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IPCA de outubro sobe 0,86%

06/11/2020 09h00 | Atualizado em 06/11/2020 09h25

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro subiu 0,86%, ficando 0,22 ponto percentual (p. p.) acima dos 0,64% de setembro. Esse é o maior resultado para um mês de outubro desde 2002 (1,31%). No ano, o indicador acumula alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima dos 3,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a variação havia sido de 0,10%.

Período Taxa
Outubro / 2020  0,86%
Setembro / 2020 0,64%
Outubro / 2019  0,10%
Acumulado no ano  2,22%
Acumulado em 12 meses  3,92%

A maior variação (1,93%) e o maior impacto (0,39 p.p.) no índice do mês vieram do grupo Alimentação e bebidas, que desacelerou em relação a setembro (2,28%). Houve altas em outros sete grupos. O segundo maior impacto (0,24 p.p.) veio dos Transportes (1,19%), enquanto a segunda maior variação veio dos Artigos de residência (1,53%), que contribuíram com 0,06 p.p. no resultado geral. Outro destaque no lado das altas foi o grupo Vestuário (1,11%), que acelerou frente a setembro (0,37%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,04% em Educação e a alta de 0,36% em Habitação.

IPCA - Variação e Impacto por grupos - mensal  
Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Setembro Outubro Setembro Outubro
Índice Geral 0,64 0,86 0,64 0,86
Alimentação e bebidas 2,28 1,93 0,46 0,39
Habitação 0,37 0,36 0,06 0,05
Artigos de residência 1,00 1,53 0,04 0,06
Vestuário 0,37 1,11 0,02 0,05
Transportes 0,70 1,19 0,14 0,24
Saúde e cuidados pessoais -0,64 0,28 -0,09 0,04
Despesas pessoais 0,09 0,19 0,01 0,02
Educação -0,09 -0,04 -0,01 0,00
Comunicação 0,15 0,21 0,01 0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

A desaceleração observada no grupo Alimentação e bebidas (1,93%) ocorreu principalmente em função de altas menos intensas em alguns alimentos para consumo no domicílio (2,57%), como o arroz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%). As variações no mês anterior haviam sido de 17,98% e 27,54%, respectivamente.

Por outro lado, a alta no preço do tomate (18,69%) foi maior que em setembro (11,72%) e itens cujos preços haviam recuado no mês anterior, como as frutas (-1,59%) e a batata-inglesa (-6,30%), registraram alta em outubro (de 2,59% e 17,01%, respectivamente). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).

A alimentação fora do domicílio passou de 0,82% em setembro para 0,36% em outubro, influenciada principalmente pelas altas menos intensas da refeição (0,41%) e do lanche (0,42%), que haviam subido 0,66% e 1,12%, respectivamente, no mês anterior.

No grupo dos Transportes (1,19%), a maior variação veio das passagens aéreas (39,83%), que contribuíram com 0,12 p.p. no IPCA de outubro, maior impacto individual no índice do mês. Houve alta nos preços das passagens em todas as regiões pesquisadas, que foram desde os 21,66% de Porto Alegre até os 49,71% de Curitiba. A segunda maior contribuição no grupo (0,04 p.p.) veio da gasolina, cujos preços subiram 0,85%, desacelerando em relação à alta de 1,95% observada no mês anterior. Outro destaque foi o seguro voluntário de veículo, com aumento de 2,21%, após sete meses consecutivos de quedas.

A segunda maior variação em outubro veio dos Artigos de Residência (1,53%), cuja alta foi influenciada, principalmente, pelos eletrodomésticos e equipamentos (2,38%), que aceleraram frente a setembro (0,47%) e contribuíram com 0,02 p.p. no índice do mês. Também houve aceleração nos itens cama, mesa e banho (de 0,82% para 1,92%), mobiliário (de 1,10% para 1,55%), consertos e manutenção (de 0,47% para 1,30%) e utensílios e enfeites (de 0,46% para 0,72%). Os preços dos artigos de tv, som e informática (1,07%) também subiram, mas desaceleraram frente a setembro (1,99%).

O grupo Vestuário (1,11%) teve alta pelo segundo mês consecutivo, acelerando em relação a setembro (0,37%). As joias e bijuterias subiram 1,98% e acumulam no ano alta de 13,66%. Os preços das roupas masculinas (1,76%), femininas (0,79%) e infantis (1,00%) também subiram, bem como os dos calçados e acessórios (0,78%).

