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PEVS 2010: Valor da produção florestal é de R$ 14,7 bi

Em 2010, a produção florestal foi de R$ 14,7 bilhões, com 71,8% de participação (R$ 10,7 bilhões) da exploração de florestas plantadas...

09/12/2011 08h01 | Atualizado em 09/12/2011 08h01

Em 2010, a produção florestal foi de R$ 14,7 bilhões, com 71,8% de participação (R$ 10,7 bilhões) da exploração de florestas plantadas (silvicultura) e 28,2% (R$ 4,2 bilhões) da exploração dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal).

A pressão dos órgãos ambientais para coibir a retirada de produtos das florestas nativas e a fiscalização intensa levaram a uma redução no extrativismo, especialmente no que se refere a produtos madeireiros.

A participação de produtos madeireiros na extração vegetal totalizou R$ 3,4 bilhões e a de não madeireiros somou R$ 778,2 milhões. Na silvicultura, os quatro produtos madeireiros somaram R$ 10,5 bilhões e os três não madeireiros, R$ 139,7 milhões.

Os produtos não madeireiros do extrativismo vegetal que se destacaram em 2010 pelo valor da produção foram: coquilhos de açaí (R$ 179,4 milhões), amêndoas de babaçu (R$ 154,8 milhões), fibras de piaçava (R$ 117,7 milhões), erva-mate nativa (R$ 100,5 milhões), pó de carnaúba (R$ 86,2 milhões) e a castanha-do-pará (R$ 55,2 milhões). Juntos, somaram 89% do valor total da produção extrativista vegetal não-madeireira.

Na comparação com 2009, 16 produtos extrativos não madeireiros tiveram aumento de produção, com destaque para os alimentícios, como frutos de açaí (7,3%) castanha-do-pará (7,7%), erva-mate (4,3%), mangaba (3,3%), pinhão (10,9%) e umbu (3,9%). O contrário (ou seja, queda de produção) ocorreu com quatro produtos madeireiros da extração vegetal: carvão vegetal (-8,7%), lenha (-7,9%), madeira em tora (-17%) e nó-de-pinho (-11,3%).

Essas e outras informações podem ser encontradas na pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2010, que traz quantidades, comparações com 2009 e valor da produção dos principais produtos madeireiros e não madeireiros, oriundos do extrativismo vegetal e da silvicultura. A publicação completa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2010 pode ser acessada na página https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pevs/2010/default.shtm.

Extrativismo: aumenta produção de 16 produtos não madeireiros

O extrativismo vegetal é uma atividade que costuma apresentar expressivas flutuações no histórico da produção. Entre as razões que explicam essa oscilação, destacam-se: a demanda industrial, o preço, a disponibilidade de mão de obra na coleta de determinados produtos e a atuação de órgãos de controle ambiental e fiscalizadores, que ora liberam abertura de áreas para agricultura e ora intensificam a fiscalização (aplicando multas e fechando serrarias e carvoarias), além das condições climáticas.

Na comparação com 2009, 16 produtos extrativos não madeireiros tiveram aumento de produção, com destaque para o grupo dos alimentícios que, com exceção da castanha-de-caju e do palmito, apresentaram acréscimo nas produções: frutos de açaí (7,3%), castanha-do-pará (7,7%), erva-mate (4,3%), mangaba (3,3%), pinhão (10,9%) e umbu (3,9%). O contrário aconteceu em quatro produtos madeireiros da extração vegetal: carvão vegetal (-8,7%), lenha (-7,9%), madeira em tora (-17%) e nó-de-pinho (-11,3%).

Assim como em 2009, os produtos não madeireiros do extrativismo vegetal que se destacaram em 2010 pelo valor da produção foram coquilhos de açaí (R$ 179,4 milhões), amêndoas de babaçu (R$ 154,8 milhões), fibras de piaçava (R$ 117,7 milhões), erva-mate nativa (R$ 100,5 milhões), pó de carnaúba (R$ 86,2 milhões) e a castanha-do-pará (R$ 55,2 milhões). Juntos, somaram 89% do valor total da produção extrativista vegetal não-madeireira. Destes produtos, o único que não tem sua produção nos estados do Norte e Nordeste é a erva-mate, que está concentrada (99,9%) na região Sul. A região Norte destaca-se por sua participação na produção de açaí (91%) e de castanha-do-pará (96,3%). Na região Nordeste, estão concentradas as produções de amêndoas de babaçu (99,4%), fibras de piaçava (96,5%) e o pó cerífico de carnaúba (100%).

Açaí, castanha-do-pará, erva-mate e pó de carnaúba registram aumento de produção

Um dos principais produtos de exportação da Amazônia, a castanha-do-pará, apresentou em 2010 um aumento de 7,7% em sua produção (40.357 toneladas), mantendo a tendência de crescimento verificada nos últimos 3 anos. O Amazonas é o principal estado produtor (16.039 toneladas), com destaque para o município de Beruri, com 6.600 toneladas.

