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Contas Regionais: 22 estados tiveram alta no PIB em 2019

12/11/2021 10h00 | Atualizado em 12/11/2021 11h08

Em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,2%, com crescimento em 22 das 27 unidades da federação e queda em quatro delas: Espírito Santo (-3,8%), Pará (-2,3%), Piauí (-0,6%) e Mato Grosso do Sul (-0,5%). Em Minas Gerais, o PIB ficou estável.

Tocantins teve o maior crescimento (5,2%), seguido por Mato Grosso (4,1%), Roraima (3,8%), Santa Catarina (3,8%) e Sergipe (3,6%). Treze unidades da federação tiveram taxas de crescimento acima da média do país (1,2%).

A região Norte foi a que menos cresceu (0,5%), mas dois dos seus cinco estados tiveram as maiores taxas de crescimento do PIB. O Centro-Oeste (2,1%) apresentou a maior variação. Entre seus quatro estados, só o PIB do Mato Grosso do Sul (-0,5%) teve variação abaixo da média nacional.

A participação de São Paulo no PIB do país teve ligeira alta, depois de dois anos em queda, saindo de 31,6%, em 2018, para 31,8%, em 2019.

O PIB per capita do Brasil em 2019 foi de R$ 35.161,70. O Distrito Federal segue com o maior PIB per capita (R$ 90.742,75), cerca de 2,6 vezes maior que o do país. Apenas estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste apareceram entre os 10 maiores PIB per capita do país.

São informações das Contas Regionais 2019, elaboradas pelo IBGE em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).

PIB pela ótica da produção
Unidades da Federação PIB Variação em volume do Valor Adicionado Bruto (%)
Valor corrente (R$ 1.000.000) Participação(%) Posição relativa da variação
em volume
Variação em volume (%) Total Agropecuária Indústria Serviços
Tocantins 39.355,9 0,5 1 5,2 5,2 31,4 -4,2 2,2
Mato Grosso 142.122,0 1,9 2 4,1 3,9 11,5 1,3 2,0
Roraima 14.292,2 0,2 3 3,8 3,6 4,9 3,4 3,6
Santa Catarina 323.263,9 4,4 4 3,8 3,4 -1,2 2,0 4,3
Sergipe 44.689,5 0,6 5 3,6 3,6 33,2 6,3 1,4
Amapá 17.496,7 0,2 6 2,3 1,9 0,9 1,6 1,9
Amazonas 108.181,1 1,5 7 2,3 1,8 -8,4 1,4 3,3
Goiás 208.672,5 2,8 8 2,2 2,1 1,4 2,9 1,9
Ceará 163.575,3 2,2 9 2,1 1,9 9,8 1,7 1,5
Distrito Federal 273.613,7 3,7 10 2,1 1,9 1,2 4,1 1,8
Alagoas 58.963,7 0,8 11 1,9 2,2 15,4 -2,9 0,0
São Paulo 2.348.338,0 31,8 12 1,7 1,5 0,1 -0,2 2,0
Rio Grande do Norte 71.336,8 1,0 13 1,4 1,3 5,5 -0,7 1,6
13 UFs com variações do PIB superiores à do Brasil 3.813.901,3 51,6   2,1 1,9 5,4 0,5 2,1
Brasil 7.389.131,0     1,2 1,0 0,4 -0,7 1,5
14 UFs com variações do PIB inferiores à do Brasil 3.575.229,7 48,4   0,3 0,0 -2,8 -1,7 0,8
Pernambuco 197.853,4 2,7 14 1,1 0,8 7,5 0,5 0,5
Rio Grande do Sul 482.464,2 6,5 15 1,1 0,8 3,0 0,2 0,8
Rondônia 47.091,3 0,6 16 1,0 0,8 0,2 1,7 0,7
Paraná 466.377,0 6,3 17 0,9 0,6 -8,5 2,2 1,3
Bahia 293.240,5 4,0 18 0,8 0,6 -6,9 0,1 1,6
Maranhão 97.339,9 1,3 19 0,7 0,6 1,6 0,9 0,3
Paraíba 67.986,1 0,9 20 0,6 0,6 1,3 -2,2 1,1
Rio de Janeiro 779.927,9 10,6 21 0,5 0,5 -2,4 4,7 -0,9
Acre 15.630,0 0,2 22 0,2 -0,2 -12,7 -2,9 1,4
Minas Gerais 651.872,7 8,8 23 0,0 -0,5 -3,6 -6,8 2,2
Mato Grosso do Sul 106.943,2 1,4 24 -0,5 -0,8 -6,1 -0,1 0,7
Piauí 52.780,8 0,7 25 -0,6 -0,7 -4,5 1,9 -0,6
Pará 178.377,0 2,4 26 -2,3 -3,0 0,3 -13,2 1,7
Espírito Santo 137.345,6 1,9 27 -3,8 -4,2 -2,9 -15,9 1,6
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA

