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PNAD Contínua: de 2016 para 2017, Centro-Oeste puxa redução no abastecimento diário de água do país

Editoria: Estatísticas Sociais | Rodrigo Paradella

26/04/2018 10h00 | Atualizado em 26/04/2018 18h28

Em 2017, o país tinha 69,8 milhões de domicílios, dos quais 67,8 milhões (97,2%) tinham água canalizada. Destes, 85,7% (ou 59,8 milhões) tinham a rede geral de distribuição como principal fonte de abastecimento de água. Deste último total, 51,8 milhões (ou 86,7%) tinham disponibilidade diária de água. Esse percentual é ligeiramente menor que o de 2016 (87,3%) e essa variação foi puxada, principalmente pelo Centro-Oeste onde, entre 2016 e 2017, reduziu-se de 94,8% para 81,4% a proporção de domicílios com disponibilidade diária de água pela rede geral. No Distrito Federal, percentual de domicílios com abastecimento diário de água caiu de 99,7% para 43,3%, no período.

A pesquisa mostra que 97,7% dos domicílios possuíam banheiro de uso exclusivo e que em 66,0% deles o escoamento do esgoto era feito pela rede geral ou fossa ligada à rede. Em 30,3% (21,1 milhões de domicílios) o esgotamento sanitário era feito por meio de fossa não ligada à rede, enquanto em 2,9% (2,0 milhões de domicílios) havia outra forma (diretamente para o rio, por exemplo), percentual que chegava a 8,8% na região Norte.

O percentual de domicílios onde a coleta de lixo era feita diretamente por serviço de limpeza foi de 82,9%. Em 7,9% dos domicílios o lixo era recolhido em caçamba de serviço de limpeza, enquanto em 7,9% deles o lixo era queimado na propriedade. Esta modalidade chegava a 18,2% no Norte e a 16,0% no Nordeste.

De 2016 a 2017, passou de 92,3% para 92,7% a proporção dos domicílios onde pelo menos um morador tinha telefone celular, enquanto a proporção relativa ao telefone fixo caiu de 34,5% para 32,1%. Na região Norte, o percentual de domicílios com celulares cresceu de 88,1% a 88,8%. Já o percentual de domicílios com telefone fixo teve redução em todas as regiões, com destaque para o Sudeste (de 50,0% para 47,0%).

No país, o percentual de domicílios onde havia computador, inclusive portáteis, recuou de 46,2% para 44,0%, nesse período. Todas as regiões tiveram queda nessa proporção.

A máquina de lavar roupa estava presente em 63,8% dos domicílios, em 2017, contra 63,0% em 2016. A menor proporção de domicílios com esse bem durável estava no Nordeste (34,3%) e a maior, no Sul (84,4%). No Brasil, em 47,6% dos domicílios havia carro, em 22,4% havia motocicleta e em 10,8%, ambos.

Em 2017, a população residente no Brasil foi estimada em 207,1 milhões de pessoas, 4,2% maior que em 2012. Os maiores aumentos populacionais no período foram no Centro-Oeste (7,6%) e no Norte (7,3%).

Entre 2012 e 2017, a população declarada branca era de 90,4 milhões de pessoas, em 2017, uma redução de 2,4% em relação a 2012 (92,6 milhões). As populações preta e parda cresceram 21,8% e 7,7%, respectivamente, no período.

Essas informações fazem parte do módulo Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) 2017, que traz dados sobre domicílios (cobertura e material das paredes, se próprio ou alugado, principais bens duráveis existentes, presença de banheiro, ligação com rede geral de abastecimento de água, esgoto e energia elétrica e destinação do lixo) para 2016 e 2017, e seus moradores (distribuição geográfica da população, sexo e idade e cor ou raça), de 2012 a 2017. O material de apoio dessa divulgação está à direita desta página.

No Distrito Federal, o abastecimento diário de água caiu de 99,7% para 43,3%

Entre os 69,8 milhões de domicílios de todo o país, estimados pela PNAD Contínua em 2017, 97,2% (67,8 milhões de domicílios) possuíam água canalizada. Em 85,7% deles, a principal fonte de abastecimento de água era a rede geral de distribuição. Em 6,6% dos domicílios, a principal fonte de abastecimento era poço profundo ou artesiano; em 3,3%, poço raso, freático ou cacimba; 2,1% fonte ou nascente e em 2,3% outra forma de abastecimento.

