Em junho, IBGE prevê safra 5,3% menor que a de 2017
10/07/2018 09h00 | Atualizado em 10/07/2018 13h12
A sexta estimativa de 2018 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 227,9 milhões de toneladas, 5,3% inferior à obtida em 2017 (240,6 milhões de toneladas), com queda de 12,7 milhões de toneladas.
Estimativa de junho para 2018 | 227,9 milhões de toneladas |
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Variação safra 2018 / safra 2017 | - 5,3% (-12,7 milhões de toneladas) |
Variação junho 2018 / maio 2018 | - 0,1% (- 230.143 toneladas) |
A área a ser colhida será de 61,2 milhões de hectares, com alta de 31.009 hectares frente à área colhida em 2017. Em relação a maio (228,1 milhões de toneladas), a produção caiu 0,1% (230.143 toneladas), com a área recuando apenas 12.251 hectares.
Somados, o arroz, o milho e a soja representaram 92,8% da estimativa da produção e responderam por 87,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,6% na área da soja e reduções de 7,3% na área do milho e de 4,2% na área de arroz. No que se refere à produção, ocorreram decréscimos de 15,9% para o milho, 7,2% para o arroz e acréscimo de 1,2% para a soja. A publicação completa, a série histórica e a apresentação do LSPA estão à direita dessa página.

Estimativa de junho em relação a maio de 2018
Entre as Grandes Regiões, a produção apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste (101,1 milhões de toneladas), Sul (74,8 milhões de toneladas), Sudeste (22,8 milhões de toneladas), Nordeste (20,6 milhões de toneladas) e Norte (8,5 milhões de toneladas).
Em junho, destacaram-se as variações nas estimativas de produção, em relação a maio em: café canephora (3,2%), feijão 1ª safra (3,2%), tomate (2,9%), algodão herbáceo (1,1%), milho 1ª safra (1,1%), soja (0,5%), café arábica (-0,5%), feijão 3ª safra (-1,0%), cana-de-açúcar (-1,7%), milho 2ª safra (-1,9%), banana (-2,0%) e feijão 2ª safra (-2,6%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção de algodão alcançou 4,7 milhões de toneladas. Em junho, houve alta de 1,1% na estimativa da produção em relação a maio, e o rendimento médio aumentou 0,9%. Mato Grosso e Bahia devem responder por 90,0% da produção brasileira em 2018. O rendimento médio baiano foi revisto, subindo 3,8% em relação a maio, enquanto a área plantada e a área a ser colhida aumentaram 1,1%. A Bahia estima colher 1,1 milhão de toneladas de algodão, alta de 5,0%. Em Mato Grosso, a área plantada alcançou 765,2 mil hectares, alta de 24,1% em relação a 2017. Na Bahia, a área plantada alcançou 267,2 mil hectares, alta de 1,1% na mesma comparação.
BANANA – A produção brasileira, estimada em 6,8 milhões de toneladas da fruta, caiu 2,0% em relação a maio. Embora o rendimento médio tenha subido 1,0%, a área a ser colhida caiu 3,0%. A estimativa da produção baiana (802,0 mil toneladas) apresentou retração de 12,1%, com a área a ser colhida encolhendo 13,9% e o rendimento médio aumentando 2,1%.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção de café, de 3,4 milhões de toneladas (57,3 milhões de sacas de 60 kg) cresceu 0,4% em relação ao mês anterior. O rendimento médio aumentou 1,4%. A atual estimativa de produção é recorde na série histórica do IBGE. A estimativa da produção do café arábica, de 2,6 milhões de toneladas (43,2 milhões de sacas de 60 kg), apesar da retração de 0,5% em relação ao mês anterior, também é recorde.
Para o café canephora ou conillon, a estimativa da produção é de 848,3 mil toneladas (14,1 milhões de sacas de 60 kg). Em junho, houve aumento de 3,2% na estimativa da produção, tendo o rendimento médio crescido 5,0%. O Espírito Santo, maior produtor brasileiro de conillon (64,9% do total a ser colhido pelo país), aumentou sua estimativa de produção em 5,0%, em relação ao mês anterior, devendo alcançar 550,7 mil toneladas (9,2 milhões de sacas de 60 kg). O rendimento médio, de 2.119 kg/ha, aumentou 7,8%. Em relação a 2017, a estimativa da produção encontra-se 24,5% superior, tendo o rendimento médio aumentado em 24,3%. O País deva colher sua maior safra de café conillon.
CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa para a produção brasileira, de 691,4 milhões de toneladas, caiu 1,7% em relação a maio, com queda de 1,3% na área a ser colhida. Em São Paulo, a estimativa de produção para 2018 caiu 2,8%, com a área a ser colhida recuando 2,5% em relação ao mês anterior. Em relação a 2017, a estimativa da produção encontra-se superior em 0,5%. Foram também constatados aumentos de 1,7% e 1,3% na área plantada e na área a ser colhida, respectivamente, e redução de 0,8% no rendimento médio.
FEIJÃO (em grão) – Comparada ao mês de maio, houve reduções de 7.072 hectares (0,2%) na estimativa para a área plantada com feijão total e de 0,6% no rendimento médio, com a estimativa da produção aumentando 0,3%. Nesse levantamento, os maiores produtores, somadas as três safras, são Paraná (17,3%), Minas Gerais (16,9%) e São Paulo (11,0%). A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,6 milhão de toneladas, aumento de 3,2% frente à estimativa de produção de maio. A estimativa para o rendimento médio e para a área colhida também sofreram acréscimos, de 2,6% e 0,5%, respectivamente.
