O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 19, os dados referentes ao Censo Demográfico 2022: Indígenas - Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana e rural: Resultados do Universo, na Casa Brasil IBGE, situado no Palácio da Fazenda, centro do Rio de Janeiro (RJ). O evento contou com a presença dos ibgeanos e ibgeanas, sendo transmitido pelo IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto.

Na abertura, o evento de divulgação contou com a presença da diretora de Pesquisas, Elizabeth Hypólito, da diretora de Geociências, Ivone Lopes Batista, e do gerente de Apoio Computacional da Coordenação Técnica do Censo Demográfico, Raphael Soares. Presidente do Instituto, Marcio Pochmann gravou um vídeo para quem acompanhou a divulgação.

A apresentação dos resultados ficou por conta do Gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas da Coordenação de Estruturas Territoriais, da Diretoria de Geociências (DGC), Fernando Damasco, e da Responsável Técnica pelo Projeto Técnico de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes. A abertura foi mediada pelo coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações e Coordenação de Comunicação Social (CDDI/CCS), José Daniel Castro. Entre os espectadores, estava a superintendente regional de Administração do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no Rio de Janeiro, Ângela Carnaval.

Pochmann ressaltou a série de divulgações dos resultados do Censo Demográfico 2022, iniciada ainda em 2023. “É importante registrar que o conjunto de disseminações que o IBGE realizou ao longo deste ano, batendo um recorde com mais de 22 mil eventos semanalmente registrados na Agenda IBGE, um conjunto enorme de coletivas e de produtos disponíveis à sociedade brasileira, aos gestores públicos e a todos que tenham compromisso na tomada de decisões com base nas informações registradas pelo Instituto”, disse o presidente do IBGE.

A diretora de Geociências, Elizabeth Hypólito explicou o papel do Censo em “conseguir informações com maior detalhamento espacial que outras pesquisas”. Hypólito também ressaltou o alto nível de desagregação que o Censo pode alcançar, como distritos e setores censitários. “Isso permite uma riqueza de análises e informações, garantindo que a população

consiga exercer sua cidadania e cobrar políticas públicas, além de permitir também para que gestores realizem estas políticas”.

Na sequência, Ivone Lopes Batista exaltou a equipe responsável pelo Censo Demográfico 2022. “As equipes se envolvem desde o período anterior, desde muito antes do levantamento estatístico do pessoal que vai a campo. E mesmo após este processo, estas equipes ainda se debruçam na tabulação e nas análises destas informações. É um trabalho árduo para divulgar estes dados para a sociedade”, explicou a diretora de Geociências.

Raphael Soares também destacou o trabalho feito pela equipe “com todo cuidado, com apoio de todas as diretorias do IBGE, realizando um trabalho complexo e exaustivo. Depois de vários anos de planejamento, entregamos estes resultados à sociedade brasileira”. O gerente de Apoio Computacional ainda agradeceu a todas as equipes de coleta, àqueles que responderam ao Censo Demográfico e às superintendências estaduais do Instituto.

Ângela Carnaval enfatizou a parceria com o IBGE neste ano. “Anteriormente, nós desconhecemos o trabalho realizado pelo Instituto. Tivemos várias palestras e encontros neste espaço e foi enriquecedor para nós, é uma honra ao Palácio da Fazenda ter o IBGE conosco”, explicou a superintendente.

Principais características dos indígenas e dos seus domicílios

A equipe técnica trouxe os resultados referentes a esta divulgação. De acordo com o Censo Demográfico, a população indígena residente em áreas urbanas em 2022 chegou a 914.746 pessoas, ou 53,97% do total de indígenas no país. Em 2010, esta população era de 324.834 pessoas, ou 36,22% do total de indígenas. De 2010 para 2022, a população indígena em áreas urbanas aumentou 181,6%, ou mais 589.912 pessoas frente a 2010. Já a população indígena em situação rural chegou a 780 090 pessoas, ou 46,03% das pessoas indígena do país, crescendo 36,36% desde 2010, o equivalente a mais 208.007 pessoas indígenas.

“As variações da população indígena de 2010 para 2022 não se devem exclusivamente a componentes demográficas ou a deslocamentos populacionais entre áreas urbanas e rurais, mas também aos aprimoramentos metodológicos do Censo 2022, que permitiram uma melhor captação da população indígena, inclusive em áreas urbanas”, explicou Marta Antunes.

Os dados também trazem informações como o percentual de indígenas em localidades urbanas por estado, taxa de alfabetização dentre a população indígena, acesso desta população a serviço de saneamento e proporção dos indígenas registrados em comparação à média do país. Estas e outras informações podem ser encontradas aqui.

Na sequência, foi a vez de Fernando Damasco trazer os resultados das localidades indígenas encontradas no Censo Demográfico 2022. Segundo o Censo Demográfico 2022, existiam 8.568 localidades indígenas no Brasil em 2022, identificadas em todos os estados e no Distrito Federal. A maioria delas (71,55% ou 6.130) estava em terras indígenas declaradas,

homologadas, regularizadas ou encaminhadas como reservas indígenas na data de referência do Censo, enquanto 2.438 (28,45%) localidades encontravam-se fora dessas áreas. A Região Norte (60,20%) do país concentrava a maior parcela das localidades indígenas.

“O mapeamento das localidades indígenas é realizado pelo IBGE como uma preparação para o Censo. Após a coleta das informações, foi complementado com as informações georreferenciadas dos endereços das pessoas indígenas recenseadas. Como critério utilizado para a análise espacial dos dados de endereços, foram considerados todos os lugares que contavam com, ao menos, 15 pessoas declaradas indígenas e cujos domicílios apresentassem contiguidade domiciliar, conforme critérios que variavam entre as áreas urbanas e rurais, e de acordo com a situação geográfica em que as localidades estavam inseridas”, explicou Fernando Damasco.

Os resultados também apresentaram a distribuição destas localidades indígenas por recortes das Grandes Regiões, Unidades da Federação e municípios. Outro ponto é com relação às localidades estarem em situação rural ou urbana. “Enquanto 8.189 (96,00%) delas estavam situadas em áreas rurais, somente 378 (4,00%) foram identificadas em situação urbana”, ressaltou Damasco.

Para mais informações, acompanhe aqui Os dados poderão ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI), sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.