Índice de Preços ao Produtor varia 1,32% em março
30/04/2020 09h00 | Atualizado em 30/04/2020 15h02
Os preços da indústria variaram 1,32% em março, número superior ao observado na comparação entre fevereiro e janeiro (0,81%). Na mesma comparação, 21 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 20 do mês anterior. O acumulado no ano atingiu 2,50%, contra 1,16% em fevereiro.
Período | Taxa |
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mar/20 | 1,32% |
fev/20 | 0,81% |
mar/19 | 1,59% |
Acumulado 12 meses | 6,45% |
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
JAN/20 | FEV/20 | MAR/20 | JAN/20 | FEV/20 | MAR/20 | JAN/20 | FEV/20 | MAR/20 | |
Indústria Geral | 0,35 | 0,81 | 1,32 | 0,35 | 1,16 | 2,50 | 6,36 | 6,73 | 6,45 |
B - Indústrias Extrativas | 5,52 | 5,51 | -17,12 | 5,52 | 11,34 | -7,72 | 29,71 | 26,76 | -6,30 |
C - Indústrias de Transformação | 0,10 | 0,58 | 2,28 | 0,10 | 0,68 | 2,98 | 5,41 | 5,86 | 7,07 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Na passagem de fevereiro para março de 2020, os preços das indústrias extrativas e de transformação (indústria geral) variaram 1,32%, número superior ao observado na comparação entre janeiro e fevereiro (0,81%). As quatro maiores variações observadas em março se deram entre os produtos das seguintes atividades: indústrias extrativas (-17,12%), refino de petróleo e produtos de álcool (-9,79%), calçados e artigos de couro (7,76%) e fumo (7,47%).
As maiores influências, na mesma comparação, foram: alimentos (1,43 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,97 p.p.), indústrias extrativas (-0,85 p.p.) e outros produtos químicos (0,42 p.p.).
O acumulado no ano (março de 2020 contra dezembro de 2019) atingiu 2,50%, contra 1,16% em fevereiro. As atividades que tiveram as maiores variações percentuais nessa perspectiva foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-14,96%), metalurgia (11,99%), calçados e artigos de couro (11,75%) e outros equipamentos de transporte (11,63%). Os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-1,59 p.p.), alimentos (1,47 p.p.), metalurgia (0,70 p.p.) e outros produtos químicos (0,51 p.p).
O acumulado em 12 meses (março de 2020 contra março de 2019) atingiu 6,45%, contra 6,73% em fevereiro. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais neste indicador, sobressaíram: outros equipamentos de transporte (18,75%), alimentos (18,17%), metalurgia (11,99%) e farmacêutica (10,96%). Já os setores de maior influência foram: alimentos (3,99 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,93 p.p.), metalurgia (0,72 p.p.) e veículos automotores (0,45 p.p.).
Entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços de 1,32% frente a fevereiro repercutiu da seguinte maneira: 2,71% em bens de capital; 0,69% em bens intermediários; e 1,93% em bens de consumo, sendo que 0,41% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 2,25% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Do resultado da indústria geral, 1,32%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: 0,21 p.p. de bens de capital, 0,38 p.p. de bens intermediários e 0,74 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,71 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,03 p.p. nos bens de consumo duráveis.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
JAN/20 | FEV/20 | MAR/20 | JAN/20 | FEV/20 | MAR/20 | JAN/20 | FEV/20 | MAR/20 | |
Indústria Geral | 0,35 | 0,81 | 1,32 | 0,35 | 1,16 | 2,50 | 6,36 | 6,73 | 6,45 |
Bens de Capital (BK) | 1,47 | 0,85 | 2,71 | 1,47 | 2,34 | 5,11 | 6,98 | 7,57 | 9,46 |
Bens Intermediários (BI) | 1,33 | 1,03 | 0,69 | 1,33 | 2,37 | 3,08 | 5,58 | 5,94 | 5,01 |
Bens de consumo(BC) | -1,22 | 0,49 | 1,93 | -1,22 | -0,73 | 1,19 | 7,34 | 7,70 | 7,92 |
Bens de consumo duráveis (BCD) | 0,57 | 0,30 | 0,41 | 0,57 | 0,87 | 1,29 | 3,57 | 3,69 | 4,15 |
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) | -1,58 | 0,53 | 2,25 | -1,58 | -1,06 | 1,17 | 8,16 | 8,57 | 8,73 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Destacaram-se os seguintes setores:
Indústrias extrativas: em março de 2020, os preços variaram -17,12% em relação a fevereiro. Esta é a maior variação negativa observada na série que teve início em janeiro de 2014 (a segunda foi a de janeiro de 2016, -14,43%). Com este resultado, o acumulado no ano saiu de 11,34%, em fevereiro, para – 7,72%. Na comparação com março de 2019, observa-se o primeiro resultado negativo (-6,30%) desde outubro de 2016 (-7,10%). O destaque ao setor se deu pelo fato de ter sido a maior variação (em módulo) entre todas as atividades industriais, na comparação março contra fevereiro, e de ser a terceira maior (também em módulo) influência, na mesma comparação (-0,85 p.p. em 1,32%).
