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PNS 2019: sete em cada dez pessoas que procuram o mesmo serviço de saúde vão à rede pública

04/09/2020 10h00 | Atualizado em 04/09/2020 10h00

Em 2019, ao buscarem atendimento de saúde, 76,5% das pessoas costumavam procurar o mesmo lugar, médico ou serviço de saúde, sendo que 69,8% delas procuram estabelecimentos públicos de saúde. Dentre os tipos de estabelecimentos indicados, a Unidade Básica de Saúde (UBS) foi a mais citada, com 46,8%, chegando a 55,3% no Norte e 54,1% no Nordeste.

Apenas 28,5% da população do país (59,7 milhões de pessoas) tinham algum plano de saúde, médico ou odontológico em 2019. Na população com rendimento mensal de até ¼ de salário mínimo, somente 2,2% tinham plano de saúde médico. Já na faixa de mais de cinco salários mínimos, 86,8% tinham plano.

Das pessoas que tinham plano de saúde médico, 46,2% eram titulares que pagavam os seus custos diretamente ao plano, enquanto 45,4% dependiam parcial ou integralmente do empregador para pagar os custos.

Quase a totalidade dos planos médicos cobria consultas (99,1%) e exames (98,3%), e uma grande parcela da população tinha cobertura para internações (91,6%) e partos (77,6%). Entre aqueles que tinham algum plano médico de saúde, 77,4% o avaliaram como bom ou muito bom.

Em 2019, 60,0% dos domicílios estavam cadastrados em Unidade de Saúde da Família (44,0 milhões de domicílios), um aumento de 6.7 p.p. em relação a 2013, quando eram 53,3% de domicílios cadastrados (34,6 milhões). Dos domicílios cadastrados há um ano ou mais, 38,4% (15,4 milhões) receberam visita mensal de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família. Esse percentual caiu consideravelmente frente a 2013 (47,2%), embora a quantidade de visitas fosse menor (14,1 milhões). Ou seja, o total de domicílios cadastrados aumentou mais do que a realização de visitas.

Verificou-se, também, que 23,8% (9,5 milhões) dos domicílios cadastrados há um ano ou mais em Unidade de Saúde da Família nunca receberam visita de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família, um forte aumento em comparação a 2013, quando o percentual era de 17,7% (5,3 milhões).

A pesquisa mostrou que 8,1% da população (16,9 milhões de pessoas) deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista, percentual superior ao de 2013 (7,0%). Problemas nos ossos e articulações foi o principal motivo (25,1%), seguido de problemas respiratórios (21,0%).

Nos 12 meses anteriores à entrevista, 76,2% da população (159,6 milhões) havia se consultado com um médico – aumento considerável frente a 2013 (71,2%). A proporção de mulheres (82,3%) que consultou um médico foi superior à dos homens (69,4%). Já a proporção de pessoas que consultaram dentista não chega à metade da população (49,4%), apesar do aumento em relação a 2013 (44,4%).

Em relação às internações, 6,6% da população (13,7 milhões) ficaram internados em hospitais por 24 horas ou mais nos doze meses anteriores à entrevista. Dessas internações, 64,6% (ou 8,9 milhões) foram no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2019, 4,6% da população utilizou alguma prática integrativa e complementar. Em 2013, o percentual foi de 3,8%. Plantas medicinais e fitoterapia (58,0%) foi a prática mais utilizada seguida por acupuntura (24,6%) e homeopatia (19,0%).

Entre os 39,4 milhões de domicílios com algum cachorro ou gato, 72,0% (ou 28,4 milhões) tiveram esses animais vacinados em 2019. Em 2013, este percentual foi de 75,4% (24,8 milhões).

Essas informações fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo IBGE em convênio com o Ministério da Saúde. O primeiro volume da PNS, divulgado hoje, traz dados sobre acesso aos serviços de saúde, cobertura de planos de saúde, presença de animais nos domicílios e sua vacinação, entre outros.

Menos de um terço da população tem plano de saúde 

Em 2019, 59,7 milhões de pessoas (28,5% da população) tinham algum plano de saúde, fosse este médico ou odontológico. A cobertura era similar entre homens (27,4%) e mulheres (29,5%). 

