IPCA fica em 0,31% em maio
09/06/2017 09h00 | Atualizado em 09/06/2017 15h08
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de maio subiu 0,31% e mais do que dobrou quando comparado ao índice de 0,14% de abril, distanciando-se em 0,17 ponto percentual (p.p.). Apesar da alta de um mês para o outro, esta é a taxa mais baixa para o mês de maio desde 2007 (0,28%). Com isso, o resultado do ano foi para 1,42%, percentual bem inferior aos 4,05% registrados em igual período de 2016 e o menor acumulado até maio desde o ano 2000 (1,41%). Considerando os últimos 12 meses, o índice desceu para 3,60%, enquanto havia registrado 4,08% no mês anterior, constituindo-se na menor taxa em 12 meses desde maio de 2007 (3,18%). Em maio de 2016, o IPCA situou-se em 0,78. Os dados completos do IPCA podem ser acessados aqui.
Sem o desconto que incidiu em abril, as contas de energia elétrica aumentaram 8,98%, liderando, com 0,29 p.p., o ranking das principais contribuições do mês. Responsável pela significativa parcela de 3,3% da despesa das famílias, a energia elétrica foi responsável pela alta do IPCA de 0,14% para 0,31%. Em abril, ocorreu queda de 6,39%, com os descontos aplicados por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de modo a compensar os consumidores pela cobrança indevida, em 2016, do chamado Encargo de Energia de Reserva (EER) voltado a remunerar a usina de Angra III.
Os resultados, por região, se situaram entre 3,80% e 24,05%. De abril para maio, Goiânia registrou o menor aumento (3,80%), tendo em vista a redução de 19,93% na parcela referente à Contribuição de Iluminação Pública – CIP. Já na região metropolitana de Recife, com as tarifas reajustadas em 8,87% a partir de 29 de abril, a alta chegou a 24,05%.
Região
|
Variação (%)
|
---|---|
Recife |
24,05
|
Salvador |
19,27
|
Campo Grande |
16,41
|
Fortaleza |
10,44
|
São Paulo |
9,87
|
Curitiba |
9,56
|
Porto Alegre |
8,64
|
Vitória |
7,13
|
Rio de Janeiro |
5,56
|
Belo Horizonte |
5,52
|
Belém |
4,48
|
Brasília |
3,83
|
Goiânia |
3,80
|
Brasil |
8,98
|
Por conta da energia, Habitação ficou com o mais elevado resultado de grupo (2,14%), além da maior contribuição (0,32 p.p.), dominando o índice do mês e praticamente anulando os sobes e desces dos demais grupos de produtos e serviços.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Abril | Maio | |
Índice Geral |
0,14
|
0,31
|
0,14
|
0,31
|
Alimentação e Bebidas |
0,58
|
-0,35
|
0,15
|
-0,09
|
Habitação |
-1,09
|
2,14
|
-0,17
|
0,32
|
Artigos de Residência |
-0,28
|
-0,23
|
-0,01
|
-0,01
|
Vestuário |
0,48
|
0,98
|
0,03
|
0,06
|
Transportes |
-0,06
|
-0,42
|
-0,01
|
-0,07
|
Saúde e Cuidados Pessoais |
1,00
|
0,62
|
0,12
|
0,07
|
Despesas Pessoais |
0,09
|
0,23
|
0,01
|
0,03
|
Educação |
0,03
|
0,08
|
0,00
|
0,00
|
Comunicação |
0,55
|
0,09
|
0,02
|
0,00
|
Ainda nas despesas com Habitação (2,14%), destaca-se, também, os itens condomínio (0,75%) e taxa de água e esgoto (0,50%). Neste último, a influência veio da região metropolitana de Curitiba, onde as contas aumentaram 5,29% no mês, refletindo parte do reajuste de 8,53% em vigor a partir do dia 18 de maio, aliado à revisão na metodologia de cobrança por faixa de consumo.
Além de Habitação, os grupos com variações positivas situaram-se entre 0,08%, de Educação, e 0,98%, de Vestuário. Os remédios (0,82%), do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,62%), também merecem destaque. Refletiram parte do reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo. Considerando o acumulado no ano, os remédios, que dominam 3,48% das despesas das famílias, estão 3,92% mais caros.
Entre os três grupos de produtos e serviços que apresentaram queda, Transportes (-0,42%) foi o que mais caiu. Isto por influência das passagens aéreas, 11,81% mais baratas do que em abril, configurando intensa contribuição negativa no índice do mês (-0,05 p.p). Além disso, o preço do automóvel novo teve queda de 0,85% e o litro do etanol passou a custar 2,17% menos. Por outro lado, o preço do litro da gasolina subiu 0,33%, por influência, especialmente, das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Fortaleza, onde ocorreram fortes aumentos, 4,97% e 4,62%, respectivamente.
