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Censo Demográfico

Censo 2022: número de imigrantes volta a crescer pela primeira vez desde 1960

Editoria: IBGE | Vinícius Britto | Arte: Claudia Ferreira

27/06/2025 10h00 | Atualizado em 27/06/2025 10h00

  • Destaques

  • Entre 2010 e 2022, houve forte crescimento dos residentes naturais de países estrangeiros, sendo que o total passou de 592 mil para 1,0 milhão de pessoas, o que representou um aumento de 70,3% no período.
  • Esse fenômeno reflete uma mudança na tendência observada nas décadas anteriores, visto que desde o Censo de 1960, o país vinha apresentando uma redução do número de estrangeiros e naturalizados brasileiros. É o maior número total desde 1980, quando o Censo registrou 1,1 milhões de estrangeiros.
  • Também houve mudança em relação ao local de origem dessas pessoas. A população de estrangeiros e naturalizados brasileiros nascidos na América Latina saltou de 183 mil em 2010 para 646 mil em 2022, com grande influência dos imigrantes nascidos na Venezuela (272 mil), ao passo que entre os europeus, houve uma redução de 263 mil para 203 mil no mesmo período.
  • Entre os estrangeiros e naturalizados residindo no Brasil em 2022, 460 mil imigraram até 2012, 151 mil entre 2013 e 2017 e outros 399 mil entre 2018 e 2022, evidenciando que o fluxo mais recente já é responsável pela maior parte das pessoas nascidas no exterior residindo no Brasil.
  • Em relação ao quesito de data fixa, que investiga onde os imigrantes internacionais residiam cinco anos antes da pesquisa censitária, a comparação entre Censos indica um aumento expressivo no fluxo imigratório internacional, pois no quinquênio anterior ao Censo 2010 o fluxo foi de 268 mil imigrantes, enquanto no Censo 2022, 457 mil pessoas.
  • Observou-se mudança significativa na composição dos fluxos migratórios internacionais para o Brasil, marcada pelo expressivo crescimento da imigração venezuelana, que saltou de 2 mil indivíduos para 199 mil, consolidando a Venezuela como a principal origem de imigrantes no país.
  • Ao longo da última década observou-se crescimento intenso na proporção de imigrantes oriundos da América Latina, que passaram de 27,3% em 2010 para 72,0% em 2022.
  • Esse aumento ocorre simultaneamente à redução da participação de fluxos provenientes da Europa (29,9% para 12,2%) e do Norte da América (20,4% para 7,0%).
A população de estrangeiros nascidos na América Latina saltou de 2010 para 2022, com grande influência de imigrantes venezuelanos - Foto: Marcelo Camargo/Agêcia Brasil

Dados do Censo Demográfico 2022 mostram que entre 2010 e 2022, houve forte crescimento dos residentes naturais de países estrangeiros no Brasil, sendo que o total passou de 592 mil para 1,0 milhão de pessoas, um aumento de 70,3% no período. Esse fenômeno reflete uma mudança na tendência observada nas décadas anteriores, visto que desde o Censo de 1960, o país vinha apresentando uma redução do número de estrangeiros e naturalizados brasileiros.

Também houve mudança em relação ao local de origem dessas pessoas. A população de estrangeiros e naturalizados brasileiros nascidos na América Latina saltou de 183 mil em 2010 para 646 mil em 2022, com grande influência dos imigrantes nascidos na Venezuela (272 mil), ao passo que entre os europeus, houve uma redução de 263 mil para 203 mil no mesmo período.

As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Fecundidade e migração: Resultados preliminares da amostra, divulgado hoje (27) pelo IBGE. O evento de apresentação dos resultados ocorrerá no Auditório do Instituto de Química (IQ) da Universidade de Brasília (UNB), campus universitário Darcy Ribeiro, e contará, também, com transmissão ao vivo pelo IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto.

Os resultados poderão ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA e o Panorama do Censo, sendo que nesse último poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos. Veja também as notícias sobre migração interna e fecundidade.

“Em 2010, os nascidos em Portugal era o grupo mais numeroso nesse segmento da população, dando lugar, em 2022, aos nascidos na Venezuela, tendo o país europeu passado ao posto de segunda maior naturalidade estrangeira no Brasil. Houve também um importante aumento dos naturais de outros países da América Latina, e por outro lado, uma redução dos nascidos na Europa de um modo geral”, destaca Marcio Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE.

Outro dado que confirma um movimento mais recente de imigrantes é a análise segundo ano em que fixaram residência no Brasil. Entre o 1,0 milhão de estrangeiros e naturalizados residindo no Brasil em 2022, 460 mil imigraram até 2012, 151 mil entre 2013 e 2017 e outros 399 mil entre 2018 e 2022, evidenciando que esse o fluxo mais recente já é responsável pela maior parte das pessoas nascidas no exterior residindo no Brasil.

Entre Censos, imigração venezuelana salta de 2 mil para 198 mil pessoas

Em relação ao quesito de data fixa, que investiga onde os imigrantes internacionais residiam cinco anos antes da pesquisa censitária, a comparação entre Censos indica um aumento expressivo no fluxo imigratório internacional, pois no quinquênio anterior ao Censo 2010 o fluxo foi de 268 mil imigrantes, enquanto no Censo 2022, 457 mil pessoas.

Observou-se mudança significativa na composição dos fluxos migratórios internacionais para o Brasil, marcada pelo expressivo crescimento da imigração venezuelana, que saltou de 2 mil indivíduos para 199 mil, no período de 5 anos anteriores aos censos de 2010 e 2022, respectivamente, consolidando a Venezuela como a principal origem de imigrantes no país.

De forma geral, ao longo da última década observou-se crescimento intenso na proporção de imigrantes oriundos da América Latina, que passaram de 27,3% em 2010 para 72,0% em 2022.

“Embora o crescimento da região tenha sido impulsionado sobretudo pela imigração a partir da Venezuela, outros países como Bolívia, Haiti, Paraguai, Argentina e Colômbia também se destacam como importantes países de origem dos fluxos de migração internacional no Brasil”, analisa Minamiguchi.

Esse aumento ocorre simultaneamente à redução da participação de fluxos provenientes da Europa (29,9% para 12,2%) e do Norte da América (20,4% para 7,0%).

O gerente explica que esses contingentes demonstram uma retração expressiva tanto em termos relativos quanto absoluto e destaca que os fluxos advindos do chamado Norte Global são caracterizados pelo de retorno de brasileiros que residiam no exterior, ao contrário dos países do Sul, que são em sua maioria, pessoas estrangeiras;

“Como no Censo 2010 os Estados Unidos da América, Japão e Europa somados respondiam pela maior parte dos fluxos à época, e são localidades em que o perfil do migrante é de brasileiro retornado, os fluxos migratórios internacionais não compensavam o efeito da mortalidade das gerações de estrangeiros que imigraram para o Brasil no passado. Em 2022 observamos a inversão dessa tendência histórica que era observada desde o censo 1960”, completa.

Mais sobre a pesquisa

O levantamento aprofunda a caracterização da população brasileira, através das informações coletadas no bloco de quesitos relativos aos temas Fecundidade e Migração, do Questionário da Amostra do Censo Demográfico 2022.

Os dados de Fecundidade estão desagregados por cor ou raça, nível de instrução, grupos de idade e religião das mulheres, para Brasil e Unidades da Federação. Já os dados de migração estão detalhados por local de nascimento, de residência anterior e tempo de moradia no município, além de informações da imigração internacional, para os recortes Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios.