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Encontro internacional

IBGE participa da 56ª sessão da comissão estatística das Nações Unidas

Editoria: IBGE

11/03/2025 17h33 | Atualizado em 11/03/2025 17h33

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) participou, de 4 a 7 de março, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, da 56ª Sessão da Comissão Estatística das Nações Unidas, que reuniu representação de Institutos Nacionais de Estatísticas de 192 países e dezenas de órgãos da sociedade civil de todo o globo.

A delegação do IBGE, formada pelo presidente, Marcio Pochmann, pelos diretores-adjuntos da Diretoria de Pesquisas, Vladimir Gonçalves Miranda, e da Diretoria de Geociências, Gustavo de Carvalho Cayres da Silva, além do assessor especial da presidência Cimar Azeredo Pereira, e a chefe de Relações Internacionais do IBGE, Andrea Diniz da Silva, participou também, ao longo da semana, de eventos da agenda paralela, de reuniões bilaterais e multilaterais, com representantes de instituto de estatística de países parceiros, incluindo os países do BRICS, e organismos internacionais.

Na 56ª Sessão, a delegação ibegeana participou das discussões e tomadas de decisão de diversos temas relevantes e de interesse dos institutos nacionais de estatística, tais como: Censos de população, Princípios Fundamentais das Estatísticas Oficiais, Sistema de Contas Nacionais, Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, estatísticas sociais, demográficas, económicas, de crime e justiça criminal, segurança alimentar, ambiental, entre outras.

Para o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, “esta edição da reunião do Comitê de Estatística da ONU teve um diferencial grande, pois, claramente, as discussões sobre inovações tecnológicas, novas fontes de dados, tais como: big data, inteligência artificial, entre outras, estão mais acentuadas. Outro ponto fundamental da Comissão é o compromisso em disseminar as melhores práticas para fortalecer os sistemas estatísticos nacionais e internacionais e essa pauta está sendo muito bem trabalhada aqui, juntamente com os princípios fundamentais das estatísticas oficiais”.

O diplomata responsável pelos temas de estatística na Missão do Brasil junto às Nações Unidas, Bruno Palazon Imparato, entende que “a participação decidida e propositiva do Brasil na 56a sessão da comissão de estatística das Nações Unidas é essencial etapa para um país que se prepara para retornar ao órgão como membro eleito em 2026”.

A delegação brasileira discutiu os temas da agenda principal e apresentou pronunciamentos em nome do Brasil e em nome da América Latina e Caribe, com destaque para temas econômicos como a aprovação da atualização do manual do novo Sistema de Contas Nacionais SNA2025 e os relatos das ações do Comitê de Estatísticos Econômicos, que discute medições de aspectos relacionados a moradia, bem-estar e o uso de ciência de dados e inteligência artificial para estatísticas econômicas.

No âmbito de estatísticas sociais, a aprovação do programa de implementação de censos 2020 e proposta para a implementação do programa de censos 2030 também foram debatidos. A declaração conjunta para a região da América Latina e Caribe sobre o tema de estatísticas demográficas e sociais foi realizada pelo IBGE reconhecendo a importância da união destes temas e os ganhos que podem ser obtidos com a incorporação de dados geolocalização e registros administrativos para estas áreas. No tema de ciência de dados, foi proposta a criação de uma força tarefa especial para estudo de inteligência artificial para estatísticas oficiais. “Em sessões paralelas, relevante mencionar as discussões sobre o futuro de institutos de estatísticas nacionais e questões emergentes como o papel dos institutos de estatísticas no combate à disseminação de desinformação”, disse o diretor-adjunto de pesquisas, Vladimir Gonçalves Miranda.

A participação na 56ª Sessão da Comissão da Estatística da ONU representou ainda uma oportunidade para o IBGE apresentar posicionamento relevante na agenda ambiental e sobre a integração da informação estatística e geoespacial, estatísticas ambientais e de mudança climática e censos, em discussões como a conduzida pelo Grupo de especialistas em meio ambiente e mudanças climáticas (EG-ECCS), sobre o programa estatístico da ONU neste tema. Para Gustavo Cayres, diretor-adjunto de Geociências, “a relevância da participação do IBGE nos grupos de especialistas de suas áreas, dá subsídio importante para eventos paralelos à Comissão como maneira de destacar as atividades das áreas técnicas e a relevância de parcerias e interlocução com outros atores, como a participação no Grupo de especialistas em integração de informação estatística e geoespacial (EG-ISGI)”.

Além da agenda principal e eventos paralelos, o IBGE participou de várias reuniões bilaterais com o objetivo de fortalecer e ampliar parcerias com outros institutos nacionais de estatística e organismos internacionais. O fortalecimento da cooperação Sul-Sul teve lugar nas reuniões com os presidentes e outros representantes dos institutos de estatística da Namíbia, Chile e Reino Unido, discutindo, respectivamente, o apoio do IBGE para a realização do censo agropecuário e para uso de dados geoespaciais, a colaboração para acesso a dados do Censo 2022 no que se refere à contagem de nacionais do Chile vivendo no Brasil e a retomada de um acordo de cooperação entre IBGE e ONS.

Projetos com o PNUD e GPSDD

Nesta semana de eventos o IBGE realizou duas reuniões com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Com a diretora do PNUD para América Latina e Caribe, Michelli Muschett, foi debatida a organização conjunta de eventos para discutir a agenda de desenvolvimento humano, envolvendo os países do BRICS, do MERCOSUL e da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em especial no contexto da COP30.

Com Pedro Conceição, diretor do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano, foi discutida parceria para a produção do Índice de Desenvolvimento Humano para pequenas áreas, para a validação dos indicadores da plataforma Human Climate Horizon, assim como avançar em projetos com uso de imagens de satélite para acompanhar as mudanças no território, em especial em áreas para as quais a produção estatística não é suficiente para acompanhar as mudanças nos períodos intercensitários.

E com a Parceria Global para Dados para o Desenvolvimento (GPSDD), o IBGE discutiu os progressos em relação a parceria com o Ministério do Meio Ambiente para produção de indicadores de mudanças climáticas, ação que conta com o apoio da GPSDD por meio da iniciativa Power of Data, além de iniciar entendimentos para a realização de um evento envolvendo os 8 países que dividem a Floresta Amazônica  (Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa), para discutir uma agenda comum relaciona com os desafios para a proteção da biodiversidade. Para a chefe de relações internacionais, Andrea Diniz da Silva, “a agenda conjunta com outros institutos de estatística e com organismos internacionais é importante para que o IBGE recupere o protagonismo no cenário internacional e o papel de liderança na comunidade estatística, em especial na América Latina e Caribe”.

BRICS

O IBGE, a frente da presidência pró tempore dos BRICS em 2025, composto atualmente por 11 países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Iran, Arábia Saudita Egito, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Etiópia), promoveu, na Missão do Brasil na ONU, em Nova Iorque, o 1º Encontro de 2025 dos Chefes do Institutos de Estatística dos países dos BRICS.

No evento o IBGE apresentou uma proposta consolidada de indicadores da era digital para os países dos BRICS e para o Sul Global, além da criação de grupos de trabalho para analisar indicadores econômicos, sociais e ambientais no âmbito dos BRICS e a agenda de trabalho para 2025 (leia mais aqui. Para Cimar Azeredo, assessor da presidência, “o encontro foi uma oportunidade do IBGE apresentar propostas que têm como objetivo promover uma visão mais clara das potencialidade dos BRICS através da produção e análises consolidas de indicadores do grupo”.