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RBMC

IBGE operacionaliza seis novas estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo e publica as séries temporais de redes geodésicas

Editoria: Geociências | Esther Gama, sob supervisão de Adriana Saraiva

15/12/2023 10h00 | Atualizado em 26/01/2024 10h26

  • Destaques

  • Seis novas estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas do Global Navigation Satellite Systems (GNSS) são operacionalizadas nos seguintes municípios: Blumenau (SC), Cascavel (PR), Guajará-Mirim (RO), Guaíra (PR), Irecê (BA) e Resende (RJ).
  • O IBGE conta atualmente com 147 estações integradas à RBMC, que fazem parte da Coordenação de Geodésia do IBGE.
  • As séries temporais atualizadas das Estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS – RBMC e da Rede Maregráfica Permanente para Geodésia – RMPG também são publicadas hoje.
  • As séries temporais consolidadas da RMPG são atualizadas anualmente e a variação do nível médio do mar são publicadas aqui no item “Análise de Dados”.
  • O IBGE também está divulgando hoje um conjunto de novas estações gravimétricas (EEGG) que foram incorporadas ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) ao longo do ano de 2023.
  • As estações geodésicas formam as redes geodésicas de referência, as quais compõem o SGB.
  • A RBMC conta hoje com 53 estações coletando e publicando dados GNSS com intervalo de rastreio de 1 segundo.
  • Outro serviço prestado pela Coordenação de Geodésia é o RBMC-IP, que possibilita o georrefenciamento em tempo real por meio de internet móvel.
Estação maregráfica de Fortaleza - Foto: Salomão Soares/IBGE

O IBGE coloca em operação seis novas estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) dos Sistemas GNSS, para o georreferenciamento de precisão, instaladas nos seguintes municípios: Blumenau (SC), Cascavel (PR), Guajará-Mirim (RO), Guaíra (PR), Irecê (BA) e Resende (RJ), e publica, também, a atualização das séries temporais das Estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS.

Com essas novas adições, a RBMC conta hoje com 147 estações. A operacionalização e manutenção das estações da RBMC são de responsabilidade da Coordenação de Geodésia do IBGE, em cooperação com as Superintendências Estaduais, universidades e instituições públicas. Os dados GNSS disponibilizados diariamente no portal do IBGE, são públicos e gratuitos, utilizados em diversas atividades, como a demarcação de propriedades urbanas e rurais, agricultura de precisão, pesquisas científicas e estudos sobre a variação do nível do mar na costa.

Sobre a RBMC, a coordenadora de Geodésia do IBGE, Sonia Costa, explicou que “os dados GNSS são usados por diversos profissionais, dentre os quais destacam-se os topógrafos, que realizam levantamentos não somente para delimitação de propriedades rurais e urbanas, como também os que trabalham em concessionárias de energia, águas e telefonia, entre outras atividades da nossa economia que demandam o georreferenciamento de precisão. “

Desde 2005, qualquer geoinformação produzida no Brasil deve estar referida ao SIRGAS2000, referencial geodésico adotado oficialmente através da Resolução do Presidente (RPR) do IBGE Nº 1/2005. O acesso a este referencial, bem como o seu monitoramento, se dá através de uma rede geodésica de referência, que no caso do SIRGAS2000, é materializada através da RBMC.

“As estações do RBMC são as referências, sendo utilizadas com a finalidade de fazerem o papel de origem ou partida, ou seja, disponibilizamos os dados GNSS e coordenadas para que o usuário, no caso, um topógrafo, precise apenas de um equipamento, pois o outro equipamento está na estação da RBMC. Publicamos esses dados diariamente e temos uma meta de publicações por mês", acrescentou Sonia.

Desde 2017, com a inclusão da RBMC como um dos projetos estratégicos da instituição, as estações vêm recebendo uma especial atenção na modernização dos equipamentos, os quais além de rastrear os satélites das constelações GPS e GLONASS, também rastreiam sinais transmitidos pelos satélites das constelações Galileo (sistema europeu) e Beidou (sistema chinês), como em quatro das seis novas estações. 

Como parte do projeto estratégico de Ampliação da Rede, novas estações foram estabelecidas em 2023, assim como outras melhorias. (Estação RBMC em Resende, RJ) - Foto: Acervo IBGE

Como parte do projeto estratégico de Ampliação da Rede, novas estações foram estabelecidas em 2023, assim como outras melhorias. (Estação RBMC em Resende, RJ)

Além disso, os novos equipamentos possuem uma maior capacidade de armazenamento, permitindo a publicação de arquivos com intervalo de coleta de 1 segundo, além dos arquivos diários de 15 segundos, melhoria que vem sendo implementada desde 2018. Com isso, a RBMC conta hoje com 53 estações coletando e publicando dados GNSS de 1 segundo. A ferramenta personalizada de download dos dados disponível aqui, possibilita ao usuário a obtenção desta densa massa de dados de forma mais amigável, conforme as suas necessidades.

