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Tábuas Completas de Mortalidade

Expectativa de vida chega a 76,6 anos em 2024

Editoria: Estatísticas Sociais | Luiz Bello

28/11/2025 10h00 | Atualizado em 28/11/2025 10h00

De 1940 a 2024, a expectativa de vida dos idosos do país ganhou mais 9 anos - Foto: Agência Brasília

Em 2024, a expectativa de vida da população brasileira chegou aos 76,6 anos, crescendo 2,5 meses em relação a 2023. Para a população masculina, o aumento foi de 2,5 meses passando de 73,1 anos para 73,3 anos, no período. Já para as mulheres o ganho foi um pouco menor: de 79,7 para 79,9 anos, ou mais 2,0 meses. São informações das Tábuas de Mortalidade 2024, do IBGE.

Ano Expectativa de vida ao nascer (anos) Diferencial entre os sexos (anos)
Total Homem Mulher
1940  45,5 42,9 48,3 5,4
1950 48,0 45,3 50,8 5,5
1960 52,5 49,7 55,5 5,8
1970 57,6 54,6 60,8 6,2
1980 62,5 59,6 65,7 6,1
1991 66,9 63,2 70,9 7,7
2000 71,1 67,3 75,1 7,8
2010 74,4 70,7 78,1 7,4
2019 76,2 72,8 79,6 6,8
2020 74,8 71,2 78,5 7,3
2021 72,8 69,3 76,4 7,1
2022 75,4 72,1 78,8 6,7
2023 76,4 73,1 79,7 6,6
2024 76,6 73,3 79,9 6,6
Variação (1940/2024) 31,1 30,4 31,6  

A pandemia de Coronavírus provocou a elevação do número de mortes no Brasil e no mundo, com a consequente redução da expectativa de vida ao nascer no país, que recuou para 72,8 anos em 2021 (sendo 69,3 anos para homens e 76,4 anos para as mulheres). A partir de 2022, com o arrefecimento da pandemia, esse indicador voltou a crescer.

A longevidade da população brasileira aumentou bastante nas últimas nove décadas. Quem nasceu em 1940 viveria, em média, 45,5 anos. Já em 2024, a expectativa de vida ao nascer chegou a 76,6 anos, representando um aumento de 31,1 anos, neste período.

No mundo, a maior expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos pertence a Mônaco (86,5 anos), com San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4) a seguir.

Mortalidade infantil recua para 12,3 a cada mil

Em 2024, a taxa de mortalidade infantil (crianças com menos de um ano de idade) para ambos os sexos, no país, era de 12,3 para cada mil crianças nascidas vivas. Esse indicador se reduziu significativamente, desde 1940, quando, para cada mil nascidos vivos, aproximadamente 146,6 crianças não completariam o primeiro ano de vida.

Ano Taxa de mortalidade infantil (por mil) Taxa de mortalidade no grupo de 1 a 4 anos de idade (por mil) Taxa de mortalidade na infância (por mil) Chance de morrer das crianças que vieram a falecer antes dos 5 anos de idade (%)
Antes de 1 ano Entre 1 a 4 anos
1940  146,6 76,7 212,1 69,1 30,9
1950 136,2 65,4 192,7 70,7 29,3
1960 117,7 47,6 159,6 73,7 26,3
1970 97,6 31,7 126,2 77,3 22,7
1980 69,1 16,0 84,0 82,3 17,7
1991 45,1 13,1 57,6 78,3 21,7
2000 28,1 4,6 32,6 86,3 13,7
2010 15,0 2,5 17,5 85,8 14,2
2019 12,1 2,0 14,1 85,7 14,3
2020 11,4 1,6 13,0 87,8 12,3
2021 12,2 1,8 13,9 87,4 12,6
2022 12,4 2,3 14,7 84,7 15,3
2023 12,5 2,2 14,7 85,0 15,0
2024 12,3 2,2 14,4 84,8 15,2
Variação % (1940/2024) -91,6 -97,1 -93,2    
Variação (1940/2024) -134,3 -74,5 -197,7    

