Segurança da mulher é termômetro da cidade sustentável
25/07/2017 09h00 | Atualizado em 25/09/2019 08h51
A edição de 2017 do Atlas Nacional Digital do Brasil, lançado em junho pelo IBGE, incluiu dois indicadores relativos à segurança e representatividade da mulher. “As mulheres são mais da metade da população”, explica Maria Lúcia Vilarinhos, geógrafa do IBGE. “Por isso, os dados relativos a gênero são um importante indicador do quanto ainda temos que caminhar até 2030”, complementa.
É que até 2030, as cidades devem proporcionar acesso universal a espaços públicos seguros, em especial para mulheres, idosos, pessoas com deficiência e crianças. Esse é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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No que se refere à segurança, o Atlas mostra que os óbitos por agressão às mulheres em 2015 se concentram nas capitais e regiões metropolitanas. “A maioria dos índices relativos à violência contra a mulher se refere ao ambiente doméstico. Então, o que se dirá do espaço público, que precisa ser seguro, mas sabemos que não é”, enfatiza Maria Lúcia.
Os dados são do Ministério da Saúde, mas o próprio IBGE tem informações sobre o tema: segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2009, 1,1 milhão de mulheres haviam sido agredidas, sendo 466 mil na própria residência e 398 mil em via pública.
Texto: Eduardo Peret
Imagem: Daniel 79 / Pixabay - Edição: Helena Pontes
Mapa: Atlas Nacional Digital do Brasil