Em treze unidades da federação o volume cresceu acima da média nacional (1,2%): Tocantins (5,2%), Mato Grosso (4,1%), Roraima (3,8%), Santa Catarina (3,8%), Sergipe (3,6%), Amapá (2,3%), Amazonas (2,3%), Goiás (2,2%), Ceará (2,1%), Distrito Federal (2,1%), Alagoas (1,9%), São Paulo (1,7%) e Rio Grande do Norte (1,4%).

No Tocantins, houve alta de 278,2% na Produção florestal, pesca e aquicultura, mas o Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas também cresceu.

No Mato Grosso, a Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita cresceu 12% tornando-se a atividade de maior participação na economia do estado em 2019, com desempenho amparado nos cultivos de algodão herbáceo e de soja.

Em Roraima a alta do PIB foi puxada por Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social e Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas.

Em Santa Catarina, os destaques foram Comércio e reparação de veículos e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas (crescimento de 7,5%, cada uma).

Em Sergipe o PIB cresceu 3,6% em 2019, após recuar 1,8% em 2018. Impulsionaram essa alta a Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita, e Eletricidade e gás, água e esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação.

Quatorze unidades da federação têm crescimento do PIB abaixo da média nacional

O crescimento em volume do PIB ficou abaixo da média nacional (1,2%) em 14 unidades da federação. As menores variações em volume foram do Espírito Santo (-3,8%), Pará (-2,3%), Piauí (-0,6%), Mato Grosso do Sul (-0,5%) e Minas Gerais (0,0%).

No Espírito Santo e Pará, a retração em volume esteve diretamente vinculada às Indústrias extrativas, já que ambas tiveram redução na extração de minério de ferro. O Estado do Piauí apresentou queda sobretudo em Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita e em Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas.

A retração de Mato Grosso do Sul vinculou-se ao decréscimo na cadeia de produção da celulose, segmento de destaque na economia do estado, somado aos impactos negativos do cultivo de soja e criação de bovinos e suínos.

Em Minas Gerais, a estabilidade também refletiu o cenário de retração da extração de minério de ferro, além do impacto da Agropecuária, devido à bienalidade negativa do café.

Norte e Sul elevam participação no PIB, enquanto Nordeste e Sudeste caem

Entre 2018 e 2019, as regiões Norte (0,2 p.p.) e Sul (0,1 p.p.) elevaram suas participações na economia brasileira, enquanto Nordeste (-0,1 p.p.) e Sudeste (-0,1 p.p.) tiveram redução. O Centro-Oeste manteve sua participação.

O Norte passou de 5,5% para 5,7%, ganho relativo influenciado pelos Estados do Pará e do Amazonas, em que o primeiro teve aumento nominal do Valor adicionado bruto em Indústrias extrativas, apesar da redução em volume, devido ao aumento de preços do minério de ferro e à redução de custos na mesma atividade e o segundo teve expansão nas Indústrias de Transformação e na arrecadação de impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.

O Sul subiu de 17,1% para 17,2%, com a expansão de Santa Catarina, que conforme verificado em seu desempenho em volume, destacou-se no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e nas Indústrias de transformação.

