Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

PNAD Contínua Turismo: 96,1% das viagens tinham destinos nacionais em 2019

12/08/2020 10h00 | Atualizado em 12/08/2020 11h52

Dos 21,4 milhões de viagens analisadas, 96,1% (20,6 milhões) foram nacionais e 3,9% (828,7 mil) foram internacionais.

Em 73,9% (15,8 milhões) das viagens investigadas, o viajante passou ao menos uma noite no trajeto ou no destino.

Em 83,8% das viagens havia de um a três viajantes. Em 45,4% das viagens, em média apenas um morador participou, em 38,5% delas, foram de dois a três os moradores que participaram e apenas 7.9% contaram com a participação de 4 ou 5 moradores.

De todas as viagens realizadas nos domicílios brasileiros, 13,5% ocorreram por motivos profissionais e 86,5% por motivos pessoais.

Das viagens por motivo pessoal, 36,1% ocorreram em visita a parentes, 31,5% em busca de lazer e 17,5% para tratamento de saúde e bem estar. Esse último grupo correspondia a uma em cada quatro viagens na faixa de ½ a menos de um salário mínimo, porém representava apenas 4,6% na faixa de quatro ou mais salários mínimos.

Dentre os motivos de lazer, 34,3% declararam ter viajado para fazerem turismo de sol e praia. Viagens com finalidade cultural corresponderam a 27,2%, enquanto o ecoturismo e as viagens de aventura representavam 25,6%.

A casa de amigos ou parentes foi o principal local de hospedagem para mais da metade dos domicílios com rendimento até menos de dois salários mínimos.

O carro particular foi o principal meio de transporte usado nas viagens (46,6%), seguido por ônibus de linha (16,0%) e avião (15,3%).

As Grandes Regiões mais visitadas no Brasil foram: Sudeste (39,5%), Nordeste (27,8%) e Sul (16,5%). As mesmas regiões se destacaram como principais centros emissores de viajantes, com 42,3%, 25,1% e 16,2%, respectivamente. O estado que mais recebeu viajantes foi São Paulo (18,9%), seguido por Minas Gerais (12,8%).

Essas informações fazem parte do módulo Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019, que traz dados sobre os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do país e para o exterior. A pesquisa foi realizada em convênio com o Ministério do Turismo – Mtur.

Em quase metade dos domicílios em que não houve viagem, a razão foi econômica

O tema Turismo foi investigado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua no 3° trimestre de 2019. Em 21,8% dos 72,5 milhões de domicílios visitados a pesquisa averiguou a ocorrência de alguma viagem que havia sido finalizada nos três meses anteriores à entrevista. As entrevistas aconteceram ao longo dos meses de julho, agosto e setembro.

Dos 56,7 milhões de domicílios (78,2% do total) onde não foram registradas viagens, 82,9% tinham renda inferior a dois salários mínimos e 17,1% declararam rendimento de dois ou mais salários mínimos a valores de 2019.

Os principais motivos informados para não ter havido viagem no período foram: falta de dinheiro (48,9%), falta de tempo (18,5%) e não ter havido necessidade (13,5%). No recorte por rendimento, entre os domicílios com rendimento nominal per capita abaixo de dois salários mínimos, a principal causa de não viagem foi a falta de dinheiro. Já entre os domicílios cujo rendimento foi de dois ou mais salários mínimos, a causa que predominou foi a falta de tempo.

Motivo de nenhum morador ter viajado Domicílios particulares permanentes em que nenhum morador viajou
Brasil - 3º trimestre de 2019
Total Classes de rendimento nominal domiciliar per capita (salários mínimos)
Menos de 1/2 1/2 a menos
de 1
1 a menos
de 2
2 a menos
de 4
4 ou mais
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Não ter dinheiro 48,9 64,7 55,5 43,5 29,8 16,1
Não ter tempo 18,5 7,1 14,8 21,8 32,4 39,1
Não ser prioridade 4,8 2,8 4,1 5,1 7,6 10,0
Problemas de saúde 4,3 1,8 3,5 5,9 6,1 7,4
Não ter interesse 7,2 5,5 6,7 8,0 8,4 10,0
Não ter necessidade 13,5 16,2 13,1 12,4 11,8 12,7
Outro (1) 2,9 1,9 2,4 3,5 3,9 4,6
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento Nominal, Pesquisa por Am ostra de Domicílios Contínua – 2019.
(1) Inclusive os motivos: não gostar de viajar e não ter companhia