Somente 2,2% das pessoas com rendimento de até ¼ de salário mínimo tinham algum plano de saúde médico, indicando que essa população depende mais da saúde pública. Por outro lado, 86,8% das pessoas que recebiam mais de cinco salários mínimos mensais estavam cobertas por algum serviço de saúde suplementar médico.

Quanto maior o nível de instrução, maior foi a cobertura do plano de saúde, variando de 16,1% (sem instrução ou com fundamental incompleto) a 67,6% (nível superior completo), o que também acompanha a diferença por rendimentos.

Além das diferenças por grupos de renda e instrução, foram verificadas as proporções de cobertura de 20,1% para pardos, 21,4% para pretos e 38,8% para brancos. Em relação a 2013, somente as pessoas pardas, que apresentavam naquele ano proporção de 18,7%, tiveram alteração estatística significativa, registrando um acréscimo de 1,4 p.p.  

Entre as regiões, Sudeste (34,9%) e Sul (30,5%) despontavam com as maiores coberturas proporcionais às suas populações. Entre as Unidades da Federação, destacaram-se São Paulo (38,4%) e Distrito Federal (37,4%). 

45,4% dos planos de saúde são pagos total ou parcialmente pelo empregador 

Das pessoas que tinham plano de saúde médico, 46,2% eram titulares que pagavam os seus custos diretamente ao plano, enquanto 45,4% dependiam parcial ou integralmente do empregador para pagar os custos: 30,9% dividiam as despesas com o empregador e, para 14,5%, o empregador pagava integralmente o plano.

A cobertura de plano de saúde odontológico era bem menos abrangente do que a do tipo médico: 12,9% contra 26,0%. Mesmo nas faixas de rendimento mais elevadas, o plano de saúde odontológico foi adquirido por, aproximadamente, um terço das pessoas. 

Quase todos os planos médicos cobriam consultas (99,1%) e exames (98,3%) e despesas com internações (91,6%), mas apenas 77,6% davam cobertura para partos.

Entre os residentes que tinham algum plano de saúde, 77,4% avaliaram o plano de saúde médico principal (ou único) como bom ou muito bom, com grande variação entre o Nordeste (72%) e o Sul (80,4%). Por grupos de idade, a população idosa (de 60 anos ou mais) foi a que verificou menor proporção nesses termos de satisfação com o serviço suplementar (75,9%). A população preta foi a que aferiu menor proporção com avaliação boa ou muito boa de seu plano de saúde (73,9%), ficando abaixo da avaliação da branca (78,5%). 

Cadastro em unidade de saúde da família abrange 60% dos domicílios 

Em 2019, 60,0% dos domicílios (ou 44,0 milhões) estavam cadastrados em Unidade de Saúde da Família, um aumento em relação a 2013 (53,3% ou 34,6 milhões de domicílios cadastrados). Dos domicílios cadastrados há um ano ou mais, 38,4% (ou 15,4 milhões) receberam visita mensal de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família. 

Esse percentual caiu consideravelmente frente a 2013 (47,2%), embora a quantidade de domicílios que recebiam essas visitas fosse menor (14,1 milhões). O que explica esse comportamento é que o número de domicílios cadastrados aumentou mais do que o número das visitas mensais. 

Cerca de 23,8% (9,5 milhões) dos domicílios cadastrados há um ano ou mais nunca receberam visita de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família, um forte aumento em comparação a 2013, quando o percentual era de 17,7% (5,3 milhões). Este aumento foi observado em todas as Grandes Regiões, destacando-se a Região Sudeste que atingiu 30,0% (quase um terço) de domicílios cadastrados que nunca receberam visita.

Em 2019, a pesquisa estimou que 64,6% dos domicílios receberam pelo menos uma visita de algum agente de combate de endemias nos 12 meses anteriores à data da entrevista, o equivalente a 47,4 milhões de unidades domiciliares. Em 2013, o percentual era maior, 69,3%. Por outro lado, houve um aumento de 2,4 milhões de domicílios que receberam ao menos uma visita no período de referência entre 2013 e 2019. 

8,1% da população não realizaram atividades habituais por problemas de saúde 

Em 2019, 8,1% da população (16,9 milhões de pessoas) deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista, percentual superior ao de 2013 (7,0%). As regiões Nordeste e Sudeste registraram as maiores proporções (8,7% e 8,0%, respectivamente) e Sul e Centro-Oeste, as menores (ambas com 7,4%).