Entre os domicílios abastecidos pela rede geral, 86,7% dispunham da rede diariamente; 6,0%, com frequência de 4 a 6 vezes na semana e 5,4%, de 1 a 3 vezes. Em relação a 2016, houve um aumento (20,4%) de 607 mil domicílios com distribuição de água da rede geral de 4 a 6 vezes na semana, enquanto que em domicílios com distribuição de água da rede de 1 a 3 vezes na semana houve uma redução (6,2%) de 217 mil domicílios.

Disponibilidade da rede geral de abastecimento de água, por regiões (%)

 

Entre as grandes regiões, o percentual de domicílios com água canalizada variou de 92,2%, no Nordeste, a 99,8%, no Sul. A região Norte apresentou a menor proporção de domicílios em que a principal fonte de abastecimento de água era a rede geral de distribuição (59,2%), enquanto no Sudeste estava a maior (92,5%).

Quanto à disponibilidade da rede geral, o Nordeste registrou o menor percentual de domicílios com disponibilidade diária (66,0%), ao passo que a região Sul, o maior (97,5%). De 2016 para 2017, o Centro-Oeste apresentou uma redução na disponibilidade diária de 94,8% dos domicílios para 81,4%, enquanto a distribuição de água da rede geral de 4 a 6 vezes na semana aumentou de 3,0% para 14,6%. O principal motivo para esse comportamento foi o racionamento de água que ocorreu em 2017 no Distrito Federal, causando uma redução da disponibilidade diária de 99,7% (2016) para 43,3% (2017) e aumento da distribuição de água da rede geral de 4 a 6 vezes na semana de 0,2% (2016) para 54,0% (2017).

No Centro-Oeste, diminuiu o percentual de domicílios com energia elétrica em tempo integral

A pesquisa mostra que 99,8% dos domicílios do Brasil recebiam energia elétrica, seja fornecida pela rede geral, seja por fonte alternativa. Em 99,5% do total (69,4 milhões de domicílios), havia energia elétrica proveniente da rede geral e a disponibilidade era em tempo integral em 99,2% dos casos (68,8 milhões de domicílios).

Na região Norte, 98,9% dos domicílios tinham energia elétrica proveniente da rede geral ou de fonte alternativa, enquanto nas outras regiões, essa proporção variava de 99,5% a 100%. No Norte, onde 96,4% dos domicílios utilizavam energia proveniente da rede geral, 98,9% dispunham, também, de fonte alternativa.

Dentre os domicílios que tinham a rede geral como fonte de energia elétrica, os percentuais dos que possuíam disponibilidade da rede em tempo integral foram: 99,3% no Sudeste; 99,2% no Sul e Nordeste; 98,6% na região Norte; e 98,3% no Centro-Oeste. Esta região, em 2016, tinha um percentual da rede em tempo integral de 99,2%, ou seja, apresentou uma queda neste tipo de disponibilidade.

Em cerca de um terço dos domicílios, o esgotamento não é feito pela rede geral

A pesquisa mostra que 97,7% dos domicílios do país possuíam banheiro de uso exclusivo e que em 66,0% (65,9% em 2016) deles o escoamento do esgoto era feito pela rede geral ou fossa ligada à rede. Em 30,3% (21,1 milhões de domicílios) o esgotamento sanitário era feito por meio de fossa não ligada à rede, enquanto em 2,9% (2,0 milhões de domicílios) havia outra forma de esgotamento sanitário (diretamente para o rio, por exemplo). Em 2016, o esgotamento por meio de fossa não ligada à rede ocorria em 29,7% dos domicílios, enquanto 2,8% usavam outra forma.

Formas de esgotamento sanitário, por regiões (%)

 

O percentual de domicílios que possuíam banheiro de uso exclusivo do domicílio variou de 91,1%, na região Norte, a 99,7%, no Sudeste. Por outro lado, a proporção de domicílios em que o esgotamento era feito pela rede geral ou fossa ligada à rede foi bem diferente entre as regiões. Em relação a 2016, essas proporções tiveram variações positivas nas regiões Norte (de 18,9% para 20,3%), Nordeste (de 44,3% para 45,1%) e Sul (64,8% para 65,9%), enquanto o Sudeste (89,0% para 88,9%) mostrou estabilidade e o Centro-Oeste teve variação negativa (de 54,9% para 52,8%).