Destinos nacionais correspondem a 96,1% das viagens analisadas

Dos 15,8 milhões de domicílios onde ocorreram viagens, 95,5% registraram até 3 viagens, prevalecendo a ocorrência de uma viagem em 75,5% dos domicílios.

A pesquisa identificou um total de 23,4 milhões de viagens no período de referência, das quais 21,4 milhões foram detalhadas pelos informantes. Foi verificada, em média, 1,5 viagem por domicílio com viajante.

Por viagem, entende-se os deslocamentos de uma pessoa ou grupo, fora do seu entorno habitual, desde o momento de sua saída até o seu regresso. No Brasil, no período pesquisado, 96,1% (20,6 milhões) das viagens analisadas foram nacionais e 3,9% (828,7 mil) foram internacionais. De todas as viagens realizadas nos domicílios brasileiros, 13,5% ocorreram por motivos profissionais e 86,5% por motivos pessoais.

Em 73,9% das viagens investigadas, ocorreu pernoite, ou seja, foram 15,8 milhões de viagens na qual o viajante passou ao menos uma noite no trajeto ou no destino. Em 16,6% destas viagens foi registrada apenas um pernoite, em 37,6% foram registrados dois ou três pernoites e em 14,8% quatro ou cinco pernoites.

Em 83,8% das viagens havia de um a três viajantes. A maior parte das viagens por motivo profissional contou com apenas um viajante, enquanto nas viagens por motivo pessoal predominaram as viagens com um a três viajantes.

Em 45,4% das viagens, em média apenas um morador participou, em 38,5% delas, de dois a três os moradores participaram e, em apenas 7,9%, participaram 4 ou 5 moradores. A pesquisa não capta a participação de moradores de diferentes domicílios na mesma viagem.

Uma em cada quatro viagens na faixa de rendimento de ½ a menos de um salário mínimo é para tratamento de saúde e bem estar

Dos 21,4 milhões de viagens investigadas, 18,5 milhões foram por motivo pessoal. Os principais motivos se dividiram entre lazer, compras pessoais, religião, tratamento de saúde e bem estar, visita a parentes e amigos, eventos familiares e outros (inclui cruzeiros, cursos, estudos e congressos).

No período analisado, 36,1% das viagens por motivo pessoal ocorreram em visita a parentes, 31,5% em busca de lazer e 17,5% para tratamento de saúde e bem estar. Esta última categoria inclui viagens para consultas médicas, internações para tratamentos ou cirurgias, atendimento psicológico, assim como viagens turísticas que visam a diminuição dos níveis de estresse como spas, centros termais ou retiros.

Entre os domicílios com renda superior a 4 salários mínimos, a viagem a lazer foi predominante, representando 55,4% dos deslocamentos. Já entre as classes com rendimento abaixo de 1 salário mínimo os principais motivos da viagem foram visitas a parentes e tratamento de saúde e bem estar, representando mais de 60% das viagens nessas classes.

Na faixa de ½ a menos de um salário mínimo, uma em cada quatro viagens foi feita por motivo de saúde e bem estar. Já na faixa de quatro ou mais salários mínimos, esse motivo foi informado em apenas 4,6% das viagens.

Mais de um terço das viagens de lazer é para ir à praia

Dentre os motivos de lazer, 34,3% declararam ter viajado para fazerem turismo de sol e praia, que se caracteriza por viagens turísticas de entretenimento ou descanso em praias, onde haja a conjunção de sol, mar e calor. Viagens com finalidade cultural, com acesso ao patrimônio histórico e cultural, assim como a eventos culturais que valorizem e promovam os bens materiais e imateriais da cultura, também ocorreram em percentuais significativos (27,2%). As atividades turísticas que utilizam o patrimônio natural e as belas paisagens como atrativos, igualmente apresentaram grande participação (25,6%) no turismo de lazer.