A participação do Sudeste no PIB nacional continua a maior, mas recuou de 53,1% para 53,0%, influenciada por Rio de Janeiro e Espírito Santo. A economia fluminense perdeu participação devido às atividades de Construção, Indústrias de transformação, além dos serviços de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e Informação e comunicação.

No Espírito Santo, houve retração da extração de minério de ferro nas Indústrias extrativas e reduções do valor adicionado nas Indústrias de transformação, principalmente na fabricação de celulose e metalurgia. Além disso, a bienalidade negativa do café afetou a agricultura do estado.

São Paulo volta a ganhar participação no PIB após dois anos de queda

Depois de apresentar a maior perda de participação entre as unidades da federação por dois anos consecutivos, São Paulo registrou aumento de participação, saindo de 31,6% em relação ao total do PIB, em 2018, para 31,8%, em 2019. 

Os maiores acréscimos de valor adicionado bruto da economia paulista foram no grupo de atividades de serviços, entre elas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares.

No ranking de participação no PIB, trocaram de posição apenas os estados do Amazonas e do Mato Grosso do Sul, que em 2019 ocuparam a 15ª e 16ª posição, respectivamente.

As três primeiras posições continuam ocupadas, desde o início da série, por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em seguida, vem Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, nessa ordem. Completando a lista das maiores economias estaduais em 2019, estão Bahia (7º), o Distrito Federal (8º), Goiás (9º) e Pernambuco (10º).

De 2002 a 2019, Mato Grosso teve maior crescimento entre as UFs

De 2002 a 2019, o PIB do Brasil cresceu 2,3% ao ano. A taxa média anual de Mato Grosso foi a maior entre as 27 unidades da federação: 5,0% a.a. Em seguida vieram Tocantins (4,9% a.a.), Roraima (4,2% a.a.), Rondônia e Piauí (3,8% a.a., ambos)

O desempenho do Mato Grosso esteve bastante vinculado à agropecuária, devido ao cultivo de algodão e à pecuária. No Tocantins, além agropecuária, destacaram-se os avanços nas Indústrias de transformação e no Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. Em Roraima, o crescimento veio, sobretudo, na Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, além do impacto do comércio.

Destaca-se ainda o desempenho da atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação entre as maiores variações em volume acumuladas da série para Piauí, Roraima, Rondônia e Mato Grosso. A alta no Piauí se deve à geração eólica, e Rondônia, Roraima e Mato Grosso tiveram abertura de novas hidrelétricas, no período.

Em todos os estados do Norte e do Centro-Oeste, o PIB cresceu acima da média nacional. No Nordeste, apenas Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe ficaram abaixo dessa média. 

No Sudeste, somente o Espírito Santo registrou variação superior à média nacional, com crescimento de 2,5% a.a. Na Região Sul, Santa Catarina também cresceu 2,5%a.a., enquanto Paraná e Rio Grande do Sul tiveram desempenhos inferiores à média.

Rio Grande do Sul (1,7% a.a.) e Rio de Janeiro (1,3% a.a.) foram as unidades da federação com as menores variações médias na série. No estado do Sul, o desempenho esteve atrelado às Indústrias de transformação, atividade de maior participação na economia do estado, que apresentou variação acumulada negativa. No Rio de Janeiro, destacaram as variações negativas em Indústrias de transformação e Construção e a variação de Indústrias extrativas, que apesar de positiva, foi inferior ao crescimento médio nacional da atividade.

PIB per capita do Distrito Federal passa dos R$ 90 mil

O PIB per capita do Brasil, em 2019, foi de R$ 35.161,70, um aumento de 4,7% em relação a 2018 (R$ 33.593,82). O Distrito Federal manteve-se com o maior PIB per capita brasileiro, com o valor de R$ 90.742,75, cerca de 2,6 vezes maior que o do país.

