Oito municípios detinham 25% do PIB do país em 2018
16/12/2020 10h00 | Atualizado em 16/12/2020 11h24
Em 2018, ¼ do PIB do país vinha de apenas oito municípios e o líder em participação era São Paulo (SP) responsável por 10,2% do PIB do país que, naquele ano, chegou a R$ 7,0 trilhões. Já o município com o maior PIB per capita foi Presidente Kennedy (ES), com R$ 583.171,85.
A densidade econômica do país era de R$ 824 mil por quilômetro quadrado (R$/km²). Osasco (SP) era o município com a maior densidade, gerando R$ 1,1 bilhão/km².
Entre 2017 e 2018, os municípios com maior ganho de participação no PIB do país foram Maricá (RJ), Niterói (RJ) e Campos dos Goytacazes (RJ), cada um com acréscimo de 0,2 ponto percentual (p.p.). Os três ganhos se deveram à alta do preço do petróleo em 2018.
A atividade econômica na Cidade-região de São Paulo, que reúne 92 municípios adjacentes com forte interação, gerava o equivalente a 1/4 do PIB do país.
Em 49,2% dos municípios do país, a administração pública foi a principal atividade econômica em 2018. Esse predomínio ocorria em mais de 90% dos municípios do Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Paraíba, Distrito Federal e em apenas 9,6% dos municípios do estado de São Paulo.
Essas são algumas informações do Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2018, elaboradas em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA. Os mapas sobre este estudo estão disponíveis na plataforma geográfica interativa do IBGE.
Oito municípios concentram quase um quarto do PIB do país
Em 2018, oito municípios somaram quase 25% do PIB do Brasil e 14,7% da população: São Paulo (SP) com 10,2%; Rio de Janeiro (RJ) com 5,2%; Brasília (DF) com 3,6%; Belo Horizonte (MG) com 1,3%; Curitiba (PR) com 1,2% e, com 1,1% cada, Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Osasco (SP). Em 2002, apenas quatro municípios somavam quase ¼ da economia nacional.
Municípios com os 10 maiores PIB per capita – 2018 | |||
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UFs | Município | PIB per capita | Principal atividade econômica |
ES | Presidente Kennedy | R$ 583.171,85 | Extração de petróleo |
SP | Ilhabela | R$ 419.457,22 | Extração de petróleo |
MS | Selvíria | R$ 362.080,40 | Geração de energia elétrica |
MG | São Gonçalo do Rio Abaixo | R$ 337.288,81 | Extração de minério de ferro |
SP | Paulínia | R$ 306.163,17 | Refino de petróleo |
RS | Triunfo | R$ 304.208,49 | Indústria petroquímica |
PA | Vitória do Xingu | R$ 291.967,12 | Geração de energia elétrica |
MG | Extrema | R$ 268.459,18 | Comércio e indústrias de transformação |
SP | Louveira | R$ 229.610,70 | Comércio e indústrias de transformação |
BA | São Francisco do Conde | R$ 225.290,31 | Refino de petróleo |
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA . |
Os 71 municípios com os maiores PIBs representavam, aproximadamente, metade do PIB total e um pouco mais de 1/3 da população do país, em 2018. Já os 1.346 municípios de menores PIBs responderam por cerca de 1,0% do PIB do país e por 3,1% da população brasileira.
A análise da distribuição do PIB por concentrações urbanas (arranjo populacional com mais de 100 mil habitantes, reunindo uma ou mais cidades com alto grau de integração, devido aos deslocamentos para trabalho ou estudo) permite verificar que ¼ da produção econômica do país, em 2018, estava em apenas duas dessas concentrações: São Paulo/SP (16,8%), onde se situa, entre outros, o município de Osasco (SP); e Rio de Janeiro/RJ (8,1%).
As 10 maiores concentrações urbanas brasileiras compõem cerca de 42,5% do PIB, sendo elas: São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Brasília/DF, Belo Horizonte/MG, Porto Alegre/RS, Curitiba/PR, Campinas/SP, Salvador/BA, Recife/PE e Fortaleza/CE.
Com R$ 1,1 bilhão/km², Osasco segue líder em densidade econômica
A densidade econômica no país, em 2018, foi de R$ 824 mil por quilômetro quadrado (R$/km²) enquanto nas concentrações urbanas, esse valor é 10,5 vezes maior: R$ 8,7 milhões/km². Na Amazônia Legal, região extensa com baixa ocupação, este valor fica em R$ 122 mil/km².
Dos 10 municípios líderes em densidade econômica, seis estavam na grande concentração urbana de São Paulo/SP. A maior densidade era a de Osasco (SP): R$ 1,1 bilhão/km².
Enquanto na concentração urbana de São Paulo/SP, cada quilômetro quadrado produziu
R$ 164,9 milhões/km², a densidade econômica da concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ, segunda na classificação, era 56,8% daquele valor: R$ 93,6 milhões/km².
Cidade-região de São Paulo concentra 24,0% do PIB nacional
A desigualdade é mais evidente quando se compara o Semiárido, a Amazônia Legal e a Cidade-Região de São Paulo. O primeiro representou, em 2018, apenas 5,2% do PIB nacional, a Amazônia Legal, 8,8% e a Cidade-Região de São Paulo 24,0%.