A produção de açaí por extração também apresentou um aumento de 7,3% em relação ao ano de 2009. O Pará é o maior produtor, com 85,6% da produção nacional (106.562 toneladas de um total de 124.421 toneladas) e concentra 18 dos 20 maiores municípios produtores. O destaque ficou com Limoeiro do Ajuru (PA), responsável por 20.231 toneladas.

A boa produtividade em alguns municípios do Paraná, por conta de condições climáticas favoráveis, aliada a uma maior demanda e a bons preços de comercialização, foram responsáveis pelo aumento de 4,3% na produção nacional de erva-mate nativa no ano de 2010, que chegou a 227.462 toneladas. O Paraná registrou 166.682 toneladas, com destaque para São Mateus do Sul, com 32.940 toneladas.

O aumento de 2,7% na produção de pó cerífero de carnaúba em 2010 deveu-se principalmente à demanda industrial para atender o mercado exterior com cera de carnaúba, um dos principais produtos da pauta de exportação piauiense. Da produção total de 18.802 toneladas, o Piauí participou com 12.982 toneladas, com destaque para Campo Maior, com 1.507 toneladas.

A produção nacional de amêndoas de babaçu registrou queda de 2,9% em comparação com 2009, explicada pela falta de compradores em alguns municípios, pela proibição da extração da amêndoa pelos proprietários das terras e mesmo pelo abandono da atividade por parte da população de baixa renda, responsável pela extração do produto. A produção nacional ficou em 106.055 toneladas, sendo 54,6% no Maranhão. O principal município produtor foi Vargem Grande (MA), com 5.921 toneladas.

A menor demanda pelas fibras de piaçava resultou em uma queda de 11,1% na produção nacional em 2010 (63.776 toneladas), em comparação com 2009. A Bahia (61.538 toneladas) foi o principal estado produtor, com destaque para o município de Ilhéus, com 21.100 toneladas.

Fiscalização intensa provoca queda de 17% na produção de madeira em tora

Houve decréscimo na quantidade obtida de quatro produtos madeireiros da extração vegetal em 2010: carvão vegetal (-8,7%), lenha (-7,9%), madeira em tora (-17%) e nó-de-pinho (-11,3%).

A produção de carvão vegetal do extrativismo totalizou 1.502.997 toneladas, sendo o Maranhão o maior produtor, com 335.982 toneladas. O principal município produtor de carvão da extração vegetal no Maranhão é Barra do Corda (64.029 toneladas).

A maior participação relativa do extrativismo vegetal é na produção de lenha, para a qual essa atividade contribuiu com 38.207.117 m3, correspondendo a 43,8% da produção nacional de 87.265.349 m3. A lenha obtida na extração vegetal, além de ter sua produção afetada pela fiscalização, vem sendo substituída em alguns estados pelo GLP (gás liquefeito de petróleo), o que vem contribuindo também para a queda na quantidade produzida. O maior estado produtor é a Bahia, responsável por 9.263.509 m³ (24%).

A madeira em tora, objeto de intensa fiscalização, é o produto madeireiro que apresentou a maior queda na produção em 2010 (17%). Dos 12.658.209 m³ registrados, o Pará, principal estado produtor, participou com 5.763.823 m³. O estado inclui 13 dos 20 municípios maiores produtores de madeira em tora da extração vegetal, com destaque para Baião, com 628.347 m3.

Silvicultura respondeu por 90,1% da produção de madeira em tora e 69,6% do carvão

Dos três produtos não madeireiros originários de florestas plantadas, a produção de folhas de eucalipto, utilizada na fabricação de óleo essencial (eucaliptol), foi a que apresentou o maior aumento (51%) em relação ao ano de 2009, em razão da coleta do produto em novos municípios, impulsionados pelo bom preço praticado. A produção nacional chegou a 96.907 toneladas, sendo que o Paraná, maior estado produtor, contribuiu com 42.540 toneladas. O maior município produtor foi São João do Paraíso (MG), com 32.190 toneladas.

A produção de resina alcançou 71.073 toneladas, um aumento na produção de 24,9%, em relação a 2009, principalmente por conta da ampliação da área de exploração em alguns municípios. O principal município produtor é Paranapanema com 8.377 toneladas, que fica no estado de maior produção, que é São Paulo (36.555 toneladas).

Único produto da silvicultura a apresentar decréscimo (3,1%), as cascas de acácia-negra vêm apresentando queda na sua produção nos últimos anos, devido ao baixo preço do produto. Explorada em um único estado, o Rio Grande do Sul, com uma produção de 107.171 toneladas, teve no município de Gramado (13.270 toneladas) a maior produção registrada em 2010.

Da produção madeireira do Brasil, que atingiu em 2010 um total de 128.399.740 m³ de madeira em tora, 90,1% foram oriundos da silvicultura. Do total de madeira em tora produzido pela silvicultura, 60,3% foi destinado para papel e celulose e 39,7% para outras finalidades. Já da produção nacional de carvão vegetal (4.951.207 toneladas), 69,6% foram produzidos pela silvicultura.