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Pesquisa Industrial Anual: biodiesel foi o produto que mais cresceu entre 2007 e 2010

A indústria brasileira tinha, em 2010, 299.753 unidades, que ocupavam 8,4 milhões de pessoas. A receita líquida de vendas foi...

28/06/2012 07h01 | Atualizado em 28/06/2012 07h01

A indústria brasileira tinha, em 2010, 299.753 unidades, que ocupavam 8,4 milhões de pessoas. A receita líquida de vendas foi de aproximadamente R$ 2,0 trilhões e o valor adicionado atingiu R$ 602,6 bilhões. O setor realizou investimentos da ordem de R$ 145,1 bilhões, principalmente em máquinas e equipamentos industriais (47,4% dos investimentos). Em 2010, em termos de participação no valor adicionado, o ramo de fabricação de produtos alimentícios (12,1%) ocupou a liderança que era, em 2009, do setor de fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (em 2010, com 11,3%). Entre os produtos, óleo diesel manteve-se no topo do ranking de valor de vendas em 2010, registrando R$ 44,5 bilhões em vendas. No recorte dos 100 principais produtos de empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, o biodiesel passou da 382ª posição para a 53ª colocação, entre 2007 e 2010. Nesse período, o produto sucos concentrados de laranja perdeu 38 posições, passando da 48ª colocação para a 86ª. Estas e outras informações são referentes à Pesquisa Industrial Anual – Empresa , que está no link www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/empresas/2010/defaultempresa.shtm e à Pesquisa Industrial Anual - Produto, em www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/produtos/produto2010/defaultproduto.shtm.

Entre 2007 e 2010, indústria gerou mais de 900 mil postos de trabalho

Os resultados da PIA-Empresa 2010 revelam que existiam, em 2010, 299.753 unidades, que ocupavam 8,4 milhões de pessoas, correspondendo a 28 empregados por empresa. Embora entre 2009 e 2010, tenha havido aumento de 671 empresas, o universo de empresas ainda não retornou ao patamar de 309.089 registrado em 2008. Em relação ao total de pessoas ocupadas, observou-se aumento contínuo entre 2007 e 2010 (mais de 920 mil postos de trabalho). As empresas do setor industrial registraram, em 2010, receita líquida de vendas de aproximadamente R$ 2,0 trilhões, com uma média de R$ 6,5 milhões por empresa. Os gastos com pessoal alcançaram cerca de R$ 278,0 bilhões, enquanto os investimentos para o ativo imobilizado (máquinas e equipamentos, terrenos e edificações, outras aquisições de bens físicos etc) somaram aproximadamente R$ 145,1 bilhões. O valor bruto da produção e consumo intermediário registraram, respectivamente, R$ 1,9 trilhão e R$ 1,3 trilhão. Com isso, o valor adicionado atingiu R$ 602,6 bilhões. O valor da transformação industrial foi de R$ 832,7 bilhões (alcançados a partir de um valor bruto da produção industrial de R$ 1,8 trilhão menos os R$ 987,4 bilhões dos custos das operações industriais).

Empresas de maior porte geraram 67,4% da receita líquida da indústria

O total das receitas das empresas industriais atingiu R$ 2,6 trilhões em 2010. Já as receitas líquidas das empresas industriais (obtidas a partir de receitas brutas menos deduções) foram de R$ 2,0 trilhões em 2010. As empresas de maior porte (de 500 ou mais pessoas ocupadas) responderam por 67,4% do total das receitas líquidas (R$ 1,3 trilhão), percentual ligeiramente superior ao observado nos anos de 2007 (66,5%), 2008 (67,1%) e 2009 (67,1%). Entre as empresas com 250 a 499 pessoas ocupadas, entre 2007 e 2010, notou-se perda na participação das receitas (10,2% para 9,0%).

O total dos custos e despesas das empresas industriais em 2010 foi de R$ 1,9 trilhão. Dos principais componentes da estrutura de custos e despesas, os gastos de pessoal alcançaram 14,6% do total em 2010, participação superior ao observado entre 2007 e 2009. Os dispêndios com o consumo de matérias-primas respondeu por 44,2% do total em 2010 e manteve o maior percentual na estrutura dos custos e despesas, superior ao registrado em 2008 e 2009, mas inferior ao verificado em 2007 (47,0%).

