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Em dezembro, produção industrial cai 1,0% ante novembro e cresce em todas as demais comparações

A produção industrial em dezembro do ano passado apresentou queda de 1,0% frente ao mês de novembro,...

06/02/2004 07h31 | Atualizado em 06/02/2004 07h31

A produção industrial em dezembro do ano passado apresentou queda de 1,0% frente ao mês de novembro, na série livre de influências sazonais, e crescimento nas demais comparações. Em relação a dezembro de 2002 o aumento ficou em 2,9% e o acumulado de 2003 foi de 0,3%. Em bases trimestrais, o último trimestre de 2003 também mostrou resultados positivos, tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (3,3%, na série ajustada sazonalmente), como frente ao quarto trimestre de 2002 (1,5%).

A queda observada na passagem de novembro para dezembro interrompe uma seqüência de cinco resultados positivos neste tipo de comparação e atinge a maioria (15) dos 20 ramos pesquisados e três das quatro categorias de uso. Entre os ramos industriais, vale mencionar o desempenho adverso da mecânica (-3,6%), que reduz o patamar de produção após crescer nos cinco meses anteriores, período em que acumulou taxa de 12,7%. Nos índices por categorias de uso, a principal é a de bens de capital (-5,3%), que cai em dezembro após cinco meses de crescimento, vindo a seguir bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (-3,6%) e bens de consumo duráveis (-2,1%). Este último segmento registrou aumentos mensais de produção de junho a novembro do ano passado, acumulando nesse período (novembro 2003/maio 2003) expansão de 21,5%. Bens intermediários, com 0,9%, apresenta o único resultado positivo entre as categorias de uso, sustentando trajetória ascendente há seis meses consecutivos, período em que acumulou um crescimento de 8,6%.

Doze entre vinte ramos industriais crescem em relação a dezembro de 2002

Em relação a dezembro de 2002, a produção industrial registra um aumento de 2,9%, mantendo uma seqüência de quatro meses de taxas positivas. Doze dos vinte ramos pesquisados assinalaram aumento de produção, sendo que os maiores impactos positivos, por ordem de importância, vieram de extrativa mineral (7,3%), material de transporte (11,6%) e mecânica (7,6%). Nestes ramos, os itens que mais se destacaram foram, respectivamente: petróleo, automóveis e tratores agrícolas.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com dezembro de 2002, o segmento de bens de consumo duráveis apresenta a taxa mais elevada (10,3%), apoiado principalmente no aumento da produção de automóveis (20,6%) e eletrodomésticos (16,7%). A produção de bens de capital superou em 9,2% a de igual mês do ano anterior, influenciada principalmente pelo crescimento de bens de capital para agricultura (22,0%). Os subsetores de bens de capital para fins industriais (1,1%) e para o setor de transporte (5,0%) continuam a apresentar resultados positivos.

Ainda na comparação dezembro 2003/dezembro 2002, a produção de bens intermediários cresce 4,8%, influenciada principalmente pelo desempenho de produtos das indústrias extrativa mineral (7,3%), metalúrgica (4,2%), material elétrico e de comunicações (24,1%) e de material de transporte (17,9%). Entre as pressões negativas sobre o resultado do setor de bens intermediários, destacam-se insumos para construção civil (-9,2%) e produção de embalagens (-3,2%). O setor de bens de consumo semi e não-duráveis foi o único que registrou queda (-7,7%). Neste tipo de comparação, a produção deste setor mostrou, ao longo de 2003, resultados negativos em praticamente todos os meses.

Média móvel trimestral, positiva desde agosto, se estabiliza em dezembro

O índice de média móvel trimestral, que sustentou trajetória positiva desde agosto passado para o total da indústria e para todas as categorias de uso, mostrou em dezembro uma ligeira queda no patamar de produção em relação a novembro (-0,1%). No corte por categorias de uso, os setores de bens intermediários (0,6%), bens de consumo duráveis (0,6%) e bens de capital (0,5%) sustentaram a trajetória positiva em dezembro. A produção de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis mostrou a única taxa negativa (-2,0%).

O resultado acumulado no ano (0,3%) reflete desempenhos setoriais bastante diferenciados. Nove ramos mostram crescimento, e a mecânica (8,9%) mantém a liderança, tanto em termos de impacto sobre o índice geral, como em relação à magnitude da taxa de crescimento. Seus itens de maior destaque são tratores agrícolas e motores diesel estacionários. Outros impactos positivos relevantes sobre o resultado global vieram da indústria metalúrgica (4,5%) e da extrativa mineral (2,4%), a primeira em função principalmente do comportamento verificado nos itens ferro e aço fundido em formas e peças e chapas de aço inoxidáveis; e a segunda devido ao desempenho do item petróleo e minério de alumínio. Em sentido oposto, entre as onze indústrias com queda, as que mais pressionaram a taxa global foram: vestuário e calçados (-12,5%), produtos alimentares (-2,7%), farmacêutica (-18,5%) e têxtil (-6,9%).

Os índices por categoria de uso confirmam a liderança de bens intermediários no desempenho industrial em 2003. Apoiada no comportamento favorável dos setores mais articulados à agroindústria e às exportações, assim como na manutenção do crescimento de extração de petróleo e gás natural, a produção de bens intermediários aumentou 1,6%. Também acima da média global, os bens de capital registraram aumento de 1,0%, tendo como destaque o comportamento positivo dos produtos da indústria mecânica (9,0%). O desempenho de bens de consumo é negativo (-4,4%), especialmente o do setor de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (-5,5%), mais dependente da evolução da massa salarial. O índice para bens de consumo duráveis (-0,5%), ainda que negativo, mostrou uma significativa recuperação ao longo do ano. Após queda de 4,3% no primeiro semestre, o desempenho de bens de consumo duráveis, apoiado na melhora das condições de crédito, registrou aumento de 3,1% na segunda metade do ano.

A análise do comportamento da atividade industrial em 2003, a partir dos índices de média móvel trimestral, mostra duas fases bem distintas. Na primeira, que compreende o período de dezembro de 2002 a julho de 2003, há uma redução generalizada do nível de produção. O total do setor tem queda de 3,7%, e as categorias mostram as seguintes perdas: bens de consumo duráveis (-10,1%), bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (-5,0%), bens de capital (-4,6%) e bens intermediários (-3,1%). Na fase seguinte, iniciada em julho de 2003, observa-se uma significativa recuperação na produção global, que avança 5,7% entre os trimestres encerrados em julho e dezembro passados, movimento que é acompanhado por praticamente todas as categorias de uso. Neste período, a liderança da expansão fica com o setor de bens de consumo duráveis (18,1%), seguido por bens de capital (13,7%) e bens intermediários (6,1%). Por outro lado, a área de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis, cuja dinâmica está atrelada ao comportamento da massa salarial, manteve a trajetória negativa, com nova redução (-1,1%).