A estimativa para a 2ª safra de feijão foi de 1,2 milhão de toneladas, 2,6% menor que em maio, acompanhando o rendimento médio, que caiu 1,1%. A área colhida recuou 1,5%. Em relação a 2017, a produção da 2ª safra de feijão teve um aumento de 3,2%. Para o rendimento médio foi estimada uma elevação de 1,2% e, para a área colhida, um aumento de 2,0%. Esta safra representa 36,1% do total de feijão produzido no País.
Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa é de redução de 1,0% na produção em relação ao mês anterior. Ao todo, o País deve produzir 553,7 mil toneladas nessa safra. São Paulo foi o estado com maior influência nesse resultado, com queda de 4,2% no rendimento médio e de 3,6% na produção. Em relação a 2017, a estimativa para a produção subiu 1,8% e o rendimento médio em 3,0%. Essa terceira safra representa 16,3% de todo o feijão produzido no País.
MILHO (em grão) – Em relação ao mês anterior, a estimativa da produção de junho encontra-se 1,0% menor. Após um 2017 de safra recorde, a estimativa para a produção de milho, em 2018, apresentou redução de 15,9%, com um total de 83,7 milhões de toneladas. Essa redução se deve à retração de 7,3% na área plantada. A 1ª safra de milho encontra-se praticamente colhida. Houve alta de 1,1% na produção, em função do aumento da estimativa da produção da Bahia (17,6% ou 283,6 mil toneladas). A área cultivada foi de 5,2 milhões de hectares, 9,4% menor do que a de 2017. A produção foi estimada em 26,0 milhões de toneladas, com rendimento médio de 5.074 kg/ha, valores, respectivamente 16,4% e 9,0% inferiores aos de 2017. A produção da 2ª safra está estimada em 57,7 milhões de toneladas, cultivados em 11,4 milhões de hectares. Em relação a maio, houve queda de 1,9% na estimativa da produção, com o rendimento médio caindo 1,7%. Em relação a 2017, a estimativa da área plantada e da produção caíram 7,6% e 15,7%, respectivamente, enquanto o rendimento o médio caiu para 5.060 kg/ha (-9,3%).
SOJA (em grão) - A produção brasileira de soja, de 116,3 milhões de toneladas, aumentou 0,5% em relação ao mês anterior, registrando mais um recorde da série histórica. Em junho, houve atualização da produção da Bahia (+9,5% ou mais 484,0 mil toneladas), tendo o rendimento médio aumentado nesse mesmo valor percentual. Em São Paulo, a produção também foi revista para cima, em 2,8%. Em relação a 2017, a produção brasileira de soja cresceu 1,2%, apesar do rendimento médio ter retraído em 1,4%. A área plantada e a área colhida cresceram 2,6%, tendo alcançado 34,8 milhões de hectares.
TOMATE – A produção brasileira de tomate deve alcançar 4,5 milhões de toneladas, aumento de 2,9% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida, de 66,2 mil hectares, apresentam aumento de 4,4%, enquanto o rendimento médio, um declínio de 1,5%. Em relação a 2017, a produção de tomate apresentou crescimento de 3,5%, reflexo dos aumentos de 2,4% na área a ser colhida e de 1,1% no rendimento médio.
Estimativa de junho em relação a 2017
Entre os 26 produtos pesquisados, 18 têm variação positiva na produção em relação a 2017.
Produção e Variação anual por Produto | |||
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Produto | Produção 2017 (t) | Produção 2018 (t) | Variação (%) |
Algodão Herbáceo | 3.838.785 | 4.720.332 | 23,0 |
Amendoim (1ª safra) | 531.280 | 542.118 | 2,0 |
Amendoim (2ª safra) | 9.898 | 11.282 | 14,0 |
Arroz | 12.452.662 | 11.558.109 | -7,2 |
Aveia | 609.130 | 753.729 | 23,7 |
Batata-inglesa (1ª safra) | 1.968.761 | 1.787.497 | -9,2 |
Batata-inglesa (2ª safra) | 1.233.004 | 1.232.479 | 0,0 |
Batata-inglesa (3ª safra) | 1.078.032 | 790.370 | -26,7 |
Cacau | 214.348 | 232.747 | 8,6 |
Café Arábica | 2.095.275 | 2.589.425 | 23,6 |
Café Canephora | 681.346 | 848.348 | 24,5 |
Cana-de-Açúcar | 687.809.933 | 691.436.412 | 0,5 |
Cebola | 1.719.412 | 1.660.210 | -3,4 |
Cevada | 286.405 | 427.397 | 49,2 |
Feijão (1ª safra) | 1.561.956 | 1.610.978 | 3,1 |
Feijão (2ª safra) | 1.185.542 | 1.223.863 | 3,2 |
Feijão (3ª safra) | 543.814 | 553.717 | 1,8 |
Laranja | 18.666.928 | 17.100.491 | -8,4 |
Mamona | 11.834 | 24.629 | 108,1 |
Mandioca | 20.606.037 | 20.704.182 | 0,5 |
Milho (1ª safra) | 31.064.540 | 25.977.030 | -16,4 |
Milho (2ª safra) | 68.481.488 | 57.736.865 | -15,7 |
Soja | 114.982.993 | 116.309.308 | 1,2 |
Sorgo | 2.147.706 | 2.395.821 | 11,6 |
Trigo | 4.241.602 | 5.668.546 | 33,6 |
Triticale | 41.940 | 45.949 | 9,6 |
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.