No grupo Alimentação e Bebidas, que responde por ¼ das despesas das famílias, a queda de 0,35% foi puxada pelos alimentos para consumo em casa (-0,56%), enquanto a alimentação fora ficou em 0,06%. Das 13 regiões pesquisadas, à exceção do Rio de Janeiro, onde os alimentos para consumo em casa tiveram variação de 0,19%, nas demais áreas houve queda, entre -0,21% (Recife) e -1,72% (Fortaleza).
Região
|
Variação acumulada no ano (%)
|
|
---|---|---|
Alimentação em casa
|
Alimentação fora | |
Rio de Janeiro |
0,19
|
-0,46
|
Recife |
-0,21
|
0,12
|
Belo Horizonte |
-0,30
|
0,50
|
São Paulo |
-0,30
|
0,21
|
Goiânia |
-0,49
|
-0,84
|
Salvador |
-0,59
|
-0,95
|
Curitiba |
-0,61
|
0,40
|
Brasília |
-0,63
|
0,95
|
Campo Grande |
-0,74
|
0,57
|
Vitória |
-0,96
|
0,25
|
Belém |
-1,19
|
-0,39
|
Porto Alegre |
-1,30
|
0,74
|
Fortaleza |
-1,72
|
-0,48
|
Brasil |
-0,56
|
0,06
|
Vários produtos importantes na mesa do brasileiro, a exemplo do arroz (-1,98%) e do frango inteiro (-1,32%), ficaram mais baratos de um mês para o outro. As frutas, com -6,55%, ficaram com a maior contribuição negativa no índice do mês (-0,07p.p.).
Item |
Variação (%)
|
Variação Acumulada
(%) |
||
---|---|---|---|---|
Abril
|
Maio
|
Ano
|
12 meses
|
|
Frutas |
-0,79
|
-6,55
|
-7,94
|
-7,61
|
Óleo de soja |
-4,17
|
-6,30
|
-3,54
|
-2,51
|
Cenoura |
-0,71
|
-5,86
|
20,53
|
-33,04
|
Feijão-fradinho |
-0,82
|
-4,45
|
-7,44
|
29,55
|
Feijão-preto |
-8,29
|
-3,66
|
-29,84
|
5,16
|
Tomate |
29,02
|
-3,14
|
30,23
|
6,67
|
Açaí |
2,45
|
-3,04
|
22,85
|
-11,99
|
Hortaliças |
0,79
|
-2,51
|
8,92
|
-11,44
|
Pescado |
1,10
|
-2,31
|
5,01
|
10,15
|
Açúcar refinado |
0,00
|
-2,18
|
-4,17
|
1,08
|
Arroz |
-1,69
|
-1,98
|
-5,41
|
5,59
|
Açúcar cristal |
-2,73
|
-1,79
|
-7,17
|
3,20
|
Frango inteiro |
-0,64
|
-1,32
|
-6,49
|
-0,71
|
Farinha de mandioca |
0,37
|
-1,31
|
7,68
|
18,25
|
Leite em pó |
-0,84
|
-0,78
|
-2,57
|
18,15
|
Iogurte |
-0,22
|
-0,73
|
0,94
|
7,32
|
Chocolate e achocolatado em pó |
0,88
|
-0,68
|
2,50
|
8,11
|
Pão francês |
0,36
|
-0,67
|
0,69
|
2,09
|
Margarina |
-0,32
|
-0,63
|
3,54
|
4,39
|
Quanto aos alimentos cujos preços aumentaram de abril para maio, a cebola (7,67%), a batata-inglesa (4,28%) e o feijão-carioca (3,29%) figuram como destaques.
Item |
Variação (%)
|
Variação Acumulada
(%) |
||
---|---|---|---|---|
Abril
|
Maio
|
Ano
|
12 meses
|
|
Cebola |
6,03
|
7,67
|
7,27
|
-48,12
|
Batata-inglesa |
20,81
|
4,28
|
15,03
|
-45,91
|
Alho |
4,83
|
3,44
|
4,34
|
-5,31
|
Feijão-carioca |
-1,64
|
3,29
|
-28,90
|
-22,03
|
Chocolate em barra e bombom |
-2,92
|
2,75
|
-2,24
|
6,57
|
Leite longa vida |
1,25
|
1,87
|
6,87
|
4,24
|
Pão de forma |
1,26
|
1,44
|
6,04
|
6,82
|
Café moído |
2,65
|
1,00
|
9,06
|
22,34
|
Pão doce |
0,15
|
0,90
|
1,69
|
4,37
|
Queijo |
0,97
|
0,83
|
1,88
|
10,25
|
Ovos |
4,03
|
0,73
|
11,67
|
13,09
|
Frango em pedaços |
1,30
|
0,57
|
-0,51
|
0,86
|
Refrigerante fora |
0,33
|
0,52
|
0,83
|
5,97
|
Na ótica dos índices regionais, os resultados ficaram entre os -0,13% registrados na região metropolitana de Belém e os 0,72% da região metropolitana de Recife. Em Belém, a queda foi impulsionada pelas carnes, mais baratas em 2,16%. Já em Recife, o aumento de 24,05% na energia elétrica se deu, além do retorno das contas aos valores sem desconto, devido à pressão do reajuste de 8,87% em vigor desde 29 de abril.
