Pesquisa Mensal de Serviços
Setor de serviços varia 0,3% em junho e registra novo patamar recorde
14/08/2025 09h00 | Atualizado em 14/08/2025 10h41

O volume de serviços no país variou 0,3% em junho de 2025, quinto resultado positivo em sequência. Com isto, o setor acumula ganho de 2,0% desde fevereiro e renova o ponto mais alto de sua série, alcançado em outubro de 2024. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (14) pelo IBGE.
A alta no mês se deve aos serviços de transportes, que registraram a única taxa positiva do mês, com crescimento de 1,5%. Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, dentro do setor foi identificado um crescimento mais acentuado tanto do transporte de cargas como do aéreo de passageiros. “O avanço do transporte aéreo está correlacionado com o menor preço das passagens aéreas nos últimos três meses, o que aumentou a receita real das empresas aéreas”, explicou. “Já o transporte de cargas está relacionado com um dinamismo um pouco maior da economia, porque esse segmento está ligado ao escoamento de safra, insumos e bens industriais”.
Entre os demais setores, todos com taxas negativas, destacam-se as perdas no ramo de outros serviços (-1,3%), e nos serviços prestados às famílias (-1,4%). Houve ligeiras variações negativas em informação e comunicação (-0,2%) e profissionais, administrativos e complementares (-0,1%). Apesar da taxa negativa, este setor contou com avanços nas atividades jurídicas e de consultoria em gestão empresarial, o que suavizou a perda em relação ao mês de maio, quando avançou 0,9%. “O avanço das atividades jurídicas se deve a ganhos de causas de escritórios de advocacia”, comentou Rodrigo Lobo. “É um movimento pontual. Já as consultorias em gestão empresarial estão ligadas a um movimento de modernização, otimização de processos, minimização de custos e alargamento das margens de lucro das empresas”.
O crescimento nacional foi acompanhado por onze das 27 unidades da federação, com os maiores impactos positivos vindo do Distrito Federal (2,3%) e do Paraná (0,8%).
No acumulado de janeiro a junho deste ano, o volume de serviços teve expansão de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024. A maior contribuição positiva ficou com o ramo de informação e comunicação (6,2%), puxado pelos serviços de tecnologia da informação. Outros crescimentos importantes vêm do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%), com destaque para o transporte aéreo, e também do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (2,3%), com destaque para o agenciamento de espaços de publicidade e a consultoria em gestão empresarial. O crescimento foi acompanhado por 20 das 27 unidades da federação, com destaque para São Paulo (3,9%).
Atividades turísticas recuam 0,9% em junho
Em junho de 2025, o índice de atividades turísticas recuou 0,9% frente ao mês imediatamente anterior, segundo resultado negativo seguido, período em que acumulou uma perda de 1,3%. Com esse desempenho, o setor de turismo se encontra 11,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 1,8% abaixo do ápice da sua série histórica, alcançado em dezembro de 2024.
Regionalmente, 11 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de queda verificado na atividade turística nacional (-0,9%). A influência negativa mais relevante ficou com Minas Gerais (-4,2%), seguido por Rio de Janeiro (-1,5%), Santa Catarina (-3,6%) e Paraná (-2,1%). Em sentido oposto, São Paulo (0,6%) e Distrito Federal (3,4%) lideraram os ganhos do turismo neste mês.
Na comparação de junho de 2025 contra junho de 2024, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 4,1%, 13o resultado positivo seguido, impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de transporte aéreo de passageiros, serviços de bufê e hotéis.
Doze das 17 unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (3,6%), Rio de Janeiro (8,7%) e Rio Grande do Sul (38,5%), seguidos por Distrito Federal (7,5%), Paraná (4,7%) e Amazonas (14,2%). Em contrapartida, Minas Gerais (-7,6%) exerceu o principal impacto negativo do mês.
Junho tem altas no transporte de passageiros (2,1%) e de cargas (0,7%)
O volume de transporte de passageiros no Brasil cresceu 2,1% em junho, frente a maio, na série com ajuste sazonal. É o quinto resultado positivo seguido, período em que acumulou um ganho de 14,3%. Assim, o segmento se encontra 12,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia), embora 13,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica (fevereiro de 2014).
Já o transporte de cargas avançou 0,7%, após perda de 0,5% nos últimos dois meses, ficando 6,2% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023). Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 35,4% acima de fevereiro 2020.
Na comparação com junho de 2024, o transporte de passageiros teve alta de 10,4% em junho de 2025, décimo resultado positivo seguido, ao passo que o transporte de cargas avançou 0,4%, o segundo avanço consecutivo.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, o transporte de passageiros cresceu 6,7% frente a igual período de 2024, enquanto o de cargas recuou 1,1% no mesmo período.
Mais sobre a pesquisa
A PMS permite o acompanhamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que tenham serviços não financeiros como sua principal atividade, excluídas as áreas de saúde e educação. Há resultados para o Brasil e todas as unidades da federação. Os dados podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços, relativa ao mês de julho, será em 12 de setembro.