Em 2018, 31,8% do PIB nacional vinha das capitais, a menor participação da série. São Paulo (SP) liderava, com 10,2% de participação e Rio Branco (AC) era a última da posição entre as capitais, com contribuição de 0,1% entre as capitais.
Presidente Kennedy tem o maior PIB per capita do país
Em 2018, os 10 municípios com os maiores PIB per capita somavam 1,5% do PIB brasileiro e 0,2% da população. Presidente Kennedy (ES), com R$ 583.171,85, tinha o maior PIB per capita, seguido de Ilhabela (SP), ambos devido à extração de petróleo. Em Selvíria (MS), na terceira posição, e Vitória do Xingu (PA), na sétima, a geração de energia hidrelétrica era o destaque. Na quarta posição, São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) onde a extração de minério de ferro era a principal atividade. Em 2018, o PIB per capita do país chegou a R$ 33.593,82.
Municípios com os 10 maiores PIB – 2018 | ||||
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UFs | Município | PIB (R$ 1.000) | Participação % no PIB do País | Participação % acumulada |
SP | São Paulo | 714 683 362 | 10,2 | 10,2 |
RJ | Rio de Janeiro | 364 052 058 | 5,2 | 15,4 |
DF | Brasília | 254 817 205 | 3,6 | 19,0 |
MG | Belo Horizonte | 91 957 092 | 1,3 | 20,4 |
PR | Curitiba | 87 151 950 | 1,2 | 21,6 |
AM | Manaus | 78 192 321 | 1,1 | 22,7 |
RS | Porto Alegre | 77 134 613 | 1,1 | 23,8 |
SP | Osasco | 76 609 046 | 1,1 | 24,9 |
CE | Fortaleza | 67 024 088 | 1,0 | 25,9 |
BA | Salvador | 63 526 092 | 0,9 | 26,8 |
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA. Nota: População estimada por município com data de referência em 1º de julho de 2018, enviada ao Tribunal de Contas da União - TCU. |
Os municípios na quinta e décima posições, Paulínia (SP) e São Francisco do Conde (BA), respectivamente, tiveram na indústria de refino de petróleo sua principal atividade. Já Triunfo (RS), na sexta posição, possuía indústria petroquímica. Extrema (MG) e Louveira (SP) estavam na oitava e nona posição em razão do comércio e das indústrias de transformação.
Entre as capitais, Brasília (DF), com R$ 85.661,39, liderou em relação ao PIB per capita, enquanto Belém (PA) ocupou a última posição, com R$ 21.191,47. Ou seja, o PIB per capita da capital federal foi 2,55 vezes maior que o PIB per capita do Brasil (R$ 33.593,82). Já o de Belém correspondia a apenas 63% do PIB per capita nacional.
Três cidades do RJ têm maior ganho de participação no PIB em um ano
Entre 2017 e 2018, os municípios com maior ganho de participação no PIB do país foram Maricá (RJ), Niterói (RJ) e Campos dos Goytacazes (RJ), todos com acréscimos de 0,2 p.p., seguidos por Ilhabela (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES), que aumentaram 0,1 p.p. cada.
Em Maricá, Niterói, Campos dos Goytacazes e Ilhabela, o ganho estava atrelado à extração de petróleo, atividade beneficiada pelo aumento dos preços internacionais em 2018. Em Vitória, o desempenho se deve à extração de minério de ferro. No Rio, o acréscimo de PIB ocorreu, em grande medida, em decorrência do aumento da arrecadação dos impostos, líquidos de subsídios, sobre os produtos.
Por outro lado, as maiores quedas de participação ocorreram em São Paulo (SP), Osasco (SP), Brasília (DF) e Parauapebas (PA). Em São Paulo e Osasco, a perda de participação ocorreu, principalmente, em função das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, já que em 2018 houve redução da taxa de juros e em ambos os municípios essa atividade tem peso destacado. Em Brasília houve redução de participação nos impostos, líquidos de subsídios, sobre os produtos. Parauapebas apresentou redução na extração de minério de ferro.
Lagoa do Barro do Piauí (PI) e Mulungu do Morro (BA) foram os municípios com o maior avanço de posições considerando o valor do PIB, entre 2017 e 2018 – subiram 2.420 e 2.277 posições, respectivamente. Essas cidades tiveram o desempenho influenciado pelas Indústrias de Transformação. Arapoema (TO) ficou em terceiro, devido à atividade de Construção.
Entre os maiores recuos de posição, destacaram-se Curral Novo do Piauí (PI), Nova Campina (SP) e Brejo Alegre (SP) que tiveram redução nas suas Indústrias de Transformação.
Em 16 anos, participação de Maricá (RJ) no PIB do país foi a que mais cresceu
De 2002 a 2018, o maior ganho de participação no PIB ocorreu em Maricá (RJ), com aumento de 0,4 p.p. devido à extração de petróleo. Osasco (SP) vem logo em seguida, com aumento de 0,3 p.p., puxado pelos serviços, sobretudo por Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Em terceiro lugar está Itajaí (SC), com ganho de 0,3 p.p. em função do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas.