Indústrias realizaram investimentos na ordem de R$ 145,1 bilhões em 2010

Em 2010, as empresas industriais realizaram investimentos para o ativo imobilizado da ordem de R$ 145,1 bilhões. No recorte de empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, o valor foi de R$ 139,5 bilhões (96% do total investido). Esses investimentos foram, principalmente, em máquinas e equipamentos industriais (47,4%), mas com perda relativa de importância frente aos anos de 2007 (52,2%), 2008 (51,9%) e 2009 (48,1%). Por outro lado, as aquisições de terrenos e edificações tiveram ganho de participação, passando de 13,9%, em 2007, para 15,0%, em 2010. Os recursos aplicados em meios de transporte alcançaram 4,3%, enquanto outras aquisições (móveis, microcomputadores etc.) representaram 33,3%, com perda de participação frente ao ano de 2009 (37,5%).

Alimentos superaram derivados de petróleo na liderança do valor adicionado

De acordo com a PIA-Empresa, o valor adicionado da indústria brasileira (R$ 602,6 bilhões), em 2010, teve as seguintes participações por setor: fabricação de produtos alimentícios (12,1%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (11,3%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (9,9%), indústrias extrativas (8,9%), fabricação de produtos químicos (6,1%), metalurgia (6,0%); fabricação de máquinas e equipamentos (5,2%), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (4,4%), fabricação de produtos de minerais não metálicos (3,9%) e fabricação de produtos de borracha e de material plástico (3,7%), que juntos representaram aproximadamente 72% do total da indústria.

A liderança, em termos de valor adicionado em 2010, ficou com o ramo de fabricação de produtos alimentícios (12,1%), que registrou aumentos sucessivos de participação em 2007 (9,2%), 2008 (9,9%) e 2009 (11,7%), favorecido pela manutenção de um mercado doméstico aquecido ao longo de todo esse período, saltando da terceira posição, em 2007 e 2008, para a segunda, em 2009, e para a primeira, em 2010. O setor de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, que era o primeiro no ranking em 2007, 2008 e 2009, caiu para segundo em 2010. O setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que após ficar em segundo lugar em termos de participação no valor adicionado, em 2007 e 2008, recuou para a terceira posição em 2009 e 2010.

A indústria extrativa mostrou ganho de participação no total da indústria entre 2007 (6,3%) e 2010 (8,9%), influenciada, sobretudo, pelo desempenho positivo da atividade de extração de minerais metálicos. Outro destaque, em termos de ganho de posição, ficou com o setor de fabricação de produtos de minerais não metálicos, que passou de décimo primeiro lugar, em 2007 (3,1%), para nono (3,9%), em 2010, influenciados em grande parte pela expansão da construção civil e pelas obras de infraestrutura.

Em 2010, automóveis responderam por quase metade da receita do setor automotivo

O retrato da indústria automobilística (setor de veículos automotores, reboques e carrocerias), em 2010, revela que do universo das empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas, cerca de 530 mil (6,3% do total) estavam empregadas em 5.317 empresas (1,8%), gerando um valor adicionado de R$ 58,5 bilhões (10,7%). O grupo automóveis, camionetas e utilitários tem cerca de 98 mil trabalhadores, que estão distribuídos em 20 empresas, com uma média de quase 4.900 empregados por empresa. O mesmo ocorre com o grupo de caminhões e ônibus, que possui também uma elevada média de trabalhadores por empresa, cerca de 1.700, em 2010.

Em 2010, a atividade de veículos automotores registrou receita líquida de R$ 232,1 bilhões, nas empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas, representando 12,4% do total da indústria. Praticamente a metade (47,3%) desse montante foi auferida pelo grupo de automóveis, camionetas e utilitários, seguido por peças e acessórios (32,1%) e caminhões e ônibus (15,3%). Adicionalmente, as aquisições do setor de veículos automotores somaram, em 2010, R$ 6,6 bilhões (4,9% da indústria geral). Novamente, os segmentos de automóveis e peças e acessórios foram responsáveis pela maior parte (85,5%) das aquisições realizadas, com o primeiro apontando quase R$ 3 bilhões e o segundo pouco mais de R$ 2,7 bilhões.