Os dois principais produtos do setor (cujo peso conjunto inicial, em dezembro de 2018, era de 78,22%), “óleos brutos de petróleo” e “minérios de ferro e seus concentrados, em bruto ou beneficiados, exceto pelotizados ou sinterizados”, impactaram negativamente o resultado.
Alimentos: em março, os preços do setor variaram 6,16% em relação a fevereiro, maior resultado da série nessa comparação. Com isso, o acumulado no ano saiu de 0,10% para 6,26%. Já em relação a março de 2019, a variação foi de 18,17%. Entre os produtos destacados, três são comuns tanto aos de variação mais intensa quanto os de maior influência: “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, “resíduos da extração de soja” e “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”. A influência dos três produtos somada à de “açúcar cristal”, o quarto produto destacado, é de 4,03 p.p., em 6,16%.
Refino de petróleo e produtos de álcool: a variação de preços do setor, na comparação de março de 2020 com fevereiro de 2020, foi de -9,79%, a taxa negativa mais intensa da série. Com isso, o acumulado saiu de -5,73% para -14,96%, também a taxa negativa mais intensa. Por fim, na comparação março 2020/março 2019, os preços de 2020 estiveram 9,02% menores que os de 2019.
Nos indicadores calculados, todas as variações e influências são negativas, a menos de uma ou outra exceção, nas quais se destaca o "álcool etílico (anidro ou hidratado)", que tem impacto positivo nos indicadores acumulados e na comparação com o mesmo mês do ano anterior. De toda forma, o comportamento do mercado internacional de petróleo e as incertezas que a pandemia tem gerado na economia - inclusive com menor movimentação de veículos - dão a tônica do comportamento descrito.
Outros produtos químicos: a indústria química em março apresentou uma variação média de preços, em relação a fevereiro, de 5,49%, maior variação positiva de preços desde o início da pesquisa em dezembro de 2009. Desta forma o setor acumulou uma variação positiva de 6,60% em 2020 e 4,84% nos 12 últimos meses. O resultado do acumulado no ano é bem diverso do que ocorreu em março de 2019, quando havia ficado negativo em - 4,98%.
Os resultados observados no mês estão ligados aos preços internacionais, com aumento do preço de matérias-primas em grande parte devido à depreciação do real frente ao dólar de 12,5% e à redução da oferta.
Metalurgia: ao comparar os preços médios de março contra fevereiro, houve uma variação de 5,75%, maior variação de preços dessa atividade desde o início da série (janeiro de 2010). Com essa variação, o acumulado no ano e em 12 meses ficaram por coincidência com o mesmo valor 11,99%.
O resultado do mês foi obtido graças, principalmente, a quatro produtos, sendo dois do grupo de materiais ferrosos e dois de não ferrosos. São eles: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “ouro para usos não monetários”, “óxido de alumínio (alumina calcinada)” e “ferronióbio”, todos com influência positiva sobre o indicador M/M-1. Os quatro produtos representam 3,72 p.p. da variação no mês, cabendo 2,03 p.p. aos demais 20 produtos.
Veículos automotores: em março, a variação observada no setor foi de 1,05%, quando comparada com o mês imediatamente anterior, seguindo a tendência de alta observada também nos seis meses anteriores. A variação acumulada no ano e a variação acumulada nos últimos 12 meses alcançaram, respectivamente, 2,52% e 5,51%.
Além de ser um dos setores de maior peso no cálculo do indicador geral, com uma contribuição de 8,40%, a atividade de veículos automotores também se destacou, dentre todos os setores pesquisados, por apresentar a quarta maior influência no indicador acumulado em 12 meses (0,45 p.p., em 6,45%).