Quanto à fossa não ligada à rede, o Norte teve o maior percentual em 2017 (69,2%) e o Sudeste o menor (8,9%), embora os dois tenham aumentado em relação a 2016, em que eram 68,1% e 8,6%, respectivamente. Cabe destacar que na região Norte 8,8% dos domicílios utilizavam outra forma de esgotamento (9,4% em 2016), proporção superior à observada nas demais regiões, contrastando com o resultado nacional (2,9%).

A queima do lixo na propriedade chegava a 18,2% no Norte e 16,0% no Nordeste

Em 2017, o percentual de domicílios do país cujo lixo era coletado diretamente por serviço de limpeza foi de 82,9% (57,8 milhões de domicílios). Em 7,9% dos casos (5,5 milhões de domicílios), o lixo era coletado em caçamba de serviço de limpeza e em 7,9% (5,5 milhões de domicílios) era queimado na propriedade.

O destino do lixo mostrou predominância da coleta diretamente por serviço de limpeza em todas as regiões, mesmo apresentando diferenças entre elas. As regiões com percentuais inferiores abaixo do resultado nacional foram Nordeste (69,6%) e Norte (69,8%). Sudeste (91,6%), Sul (86,1%) e Centro-Oeste (85,1%), por outro lado, apresentaram proporções superiores ao país (82,9%).

Nas regiões Sul (8,4%), Sudeste (5,0%) e Centro-Oeste (7,2%), o segundo destino mais frequente do lixo era a caçamba de serviço de limpeza. Já o Norte (18,2%) e o Nordeste (16,0%) tiveram a queima do lixo na propriedade como segundo destino principal.

Destinos do lixo, por regiões (%)

 

Todas as regiões tiveram aumento do telefone celular

Entre 2016 e 2017, houve uma pequena variação positiva (de 92,3% para 92,7%) na proporção de domicílios do país onde pelo menos um morador possuía telefone celular, enquanto o telefone fixo caiu de 34,5% para 32,1%. A presença de telefone celular apresentou seus menores percentuais nas regiões Norte (88,8%) e no Nordeste (89,1%). Sudeste (93,9%), Sul (95,0%) e Centro-Oeste (96,9%) registraram percentuais superiores a 90%. A presença de telefone fixo, por sua vez, mostrou maior diferença regional: o Sudeste registrou a maior proporção (47,0%), seguida do Sul (35,8%) e do Centro-Oeste (29,0%). Nordeste (12,6%) e Norte (10,6%) apresentaram as menores proporções. O telefone celular cresceu em todas as regiões entre 2016 e 2017, com destaque para o Norte (de 88,1% a 88,8%). Por outro lado, o telefone fixo caiu de 50,0% para 47,0% no Sudeste.

A geladeira foi outro item encontrado na quase totalidade dos domicílios, com presença de 98,1%. Entre as grandes regiões, não houve percentual inferior a 90%, variando de 93,2%, no Norte, a 99,3%, no Sudeste, e 99,4% na região Sul.

A posse de máquina de lavar roupa apresentou maiores diferenças entre as regiões, com presença em 63,8% dos domicílios nacionais. O menor percentual foi obtido na região Nordeste (34,3%), seguida da Norte (40,8%). As regiões de maior presença desse bem foram Sul (84,4%), Sudeste (77,6%) e Centro-Oeste (68,8%).

Em 2017, 96,8% dos domicílios possuíam televisão no Brasil (em 2016 este percentual era de 97,4%). Essa proporção variou de 92,8%, na região Norte, a 97,9%, no Sudeste. Em todas as regiões, o percentual de domicílios que possuem televisão caiu, com a maior queda na região Norte, de 93,9% para 92,8%.

No Brasil, 44,0% dos domicílios possuíam microcomputador em 2017, inclusive portáteis, enquanto em 2016 eram 46,2%. A região Sudeste registrou o maior percentual (52,2%), seguida das regiões Sul (51,5%); Centro-Oeste (46,2%); Nordeste (29,9%) e Norte (28,2%). Todas as regiões apresentaram queda neste aspecto na comparação com 2016.

