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Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 1,86% em agosto

29/09/2021 09h00 | Atualizado em 29/09/2021 09h00

Em agosto de 2021, os preços da indústria subiram 1,86% frente a julho de 2021, percentual idêntico ao de julho de 2021 ante o mês anterior. Pela segunda vez na série histórica do IPP, iniciada em 2010, os preços das 24 atividades tiveram variações positivas, sendo que em julho de 2021 foram 20. A alta acumulada no ano atingiu 23,55% e a acumulada em 12 meses chegou a 33,08%.

Período Taxa
Agosto de 2021 1,86%
Julho de 2021 1,86%
Agosto de 2020 3,31%
Acumulado no ano 23,55%
Acumulado em 12 meses 33,08%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

As quatro maiores variações se deram entre os produtos das atividades industriais de fumo (3,14%), de minerais não-metálicos (2,98%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,89%) e de outros produtos químicos (2,82%). Já em termos de influência, sobressaíram-se alimentos (0,51 pontos percentuais), outros produtos químicos (0,25 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,19 p.p.) e metalurgia (0,19 p.p.).

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções  - Últimos três meses
Atividades Mês/mês anterior Mês/mesmo mês do ano anterior Acumulado no ano
(M/M-1) (M/M-12)
Variação (%) Variação (%) Variação (%)
JUN JUL AGO JUN JUL AGO JUN JUL AGO
Indústria Geral 1,29 1,86 1,86 36,78 34,97 33,08 19,08 21,29 23,55
B - Indústrias Extrativas 8,71 3,61 1,16 115,55 95,12 82,03 60.76 66,56 68,49
C - Indústrias de Transformação 0,74 1,72 1,91 32,88 31,65 30,24 16,66 18,66 20,93
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria 

O acumulado no ano até agosto atingiu 23,55%, contra 21,29% em julho/2021. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador estão: indústrias extrativas (68,49%), refino de petróleo e produtos de álcool (47,03%), metalurgia (40,59%) e outros produtos químicos (37,34%). Os setores de maior influência foram refino de petróleo e produtos de álcool (3,96 p.p.), indústrias extrativas (3,77 p.p.), alimentos (3,20 p.p.) e outros produtos químicos (2,99 p.p.).

Na comparação com agosto de 2020, a variação foi de 33,08%, contra 34,97% em julho/2021. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (82,03%), metalurgia (56,98%), refino de petróleo e produtos de álcool (56,84%) e outros produtos químicos (50,49%). E os setores de maior influência foram os de alimentos (6,37 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (4,84 p.p.), indústrias extrativas (4,50 p.p.) e outros produtos químicos (3,98 p.p.).

A variação de preços de 1,86% em relação a julho repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 1,97% em bens de capital; 1,77% em bens intermediários; e 1,99% em bens de consumo, sendo que 1,25% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 2,13% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das Grandes Categorias Econômicas sobre o IPP foi: 0,13 p.p. de bens de capital, 1,04 p.p. de bens intermediários e 0,68 p.p. de bens de consumo, em que 0,07 p.p. são atribuídos às variações nos duráveis e 0,61 p.p. nos semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano, as variações de preços da indústria atingiram 23,55%, sendo 14,09% a variação de bens de capital (com influência de 1,03 p.p.), 30,44% de bens intermediários (16,95 p.p.) e 15,04% de bens de consumo (5,57 p.p.), sendo que este último teve influência de 0,73 p.p. dos produtos duráveis e 4,84 p.p. dos semiduráveis e não duráveis.

Na comparação com agosto de 2020, cuja variação foi de 33,08%, contra 34,97% em julho/2021,  os bens de capital subiram 17,76% (com influência de 1,35 p.p.); bens intermediários, 42,79% (23,45 p.p.); e bens de consumo, 22,02% (8,28 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 1,06 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 7,22 p.p.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e
Grandes Categorias Econômicas  - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
JUN/21 JUL/21 AGO/21 JUN/21 JUL/21 AGO/21 JUN/21 JUL/21 AGO/21
Indústria Geral 1,29 1,86 1,86 19,08 21,29 23,55 36,78 34,97 33,08
Bens de Capital (BK) 0,81 2,29 1,97 9,37 11,88 14,09 16,14 17,23 17,76
Bens Intermediários (BI) 1,49 1,78 1,77 25,92 28,17 30,44 49,35 45,95 42,79
Bens de consumo(BC) 1,05 1,90 1,99 10,70 12,80 15,04 23,28 22,81 22,02
Bens de consumo duráveis (BCD) 1,92 1,38 1,25 8,92 10,42 11,81 15,61 16,05 16,67
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) 0,88 2,00 2,13 11,05 13,27 15,69 24,90 24,22 23,11
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria        

A seguir os principais destaques:

Indústrias extrativas: em relação a julho, os preços do setor variaram, em média, 1,16%, terceira taxa positiva consecutiva e a menor delas (8,71% em junho e 3,61% em julho). Com isso, o acumulado no ano acelerou de 66,56%, em julho, para 68,49%. Por fim, em 12 meses, a taxa é de 82,03%, a segunda menor do ano (janeiro, com 54,74%, foi a menor).

O setor teve a maior variação entre todas as atividades industriais, tanto no acumulado no ano quanto frente a agosto de 2020. Além disso foi a segunda maior influência no acumulado no ano (3,77 p.p., em 23,55%) e a terceira no acumulado em 12 meses (4,50 p.p., em 33,08%).

