Safra de 2004 será de 118,803 milhões de toneladas, segundo dados de junho
Nova estimativa do IBGE, com base nos dados de junho, indica que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas poderá alcançar 118,803 milhões de toneladas, em 2004.
29/07/2004 06h31 | Atualizado em 29/07/2004 06h31
1 caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale
Nova estimativa do IBGE, com base nos dados de junho, indica que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas1 poderá alcançar 118,803 milhões de toneladas, em 2004. Este montante é 3,91% inferior à safra obtida em 2003 (123,632 milhões de toneladas). Na comparação com a estimativa de maio, que era de 119,6 milhões de toneladas, os números de junho apontam queda de 0,64%.
Entre as Grandes Regiões, a produção está assim distribuída: 48,971 milhões de toneladas no Sul; 39,355 milhões de toneladas no Centro-Oeste; 17,266 milhões de toneladas no Sudeste; 9,880 milhões de toneladas no Nordeste e 3,331 milhões de toneladas no Norte.
Em relação ao mês anterior, algodão herbáceo e trigo crescem e
milho em grão 2ª safra e soja caem
Na comparação com a safra de maio de 2004, quatro produtos destacaram-se: algodão herbáceo (3,31%); milho em grão 2ª safra (-1,64%); soja (-0,93%) e trigo (1,14%).
Em junho, a variação observada de 3,31% na produção prevista de algodão herbáceo é oriunda, principalmente, dos estados de Goiás e Mato Grosso, onde as condições climáticas se apresentam favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Nos dois estados, a colheita se encontra em andamento, já se aproximando do final. E os mesmos apresentam, respectivamente, produtividade de 3.382 kg/ha e 3.704 kg/ha.
A diminuição de 1,64% verificada na estimativa de produção do milho 2ª safra, deve-se às novas informações do Paraná, que passaram de 4 milhões de toneladas para 3,7 milhões de toneladas. As fortes geadas verificadas em meados de junho, provocaram quedas de 5,56% na produtividade e de 9,30% na produção do milho safrinha no Estado. A Região Oeste foi a mais atingida por esse fenômeno climático.
Em relação à soja, os dados de produção para junho apresentam variação negativa de 0,93% na comparação com o mês anterior. Esta redução foi influenciada por alguns municípios de Mato Grosso, cujo excesso de chuvas provocou uma perda de quase 400 mil toneladas na produção estadual dessa leguminosa. Por conta disso, a produtividade esperada para o Estado passou a ser de 2.772 kg/ha, ante os 2.899 kg/ha previstos para maio.
Quanto à cultura do trigo, o crescimento observado na estimativa para este mês decorre do Estado do Paraná, maior produtor nacional desse cereal, e que apresenta uma expansão 1,16% na produção (3,155 milhões de toneladas), quando comparada as informações de maio. As condições do tempo estão normais para o período, com chuvas e temperaturas benéficas ao desenvolvimento vegetativo das plantas.
Em relação a junho de 2003, algodão herbáceo em caroço cresce quase 55%
Dentre os produtos analisados, os que apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior são: algodão herbáceo em caroço (54,95%); arroz em casca (25,51%); feijão em grão 2ª safra (7,16%); sorgo (9,93%) e trigo (2,00%). Já os produtos que apresentaram variação negativa foram: feijão em grão 1ª safra (-9,00%); feijão em grão 3ª safra (-26,28%); milho em grão 1ª safra (-9,10%); milho em grão 2ª safra (-19,28%) e soja (-3,91%).
Observa-se que os produtos cultivados na primeira safra (safra de verão) foram praticamente colhidos, restando poucas áreas para colher, como é o caso de algumas lavouras de milho e arroz, nos municípios onde o plantio é efetuado mais tarde. As demais safras ainda serão colhidas, sendo o milho safrinha e o trigo, as culturas mais relevantes da segunda safra e da safra de inverno, respectivamente.
Maior produtor do País, Paraná apresenta queda de 39% na produção do milho 2ª safra
Quanto ao milho da 2ª safra (safrinha), a expectativa é que seja colhida uma produção da ordem de 10,558 milhões de toneladas, 20,60% menor do que a colhida em 2003 (13,298 milhões de toneladas). A área plantada nessa safra é de 3,3 milhões de hectares (-7,80%) e aguarda-se um índice de produtividade em torno de 3.187 kg/ha (-13,86%). Entre os principais Estados produtores, somente Mato Grosso apresenta crescimento em 2004: 10,68% na área (775 mil hectares), 14,62% na produção (2,545 milhões de toneladas) e 3,53% na produtividade (3.284 kg/ha). Os demais Estados apresentaram variações negativas, sendo que no Paraná, maior produtor do País, a queda na produção é de 39%, situando-se em 3,679 milhões de toneladas, contra 6,031 milhões de toneladas em 2003. Observa-se que o clima no Paraná vem apresentando algumas irregularidades, como falta de chuvas no início do plantio e ocorrência de geadas em meados de junho. Além disso, o excesso de precipitação está provocando danos na qualidade do produto colhido, principalmente na região Oeste, onde localiza-se o município de Cascavel, entre outros circunvizinhos. Excetuando-se esses incidentes provocados pelo clima, as demais lavouras atravessam vários estágios vegetativos diferentes, apresentando um bom desenvolvimento. No entanto, face a possibilidade de geadas tardias (que tradicionalmente ocorrem no mês de julho), há preocupação entre os produtores.
No caso do trigo, a estimativa nacional para esta safra é de 6,220 milhões de toneladas, contra 6,029 milhões de toneladas obtidas no ano passado, um aumento de 3,17%. Os maiores produtores, Paraná e Rio Grande do Sul, registram, respectivamente, produções de 3,192 milhões de toneladas (3,25%) e 2,362 milhões de toneladas (-1,41%). As condições climáticas nesses Estados estão normais, proporcionando às lavouras um bom desenvolvimento vegetativo. No Paraná, em especial nas regiões Oeste e Norte, onde o plantio dessa gramínea é mais expressivo, ocorreram geadas. No entanto, devido ao estágio em que se encontrava (perfilhamento), não houve prejuízos à cultura,. Nos outros estados produtores, a estimativa de trigo para 2004, é a seguinte: 56 mil toneladas (70%) em Minas Gerais; 121 mil toneladas (15%) em São Paulo; 162 mil toneladas (-6,0%) em Santa Catarina; 246 mil toneladas (47%) no Mato Grosso do Sul e 83 mil toneladas (27%) em Goiás.