Óleo diesel manteve-se no topo do ranking de valor de vendas em 2010

Com dados sobre as quantidades produzidas e vendidas, e o valor de venda de cerca de 3.500 itens, a Pesquisa Industrial Anual PIA-Produto verificou que o óleo diesel manteve a liderança do ranking, em 2010, ao registrar vendas de R$ 44,5 bilhões, posicionando-se à frente de automóveis de cilindrada maior que 1.500 cm³ e menor ou igual a 3.000 cm³, com R$ 40,2 bilhões. Nas posições seguintes, apareceram minérios de ferro em bruto ou beneficiados, com R$ 34,3 bilhões; automóveis de cilindrada menor ou igual a 1.000 cm³, com R$ 30,2 bilhões; óleos brutos de petróleo, com cerca de R$ 29,0 bilhões; álcool etílico para fins carburantes, com R$ 22,8 bilhões; gasolina automotiva, com R$ 22,6 bilhões, caminhões a diesel com capacidade de carga superior a 5 toneladas e carnes de bovino frescas ou resfriadas, ambos com 18,8 bilhões de reais; e minérios de ferro pelotizados ou sintetizados com 18,6 bilhões de reais.

No Centro-Oeste, biodiesel passou da 36ª para 8ª colocação entre 2007 e 2010

Na região Norte, o produto minérios de ferro em bruto ou beneficiados ganhou duas posições no ranking do valor de vendas entre 2007 e 2010, ao passar da terceira para a primeira posição. O item televisores manteve a segunda colocação nos dois anos. No Nordeste, o óleo diesel manteve a primeira posição no ranking entre 2007 e 2010, enquanto automóveis, jipes ou camionetas com cilindrada superior a 1.500 cm³ e inferior ou igual a 3.000 cm³ e gasolina automotiva ganharam, cada um, seis posições no ranking, ficando na segunda e terceira colocação, respectivamente, em 2010. Na região Sudeste, os três principais produtos em 2010 foram: automóveis, jipes ou camionetas com cilindrada superior a 1.500 cm³ e inferior ou igual a 3.000 cm³, óleo diesel e óleos brutos de petróleo. No Sul, o produto óleo diesel manteve a liderança no ranking em 2010, sendo seguido por carnes ou miudezas de aves congeladas e automóveis, jipes ou camionetas com cilindrada superior a 1.500 cm³ e inferior ou igual a 3.000 cm³. Em 2010 não ocorreram grandes alterações de posição no ranking desta região, com seis dos 10 principais produtos mantendo as mesmas colocações observadas em 2007. No Centro-Oeste, houve predomínio (seis) de produtos pertencentes à atividade de fabricação de produtos alimentícios entre os 10 primeiros no ranking do valor de vendas, com destaque para a primeira posição de tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e a segunda posição de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas. Além disso, cabe citar, ainda, o avanço alcançado pelo item biodiesel, que passou da 36ª colocação em 2007 para a 8ª em 2010.

Biodiesel passou da 382ª posição para a 53ª colocação, entre 2007 e 2010

No recorte de empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, entre 2007 e 2010, o valor das vendas dos 100 maiores produtos e serviços industriais atingiu em 2010, R$ 797,4 bilhões, o que significa que 3,0% dos produtos e serviços industriais investigados representavam 51,2% do total das receitas de vendas. Em 2007, os 100 maiores produtos e serviços industriais representavam 51,6% do total das vendas.

Nesse recorte, os 12 produtos e serviços industriais que mais ganharam posições no ranking entre 2007 e 2010 foram: biodiesel, que passou da 382ª posição no primeiro ano para a 53ª colocação; pedras britadas, que ganhou 113 posições; computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, handhelds e semelhantes), com ganho de 83 posições; açúcar refinado de cana (62); máquinas para colheita (56); ouro (incluído o ouro platinado), em formas brutas, semimanufaturadas ou em pó, para usos não monetários (56); massa de concreto preparada para construção (44), gás natural (44); serviços relacionados à produção de petróleo e gás, exceto prospecção (41); sabões em pó (29), peças ou acessórios para os sistemas de marcha ou transmissão para veículos automotores (29) e calçados de material sintético feminino (29).

Em sentido oposto, os 10 produtos e serviços industriais que mais perderam posições na passagem de 2007 para 2010 foram: sucos concentrados de laranja, que perdeu 38 posições, passando da 48ª colocação para a 86ª; ferro-gusa (da 31ª para a 66ª); herbicidas e alumínio não ligado em formas brutas (ambos com perda de 30 posições); computadores pessoais de mesa e chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas (ambos com perda de 28 posições); motores diesel ou semi diesel para ônibus ou caminhões (menos 27 posições); naftas para petroquímica (-20); e polietileno de alta densidade e óleo de soja refinado (-19).