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Índice de Preços ao Produtor

Preços da indústria variam -0,43% em novembro após três meses em alta

Editoria: Estatísticas Econômicas | Breno Siqueira

04/01/2024 09h00 | Atualizado em 26/01/2024 10h26

Indústrias extrativas é o setor com maior variação negativa (-7,09%) em novembro - Foto: Agência Petrobras

Após três meses consecutivos de resultados positivos, os preços da indústria variaram -0,43% em novembro com relação ao mês de outubro. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula -6,09% nos últimos 12 meses. O índice acumulado de dezembro do último ano a novembro chegou a -4,89%, a menor taxa acumulada no ano para um mês de novembro desde o início da série histórica, em 2014.

Em novembro de 2023, 13 das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram variações negativas de preços comparadas ao mês anterior. Em outubro do mesmo ano, 14 atividades apresentaram variações positivas de preço em relação ao mês anterior.

“O comportamento do segundo semestre tem sido distinto com relação aos primeiros meses do ano, quando o predomínio do viés deflacionário foi mais claro. Mesmo assim, a média praticada em novembro na porta da fábrica permanece mais baixa do que o patamar de 2022“, afirma Felipe Câmara, analista do IPP.

 

As atividades com as maiores variações na passagem de outubro para novembro foram indústrias extrativas (-7,09%), outros equipamentos de transporte (-2,11%), madeira (-1,77%) e fumo (-1,73%). Indústrias extrativas também foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação mensal. A atividade foi responsável por -0,37 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,43% da indústria geral.

“Dois movimentos foram importantes em pautar o resultado do mês: a apreciação cambial corrente, a segunda mais intensa do real frente ao dólar no ano, e a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Como vem acontecendo nos últimos meses, o perfil difuso da dinâmica inflacionária tem prevalecido na indústria, sem sinais claros de repasse consolidado ao longo da maior parte das cadeias produtivas”, explica Câmara.

O setor de alimentos apresentou, pelo terceiro mês consecutivo, uma variação de preços mensal positiva. Em novembro foi de 0,56%. Mesmo com a alta no mês, o acumulado no ano ficou em -3,36%. Já no acumulado em 12 meses, como tem acontecido desde abril, o resultado manteve-se em baixa, com variação de -3,09%.

No setor de refino de petróleo e biocombustíveis entre os meses de outubro e novembro de 2023, os preços do setor subiram, em média, 0,83%, sendo o quarto mês seguido de aumento e um pouco abaixo da taxa anterior, 0,86%. Com isso, o acumulado no ano ficou em -11,89%, um quadro bem diferente do ano anterior, uma vez que, em 2022, até novembro o acumulado era de 17,48%.

Após três meses de alta, a indústria química voltou a apresentar queda. Em novembro a produção foi negociada 1,36% mais barata na porta da fábrica do que em outubro. “A (indústria) química foi outra atividade com influência grande no resultado agregado, que apresentou menores preços em novembro. O resultado, todavia, não se deveu aos petroquímicos, cuja informação coletada em novembro ainda guardou os efeitos de uma cotação internacional defasada, que esteve em alta até o início do mês. Foram os produtos consumidos na lavoura, os fertilizantes e herbicidas, que determinaram o resultado setorial”, afirmou Câmara.

No mês de novembro, a variação de preços da metalurgia foi de -1,43% em relação ao mês anterior, sétima queda consecutiva observada neste indicador. Com isso, em 2023, os preços da atividade acumulam, em média, uma queda de 10,18%, sendo a quarta variação mais intensa dentre as 24 atividades pesquisadas no IPP, assim como a quarta influência nesse indicador (-0,63 p.p. em -4,89%). E nos últimos 12 meses, o setor acumula uma redução de 11,35% no período, também se destacando como a quarta variação e influência.

Mais sobre a pesquisa

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.

A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes, definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados mensalmente. As tabelas completas do IPP estão disponíveis no SidraA próxima divulgação do IPP, referente a dezembro, será em 1º de fevereiro.