A população idosa (com 60 anos ou mais) apresentou a maior proporção de pessoas que deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde (12,2%), seguida pela faixa de 40 a 59 anos de idade (9,7%). Assim como em 2013, a proporção foi maior entre as mulheres (9,6%) do que entre os homens (6,3%). Por nível de instrução, as pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto registraram a maior proporção (9,8%). 

 Problemas nos ossos e articulações são os principais motivos de afastamento

Problemas nos ossos e articulações foi o principal motivo relatado (25,1%), seguido de problemas respiratórios (21,0%). Esses dois motivos foram os mais citados em todas as regiões. Destacam-se, ainda, os problemas gastrointestinais (8,8%), problemas cardiovasculares (7,1%) e saúde mental (6,2%).

Das pessoas que deixaram de realizar atividades por motivos de saúde, 12,7% afirmaram que tal motivo estava relacionado ao trabalho. Nesses casos, homens (16,1%), pessoas de 40 a 59 anos (21,8%) e pessoas com superior completo (16,1%) tiveram as maiores proporções.

Quase 70% das pessoas que procuram o mesmo serviço de saúde recorrem a estabelecimentos públicos 

Em 2019, 76,5% da população costumavam procurar atendimento de saúde no mesmo lugar, médico ou serviço de saúde. Em 2013, essa estimativa era de 77,8%. A maior parcela (46,8%) indicou a Unidade Básica de Saúde (UBS) como estabelecimento que costumavam procurar mais frequentemente. Em todas as grandes regiões, a UBS foi a mais citada, especialmente no Norte (55,3%) e no Nordeste (54,1%).

 

Consultório Particular ou Clínica Privada foram indicados por 22,9% e as Unidades de Pronto Atendimento Público (UPA), pronto socorro ou emergência de Hospital Público por 14,1%. Agrupando-se as categorias, constata-se que quase 70% da população costumavam procurar estabelecimentos públicos de saúde.

Mulheres se consultam mais com médicos do que homens 

Em 2019, 76,2% da população (159,6 milhões) haviam consultado um médico nos 12 meses anteriores à entrevista – um aumento considerável em relação a 2013 (71,2%). 

A proporção de mulheres (82,3%) que consultou um médico foi superior à dos homens (69,4%). Além disso observa-se que essa proporção cresce à medida em que a faixa de rendimento domiciliar per capita se torna mais elevada, indo de 67,6%, para a classe de até ¼ de salário mínimo, a 89,6%, para mais de cinco salários mínimos.

Atenção com saúde bucal ainda não chega à metade da população 

A proporção de pessoas que consultaram dentista nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista (49,4%) não chega à metade da população, mas cresceu em relação a 2013 (44,4%). Norte e Nordeste apresentaram as menores proporções: 40,8% e 43,3%, respectivamente. Destaca-se, ainda, o baixo percentual entre as pessoas de 60 anos ou mais: 34,3%.

Além disso, entre as pessoas sem rendimento até ¼ do salário mínimo, 36% consultaram um dentista, enquanto entre aquelas com mais de 5 salários mínimos, a proporção chegou a 75,7% em 2019, uma diferença de quase 40 p.p.

Doenças e tratamentos são os principais motivos de procura por atendimento

Nas duas semanas anteriores à entrevista, 18,6% (mais de 39 milhões) de pessoas no Brasil procuraram algum atendimento de saúde, percentual acima do observado em 2013 (15,3%). A região Sudeste (20,9%) apresentou a maior proporção, e Norte, a menor (13,7%). As proporções também foram superiores para mulheres (22,1%), pessoas com 60 anos ou mais (27,5%), e na classe de mais de 5 salários mínimos (26,8%).

Os principais motivos de procura foram: doença ou tratamento de doença (48,2%) e cuidados de rotina, tais como: vacinação, prevenção, check-up médico ou acompanhamento com outro profissional de saúde (25,1%). 

42,3% das pessoas com menor rendimento obtém medicamentos no serviço público 

Em 2019, entre as 39 milhões de pessoas que procuraram algum atendimento de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista, 86,1% conseguiram atendimento. Destes, 73,6% afirmaram ter conseguido atendimento na primeira vez em que procuraram - percentual abaixo do estimado em 2013 (95,3%).

