Capacidade de armazenagem agrícola cresce 1,8% e chega a 231,1 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2025
13/11/2025 09h00 | Atualizado em 13/11/2025 10h22
No 1º semestre de 2025, a capacidade disponível para armazenamento no Brasil foi de 231,1 milhões de toneladas,1,8% superior ao semestre anterior. O número de estabelecimentos (9.624) cresceu 1,2% frente ao segundo semestre de 2024.
Neste primeiro semestre de 2025, tirando o Nordeste (0,0%), todas as Grandes Regiões tiveram aumento no número de estabelecimentos: Norte (4,2%), Centro-Oeste (1,9%), Sudeste (1,1%) e Sul (0,5%). Rio Grande do Sul tem o maior número de estabelecimentos de armazenagem (2.454 unidades), seguido por Mato Grosso (1.787) e Paraná (1.382).
Em relação aos estoques dos cinco principais produtos agrícolas existentes nas unidades armazenadoras, no primeiro semestre de 2025, frente ao segundo semestre de 2024, soja representou o maior volume (48,8 milhões de toneladas, aumento de 12,8%), seguido pelos estoques de milho (18,1 milhões, queda de 44,6%), arroz (6,1 milhões, alta de 23,5%), trigo (2,4 milhões, queda de 9,0%) e café (0,6 milhão, queda de 22,9%). No total, a pesquisa levantou 79,4 milhões de toneladas de produtos que monitora.
Capacidade dos silos atinge 123,2 milhões de toneladas, com alta de 2,2%
Em termos de capacidade útil armazenável, os silos predominam no País, tendo alcançado 123,2 milhões de toneladas, o que representa 53,3% da capacidade útil total. Em relação ao segundo semestre de 2024, os silos apresentaram um acréscimo de 2,2% na capacidade. Os armazéns graneleiros e granelizados atingiram 84,2 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, 2,0% superior à capacidade verificada no período anterior. Este tipo é responsável por 36,4% da armazenagem nacional. Com relação aos armazéns convencionais, estruturais e infláveis, somaram 23,8 milhões de toneladas, o que representou uma queda de 0,8% em relação ao segundo semestre de 2024. Esses armazéns contribuem com 10,3% da capacidade total de armazenagem.
Mato Grosso possui a maior capacidade de armazenagem do País, com 63,0 milhões de toneladas. Deste total, 57,9% são do tipo graneleiros e 37,8% são silos. O Rio Grande do Sul e o Paraná possuem 38,7 e 35,9 milhões de toneladas de capacidade, respectivamente, sendo o silo o tipo de armazém predominante nesses Estados. A capacidade instalada está diretamente relacionada com a distribuição da produção de grãos no País.
Número de estabelecimentos e capacidade útil instalada, por
tipo, segundo as Unidades da Federação - Brasil - 1º semestre 2025
| UF | Número de Estabelecimentos | Capacidade (t) | ||||
|---|---|---|---|---|---|---|
| Total | Convencional (1) | Graneleiro | Silo | |||
| BRASIL | 9.624 | 231.143.370 | 23.771.546 | 84.185.649 | 123.186.175 | |
| RO | 177 | 2.891.655 | 322.645 | 626.258 | 1.942.752 | |
| AC | 23 | 96.720 | 12.900 | 0 | 83.820 | |
| AM | 8 | 452.225 | 10.080 | 396.368 | 45.777 | |
| RR | 19 | 374.340 | 12.200 | 0 | 362.140 | |
| PA | 109 | 3.115.480 | 147.446 | 782.450 | 2.185.584 | |
| AP | 10 | 228.836 | 54.168 | 28.668 | 146.000 | |
| TO | 204 | 4.441.767 | 324.882 | 1.184.700 | 2.932.185 | |