No Sudeste, São Paulo aparece na segunda posição; Rio de Janeiro, na terceira; Espírito Santo, na nona; e Minas Gerais, na décima. Entre as unidades da federação, apenas Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro mantiveram suas posições ao longo de toda a série. Já entre os 10 primeiros colocados de 2019, Minas Gerais subiu três posições em relação a 2002, enquanto Mato Grosso ganhou quatro, e o Espírito Santo caiu da sétima para a nona posição.

Na Região Sul, Santa Catarina aparece na quarta posição entre os maiores PIB per capita do país. Já o Rio Grande do Sul está na quinta e o Paraná, na sexta posição.

No Centro-Oeste, o maior avanço relativo entre 2002 e 2019 foi o de Mato Grosso: da 11ª para a sétima. O PIB per capita de Mato Grosso do Sul também superou a média nacional em 2019, mas o estado se manteve na oitava posição. Goiás foi o único estado da região com PIB per capita menor que o nacional em toda a série, e caiu da 10ª para a 11ª posição, no período.

Estados do Nordeste concentram os menores PIB per capita

Entre os estados com o menor PIB per capita em 2019, Piauí e Maranhão ocuparam a 26ª e a 27ª posições, respectivamente. Abaixo da vigésima posição no ranking, estão quase exclusivamente estados do Nordeste, sendo o Acre a única exceção, no 23º lugar. 

No Norte, Rondônia foi o estado de maior posição (12ª), com razão de PIB per capita de 0,8 em 2019, e o Tocantins foi o que mais avançou, saindo da 21ª para a 14ª posição no período. Amazonas, apesar de ocupar a 13ª posição em 2019, a frente de Tocantins, teve redução da razão do PIB per capita ao longo da série, perdendo, assim quatro posições desde 2002.

Remuneração de empregados perde participação pelo terceiro ano seguido

Na análise do PIB pela ótica da renda em 2019, a remuneração dos empregados, principal componente da renda, perdeu participação pelo terceiro ano consecutivo, passando de 43,6% em 2018 para 43,5% em 2019. Essa redução, se deve ao crescimento nominal das remunerações (14,8%), inferior aos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e importação (23,4%) e ao excedente operacional bruto mais o rendimento misto bruto (19,2%).

Nordeste e Centro-Oeste foram as regiões que mais contribuíram para a perda da participação das remunerações dos empregados no âmbito nacional, com variações nominais de 4,6% e 4,2%, respectivamente. No Centro-Oeste, as remunerações dos empregados perderam participação no PIB (de 47,1% em 2018 para 46,7% em 2019), mas mantiveram a maior participação no PIB da região, devido aos serviços de administração pública do Distrito Federal.

No Nordeste, embora as remunerações tenham elevado sua participação no PIB nacional, a região perdeu peso, já que em 2018 representava 15,3% e passou a 15,2% em 2019 do total das remunerações. Piauí e Ceará (5,8% e 5,9%, respectivamente) foram os únicos estados nordestinos com elevação das remunerações de empregados superior à média nacional (5,3%).

Os estados do Norte e Nordeste têm as maiores participações da remuneração dos empregados. No Acre, Roraima, Amapá e Paraíba essa participação supera 50% do PIB, devido ao peso das atividades de serviços, notadamente os serviços públicos, na sua economia.

No Nordeste, Alagoas, com participação da remuneração dos empregados de 44,1% em 2019, foi a única unidade da federação onde esse componente não foi o de maior valor relativo no PIB – o peso do excedente operacional bruto mais o rendimento misto bruto foi de 45,1%.

A região Sul, segunda de maior participação no PIB, destacou-se pelo relativo equilíbrio entre os componentes remuneração dos empregados (41,8%) e excedente operacional bruto mais o rendimento misto bruto (43,0%).

Santa Catarina foi o único estado do Sul onde a participação da remuneração dos empregados (43,6%) superou a média nacional (43,5%) em 2019, mesmo com o maior peso de sua indústria, grupo de atividades mais intensiva em capital, na economia estadual, quando comparado ao Paraná e ao Rio Grande do Sul.