Censo 2022
IBGE promove oficina sobre os dados do Censo 2022 para gestores públicos e sociedade civil em Manaus (AM)
12/08/2024 17h01 | Atualizado em 12/08/2024 17h10
Com a presença de lideranças comunitárias e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveu, na tarde da última quinta-feira (8), a oficina “Um território de informações: potencialidades dos dados do Censo 2022”. A atividade fez parte das ações de divulgação “Censo Demográfico 2022: Registros de Nascimentos - Resultados do Universo”, realizada no auditório Adonay Pessoa, situado na Sede do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Amazonas (IPEM/AM), no Distrito Industrial da capital amazonense.
Os mais de 40 presentes conferiram os aspectos técnicos e operacionais do Censo Demográficos 2022, resultados e ferramentas, que são primordiais para auxílio e tomada de decisão de gestores locais. A primeira parte da oficina foi dedicada a apresentar a pesquisa, os números da operação e potencialidades dos dados.
Gustavo Junger da Silva, coordenador técnico do Censo Demográfico, iniciou a oficina demonstrando como acessar informações estratégicas para que diferentes setores da sociedade civil, e iniciativa privada, possam conhecer melhor as condições de vida da população e das famílias brasileiras em localidades específicas. Ele disponibilizou informações sociodemográficas e econômicas para o meio acadêmico, destacando operações especiais em terras indígenas, como no Amazonas e em outros estados do Norte. “O trabalho de recenseamento no Amazonas é de muita complexidade, por isso é sempre importante valorizar a equipe da superintendência do estado", que, para captar mais precisamente os dados, contou com inovações como o uso de registros administrativos, as coordenadas dos medidores de energia, e a inteligência artificial.
Na sequência, a estatística Giulia Fortes Scappini, que atua na Coordenação Técnica do Censo, falou sobre as “Características dos Domicílios” visitados pelos agentes de pesquisa do Censo. Giulia destacou que “a temática é importante para que se possa conhecer as condições de moradia e os níveis de qualidade de vida da população. A partir desse trabalho é possível a identificação de áreas de investimentos prioritários em habitação e saneamento, com bastante detalhamento nos níveis geográficos, informou a palestrante”.
A estatística ressaltou que “todos os temas do Censo tiveram sua estratégia de coleta e aplicação de questionários por telefone, internet e entrevistas presenciais”, para os levantamentos de dados como: o total de indígenas e quilombolas; religiões e cultos com mais adeptos no Brasil; registro de nascimento também das pessoas com deficiência; migração no país; educação; nupcialidade e diferentes núcleos familiares; trabalho e rendimento, e influência dos deslocamentos para estudo e trabalho nos números censitários e da taxa de fecundidade.
Em seguida, o gerente de Tecnologia e Estatística da Coordenação de População e Indicadores Sociais (COPIS), Paulo Dick, citou o controle de coordenadas geográficas por meio da utilização do Geocercas, uma configuração virtual que corresponde a uma área geográfica do mundo real. Exemplificando, ele utilizou dados de pessoas de até cinco anos de idade, com registro de nascimento em cartório; desagregação geográfica considerando o país, as grandes regiões, Unidades da Federação e municípios; e utilizou também os critérios idade ou raça.
Ailton José Lima Martins Furtado, também da COPIS, enfatizou que “o Brasil, como um dos 51 membros da Organização das Nações Unidas (ONU), pretende fornecer identidade civil para todos, incluindo o registro de nascimento, em especial para os povos ciganos, as comunidades quilombolas, os povos indígenas, os povos e comunidades tradicionais de matriz africana e de terreiros, as populações ribeirinhas e extrativistas, além de grupos populacionais como mulheres trabalhadoras rurais, a população em situação de rua, a população em situação de privação de liberdade e a população LGBTQIAPN+”, atendendo a um dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU, o ODS 16.
Furtado ainda apresentou indicadores sobre a proporção de crianças com menos de 5 anos e cujos nascimentos foram registrados por uma autoridade civil; os números comparativos entre os resultados do Censo 2010 e Censo 2022; formas de acessar aos dados pelo Sidra e falou das próximas divulgações relativas aos registros de nascimentos: indígenas.
Apresentando outras formas virtuais de acessar aos dados do IBGE, o servidor da Superintendência do IBGE no Amazonas (SES-AM), e oceanógrafo, Tiago Almudi, apresentou aos participantes das Oficinas a plataforma “Panorama”, disponível no Portal do IBGE e que dá acesso a todas as pesquisas mais recentes divulgadas sobre os resultados do Censo 2022.
O geógrafo Adjalma Jaques Nogueira, que coordena a Seção de Disseminação de Informações da SES-AM, mostrou como gerar tabelas no SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática) utilizando indicadores e recortes, como, por exemplo, registros de nascimentos por período, território, idade, cor ou raça.
Anderson Lima dos Santos, que chefia a seção de produção integrada de Geoinformação da SES-AM, mostrou como utilizar os dados da Plataforma Geográfica Interativa (PGI), que permite o download de vários documentos sobre todas as pesquisas do Instituto, entre elas alfabetização, características dos domicílios, endereços, registros de nascimentos, entre outras.
O último palestrante da oficina foi Therence Paoliello de Sarti, coordenador de Geografia e Meio Ambiente da Diretoria de Geociências do IBGE, apresentou dados e mapas relativos ao meio ambiente, fazendo acesso na plataforma em tempo real, no link “geociências” e, posteriormente “informações ambientais”, onde se encontram estatísticas e indicadores ambientais, produtos relacionados a espécies ameaçadas de extinção, qualidade da água, entre outras informações.
Dados que alcançam a comunidade
Chefe da Divisão de Informações e Estatísticas da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), Eliete Queiroz Carvalho, acredita que “o evento foi importante para conhecermos melhor das informações censitárias do IBGE, que me ajudam em meu trabalho, como o Censo da Educação Básica, mostrando a quantidade de crianças sem certidão de nascimento”.
A socióloga Rosi Souza e Silva, que é coordenadora de vigilância socioassistencial na Secretaria de Trabalho e Ação Social de Roraima, disse que ficou “satisfeita com a oficina, e agora vou procurar também saber dados sobre adultos e idosos que nunca fizeram registros de nascimentos”.