A queda da mortalidade das crianças do Brasil, ao longo das últimas nove décadas, está associada às campanhas de vacinação em massa, à atenção ao pré-natal, ao aleitamento materno, à ação dos agentes comunitários de saúde e aos programas de nutrição infantil, entre outros fatores. Também contribuíram para a diminuição desse fatídico indicador os aumentos da renda, da escolaridade e do número de domicílios do país com acesso a serviços de saneamento adequado. A diminuição dos níveis de mortalidade, por sua vez, vem contribuindo para elevar a expectativa de vida dos brasileiros ao longo dos anos.

Dos 20 aos 24 anos, sobremortalidade masculina é 4,1 vezes a das mulheres

Em 2024, a sobremortalidade masculina concentrava-se entre os chamados de adultos jovens, nos grupos de idade de 15 a 19, 20 a 24 e 25 a 29 anos, com valores de 3,4, 4,1 e 3,5 respectivamente. Isso significa que, no grupo de 20 a 24 anos, por exemplo, um homem de 20 anos tinha 4,1 vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher do mesmo grupo etário. Isto se deve à maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais na população masculina.

A série histórica desses indicadores constata a inexistência de sobremortalidade masculina em níveis tão elevados, entre os adultos jovens do país, em 1940. Isso comprova que este fenômeno está associado ao rápido processo de urbanização e metropolização do Brasil, no período.

A partir dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito etc.) passaram a elevar as taxas de mortalidade da população, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino. A expectativa de vida masculina no Brasil continuou crescendo, mas poderia ser superior à estimada atualmente, não fosse o efeito das mortes violentas dos jovens sobre a estrutura demográfica do país.

Esperança de vida dos idosos do país cresce mais de 9 anos, desde 1940

Em 1940, um indivíduo que chegasse aos 60 anos de idade viveria, em média, mais 13,2 anos, sendo mais 11,6 anos para os homens e mais 14,5 anos para as mulheres. Já em 2024, a população do país que chega aos 60 anos de idade vive, em média mais 22,6 anos, sendo mais 20,8 anos para homens e mais 24,2 anos para as mulheres. Historicamente, a expectativa de vida desse grupo etário cresceu 9,3 anos, (mais 9,2 anos para os homens e mais 9,7 anos para as mulheres). Estes indicadores também foram afetados pela pandemia de COVID-19, especialmente em 2020 e 2021, mas vêm se recuperando desde 2022.

Ano Expectativa de vida aos 60 anos (anos) Diferencial entre os sexos (anos)
  Total  Homem  Mulher
1940  13,2 11,6 14,5 2,9
1950 13,6 11,9 14,9 2,9
1960 14,3 12,6 15,7 3,0
1970 15,3 13,5 16,7 3,2
1980 16,3 15,2 17,6 2,4
1991 18,7 17,4 20,0 2,6
2000 20,1 18,4 21,7 3,4
2010 21,4 19,6 23,1 3,5
2019 22,3 20,4 23,9 3,4
2020 21,2 19,2 23,0 3,9
2021 20,1 18,2 21,9 3,7
2022 21,6 19,8 23,2 3,4
2023 22,5 20,7 24,0 3,4
2024 22,6 20,8 24,2 3,4
Variação (1940/2024) 9,3 9,2 9,7  

Em 2024, as expectativas de vida para quem chega aos 80 anos foram de mais 9,5 anos para as mulheres e mais 8,3 anos para os homens. Em 1940, estes valores eram de 4,5 anos para as mulheres e 4,0 anos para os homens, indicando um maior aumento da longevidade feminina em relação à masculina.

Mais sobre a pesquisa

As Tábuas de Mortalidade 2024 são provenientes da projeção da população do Brasil para o período 2000-2070. As Tábuas revelam os padrões de mortalidade da população brasileira e têm sido utilizadas pelo Governo Federal como um dos parâmetros para se determinar o chamado fator previdenciário, que integra o cálculo dos valores das aposentadorias sob o Regime Geral de Previdência Social.