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Geociências

IBGE divulga bases de dados que aprimoram a representação das bacias hidrográficas do país

Editoria: Geociências | Caio Belandi | Arte: Helga Szpiz

24/09/2021 10h00 | Atualizado em 30/09/2021 10h14

  • Destaques

  • IBGE divulga dois produtos em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA): a base de Bacias Hidrográficas do Brasil (BHB250) e ainda a base da Divisão Hidrográfica Nacional (DHN250), ambas compatíveis com a escala 1:250.000;
  • A DHN250 traz a divisão das 12 regiões hidrográficas do país, suas 54 mesorregiões e 302 microrregiões, considerando não só o limite natural das bacias, mas também a gestão dos recursos hídricos, o uso da água e a ocupação do território;
  • A BHB250 abrange 5.353 bacias hidrográficas do Brasil, representando os limites naturais do relevo que definem o fluxo das águas das chuvas até o oceano;
  • Os preceitos metodológicos utilizados para a elaboração dessas bases estão na Série Relatórios Metodológicos intitulada Bacias e Divisões Hidrográficas do Brasil.
#PraCegoVer A foto mostra em primeiro plano, uma aprte do Rio São Francisco. A fundo, montanhas e o céu azul com nuvens.
Parceria do IBGE com a ANA ajudará a orientar as análises sobre recursos hídricos no Brasil - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

O IBGE divulga hoje (24), em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), duas bases de dados que buscam orientar as análises sobre recursos hídricos no país: a inédita base de dados geográficos das Bacias Hidrográficas do Brasil (BHB250) e ainda a rediscussão da base da Divisão Hidrográfica Nacional (DHN250). Os vetores, tabelas e mapas estão neste link.

Todos os procedimentos adotados para elaboração de ambas as bases estão descritos detalhadamente na publicação “Série Relatórios Metodológicos v.48 | Bacias e Divisões Hidrográficas do Brasil”, trazendo então a possibilidade de organizar a geração de informações das mais diversas temáticas por bacias e regiões hidrográficas.

Os produtos, compatíveis com a escala 1:250.000, apresentam, de maneira sistematizada, os recortes hidrográficos espaciais do país para realização de cruzamentos de informações e análises. “Nesse sentido, a parceria com a ANA é fundamental, já que estabelece códigos, nomes e limites comuns. Com essas bases de dados comuns, será possível aprimorar o intercâmbio de dados entre IBGE e a ANA”, explica André Polly Assumpção, gerente de dinâmicas ambientais e territoriais do IBGE. “A sociedade passa a contar com uma referência integrada chancelada pela agência reguladora de recursos hídricos e o instituto nacional de estatística do Brasil”, completa.

A base da Divisão Hidrográfica Nacional traz um detalhamento das 12 regiões hidrográficas do país, estabelecidas em 2003 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). O produto foi elaborado a partir da Base Hidrográfica Ottocodificada (BHO) da ANA e implementa mais dois níveis hierárquicos, com seus limites espaciais, nomes e códigos. Dessa forma, além das 12 macrorregiões hidrográficas, também foram estabelecidas 54 mesorregiões e 302 microrregiões, que passarão a integrar o Quadro Geográfico de Referência para Produção, Análise e Disseminação de Estatísticas, divulgado pelo IBGE desde 2019.

A DHN250 divide o território brasileiro em regiões hidrográficas, levando em consideração não somente o limite natural das bacias, mas outros aspectos do espaço, como a ocupação e a gestão de recursos hídricos. As regiões hidrográficas podem compreender uma ou mais bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas. “Com esse detalhamento, será possível aprimorar a análise de dados e a produção de informações sobre os recursos hídricos, fornecendo subsídios para a gestão da água e do saneamento básico de cada região, bem como para a realização de outros estudos”, avalia Assumpção.

Já a inédita BHB250 disponibiliza ao público as principais bacias hidrográficas do Brasil, no sentido mais estrito do conceito, isto é, representando a área da superfície terrestre delimitada por divisores de águas que capta e escoa as águas das chuvas por rios e córregos para um único ponto de saída. “Essa base de dados é voltada para o aspecto geomorfológico na delimitação das suas unidades”, pondera Assumpção. O estudo apresenta informações para a caracterização geral de 5.353 bacias hidrográficas com mais de 100 km² que cortam o território nacional. Nelas, é possível verificar a estimativa de população residente, a disponibilidade hídrica e as estimativas do uso de água por diferentes setores. “Isso contribuirá bastante para a sistematização e a disseminação de estatísticas e indicadores relacionados às diferentes bacias, em prol da melhoria no planejamento e na gestão hídrica no Brasil”, celebra Assumpção. A BHB250 também foi produzida a partir da Base Hidrográfica Ottocodificada (BHO) da ANA, selecionando bacias hidrográficas em cinco diferentes níveis hierárquicos – desde as bacias menores que abastecem as bacias maiores.

Os arquivos das bases de dados geográficos disponibilizados nesse lançamento para download são passíveis de serem manipulados em softwares de análises espaciais, possibilitando cruzamentos com diversas outras variáveis e, assim, estudos essenciais para a questão hídrica no Brasil.

Publicações consolidam parceria do IBGE com a ANA

A divulgação das bases de Bacias Hidrográficas do Brasil (BHB250) e da Divisão Hidrográfica Nacional (DHN250) é mais uma etapa da parceria do IBGE com a ANA, que vem se consolidando ano após ano. “Há uma ampla colaboração e a Agência se tornou um parceiro que vem sendo cada vez mais estratégico e relevante para o instituto", afirma Maria Luisa Pimenta, gerente geral de meio ambiente do IBGE.

Para Marcus Fuckner, coordenador de conjuntura e gestão da informação da ANA, a junção de esforços técnicos e a experiência das instituições proporcionam um ganho para a sociedade. “A ANA é uma instituição mais jovem, tem 21 anos, mas desde o início, tem um papel importante na produção de base de dados e informações dos recursos hídricos brasileiros. Ao trabalhar a partir da cartografia oficial produzida pelo IBGE, conseguimos avançar delimitando as bacias, e produzindo estatísticas e subsídios para a sociedade entender melhor a questão dos recursos hídricos”, explica, citando também o exemplo das Contas Econômicas Ambientais da Água, outra publicação em conjunto, onde as bases de dados das Contas Nacionais do IBGE são integradas com os dados de usos e estoques de água produzidos pela ANA.