PAIC 2017: Obras de infraestrutura e setor público perdem participação na indústria da construção
29/05/2019 10h00 | Atualizado em 29/05/2019 10h30
A atividade da construção gerou R$ 280 bilhões em valor de incorporações, obras e serviços da construção em 2017. Os dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção mostram que houve queda da participação das obras de infraestrutura no valor da atividade entre 2008 e 2017 (de 47,4% para 32,2%), enquanto aumentou a representatividade da construção de edifícios (de 37,2% para 45,8%), e dos serviços especializados (de 15,4% para 22,0%).
Além disso, o setor público perdeu representatividade como cliente no total da indústria da construção, passando de 42,7% para 31,7% na geração do valor de obras. A maior perda de participação do setor público foi no valor das obras de infraestrutura, que passou de 60,3% em 2008 para 52,4% em 2017.
O setor englobava 126,3 mil empresas ativas, que ocupavam cerca de 1,91 milhão de pessoas em 2017. O gasto com salários, retiradas e outras remunerações chegaram a R$ 53,5 bilhões. Entre 2008 e 2017, a média de pessoal ocupado nessas empresas caiu de 32 para 15 pessoas, e o salário médio mensal passou de 2,7 para 2,3 salários mínimos.
Todos os segmentos tiveram queda na média de pessoal ocupado. O segmento que mais perdeu participação entre 2008 e 2017 foi de obras de infraestrutura, que tinha o maior porte médio (de 93 para 42) e a maior média salarial (de 3,5 para 2,9 salário mínimos). Acesse o material de apoio para mais informações.
Construção de edifícios ganha participação na indústria da construção
Os três setores que formam a indústria da construção geraram R$ 280 bilhões em valor de incorporações, obras e serviços da construção em 2017, sendo R$ 128,1 bilhões em construção de edifícios, R$ 90,3 bilhões em obras de infraestrutura e R$ 61,6 bilhões em serviços especializados da construção.
Em relação a 2008, houve uma mudança na estrutura do valor da atividade, com a construção de edifícios passando a ser o segmento mais representativo, enquanto obras de infraestrutura caíram para o segundo lugar. Os serviços especializados mantiveram o terceiro lugar, mas ampliaram sua participação no valor da indústria da construção.
Além disso, no período analisado, o setor público perdeu representatividade como cliente da indústria da construção, com uma perda de 11 pontos percentuais no valor das obras e serviços, de 42,7% para 31,7%. O segmento de obras de infraestrutura, cuja participação pública como cliente é historicamente maior que a dos outros, foi o mais afetado, caindo de 60,3% em 2008 para 52,4% em 2017. O setor público como demandante de construção de edifícios recuou de 27,2% para 20,7%. Já os serviços especializados em construção apresentaram uma diminuição relativa menor, saindo de 23,4% para 21,7%.
Média de pessoal ocupado e salário médio mensal da construção caem
As empresas da construção empregavam cerca de 1,91 milhão pessoas em 2017, sendo 37,1% na construção de edifícios; 35,0% em serviços especializados; e 27,9% nas obras de infraestrutura.
Em relação a 2008, as obras de infraestrutura perderam participação no pessoal ocupado e passaram do segundo para o terceiro lugar, sendo superadas pelos serviços especializados da construção. O segmento de construção de edifícios se manteve como o principal empregador ao longo da série.
Além disso, houve uma queda na média de pessoal ocupado por empresa, que era de 32 pessoas em 2008 e passou para 15 em 2017. O salário médio mensal passou de 2,7 para 2,3 salários mínimos.
Todos os segmentos tiveram quedas na média de pessoal ocupado. O segmento que mais perdeu participação entre 2008 e 2017 foi de obras de infraestrutura, que tinha o maior porte médio (de 93 para 42) e a maior média salarial (de 3,5 para 2,9 salário mínimos). Como resultado, o perfil do emprego na construção passou a ser frequentemente relacionado a salários mais baixos.
Gastos com pessoal representam 33,8% das despesas da indústria da construção
O principal item de custos e despesas da atividade de construção, tanto em 2008 quanto em 2017, foi o referente aos gastos de pessoal, passando de 29,2% para 33,8%. O consumo de materiais de construção registrou queda de 26,6% para 22,0%. Por sua vez, as obras e/ou serviços contratados passaram de 10,7%, em 2008, para 9,1%, em 2017.
Entre os produtos e/ou serviços oferecidos pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, os três grupos de produtos com maior participação no valor de incorporações, obras e serviços da construção foram: obras residenciais (24,3%); construção de rodovias, ferrovias e obras urbanas (18,8%); e os serviços especializados para construção (18,0%).
Participação da região Sul na indústria da construção foi a que mais cresceu
Entre 2008 e 2017, embora a região Sudeste tenha perdido participação, permaneceu liderando em pessoal ocupadas e valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção. Por outro lado, a região Sul apresentou os maiores ganhos de participação, tanto em valor como em pessoal ocupado.
Na geração do valor de incorporação, obras e serviços da construção, a participação do Sudeste passou de 55,5% para 49,8%. A região Norte também perdeu participação (de 7,9% para 5,6%), enquanto Sul (de 12,1% para 17,1%) e Nordeste (de 15,8% para 18,9%) ganharam participação. Já região Centro-Oeste manteve sua participação estável em 8,7%.
A distribuição regional do pessoal ocupado na Indústria da Construção acompanhou o padrão do valor de incorporação, obras e serviços da construção. Entre 2008 e 2017, houve redução da participação do Sudeste (de 51,7% para 48,8%) e do Norte (de 6,7% para 5,6%) no pessoal ocupado, enquanto o Nordeste (de 19,9% para 21,2%) e, principalmente o Sul (de 13,5% para 16,3%), ganharam participação. A região Centro-Oeste manteve estável a sua participação no pessoal ocupado da Indústria da Construção no período.
Regionalmente, a pesquisa leva em consideração somente as empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas.