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PNAD Contínua

Desemprego cai para 11,6%, mas informalidade atinge nível recorde

Editoria: Estatísticas Sociais | Adriana Saraiva

28/12/2018 09h00 | Atualizado em 28/12/2018 09h00

A taxa de desocupação caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro. A estimativa da PNAD Contínua, divulgada hoje pelo IBGE, é que houve aumento de 1,1 milhão de pessoas ocupadas frente ao trimestre fechado em agosto. No entanto, a maior parte dessas ocupações foram geradas no mercado de trabalho informal, onde houve aumento de 528 mil pessoas trabalhando por conta própria e cerca de 498 mil empregados do setor privado sem carteira de trabalho. Com isso, a informalidade atinge nível recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

O aumento de empregados do setor privado sem carteira chegou a 4,5% nesse trimestre, totalizando 11,7 milhões de pessoas. Já o crescimento dos trabalhadores por conta própria foi de 2,3%, atingindo 23,8 milhões de pessoas. O trabalho doméstico com carteira assinada, por outro lado, caiu 4,4% no trimestre, com menos 81 mil pessoas empregadas.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a informalidade vem acompanhada por uma série de fatores desfavoráveis como a falta de estabilidade, o rendimento baixo e a falta da segurança previdenciária:

“Desde o segundo trimestre de 2018, percebeu-se queda significativa da desocupação, o que seria uma notícia excelente não fosse o fato de ela vir acompanhada por informalidade. Ou seja, em termos de qualidade, há uma falha nesse processo de recuperação já que desde 2012, esse é o maior índice de informalidade medido pela PNAD Contínua”.

 

Entre as atividades que mais cresceram, no trimestre fechado em novembro, algumas são típicas da informalidade, como Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 266 mil pessoas), Alojamento e alimentação (mais 163 mil pessoas) e Outros serviços (mais 202 mil pessoas).

Ainda que a taxa de desocupação tenha caído em relação ao mesmo trimestre de 2017, quando foi 12,0% e frente a 2016 (11,9%), ela ainda representa quase o dobro do patamar de 2014, antes da crise econômica, quando registrava 6,5%. Em números absolutos são 12,2 milhões de pessoas em busca de trabalho no país.

De acordo com Cimar, devido à ausência de postos de trabalho com carteira assinada, existe uma geração de trabalho voltado para a sobrevivência, como motorista de aplicativo, ambulantes e serviços de alimentação. No entanto, como essas pessoas não se sentem seguras, elas não investem na aquisição de bens e isso trava o mercado de trabalho em um círculo vicioso.

“É importante que o mercado de trabalho volte a gerar postos com carteira para retornar a um círculo virtuoso de geração de emprego e renda, conclui Cimar.

A pesquisa mostrou, também, que o contingente de desocupados somados aos subocupados por insuficiência de horas (7 milhões) e força de trabalho potencial (7,8 milhões) chega a 27 milhões de pessoas subutilizadas no trimestre, o que representa uma taxa composta de subutilização de força de trabalho de 23,9%. Já o total de pessoas desalentadas (não buscaram trabalho) foi estimado em aproximadamente 4,7 milhões no trimestre.