Das pessoas que conseguiram atendimento de saúde (exceto marcação de consulta), 60,9% tiveram algum medicamento receitado e destas, 85% conseguiram obter todos os medicamentos prescritos. Quando a referência de obtenção de pelo menos um medicamento é o serviço público, a proporção torna-se menor: 30,5% (ou 6,2 milhões de pessoas). 

Quanto menor a faixa de rendimento per capita, maior é a proporção de pessoas que obtiveram medicamento no serviço público: 42,3% para a faixa de até ¼ de salário mínimo e 7,1% para a classe de mais de cinco salários mínimos. 

Cerca de 65% das internações foram realizadas pelo SUS 

Em 2019, 6,6% da população (13,7 milhões) ficaram internados em hospitais por 24 horas ou mais nos doze meses anteriores à entrevista. Dessas internações, 64,6% (ou 8,9 milhões) foram por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As Regiões Nordeste e Norte registraram as maiores proporções: 77,8% e 76,2%, respectivamente, enquanto Sudeste teve a menor (56,4%). 

Destacam-se as diferenças entre as proporções de internação em hospitais do SUS para pessoas que se declararam de cor preta (75,9%) e parda (73,6%) em relação às pessoas que se declararam brancas (53,6%).  

Disparidade ainda mais expressiva é observada por classe de rendimento: 95% para a faixa sem rendimento até ¼ do salário mínimo e 6,8% para as pessoas com mais de 5 salários mínimos.

Apenas 4,6% da população utilizaram alguma prática integrativa e complementar 

Em 2019, 4,6% da população utilizou alguma prática integrativa e complementar. Em 2013, o percentual foi de 3,8%. Essas práticas consistem em tratamentos como acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapia, dentre outros. Elas foram identificadas em proporções maiores nas Regiões Norte (5,7%) e Sul (5,4%). Plantas medicinais e fitoterapia (58,0%) foi a prática mais utilizada seguida por acupuntura (24,6%) e homeopatia (19,0%). 

Cães estão presentes em 33,8 milhões de domicílios e gatos, em 14,1 milhões

Em 2019, a pesquisa estimou que em 46,1% dos domicílios do Brasil havia pelo menos um cachorro (44,3% em 2013), o equivalente a 33,8 milhões de unidades domiciliares. A região Sul apresentou a maior proporção, 57,4%, e a Nordeste a menor, 37,6%. Já os gatos estavam presentes em 19,3% dos domicílios (17,7% em 2013), o equivalente a 14,1 milhões. As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores percentuais, 25,3% e 24,1%, respectivamente, e as regiões Sudeste e Centro-Oeste, os menores: 15,2% e 16,6%, respectivamente. 

Percentual de domicílios com cães e gatos vacinados diminui 

Observou-se uma variação negativa no percentual (mas um aumento numérico) de domicílios com algum cachorro ou gato em que todos os animais foram vacinados contra raiva nos últimos 12 meses: dos 39,4 milhões de domicílios com algum cachorro ou gato, em 2019, 72,0% (28,4 milhões) deles tiveram esses animais vacinados, enquanto em 2013 este percentual foi de 75,4% (24,8 milhões). 

Água canalizada chega a 96,7% dos domicílios do país

Enquanto na PNS 2013 93,7% (60,8 milhões) dos domicílios brasileiros tinham água canalizada em pelo menos um cômodo, na edição de 2019 este número subiu para 96,7% (70,8 milhões). Sudeste, Centro-Oeste e Sul apresentaram resultados superiores à média nacional, de 99,0% ou mais, entretanto, nas regiões Norte e Nordeste, os percentuais foram menores: 91,2% e 91,1%, respectivamente. Com exceção do Sul, que permaneceu estatisticamente estável, as demais regiões apresentaram aumento no percentual de domicílios com água canalizada. 

 A presença de banheiro de uso exclusivo e esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou fossa séptica ligada à rede geral chegava a 66% dos domicílios (48,4 milhões) em 2019, variando de 88,7% dos domicílios no Sudeste a 20,8% no Norte.

Em 2019, a coleta de lixo por serviço de limpeza, diretamente ou em caçamba chegava a 91,4% dos domicílios (67,0 milhões). Novamente, o Sudeste apresentou o maior percentual (97,1%) e o Norte, o menor (80,4%).