Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Biodiversidade

IBGE lança site dedicado às suas coleções biológicas

Editoria: Geociências | Igor Ferreira

25/03/2024 10h00 | Atualizado em 25/03/2024 12h36

  • Destaques

  • IBGE lança página na internet com suas coleções biológicas, que reúnem amostras de animais e plantas.
  • O site apresenta os três acervos biológicos do instituto: Herbário RADAMBRASIL, localizado na Bahia, e Herbário IBGE e Coleção Zoológica, no Distrito Federal.
  • Por meio da página é possível conhecer um pouco da história e evolução das coleções, além de acessar informações detalhadas sobre os exemplares, incluindo fotografias em alta resolução.
  • A nova página do IBGE é destinada a estudantes, pesquisadores, educadores e ao público em geral interessado no conhecimento e conservação da biodiversidade.
  • IBGE publica dados de sua coleção zoológica de peixes, insetos, aves e mamíferos no Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr).
Site dedicado às coleções biológicas do IBGE permitirá que mais pessoas tenham acesso ao acervo do instituto

O IBGE disponibiliza a partir desta segunda-feira (25) uma nova página na internet dedicada às suas coleções biológicas, localizadas na Reserva Ecológica do instituto em Brasília (DF) e no Jardim Botânico de Salvador (BA). Repositórios de amostras e organismos, elas fornecem dados essenciais para estudos científicos em diversas áreas, como as pesquisas em taxonomia, botânica, zoologia e ecologia. Além disso, desempenham um papel fundamental no suporte a iniciativas de conservação, permitindo a avaliação do status de espécies e ecossistemas, sendo fundamentais para o embasamento de decisões sobre gestão de recursos naturais e políticas de conservação.

Dada a importância dessas informações, o IBGE tem trabalhado ao lado de outras instituições com o objetivo de tornar os dados acessíveis a pesquisadores, estudantes, educadores e interessados no tema da biodiversidade. É possível visitar presencialmente os acervos ou consultar bancos de dados online, onde se tem a opção de fazer o download do conteúdo e acessar imagens de exemplares em alta resolução.

“As coleções biológicas constituem a infraestrutura básica de toda pesquisa ligada à biodiversidade. A partir delas se faz a descrição das espécies, realização de estudos genéticos, obtenção de informações ecológicas, entre outras possibilidades”, explica Leonardo Bergamini, analista de Biodiversidade do IBGE. Segundo ele, “a análise desses dados permite aos pesquisadores identificarem mudanças nas populações de espécies, suas distribuições geográficas e interações ecossistêmicas, fundamentais para compreender o valor econômico dos serviços ecossistêmicos e orientar práticas de conservação, manejo sustentável e políticas ambientais”.   

Fundado em 1977, o Herbário IBGE em Brasília, que fica dentro da Reserva Ecológica da instituição (Recor), abriga uma coleção significativa de plantas do cerrado e exemplares de outras regiões. Lá também estão algumas coleções correlatas de amostras de fungos, madeiras e frutos, totalizando cerca de 85 mil exemplares. A Reserva Ecológica do IBGE abriga ainda a Coleção Zoológica, composta por subcoleções de peixes, insetos, aves e mamíferos. Com mais de 12 mil lotes de peixes e 70 mil exemplares de insetos, constitui uma referência da biodiversidade do cerrado.

“O herbário do IBGE em Brasília é uma referência no meio científico há bastante tempo, conhecido nacional e internacionalmente. Com o lançamento do site, mais pessoas terão oportunidade de conhecer uma parte importante do trabalho desenvolvido pelo instituto na área de biodiversidade”, afirma Marina Resende, técnica do IBGE responsável pela curadoria do herbário de Brasília.

Já o Herbário RADAMBRASIL (HRB), situado no Jardim Botânico de Salvador, foi criado em 1980 no âmbito do projeto de mesmo nome. O local se destaca por representar a flora das regiões Norte e Nordeste. Com mais de 52 mil exemplares, sua coleção diversificada é um recurso valioso para estudos botânicos. De acordo com Eric Carvalho, técnico do IBGE responsável pelo herbário, os trabalhos realizados no local envolvem “estudos locais sobre a biodiversidade vegetal nas florestas urbanas de Salvador, com participação de estudantes de graduação fazendo seus trabalhos de conclusão de curso, mestrandos em biologia e estagiários do herbário”. Ele lembra que, para este ano, o HRB está iniciando ações conjuntas de coletas botânicas com a equipe do herbário da Reserva Ecológica do IBGE.   

SiBBr passa a apresentar parte da coleção zoológica do IBGE

Também hoje, dados da coleção zoológica de peixes, insetos, aves e mamíferos do IBGE passam a integrar o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). As amostras que compõem cada subcoleção foram obtidas em expedições de campo, além de doações e intercâmbio com outras instituições. Os exemplares e dados associados já estavam disponíveis para consulta presencial e, agora, parte digitalizada do acervo está sendo publicada online pela primeira vez, com o apoio do SiBBr.

“Através da parceria com o SiBBr, o alcance dessas informações passa a ser maior, pois além de aglutinar e disponibilizar grande parte dos dados sobre a biodiversidade do país, é também o ‘nó’ brasileiro do GBiF (Global Biodiversity Information Facility), com abrangência global”, acrescenta Eric.

O SiBBr, plataforma do governo federal gerenciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), foi criado em 2014 com a função de armazenar e disponibilizar informações sobre a biodiversidade e os ecossistemas brasileiros. A ferramenta fornece subsídios aos órgãos públicos visando à conservação e sustentabilidade. Instituições nacionais de ensino e pesquisa, públicas ou privadas, projetos e programas de pesquisas e redes temáticas são os principais provedores de dados para o SiBBr. 

“Esses dados não apenas enriquecem nossa compreensão da biodiversidade, mas também impulsionam a economia e a inovação. Daí a importância de investir na manutenção e expansão dessas coleções, para o benefício contínuo da sociedade e do meio ambiente. Ao disponibilizar seus acervos, o IBGE fomenta a transparência e a colaboração em estudos relacionados à biodiversidade”, conclui Leonardo.