Um outro serviço prestado pela Coordenação de Geodésia é o RBMC-IP, que possibilita o georrefenciamento em tempo real através de internet móvel, resultando em coordenadas de precisão centimétrica desde que o usuário esteja realizando a sua atividade num raio de até 30 km de distância de uma estação da rede.

Séries temporais das coordenadas

A Geodésia é a ciência capaz de medir posições e as variações que ocorrem na superfície terrestre de maneira precisa. Alinhadas a este novo conceito da geodésia, as duas redes geodésicas ativas operadas pelo IBGE monitoram as variações que ocorrem tridimensionalmente em um ponto da superfície terrestre, assim como as variações que ocorrem no nível do mar, produzindo assim respectivas séries temporais ou séries históricas.

O IBGE também publicou as séries temporais atualizadas das Estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS – RBMC e da Rede Maregráfica Permanente para Geodésia – RMPG. Como parte das atividades operacionais da RBMC, os dados GNSS são processados diariamente possibilitando a avaliação da sua qualidade e na obtenção das séries temporais das coordenadas.

“Os equipamentos que usamos na RBMC são tão precisos que conseguimos monitorar ou estimar a variação das coordenadas ao longo do tempo. É o que a gente chama de série temporal das coordenadas. Se calcularmos a coordenada de um dado GNSS que é coletado diariamente, conseguimos estimar essa variação ao longo do tempo, e a qualidade está associada a uma quantidade maior de satélites, então conseguimos melhorar o posicionamento, ter uma confiabilidade maior e muito mais rápido” explicou Sonia Costa.

Todas as estações da RBMC fazem parte da Rede de Referência Regional SIRGAS (Sistema de Referência Geodésico para as Américas), fruto de uma colaboração entre os países americanos que disponibilizam os dados das suas estações GNSS de operação contínua, sendo essa uma das redes geodésicas mais precisas do mundo. Por meio de um processamento semanal destes dados é possível monitorar, de forma contínua, as coordenadas das estações, identificando eventuais deslocamentos sofridos de forma local ou regional, como o movimento contínuo das placas tectônicas e/ou aqueles decorrentes de terremotos. Esses movimentos ou variações são representados através das séries temporais das coordenadas, publicadas aqui.

As séries temporais consolidadas da RMPG são atualizadas, anualmente, de acordo com os critérios adotados no relatório "Monitoramento da variação do Nível Médio do Mar nas Estações da Rede Maregráfica Permanente para Geodésia – RMPG 2001 – 2020". A série única para cada estação é gerada a partir dos dados diários disponibilizados pelo IBGE em sua página, tendo as devidas correções de falha instrumental e altura de referência dos sensores (offset) realizadas. As séries temporais da variação do nível médio do mar são publicadas aqui no item “Análise de Dados”.

Imagem do site do IBGE que disponibiliza as séries temporais

Conjunto de Estações Geodésicas - EEGG publicadas no Banco de Dados Geodésicos - BDG

O IBGE também está divulgando, hoje (15), um conjunto de novas estações gravimétricas (EEGG) que foram incorporadas ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) ao longo do ano 2023, cujas informações são publicadas e disponibilizadas aos usuários através do Banco de Dados Geodésicos - BDG disponível aqui.

Medidas desde a década de 40, seguindo uma grade de 5’ x 5’ ou o sentido das estradas (referências de nível), podendo ou não ser materializadas no terreno, as EEGG do IBGE são uma das componentes do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB).

Dada a melhoria que tal medida incorporou a componente altimétrica desde o último ajustamento da RAAP – Realt2018, inserindo o sentido físico da representação do fluxo das massas d’água, essa atividade é essencial para atividades de infraestrutura no país, como ordenamento territorial, construção de estradas, pontes, barragens, agricultura de precisão e localização de serviços públicos (energia, gás e saneamento básico).

Além disso, ao servir como base para a produção de modelos de conversão de altitudes, como o Mapgeo1994, Mapgeo2010, Mapgeo2015 e o mais recente hgeoHNOR2020, as EEGG proporcionam à comunidade usuária de equipamentos GNSS a capacidade de obter altitudes relacionadas ao campo gravitacional da Terra. Para mais informações sobre o Novo Modelo de Conversão de Altitudes – hgeoHNOR2020, consulte aqui.