IPCA foi de 0,87% em agosto
09/09/2021 09h00 | Atualizado em 09/09/2021 09h00
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto foi de 0,87%, a maior variação para um mês de agosto desde 2000 (1,31%), embora 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,96% registrada em julho. No ano, o IPCA acumula alta de 5,67% e, nos últimos 12 meses, de 9,68%, acima dos 8,99% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2020, a variação mensal foi de 0,24%.
Período | Taxa |
---|---|
Agosto de 2021 | 0,87% |
Julho de 2021 | 0,96% |
Agosto de 2020 | 0,24% |
Acumulado no ano | 5,67% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 9,68% |
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em agosto. A maior variação (1,46%) e o maior impacto (0,31 p.p.) vieram dos Transportes. A segunda maior contribuição (0,29 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (1,39%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,60%). Na sequência, veio Habitação (0,68% e 0,11 p.p.), cujo resultado ficou abaixo do registrado em julho (3,10%). Os demais grupos ficaram entre o -0,04% de Saúde e cuidados pessoais e o 1,02% de Vestuário.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Julho | Agosto | Julho | Agosto | |
Índice Geral | 0,96 | 0,87 | 0,96 | 0,87 |
Alimentação e Bebidas | 0,60 | 1,39 | 0,13 | 0,29 |
Habitação | 3,10 | 0,68 | 0,48 | 0,11 |
Artigos de Residência | 0,78 | 0,99 | 0,03 | 0,04 |
Vestuário | 0,53 | 1,02 | 0,02 | 0,04 |
Transportes | 1,52 | 1,46 | 0,32 | 0,31 |
Saúde e Cuidados Pessoais | -0,65 | -0,04 | -0,09 | -0,01 |
Despesas Pessoais | 0,45 | 0,64 | 0,05 | 0,06 |
Educação | 0,18 | 0,28 | 0,01 | 0,02 |
Comunicação | 0,12 | 0,23 | 0,01 | 0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
O resultado dos Transportes (1,46%) foi influenciado pela alta dos combustíveis (2,96%), acima da registrada no mês anterior (1,24%). A gasolina subiu 2,80% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,17 p.p.). Os demais combustíveis também subiram: etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%).
Os veículos próprios, que haviam subido 0,96% em julho, registraram alta de 1,16% em agosto. Os automóveis usados (1,98%), os automóveis novos (1,79%) e as motocicletas (1,01%) permaneceram em alta e contribuíram conjuntamente com 0,10 p.p. no IPCA de agosto. Além disso, alguns produtos e serviços relacionados aos veículos, como o óleo lubrificante (1,74%), pneu (1,43%) e conserto de automóvel (1,09%), tiveram comportamento semelhante.
Nos transportes públicos (-1,21%), as passagens aéreas caíram 10,69% e contribuíram com -0,04 p.p. no índice geral. Por outro lado, destacam-se as altas do transporte por aplicativo (3,06%) e do ônibus intermunicipal, que subiu 0,62% em decorrência dos reajustes de 10,67% nas tarifas em Salvador (3,13%), a partir de 28 de julho, e de 5,82% nas tarifas em Belo Horizonte (0,94%), a partir de 17 de agosto. Houve ainda contribuição residual referente ao reajuste de 4,83% nas tarifas em Porto Alegre (1,87%) a partir de 1º de julho.
No grupo Alimentação e bebidas a alta de 1,39% em agosto ficou acima da registrada no mês anterior (0,60%). A alimentação no domicílio passou de 0,78% em julho para 1,63% em agosto, principalmente por conta das altas da batata-inglesa (19,91%), do café moído (7,51%), do frango em pedaços (4,47%), das frutas (3,90%) e das carnes (0,63%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%).
A alimentação fora do domicílio (0,76%) também acelerou em relação a julho (0,14%), principalmente por conta do lanche (1,33%) e da refeição (0,57%), cujos preços haviam subido 0,16% e 0,04% no mês anterior, respectivamente.
No grupo Habitação (0,68%) o resultado foi influenciado pela alta da energia elétrica (1,10%), que desacelerou em relação ao mês anterior (7,88%). O resultado é consequência dos reajustes tarifários de 9,60% em Vitória (10,49%) e de 8,92% em Belém (6,85%), ambos a partir de 7 de agosto, além da contribuição residual referente ao reajuste tarifário de 11,38% em uma das concessionárias em São Paulo (0,43%), a partir de 4 de julho. Além disso, a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos, vigorou nos meses de julho e agosto.
Ainda em Habitação, os preços do gás encanado (2,70%) e do gás de botijão (2,40%) também subiram. No subitem gás encanado, houve reajustes tarifários de 10,80% em Curitiba (9,73%), e de 5,71% no Rio de Janeiro (5,14%), ambos a partir de 1º de agosto. Destaca-se também a variação da taxa de água e esgoto (-1,02%), por conta da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte (-13,73%), a partir de 1º de agosto. Por outro lado, houve reajustes tarifários de 11,93% em Recife (3,58%), vigente desde 19 de agosto, de 9,07% em uma das concessionárias em Porto Alegre (2,31%), vigente desde 14 de agosto, e de 1,62% em Campo Grande (1,32%), ocorrido em 24 de julho.
Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram variação positiva em agosto. O maior foi registrado em Brasília (1,40%), influenciado pelas altas nos preços da gasolina (7,76%) e da energia elétrica (3,67%). Já o menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belo Horizonte (0,43%), por conta da queda nos preços das passagens aéreas (-20,05%) e da taxa de água e esgoto (-13,73%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) |
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Julho | Agosto | Ano | 12 meses | ||
Brasília | 4,06 | 0,90 | 1,40 | 5,56 | 8,61 |
Vitória | 1,86 | 0,88 | 1,30 | 6,61 | 11,07 |
Curitiba | 8,09 | 1,60 | 1,21 | 7,72 | 12,08 |
Goiânia | 4,17 | 0,92 | 1,05 | 5,69 | 10,54 |
São Paulo | 32,28 | 0,98 | 1,04 | 5,41 | 9,12 |
Campo Grande | 1,57 | 0,79 | 0,89 | 6,34 | 11,26 |
São Luís | 1,62 | 0,94 | 0,82 | 5,56 | 11,25 |
Belém | 3,94 | 0,90 | 0,75 | 5,35 | 9,76 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,23 | 0,71 | 6,17 | 10,42 |
Salvador | 5,99 | 0,75 | 0,70 | 5,64 | 8,59 |
Recife | 3,92 | 0,97 | 0,66 | 5,84 | 9,65 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 0,63 | 0,66 | 4,38 | 8,09 |
Aracaju | 1,03 | 0,53 | 0,65 | 5,67 | 8,79 |
Rio Branco | 0,51 | 0,66 | 0,54 | 6,50 | 11,97 |
Fortaleza | 3,23 | 0,92 | 0,43 | 6,54 | 11,20 |
Belo Horizonte | 9,69 | 0,71 | 0,43 | 5,06 | 9,67 |
Brasil | 100,00 | 0,96 | 0,87 | 5,67 | 9,68 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preço |
Para o cálculo do IPCA de agosto, foram comparados os preços coletados no período de 29 de julho a 27 de agosto de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de junho a 28 de julho de 2021 (base).
Em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail. A partir do início de julho de 2021, o IBGE iniciou a retomada gradual da coleta presencial de preços em alguns estabelecimentos, conforme descrito na Portaria nº 207/2021 da Presidência do IBGE.
INPC tem alta de 0,88% em agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,88% em agosto, 0,14 p.p. abaixo do resultado de julho (1,02%). No ano, o indicador acumula alta de 5,94% e, em 12 meses, de 10,42%, acima dos 9,85% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2020, a taxa foi de 0,36%.
Os produtos alimentícios subiram 1,29% em agosto, ficando acima do resultado de julho (0,66%). Já os não alimentícios tiveram alta de 0,75%, enquanto em julho haviam registrado 1,13%.
Entre as regiões, todas as áreas registraram alta em agosto. Brasília teve a maior variação (1,60%), influenciada pela gasolina (7,76%) e pela energia elétrica (3,67%). Já o menor índice ficou com Fortaleza (0,43%), onde pesaram as quedas nos preços do arroz (-2,81%), das carnes (-2,09%) e dos itens de higiene pessoal (-1,39%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) |
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Julho | Agosto | Ano | 12 meses | ||
Brasília | 1,97 | 1,07 | 1,60 | 6,16 | 9,75 |
Vitória | 1,91 | 0,95 | 1,55 | 6,80 | 11,81 |
Curitiba | 7,37 | 1,82 | 1,13 | 8,04 | 12,92 |
São Paulo | 24,60 | 1,17 | 1,13 | 6,11 | 10,55 |
Goiânia | 4,43 | 0,90 | 1,08 | 5,12 | 10,34 |
Campo Grande | 1,73 | 0,87 | 0,87 | 6,43 | 12,08 |
Porto Alegre | 7,15 | 1,31 | 0,84 | 6,73 | 11,34 |
Belém | 6,95 | 0,78 | 0,82 | 5,16 | 8,70 |
São Luís | 3,47 | 0,91 | 0,78 | 5,31 | 10,90 |
Salvador | 7,92 | 0,75 | 0,76 | 5,89 | 9,14 |
Recife | 5,60 | 0,97 | 0,73 | 6,05 | 10,28 |
Rio de Janeiro | 9,38 | 0,77 | 0,63 | 4,60 | 9,05 |
Aracaju | 1,29 | 0,65 | 0,58 | 5,68 | 8,84 |
Belo Horizonte | 10,35 | 0,77 | 0,53 | 5,16 | 10,11 |
Rio Branco | 0,72 | 0,61 | 0,49 | 6,49 | 12,21 |
Fortaleza | 5,16 | 0,96 | 0,43 | 6,66 | 11,65 |
Brasil | 100,00 | 1,02 | 0,88 | 5,94 | 10,42 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Para o cálculo do INPC de agosto, foram comparados os preços coletados entre 29 de julho e 27 de agosto de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 29 de junho e 28 de julho de 2021 (base). O indicador é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.