Na comparação com setembro de 2003, o total da indústria assinala aumento de 7,6% e o índice acumulado de janeiro-setembro chega aos 9,0%.. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, prossegue em crescimento, passando de 6,9% em agosto para 7,2% em setembro último.

Os índices de setembro revelam uma certa acomodação no ritmo industrial, após seis meses de crescimento consecutivo. Ainda assim, a comparação acumulada mostra, para janeiro-setembro, um perfil de crescimento generalizado (9,0%) onde, dos 76 subsetores industriais acompanhados na pesquisa, 65 assinalam aumento de produção.

A estabilidade na produção entre agosto e setembro de 2004 reflete o equilíbrio entre as atividades que expandem a produção (12) e aquelas que apresentam decréscimo (11) entre os vinte e três ramos que têm séries ajustadas sazonalmente. Entre as indústrias que cresceram, os movimentos de maior importância para o resultado global da indústria vieram de alimentos (3,1%), bebidas (5,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (1,8%). Por outro lado, as principais pressões negativas vêm de fumo (-28,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%) e outros produtos químicos (-1,2%).

No corte por categorias de uso, há índices negativos em bens de capital (-2,5%), bens de consumo duráveis (-1,9%) e bens intermediários (-0,2%), enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,5%) assinala a única taxa positiva. O setor de bens de capital recua após crescer nos dois meses anteriores, julho e agosto, período em que acumulou aumento de 3,3%. A redução de 1,9% observada no setor de bens de consumo duráveis ocorre após seis resultados positivos consecutivos, que significaram um crescimento de 17,2% na comparação agosto 04/fevereiro 04. No caso de bens intermediários, a ligeira queda verificada em setembro (-0,2%) é a primeira taxa negativa no ano neste tipo de comparação. O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, ao crescer 1,5%, se recupera de dois resultados negativos consecutivos, em julho e agosto, e obtém sua mais elevada taxa de crescimento do ano neste indicador.

Nas comparações trimestrais, os indicadores são positivos no terceiro trimestre

Apesar da redução no ritmo industrial, de agosto para setembro, os índices de média móvel trimestral mantiveram, mesmo que de forma moderada, uma trajetória ascendente em todas as categorias. Vale ressaltar que bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresentou nesse índice uma interrupção na trajetória de queda.

Nas comparações trimestrais, os índices para esse terceiro trimestre são positivos, tanto frente a igual período de 2003 (10,5%), quanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (2,6%). Nesta última comparação, que leva em conta a série de índices com ajuste sazonal, bens de consumo duráveis apresenta a taxa mais elevada (5,8%), vindo a seguir bens intermediários (3,0%) e bens de capital (2,8%). Único segmento com ritmo abaixo da média industrial, bens de consumo semi e não duráveis avança apenas 0,3% entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano.

Merece destaque o fato de que a indústria geral chega ao segundo trimestre consecutivo com desempenho positivo, o que resultou num acréscimo de 6,1% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Neste período, a produção global da indústria cresceu apoiada principalmente no desempenho de bens de consumo duráveis (13,7%) e bens capital (9,5%), cujos ritmos ficaram bem acima da média.

O resultado do indicador mensal em setembro, taxa de 7,6% de expansão, fica bem abaixo do assinalado em agosto (13,4%). Além da influência de um menor número de dias trabalhados em setembro de 2004, essa desaceleração resulta da comparação com os meses finais de 2003, momento em que a produção acentuava a sua trajetória ascendente. Os índices por categorias de uso mostram que a redução no ritmo de crescimento é particularmente relevante na área de bens de consumo duráveis, onde a taxa de crescimento passa de 37,0% em agosto para 18,3% em setembro. Esse movimento é observado tanto na produção de eletrodomésticos (de 33,4% para 18,7%), como na de automóveis (de 48,1% para 27,8%). Também na área de bens de capital há redução no ritmo, com o índice mensal passando de 32,8% em agosto para 19,8% em setembro.

Ainda na comparação setembro 04/setembro 03, o desempenho de bens intermediários (6,4%) foi influenciado pelo comportamento favorável de vários dos seus subsetores, com destaque para insumos industriais elaborados (4,9%), insumos industriais básicos (13,6%) e peças e acessórios para transporte industrial (23,1%). Negativamente, os principais impactos vieram de combustíveis e lubrificantes elaborados (-1,6%) e combustíveis e lubrificantes básicos (-1,9%). O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresenta comportamento positivo em todos os seus subsetores, com o principal impacto vindo de alimentos e bebidas elaborados (4,9%), seguido por semiduráveis (6,0%).

No indicador acumulado para o período janeiro-setembro, a taxa global de 9,0% resulta de desempenhos positivos em todas as 27 atividades, com exceção da farmacêutica que registrou crescimento zero. A principal contribuição positiva no resultado global veio de veículos automotores (30,2%), seguido por máquinas e equipamentos (19,0%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (28,3%). Em termos de produtos, os destaques nessas indústrias são os itens, automóveis e caminhões; refrigeradores domésticos e motoniveladoras; e televisores e telefones celulares; respectivamente.

Ainda no indicador acumulado no ano, a produção de bens intermediários registrou taxa de 7,4%, ritmo próximo ao do total da indústria. Com acréscimo de 5,9%, o subsetor de insumos industriais elaborados foi o de maior impacto na categoria, com destaque para a produção de herbicidas e celulose. Vale mencionar os 21,9% de expansão na fabricação de peças e acessórios para equipamentos de transporte, refletindo o aumento na produção da indústria automobilística. A indústria de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (3,9%) teve seu resultado influenciado, sobretudo, por alimentos e bebidas elaborados (5,7%), onde destacam-se os itens cerveja e refrigerante.