Região
|
Peso
Regional (%) |
Variação mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
|
||
---|---|---|---|---|---|
Abril
|
Maio
|
Ano
|
12 meses
|
||
Recife |
5,05
|
0,49
|
0,72
|
2,35
|
5,18
|
Porto Alegre |
8,40
|
0,22
|
0,48
|
1,36
|
3,09
|
Curitiba |
7,79
|
-0,05
|
0,43
|
1,40
|
2,27
|
Campo Grande |
1,51
|
-0,13
|
0,42
|
1,23
|
4,83
|
São Paulo |
30,67
|
0,16
|
0,36
|
1,33
|
3,56
|
Salvador |
7,35
|
-0,22
|
0,32
|
1,38
|
3,56
|
Vitória |
1,78
|
0,20
|
0,31
|
1,53
|
3,75
|
Brasília |
2,80
|
0,54
|
0,24
|
1,45
|
4,40
|
Rio de Janeiro |
12,06
|
0,38
|
0,22
|
2,07
|
4,29
|
Belo Horizonte |
10,86
|
-0,08
|
0,21
|
1,07
|
3,38
|
Goiânia |
3,59
|
0,15
|
0,16
|
0,39
|
2,18
|
Fortaleza |
3,49
|
0,08
|
0,10
|
1,76
|
4,92
|
Belém |
4,65
|
0,09
|
-0,13
|
0,81
|
3,22
|
Brasil |
100,00
|
0,14
|
0,31
|
1,42
|
3,60
|
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de abril a 31 de maio de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de março a 28 de abril de 2017 (base).
INPC varia 0,36% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC apresentou variação de 0,36% em maio e ficou acima da taxa de 0,08% de abril em 0,28 p.p. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desceu para 3,35%, ficando abaixo dos 3,99% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2016, o INPC registrou 0,98%.
Os produtos alimentícios tiveram queda de 0,44% em maio, enquanto no mês anterior registraram alta de 0,54%. O agrupamento dos não alimentícios ficou com variação de 0,73%, acima da taxa de -0,13% de abril.
Quanto aos índices regionais, os mais elevados ficaram com Campo Grande e com a região metropolitana de Recife, ambos com 0,61%, sob influência da energia elétrica. Além do retorno das contas aos valores sem desconto, em Campo Grande, o item variou 16,40%, com pressão adicional do aumento de 30,26% na parcela do PIS/COFINS. Já em Recife, o adicional se deu com o reajuste de 8,87% em vigor desde 29 de abril, resultando no aumento de 24,64%. O menor índice foi registrado na região metropolitana de Belém (-0,09%), onde as carnes se apresentaram em queda (-1,64%).
Região
|
Peso
Regional (%) |
Variação mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
|
||
---|---|---|---|---|---|
Abril
|
Maio
|
Ano
|
12 meses
|
||
Recife | 7,17 | 0,60 | 0,61 | 2,42 | 5,48 |
Campo Grande | 1,64 | -0,38 | 0,61 | 0,88 | 4,39 |
Curitiba | 7,29 | -0,17 | 0,59 | 1,69 | 2,05 |
Porto Alegre | 7,38 | 0,26 | 0,52 | 1,32 | 2,73 |
São Paulo | 24,24 | 0,17 | 0,51 | 1,27 | 3,07 |
Vitória | 1,83 | -0,03 | 0,44 | 1,68 | 3,56 |
Rio de Janeiro | 9,51 | 0,22 | 0,36 | 2,03 | 3,37 |
Salvador | 10,67 | -0,20 | 0,29 | 1,40 | 3,63 |
Belo Horizonte | 10,60 | -0,15 | 0,24 | 1,01 | 2,92 |
Brasília | 1,88 | 0,28 | 0,21 | 2,08 | 4,51 |
Goiânia | 4,15 | 0,03 | 0,18 | 0,26 | 2,11 |
Fortaleza | 6,61 | 0,12 | -0,04 | 1,82 | 4,98 |
Belém | 7,03 | 0,01 | -0,09 | 0,95 | 3,19 |
Brasil | 100,00 | 0,08 | 0,36 | 1,43 | 3,35 |
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de abril a 31 de maio de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de março a 28 de abril de 2017 (base).