Embora os dois principais produtos do setor, que são “óleo bruto de petróleo” e “minérios de ferro e concentrados (exceto pelotizados ou sinterizados)”, influenciem positivamente os indicadores de mais longo prazo, no caso da comparação agosto/julho, o impacto de “óleo bruto de petróleo” é negativo, em linha com os preços internacionais da commodity.

Alimentos: os preços do setor variaram, em agosto frente a julho, 2,19%. É a sétima taxa positiva observada ao longo do ano (a única negativa foi a de junho, -0,14%) e a segunda maior de 2021 (perde para 2,66%, de abril). Com isso, o acumulado no ano acelerou de 10,06%, em julho, para 12,47%. Como ocorre desde junho, o resultado dos últimos 12 meses é menor do que o observado no mês anterior (junho 2021/junho 2020, 30,96%; julho 2021/julho 2020, 28,19%; e agosto 2021/agosto 2020, 25,72%).

O setor exerceu a principal influência tanto na comparação com o mês anterior (0,51 p.p., em 1,86%) quanto na comparação com igual mês de 2020 (6,37 p.p., em 33,08%). Além disso, foi o terceiro maior impacto no acumulado no ano (3,20 p.p., em 23,55%).

Os grupos cujos preços variaram acima da média do setor, nos três indicadores, foram: “abate e fabricação de produtos de carne” (2,72%, no M/M-1; 14,05%, no acumulado no ano; e 31,42%, no M/M-12), “fabricação e refino de açúcar” (3,64%; 19,07%; e 26,13%) e “torrefação e moagem de café” (6,54%; 25,74%; e 33,39%). “Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” também se destacou na comparação de 12 meses (34,48%).

Refino de petróleo e produtos de álcool: alta pelo quarto mês consecutivo na comparação com o mês anterior. Em agosto, subiu 1,91%, uma taxa menor que a de julho (3,27%), mas superior às outras duas. Com isso, o acumulado no ano saiu de 44,27%, em julho, para 47,03%, sendo o maior agosto da série. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 56,84%, a menor desde março (52,67%). Vale observar que, de dezembro de 2018 (base da série atual) a agosto de 2020, os preços do setor haviam variado em 6,57%, resultado bem abaixo do que ocorreu nos últimos 12 meses (56,84%).

O setor teve a segunda maior variação no acumulado no ano e a terceira na comparação com agosto de 2020. Além disso, foi a segunda principal influência na comparação anual (4,84 p.p., em 33,08%) e a terceira na mensal (0,19 p.p., em 1,86%).

Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de agosto, apresentou uma variação de preços de 2,82%, a maior taxa positiva desde abril (4,73%), acumulando variação de 37,34% no ano e de 50,49% nos últimos 12 meses.

O setor de outros produtos químicos teve a quarta maior variação de preços no mês, no acumulado do ano e no acumulado em 12 meses, além de em termos de influência ser a segunda maior no mês (0,25 p.p. em 1,86%) e a quarta tanto no acumulado do ano (2,99 p.p. em 23,55%) quanto no acumulado em 12 meses (3,98 p.p. em 33,08%).

Os resultados estão ligados principalmente aos preços internacionais e à variação de preços de diversas matérias-primas importadas ou não, como a nafta. O maior responsável pelo aumento está no grupo “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, mais especificamente nos fertilizantes. A variação de preços, neste grupo, foi de 6,93% no mês, acumulando 65,98% no ano e 73,63% nos últimos 12 meses. Ambos os acumulados são os maiores em toda a série.

Já o grupo de “fabricação de resinas e elastômeros” apresentou pelo quarto mês seguido uma variação negativa de preços, agora chegando a -1,02%, mas, assim mesmo, com variação de 31,12% no ano e de 69,61% nos últimos 12 meses. E, no grupo “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, o resultado seguiu o sinal da atividade, com 0,66% no mês, acumulado de 10,68% no ano e 10,79% em 12 meses.

Houve aumento de preços em apenas dois dos quatro produtos que mais influenciaram o resultado (1,68 p.p. em 2,82%), ambos do grupo de produtos químicos inorgânicos, “adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados”. Os outros dois produtos em destaque tiveram variações negativas: “benzeno” e “policloreto de vinila (PVC)”. Os demais 35 produtos pesquisados na atividade, também tiveram, na média, um resultado positivo, com 1,14 p.p. da variação final da atividade.

Metalurgia: alta de 2,58% em agosto frente ao mês de julho, a 14ª taxa positiva seguida na atividade. Com este resultado, o setor de metalurgia acumulou uma variação de 40,59% no ano e de 56,98%, nos últimos 12 meses. Entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e agosto de 2021, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 85,73%, perdendo apenas para a variação de preços das indústrias extrativas, 178,96%, atividade na qual aparece minério de ferro, principal matéria-prima do aço.

O setor metalúrgico, entre as 24 atividades da pesquisa, teve a terceira maior variação no acumulado no ano e a segunda nos 12 meses, além da quarta maior influência no resultado do mês (0,19 p.p. em 1,86%).

Considerando os grupos econômicos da atividade, o siderúrgico apresentou uma variação de 2,52%, acumulando 57,09% no ano e 87,41% em 12 meses. Os dois últimos valores estão acima da média da atividade.

Os quatro produtos que mais influenciaram os resultados no mês tiveram variações positivas, sendo três comuns também na influência no ano e no acumulado em 12 meses; são eles: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm”. O produto “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” é destaque no resultado do mês enquanto “bobinas ou chapas de aços galvanizadas, zincadas ou cromadas”, nos resultados dos acumulados no ano e em 12 meses.