Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Censo 2022

Em parceria com a Escola de Samba Unidos da Vila Maria, IBGE divulga dados de alfabetização em São Paulo (SP)

17/05/2024 16h06 | Atualizado em 17/05/2024 16h59

Escola de samba se apresentou na abertura e no encerramento da divulgação

 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira, 17, os resultados do “Censo Demográfico 2022 - Alfabetização: Resultados do universo”, na quadra da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, localizada no Bairro Japão, zona norte da cidade de São Paulo, em evento com transmissão online no IBGE Digital e nas redes sociais do Instituto.

A divulgação teve início com a apresentação cultural da escola de samba, trazendo sua bateria junto com o mestre-sala, a porta-bandeira e as baianas. Após o momento cultural, a equipe técnica do IBGE fez a apresentação dos dados de alfabetização do Censo 2022. Compuseram a mesa a diretora de Pesquisas, Elizabeth Hypólito, a diretora-adjunta de Geociências, Patrícia Vida, a gerente de planejamento da Coordenação do Censo Demográfico, Giulia Scappini, e a analista da Gerência de Indicadores Sociais, Betina Fresneda.

Presidente do IBGE, Marcio Pochmann exaltou o trabalho feito no Censo Demográfico 2022 e citou a importância dos dados.  “As informações reveladas fazem com que as autoridades nacionais, estaduais e municipais reajam. É possível, a partir destes resultados, criar um projeto que enfrente o analfabetismo brasileiro, e isso pressupõe uma ação articulada nas regiões. Mais de 180 mil recenseadores estiveram presentes no Censo e contribuíram para levar à população estas estatísticas, mesmo com grandes dificuldades. Esta divulgação revela o que é o Brasil e ao mesmo tempo, assume o papel de bússola, mostrando para onde estamos indo”, explicou Pochmann.

Presidente do IBGE, Marcio Pochmann exaltou o trabalho feito no Censo Demográfico 2022 e citou a importância dos dados

Representando a Secretaria de Educação da cidade de São Paulo, bem como a Prefeitura de São Paulo, André Machado Sanchez expressou que “sem esses dados, as nossas ações de políticas públicas são totalmente ineficientes. Através destas informações, os gestores tomarão as melhores decisões a nível municipal, estadual e nacional”.

Adilson José da Silva, presidente da Unidos de Vila Maria, destacou a gama de produtos e pesquisas desenvolvidos pelo Instituto. “Muita gente conhece o IBGE, mas não sabe tudo que o Instituto faz. Fiquei sabendo com esta visita que eles não contam apenas a população, mas analisam o pré-sal e os biomas, da economia ao Fundo de Participação dos Municípios, a lista é grande. As pessoas também pensam que uma escola de samba também é só festa, mas realizamos diversos serviços para a nossa comunidade, de educação, saúde e capacitação profissional. Estamos aqui juntos com o IBGE e queremos sair daqui mais juntos ainda. O IBGE é a história do Brasil”, afirmou Silva.

O vice-presidente da escola de samba Unidos de Vila Maria, Marcelo Rocha, ressaltou o papel da escola dentro da região e adiantou o enredo da Unidos de Vila Maria para o Carnaval 2025. “Somos representantes da cultura brasileira, do Carnaval. Isso sem nos esquecer do social, para que a comunidade tenha aqui um ponto de acolhimento. Em 2025, trataremos no próximo Carnaval do meio ambiente, um tema tão sensível que preocupa o mundo, como vemos os casos no Rio Grande do Sul. O próprio IBGE traz esta temática em seus estudos e levantamentos”.

Elizabeth Hipólito explicou que “o Brasil tem uma longa tradição na investigação deste tema. Estas informações são coletadas desde o primeiro Censo, feito em 1872. De lá para cá, muita coisa modificou, mas o interesse no Censo não, pois só ele traz dados sobre alfabetização e também do analfabetismo dentro dos municípios, permitindo que analisemos esses resultados, compare grupos específicos e entenda as diferenças, para que os gestores públicos pensem em estratégias”.

Patrícia Vida destacou que “além de ser importante e pertinente saber os dados de analfabetismo no país, também é importante saber onde estamos distribuídos espacialmente no país. Por isso é essencial integrarmos cada vez mais as informações estatísticas com as geoespaciais. Agradeço a todos que participaram do Censo, sem vocês nada seria possível”.

Elizabeth Hipólito explicou que o Brasil tem uma longa tradição na investigação do tema alfabetização

Giulia Scappini ressalta que “esta divulgação traz o primeiro cenário do acesso à educação, um direito social básico tão importante ao exercício de tantos outros direitos e da nossa cidadania. Agradecemos a cada uma das Superintendências Estaduais, aos gestores públicos e aos setores da sociedade civil que ajudaram a realizar o Censo”.

Superintendente do IBGE em São Paulo, Francisco Garrido exaltou a parceria com a escola de samba e destacou o papel do IBGE. “Fico feliz em voltar a esta escola de samba e mostrar como fomos bem recebidos pela equipe, com um trabalho social bem intenso, ajudando pessoas mais carentes. Aqui vemos um grande serviço social da Unidos de Vila Maria. Estamos contribuindo para transformar os dados em políticas públicas efetivas para melhorar a qualidade de vida de todos os mais de 5 mil municípios neste país”, disse Garrido.

Realizada em parceria com a Escola de Samba Unidos de Vila Maria, a divulgação também contou com autoridades e gestores públicos estaduais e municipais.

Técnicos apresentam os resultados de alfabetização do Censo Demográfico 2022

Betina Fresneda comentou os resultados de alfabetização entre as pessoas com 15 ou mais anos de idade, em recortes por idade, por sexo, cor ou raça, região e também separados por municípios.

 O levantamento trouxe queda na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias. Em 2022, o grupo mais jovem de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa de analfabetismo (20,3%), mas teve a maior queda em três décadas, passando de 38,0% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022. “Esse comportamento reflete, principalmente, a expansão educacional, que universalizou o acesso ao ensino fundamental no início dos anos 90, e a transição demográfica, que substituiu gerações mais antigas e menos educadas por gerações mais novas e mais educadas”, disse Betina.

Gestores públicos locais e outras autoridades acompanharam a divulgação dos dados sobre alfabetização

 A população mais velha ainda tem a maior taxa de analfabetismo, apesar da queda com relação ao último Censo. “A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas”, explicou a analista.

 Betina também apresentou as cidades com as maiores e menores taxas de alfabetização, separando por classes de tamanho dos municípios. Por exemplo, entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, Florianópolis tem 1,4% de analfabetismo e Maceió tem a maior, com 8,4%.

 Na sequência, Patrícia Vida apresentou a Plataforma Geográfica Interativa - PGI, uma forma de visualizar os dados do Censo por meio de mapas interativos. Esta plataforma também foi utilizada para o acompanhamento dos recenseadores do Censo 2022. “É possível visualizar, por exemplo, que a taxa de alfabetização no Nordeste é menor que em outras regiões”, disse a diretora-adjunta de Geociências.