| MA | 95 | 3.312.630 | 58.010 | 1.820.000 | 1.434.620 | |
| PI | 123 | 3.784.840 | 281.353 | 1.278.582 | 2.224.905 | |
| CE | 70 | 948.994 | 531.567 | 52.758 | 364.669 | |
| RN | 11 | 59.062 | 59.062 | 0 | 0 | |
| PB | 14 | 318.401 | 89.761 | 11.380 | 217.260 | |
| PE | 27 | 401.422 | 148.173 | 4.609 | 248.640 | |
| AL | 9 | 77.329 | 16.829 | 19.800 | 40.700 | |
| SE | 8 | 90.452 | 31.012 | 13.440 | 46.000 | |
| BA | 167 | 5.561.798 | 519.686 | 2.171.495 | 2.870.617 | |
| MG | 467 | 9.713.475 | 3.911.803 | 2.119.163 | 3.682.509 | |
| ES | 86 | 1.365.166 | 719.402 | 508.000 | 137.764 | |
| RJ | 10 | 137.996 | 5.778 | 11.653 | 120.565 | |
| SP | 665 | 12.655.051 | 2.898.859 | 2.968.098 | 6.788.094 | |
| PR | 1.382 | 35.907.475 | 4.878.860 | 10.557.861 | 20.470.754 | |
| SC | 353 | 6.566.280 | 467.080 | 1.111.774 | 4.987.426 | |
| RS | 2.454 | 38.722.819 | 2.983.321 | 8.217.307 | 27.522.191 | |
| MS | 593 | 14.380.635 | 685.717 | 4.243.118 | 9.451.800 | |
| MT | 1.787 | 62.983.691 | 2.692.193 | 36.470.987 | 23.820.511 | |
| GO | 735 | 22.121.415 | 1.654.663 | 9.549.180 | 10.917.572 | |
| DF | 18 | 433.420 | 254.100 | 38.000 | 141.320 | |
| Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Agropecuárias, Pesquisa de Estoques, 1º semestre de 2025. Nota: (1) A capacidade dos armazéns convencionais, estruturais e infláveis foi convertida na proporção de 0,6t/m³ |
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Entre os dez municípios com maior capacidade instalada no País, sete se encontram no Mato Grosso, sendo Sorriso o município com maior capacidade do País com 5,6 milhões de toneladas. Os armazéns graneleiros são responsáveis por 75,7% da capacidade total do município, que é o maior produtor nacional de soja e milho. O município responde por 8,9% da capacidade de armazenagem do Estado e, juntamente a Nova Mutum, Primavera do Leste, Sinop, Campo Novo do Parecis, Sapezal e Lucas do Rio Verde respondem por 38,1% da capacidade estadual.
Em Goiás, o destaque é o município de Rio Verde, que responde por 14,7% da capacidade de armazenagem do Estado. Segundo a Pesquisa da Produção Agrícola Municipal, o município foi o terceiro maior na produção de grãos do Brasil em 2024, com 4,0 milhões de toneladas, atrás apenas de Sorriso, com 6,1 milhões de toneladas e Nova Ubiratã, com 4,1 milhões de toneladas. Ponta Grossa se destaca como o município com maior capacidade de armazenagem instalada do Paraná e o sexto do País, sendo o graneleiro o principal tipo de estrutura (46,2%), seguido pelos silos, com 36,3%. Em São Paulo, o destaque é o município de Santos, onde se encontra o maior porto do País, com 41,5% da armazenagem em armazéns graneleiros do Estado.
A série histórica da Pesquisa de Estoques mostra que desde 1997, a capacidade útil total instalada teve um acréscimo de 110,1%, passando de 110,0 para 231,1 milhões de toneladas. Os armazéns convencionais apresentaram uma queda na capacidade de 56,0%, enquanto a capacidade dos armazéns graneleiros e silos cresceu 146,6% e 463,0%, devido à expansão da produção nacional de grãos nas últimas décadas, pois estes produtos geralmente são estocados em armazéns graneleiros e silos.