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IPCA-15

Prévia da inflação foi de 0,83% em junho, puxada por gasolina e energia elétrica

Editoria: Estatísticas Econômicas | Carmen Nery

25/06/2021 09h00 | Atualizado em 28/06/2021 12h19


Gasolina foi um dos produtos que mais pesaram na prévia da inflação em junho - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, ficou em 0,83% em junho, acelerando em relação ao mês anterior ao registrar 0,39 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de maio (0,44%). Mais de um terço da taxa registrada em junho é derivada das altas na gasolina e na energia elétrica, que contribuíram cada uma com 0,17 ponto percentual, os maiores impactos individuais.

No trimestre encerrado em junho (IPCA-E), o acumulado é de 1,88%, enquanto, em igual período de 2020, a variação havia sido de -0,58%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,13% e, em 12 meses, de 8,13%, acima dos 7,27% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2020, a taxa foi de 0,02%. Os dados foram divulgados hoje (25) pelo IBGE.

 

Em termos de grupos analisados, a maior variação foi em habitação (1,67%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,79%) e contribuiu com 0,26 p.p. no resultado do mês. O aumento foi puxado pela energia elétrica devido à mudança na bandeira tarifária de vermelha patamar 1 (R$ 4,169) para vermelha patamar 2 (R$ 6,243). A mudança de bandeira deve-se à crise hídrica que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara. Os valores extras das bandeiras tarifárias são cobrados a cada 100 kWh consumidos.

Mas o maior impacto (0,28 p.p.) no mês de junho veio dos transportes (1,35%), que haviam sido o único grupo a apresentar queda em maio (-0,23%). O resultado do grupo dos transportes (1,35%) foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (3,69%). Embora a gasolina (2,86%) tenha tido uma das menores altas do grupo dos transportes – comparada ao gás veicular (12,41%), ao etanol (9,12%) e ao óleo diesel (3,53%) - tem o maior peso e já acumula variação de 45,86% nos últimos 12 meses.

Alimentação e bebidas continuam subindo, mas de forma estável. Em junho, a alta foi de 0,41%, resultado próximo ao do IPCA-15 de maio (0,48%). A alimentação no domicílio passou de 0,50% em maio para 0,15% em junho.

Contribuíram para essa desaceleração os recuos nos preços das frutas (-6,44%), da batata-inglesa (-9,41%), da cebola (-10,32%) e do arroz (-1,91%). Por outro lado, as carnes (1,14%) seguem em alta. Além disso, os preços do leite longa vida (2,57%) e de alguns derivados como o queijo (1,99%) também subiram.

Na alimentação fora do domicílio (1,08%), o movimento foi inverso. Tanto a refeição (0,86%) quanto o lanche (1,67%) aceleraram em relação a maio, quando registraram inflação de 0,16% e 0,72%, respectivamente. As altas podem ser explicadas, em parte, pelos aumentos nos preços dos produtos de proteínas como carne e queijos, assim como pela alta de outros custos assim como transporte e energia.

O grupo saúde e cuidados pessoais (0,53%), por sua vez, apresentou variação menor que a do mês anterior (1,23%) e contribuiu com 0,07 p.p no índice geral.

Mais sobre o IPCA-15

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e sistematicamente índices de preços ao consumidor. Com divulgação na internet iniciada em maio de 2000, o IPCA-15 difere do IPCA apenas no período de coleta, que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e na abrangência geográfica.

Atualmente a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes em 11 áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.