Em quase todas as classes de rendimento o turismo de lazer que busca sol e praia foi predominante, frente às demais modalidades. Já na classe de 4 salários mínimos ou mais, o turismo cultural apresentou maior participação, representando 34,4% das viagens.

Dentre os deslocamentos com finalidade profissional (13,5%), o motivo “negócios e trabalho” se sobrepôs com folga aos demais, ultrapassando os 70% para todas as classes de rendimento.

Casas de parentes e amigos são os principais locais de hospedagem

A casa de amigos ou parente era o principal local de hospedagem, representando 47,3% dentre as alternativas. Em segundo lugar ficou a opção hotel ou flat.

Para as classes de rendimento abaixo de 4 salários mínimos, a opção casa de amigo ou parente superou com ampla margem as demais, representando 51,8% para a classe mais baixa de rendimento e chegando a 35% para a classe mais elevada da distribuição. Para domicílios com renda domiciliar per capita de 4 s.m. ou mais, a opção hotel ou flat representou 38,1% das hospedagens, enquanto nas outras opções esta participação variou de 3% a 23%. Foi esta a única classe de renda onde a hospedagem em hotel e flat superou as demais.

Carro particular ou de empresa é o principal meio de transporte nas viagens

O carro particular ou de empresa foi o principal meio de transporte utilizado na viagem (46,6% do total), seguido por ônibus de linha e o avião como as modalidades mais utilizadas no deslocamento. O avião não teve forte participação nas viagens com finalidade pessoal (12,9%), mas foi destaque nas viagens profissionais (30,5%).

A utilização de ônibus diminui conforme aumenta o rendimento domiciliar e a do avião segue o caminho oposto.

Viagens realizadas pelos moradores dos domicílios particulares permanentes, no período de referência dos últimos três meses, por classes de rendimento nominal domiciliar per capita, segundo o principal meio de transporte utilizado - Brasil - 3º trimestre de 2019
Principal meio de transporte utilizado Viagens realizadas pelos moradores dos domicílios particulares permanentes, no período de referência dos últimos três meses
Total Classes de rendimento nominal domiciliar per capita (salários mínimos)
Menos de 1/2 1/2 a menos de 1 1 a menos de 2 2 a menos de 4 4 ou mais
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Avião 15,3 2,4 4,4 8,5 17,9 42,3
Carro particular ou de empresa 46,6 25,8 43,6 51,6 58,3 46,2
Motocicleta 2,1 6,2 2,4 1,7 1,1 0,5
Ônibus de excursão, fretado ou turismo 7,1 7,7 9,3 8,2 7,0 3,1
Ônibus de linha 16,0 26,5 22,2 17,9 10,2 5,3
Van ou perueiro 4,1 10,9 6,8 3,4 1,3 0,2
Outro (1) 8,8 20,5 11,3 8,7 4,2 2,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - 2019.
Nota: Exclusive as viagens de cruzeiro.
(1) Inclusive os meios de trasporte: carro alugado, navio ou barco e trem.

Sudeste, Nordeste e Sul são as regiões mais visitadas e que mais emitem viajantes

No 3° trimestre de 2019, as Grandes Regiões mais visitadas no Brasil foram: Sudeste (39,5%), Nordeste (27,8%) e Sul (16,5%). As mesmas regiões se destacaram como principais centros emissores de viajantes, com 42,3%, 25,1% e 16,2%, respectivamente.

Uma parte expressiva destes deslocamentos ocorreu dentro de uma mesma Grande Região e, também, do mesmo estado. O estado que mais recebeu viajantes foi São Paulo (18,9%), seguido por Minas Gerais (12,8%).

As viagens intra-estaduais (que ocorreram dentro da própria unidade da federação) superaram os 50% dos deslocamentos registrados.