PNAD Contínua
Sindicalização cai para 14,4% em 2017, a menor taxa em cinco anos
08/11/2018 10h00 | Atualizado em 19/07/2019 11h12
Das 91,5 milhões de pessoas ocupadas no país em 2017, apenas 13,1 milhões eram associadas a algum sindicato, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje pelo IBGE. A taxa de sindicalização, de 14,4%, é a menor desde o início da série histórica, em 2012, quando era de 16,2%.
A pesquisadora Adriana Beringuy comentou que esta queda vem na contramão da ligeira recuperação de população ocupada em 2017. “É algo relativamente generalizado”, disse Beringuy. O setor de Alojamento e alimentação, por exemplo, teve crescimento de 10,6%, um acréscimo de 499 mil pessoas, mas reduziu ainda mais sua taxa de sindicalização: de 7,6%, em 2016, a taxa caiu para 6,8% em 2017.
“Esse processo de sindicalização não depende apenas da quantidade de pessoas que aquela atividade absorve, mas de suas características de inserção”, explicou a pesquisadora. “No caso de alojamento e alimentação, a gente sabe que esse tipo de atividade tem um predomínio grande de informalidade, de trabalhadores por conta própria, sem carteira, que têm justamente as menores taxas de sindicalização”.
Como mostra Beringuy, os trabalhadores por conta própria foram a categoria com uma das maiores quedas de taxa de sindicalização na série histórica: de 11,3% em 2012 para 8,6% em 2017. O impacto é grande numa população que soma mais de 23 milhões de pessoas ocupadas no país. “É importante ver onde esta taxa está crescendo ou diminuindo. Num cenário em que a gente tem perda de carteira assinada de mais de um milhão de pessoas desde 2015 até 2017, isso contribui para que a associação a sindicato diminua”, explicou.