No Brasil, havia carro em 47,6% dos domicílios, motocicleta em 22,4% e ambos em 10,8%. A região Sul apresentou o maior percentual de posse de carro (67,5%), ao passo que Norte (26,9%) e Nordeste (27,0%) registraram as menores proporções neste aspecto e foram as únicas a ter percentuais de posse de motocicleta (32,6% e 29,8%, respectivamente) superiores aos de carro. A região Centro-Oeste, por sua vez, teve a maior proporção de posse de ambos os bens (15,8%). Todas as regiões apresentaram aumento de domicílios com automóvel ou motocicleta entre os anos de 2016 e 2017.

População residente no Brasil foi estimada em 207,1 milhões de pessoas

Em 2017, a população residente no Brasil foi estimada em 207,1 milhões de pessoas, 4,2% maior que em 2012, quando foi estimada em 198,7 milhões. As regiões Centro-Oeste (7,6%) e Norte (7,3%) apresentaram os maiores aumentos populacionais no período, contudo possuíam as menores participações na população total (7,6% e 8,5%, respectivamente). A região Sudeste, por sua vez, concentrava 42,0% da população residente. Enquanto os homens representavam 48,4% da população residente, as mulheres correspondiam a 51,6%.

Grupo das pessoas de 60 anos ou mais de idade cresceu de 12,8% para 14,6%

Foi mantido o alargamento do topo e o estreitamento da base da estrutura etária, evidenciando a tendência de envelhecimento populacional. Houve redução dos percentuais de homens em quase todas as faixas etárias até 34 anos, com exceção da faixa de 20 a 24 anos, que caiu até 2016 (de 8,3% para 7,9%), mas teve leve aumento em 2017 (8,2%); e aumento a partir da faixa de 35 a 39 anos. Entre as mulheres, observou-se redução dos percentuais até a faixa de 30 a 34 anos de idade, e aumento nas seguintes.

A população masculina apresentou perfil mais jovem que a feminina: os homens de até 24 anos eram 18,7% (20,0% em 2012) do total em 2017, enquanto as mulheres, 17,9% (19,5% em 2012). Por outro lado, os homens de 60 anos ou mais eram 6,4%, da população em 2017 (5,7% em 2012) e as mulheres desta faixa etária, 8,2% (7,2% em 2012).

Entre 2012 e 2017, o grupo das pessoas de 60 anos ou mais cresceu de 12,8% para 14,6%. O contingente de pessoas nessa faixa etária cresceu 18,8%. A parcela de crianças de 0 a 9 anos na população residente, no entanto, caiu de 14,1% para 13,0% no período. Houve uma redução de 3,6% do contingente nessa faixa etária. No Norte, 35,8% das pessoas tinham menos de 20 anos, e 31,0% estavam nesse grupo no Nordeste. Essas regiões tiveram quedas mais acentuada da população de menos de 20 anos desde 2012, se comparadas às outras. Ainda observando a região Norte, 18,9% da população tinha 50 anos ou mais, enquanto 28,9% das pessoas da Sudeste e 29,9% da Sul estavam nesse grupo.

Populações preta e parda cresceram 21,8% e 7,7%

A população declarada branca era de 90,4 milhões de pessoas em 2017, uma redução de 2,4% na comparação com 2012 (92,6 milhões). Em contrapartida, as populações preta e parda cresceram 21,8% e 7,7%, respectivamente, no período.

A população branca, em 2017, representava 43,6% da população residente, ao passo que a preta era 8,6% do total e pardos correspondiam a 46,8%. Em 2012, as pessoas declaradas brancas totalizavam 46,6%, enquanto 45,3% eram pardas e 7,4%, pretas.

Marcantes diferenças regionais foram verificadas na composição da população por cor ou raça. Em 2017, 75,6% da população da Região Sul declaravam-se brancos; 19,6%, pardos; e apenas 4,2%, pretos. Por outro lado, na Norte, 71,2% da população eram pardos; 20,1%, brancos e 7,1%, pretos. Na Sudeste, aquela com a maior população residente, 51,2% eram brancos; 38,4%, pardos e 9,3%, pretos.