Em Habitação (0,36%), o maior impacto no índice do mês (0,01 p.p.) veio do gás de botijão (1,27%). O resultado da energia elétrica, por sua vez, ficou em 0,03%, com as áreas variando entre os -2,71% de São Luís até o 1,55% de Porto Alegre. Houve reajustes ou reduções tarifárias em três regiões: Brasília (-0,44%): redução de 0,63%, vigente desde 22 de outubro; Goiânia (0,45%): reajuste de 2,57%, válido desde 22 de outubro; e São Paulo (-0,21%): reajuste de 3,87% em uma das concessionárias, em vigor desde 23 de outubro. Em São Paulo, apesar do reajuste tarifário, houve redução na alíquota de PIS/COFINS em uma das concessionárias pesquisadas, o que fez com que o resultado da área tenha ficado negativo.

Ainda em Habitação, cabe mencionar também a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,29%), que reflete o reajuste de 5,88%, a partir de 1º de outubro, nas tarifas de uma das concessionárias de Porto Alegre (2,70%).

Os índices das 16 regiões pesquisadas apresentaram alta em outubro. O maior resultado ficou com o município de Rio Branco (1,37%), em função da alta de itens alimentícios, como as carnes (9,24%) e o arroz (15,44%). Já o menor índice foi o da região metropolitana de Salvador (0,45%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-2,32%).

IPCA - Variação por regiões - mensal e acumulada no ano e 12 meses
Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%)
Setembro Outubro Ano 12 meses
Rio Branco 0,51 1,19 1,37 3,55 4,92
Belém 3,94 0,95 1,18 2,57 5,37
São Luís 1,62 1,00 1,10 2,42 5,02
Belo Horizonte 9,69 0,76 1,08 2,43 3,97
Curitiba 8,09 0,71 1,02 1,65 3,64
Brasília 4,06 0,37 1,02 1,91 3,95
Vitória 1,86 0,83 0,91 2,68 3,96
Campo Grande 1,57 1,26 0,91 4,36 6,42
São Paulo 32,28 0,44 0,89 2,21 3,89
Aracaju 1,03 0,73 0,87 2,78 4,04
Goiânia 4,17 1,03 0,85 1,64 3,79
Fortaleza 3,23 1,22 0,83 3,40 4,95
Recife 3,92 0,78 0,82 3,62 4,77
Porto Alegre 8,61 0,68 0,63 1,53 3,18
Rio de Janeiro 9,43 0,62 0,59 1,73 3,12
Salvador 5,99 0,23 0,45 2,16 3,69
Brasil 100,00 0,64 0,86 2,22 3,92


O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 29 de setembro a 27 de outubro de 2020 com os vigentes entre 28 de agosto a 28 de setembro de 2020.

Em virtude da pandemia de COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de outubro sobe 0,89%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC de outubro subiu 0,89%, acima dos 0,87% registrados em setembro. Este é o maior resultado para um mês de outubro desde 2010, quando o índice foi de 0,92%. No ano, o INPC acumula alta de 2,95% e, nos últimos 12 meses, de 4,77%, acima dos 3,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a taxa foi de 0,04%.

Os produtos alimentícios subiram 2,11% em outubro, desacelerando frente ao mês anterior (2,63%). Já os não alimentícios subiram 0,52%, acelerando frente a setembro (0,35%).

Os índices subiram em todas as áreas (tabela a seguir). O município de Rio Branco (1,47%) apresentou o maior resultado, principalmente em função das altas observadas em alguns componentes alimentícios como as carnes (10,09%), o arroz (15,44%) e o óleo de soja (18,00%). O menor índice ficou com a região metropolitana de Salvador (0,46%), por conta do recuo nos preços da gasolina (-2,32%) e da energia elétrica (-1,83%). 

INPC - Variação por regiões - mensal e acumulada no ano e 12 meses
Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%)
Setembro Outubro Ano 12 meses
Rio Branco 0,72 1,32 1,47 4,32 5,78
São Luís 3,47 0,99 1,12 2,38 5,33
Belo Horizonte 10,35 0,88 1,09 3,09 4,65
Curitiba 7,37 0,86 1,09 2,19 4,37
Campo Grande 1,73 1,59 1,05 5,24 7,46
Brasília 1,97 0,59 1,04 2,46 4,28
São Paulo 24,60 0,77 0,95 3,05 4,97
Belém 6,95 0,81 0,94 2,69 5,65
Vitória 1,91 1,07 0,94 3,83 4,91
Fortaleza 5,16 1,36 0,86 3,84 5,53
Recife 5,60 1,01 0,85 4,39 5,50
Goiânia 4,43 1,27 0,81 2,18 4,71
Aracaju 1,29 0,88 0,75 3,01 4,29
Rio de Janeiro 9,38 0,84 0,69 2,34 3,61
Porto Alegre 7,15 0,82 0,68 2,39 3,98
Salvador 7,92 0,47 0,46 2,80 4,29
Brasil 100,00 0,87 0,89 2,95 4,77

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de setembro a 27 de outubro de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de agosto a 28 de setembro de 2020 (base).