Já as maiores quedas, no período, foram dos municípios de São Paulo (-2,5 p.p) e do Rio de Janeiro (-1,1 p.p), o que indica, novamente, uma tendência de desconcentração do PIB no nível municipal. A redução na capital paulista foi influenciada pela diminuição relativa das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. No Rio, a perda decorre da diminuição do seu peso na indústria do país.
Outras quedas ocorreram em Campos dos Goytacazes (RJ), São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Campos (SP), que perderam 0,3 p.p. cada. No município fluminense houve redução em valor da extração de petróleo e nos dois municípios paulistas, queda nas Indústrias de transformação.
O maior ganho de posições no ranking dos municípios, entre 2002 e 2018, foi de Alto Horizonte (GO), que subiu 4.055 posições, devido à indústria de extração de minerais metálicos não ferrosos. Por outro lado, Motuca (SP) teve a maior queda (2.640 posições) por conta da menor produção de laranja ao longo da série.
Administração Pública predomina em 49,2% dos municípios do país
Em 2.739 (49,2%) municípios, a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social foi a principal atividade econômica em 2018. No Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Paraíba e Distrito Federal esse percentual ultrapassou 90,0%. Já São Paulo teve apenas 9,6% de seus municípios com essa característica.
Dos 268 municípios cuja atividade principal foi indústrias de transformação, 214 (79,9%) estavam no Sudeste e no Sul. Mato Grosso obteve o maior percentual de municípios em que a Agricultura, inclusive apoio à agricultura e pós-colheita, aparece como atividade de maior destaque (36,9%), seguido por Rio Grande do Sul (35,6%) e Paraná (32,1%).
São Desidério (BA) tem o maior valor adicionado da Agropecuária
Em 2018, cerca de ¼ do valor adicionado bruto da Agropecuária brasileira vinha de 141 municípios, dos quais 92 (65,2%) estavam no Sul e no Centro-Oeste, ancorados na produção de soja, algodão e arroz.
Os cinco municípios com os maiores valores foram São Desidério (BA), Formosa do Rio Preto (BA), Sapezal (MT), Rio Verde (GO) e Campo Novo do Parecis (MT), que somaram 2,8% do valor adicionado bruto da Agropecuária.
Regiões rurais de SP e Belém destacam-se na produção de hortaliças para consumo interno
Na análise segundo as regiões rurais (conjunto de municípios, sendo que um deles contém o polo urbano onde se procuram insumos e para onde se remetem os produtos agropecuários), os maiores valores adicionados brutos estavam no Sul do país, sendo a soja a principal atividade, com destaque para as regiões rurais das capitais regionais de Passo Fundo/RS e de Cascavel/PR.
Enquanto 13 das 15 regiões rurais com os maiores valores adicionados brutos dedicavam-se a produção para exportação de soja e cana-de-açúcar, a região rural de da Grande Metrópole Nacional de São Paulo/SP aparece em sexto lugar, em valor adicionado bruto, com a produção de legumes e verduras para consumo interno. A outra região que investe nesse tipo de produção agrícola é a da Metrópole de Belém/PA.
20 municípios respondem por ¼ do valor adicionado da Indústria
Vinte municípios concentravam ¼ do valor adicionado bruto da Indústria em 2018, revelando uma concentração maior que na Agropecuária. A capital paulista (4,4%) manteve a primeira posição (8,1% em 2002), com Rio de Janeiro (2,8%) e Manaus (2,0%), devido à Zona Franca. Na sequência, Maricá (RJ) e Niterói (RJ), cada um com 1,3%, tiveram seus desempenhos vinculados à extração de petróleo.
Entre as concentrações urbanas, São Paulo/SP teve a maior participação (10,5% da atividade industrial do país), seguida pelas do Rio de Janeiro/RJ (6,8%), Belo Horizonte/MG (3,1%), Campinas/SP (2,9%) e Curitiba/PR (2,4%). Essas cinco concentrações urbanas somavam 25,7% do valor adicionado bruto da Indústria brasileira.
A Cidade-Região de São Paulo concentrava 20,6% do valor adicionado bruto da Indústria no país, destacando-se indústrias de transformação. A Amazônia Legal representava 9,5% e o Semiárido, 4,2%.
¼ do valor adicionado dos Serviços está concentrado em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF)
Nos Serviços (exceto Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social) três municípios somavam quase ¼ do total dessa atividade no Brasil em 2018: São Paulo (SP), com 14,5%, Rio de Janeiro (RJ), com 5,5%, e Brasília (DF), com 3,4%. Os 40 municípios de maior participação acumularam ½ do total, dentre os quais 19 eram capitais. No mesmo ano, os 2.031 municípios de menor participação somavam apenas 1,0% desses serviços.
A concentração urbana de São Paulo/SP detinha 22,3% do valor adicionado bruto de Serviços (exceto Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social).
A Cidade-Região de São Paulo, concentrava 29,6% dos Serviços do país, ainda excluindo a administração pública. A Amazônia Legal participava com 6,7% e o Semiárido apresentava um valor adicionado bruto que respondia por 4,1% desses serviços.