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Em 2016, 6,9 milhões de domicílios dependiam do sinal analógico de TV aberta

Editoria: Estatísticas Sociais | Rodrigo Paradella | Arte: Gráfico adaptado do informativo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2016, produzido pelo IBGE/CDDI/GEDI

22/02/2018 09h00 | Atualizado em 10/04/2018 08h50

Cerca de 6,9 milhões de domicílios do país (10,3% do total) ainda dependiam do sinal analógico aberto para assistir a televisão no quarto trimestre de 2016. Foi o que mostrou o módulo Tecnologia da Informação e Comunicação da PNAD Contínua, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, que traz também dados sobre o acesso à Internet e posse de celular.

Estas residências ficariam sem meios de assistir a TV no caso do desligamento do sinal analógico aberto, o que está previsto para acontecer até 2023 em todo o país. São domicílios que não contam com TV por assinatura, conversor para o sinal digital ou antena parabólica.

“A nossa intenção é mapear as regiões que não têm alternativa ao desligamento, para que o governo possa agir e impedir que esses domicílios fiquem em um apagão, não fiquem sem a TV”, explica a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Embora o processo ainda vá durar mais cinco anos, o desligamento já ocorre em vários locais do país neste ano. Até o fim de 2018, o sinal analógico terá sido desligado em aproximadamente 1.400 municípios brasileiros.

“Esses dados certamente hoje são diferentes, com certeza. Os atrasos [no cronograma de desligamento] que aconteceram no passado foram pontuais e de pouco tempo. Os fatos de estarmos desligando o sinal em regiões como São Paulo e Rio de Janeiro sem uma única reclamação mostra que esses números evoluíram muito de 2016 para cá”, explica o secretário de Radiodifusão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Moisés Queiroz Moreira.

gráfico sobre a televisão no Brasil em 2016

Pesquisa mostra as diferenças regionais

Entretanto, a situação está em patamares distintos regionalmente. Enquanto Sudeste (8,6%), Sul (9,1%) e Centro-Oeste (8,3%) são menos dependentes do sinal analógico aberto, Norte (14,9%) e Nordeste (13,1%) se encontram um pouco mais atrasados nessa transição.

“Norte e Nordeste têm os maiores percentuais de domicílios que ainda não contam com essa estrutura. São as regiões que têm os domicílios mais pobres, então não têm aparelhos tão modernos. As televisões começaram a vir de fábrica com os conversores para o sinal digital somente a partir de 2011”, explica Maria Lucia. “A TV por assinatura ainda é um serviço caro, então no Sul e Sudeste ela é mais comum. Na parabólica, o Norte e Nordeste têm maior percentual por ser o meio mais barato de acesso ao sinal digital. Fora isso, existe também a questão estrutural, de cabeamento”, completa.

Além de mostrar o quadro atual da transição do sinal analógico para o digital, esse módulo da PNAD Contínua servirá como forma de observar a velocidade desse processo nos próximos anos. “Essa pesquisa vai nos ajudar a construir uma série histórica, mostrando toda a evolução desse processo, que tem acontecido com muito êxito”, conclui Moisés.