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Produção industrial varia -0,2% em setembro

Em setembro de 2010, a produção industrial variou -0,2% na comparação com o mês anterior...

04/11/2010 07h01 | Atualizado em 04/11/2010 07h01

Em setembro de 2010, a produção industrial variou -0,2% na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais, repetindo o resultado de agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve avanço de 6,3%, menor marca desde os 5,3% registrados em novembro de 2009, e 13,1% no acumulado dos nove meses do ano. No fechamento do terceiro trimestre de 2010, o setor industrial cresceu frente ao mesmo período do ano anterior (7,9%), mas ficou negativo em relação ao trimestre imediatamente anterior (-0,5%) na série ajustada sazonalmente. A taxa acumulada nos últimos 12 meses prosseguiu em expansão, passando de 9,8% em agosto para 11,2% em setembro, resultado mais elevado desde o início da série histórica.

Na formação da taxa de -0,2% da atividade industrial entre agosto e setembro, observou-se 15 ramos em queda e 12 com índices positivos. Entre os que tiveram resultados negativos, os principais foram: outros produtos químicos (-4,0%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-11,0%), alimentos (-1,7%), metalurgia básica (-2,0%), veículos automotores (-0,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,5%). Já entre as atividades com aumento de produção, os melhores desempenhos foram edição e impressão (15,5%), farmacêutica (6,3%), indústrias extrativas (2,5%) e bebidas (4,0%).

Ainda na comparação com o mês anterior, nos índices por categorias de uso, somente o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (1,3%) assinalou resultado positivo, eliminando o recuo de 0,8% observado no mês de agosto. As demais categorias de uso mostraram taxas negativas, com destaque para a queda de 2,6% de bens de capital, após apontar crescimento nulo nos meses de julho e agosto. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-1,3%) e de bens intermediários (-0,5%) registraram o segundo mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período perdas de 1,4% e 2,0%, respectivamente.

Na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria mostrou ligeira variação positiva (0,1%) entre agosto e setembro, interrompendo três meses consecutivos de taxas negativas nesse tipo de comparação, período em que acumulou recuo de 1,3%. Entre as categorias de uso, o setor de bens de consumo semi e não duráveis (0,3%) assinalou a única taxa positiva entre agosto e setembro, revertendo quatro meses seguidos de queda. Os demais resultados foram negativos: bens de consumo duráveis (-0,1%), bens intermediários (-0,4%) e bens de capital (-0,9%).

Produção industrial avança 6,3% na comparação com setembro de 2009

Em relação a setembro de 2009, a produção industrial avançou 6,3%, completando 11 meses consecutivos de taxas positivas nesse tipo de comparação. Os resultados foram positivos em 22 dos 27 setores pesquisados, com veículos automotores (19,8%) permanecendo com o maior impacto na formação do índice global, seguido por máquinas e equipamentos (13,1%), edição e impressão (17,6%), indústrias extrativas (13,5%) e alimentos (5,8%). Nestes setores, os principais responsáveis pelo desempenho positivo foram respectivamente: caminhão-trator, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e automóveis; aparelhos carregadoras-transportadoras, motoniveladores, empilhadeiras propulsoras e máquinas para colheita; livros de qualquer gênero; minérios de ferro; e açúcar cristal e sucos concentrados de laranja. Entre as cinco atividades que mostraram redução na produção, material eletrônico e equipamentos de comunicações (-16,9%) e outros produtos químicos (-3,2%) foram as que exerceram as influências mais relevantes na média da indústria, pressionadas em grande parte pelo recuo na fabricação de celulares e aparelhos de comutação para telefonia, no primeiro setor, e herbicidas para uso na agricultura no segundo.

Entre as categorias de uso, os resultados permaneceram positivos frente a setembro do ano passado, com o segmento de bens de capital (15,9%) apontando crescimento bem acima do total da indústria (6,3%). Os setores produtores de bens intermediários (5,9%) e de consumo semi e não duráveis (5,8%) tiveram taxas próximas da média global, enquanto bens de consumo duráveis (-0,2%) foi a única categoria com resultado negativo. No primeiro segmento, sobressaiu a maior produção do subsetor de bens de capital para equipamentos de transporte (28,1%), vindo a seguir as influências de bens de capital para construção (78,5%), para fins industriais (22,7%) e agrícolas (33,6%). Os subsetores de bens de capital para uso misto (-2,6%) e para energia elétrica (-0,6%) pressionaram negativamente o total da categoria de uso.

Os setores de bens intermediários e de consumo semi e não duráveis prosseguiram com a sequência de taxas positivas iniciada em novembro de 2009. No primeiro segmento, o avanço foi sustentado, principalmente, pelos itens associados aos setores extrativo (13,6%), de veículos automotores (20,7%), de alimentos (13,9%), de minerais não metálicos (8,6%) e de metalurgia básica (3,8%), enquanto refino de petróleo e produção de álcool (-7,3%) e outros produtos químicos (-3,2%) exerceram pressões negativas. Vale destacar os desempenhos positivos dos grupamentos de insumos da construção civil (8,9%) e de embalagens (8,3%). No setor de bens de consumo semi e não duráveis, todos os seus subsetores influenciaram positivamente, com destaque para outros não-duráveis (7,5%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (4,2%), carburantes (9,4%) e semiduráveis (2,9%), impulsionados pela maior produção de livros e medicamentos; refrigerantes, sucos concentrados de laranja, cervejas e chope; álcool e gasolina; e calças compridas e tênis de couro.

A produção de bens de consumo duráveis (-0,2%), que interrompeu 11 meses consecutivos de expansão na produção, foi pressionada negativamente pelos recuos na fabricação de telefones celulares (-17,1%) e de eletrodomésticos (-9,9%), tanto os de “linha branca” (-10,5%) como os de “linha marrom” (-5,5%), uma vez que automóveis (5,3%), motocicletas (14,6%) e mobiliário (13,6%) permaneceram com resultados positivos nesse tipo de comparação.

Produção industrial reduz ritmo de crescimento no terceiro trimestre

Na análise trimestral, o setor industrial vem sustentando resultados positivos desde o último trimestre do ano passado (5,9%). No terceiro trimestre de 2010, o avanço de 7,9% mostrou redução no ritmo de crescimento, uma vez que no primeiro semestre do ano a expansão foi de 16,2% (com 18,2% no primeiro trimestre e 14,3% no segundo), todas as comparações contra igual período do ano anterior. Este movimento foi acompanhado por todas as categorias de uso e por 21 dos 27 ramos investigados, refletindo não só o comportamento mais moderado da atividade industrial nos últimos meses mas também a elevação da base de comparação, uma vez que o segundo semestre de 2009 apontou ritmo mais intenso que o registrado no primeiro. Entre as categorias de uso, a diminuição no ritmo de crescimento foi particularmente relevante no setor produtor de bens de consumo duráveis, que passou de 20,6% no primeiro semestre do ano para 2,4% no terceiro trimestre, seguido por bens intermediários (de 17,4% para 8,6%), bens de capital (de 29,6% para 21,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 7,6% para 4,5%).

O índice acumulado para os nove meses do ano, frente a igual período de 2009, mostrou expansão de 13,1% para o total da indústria, com perfil generalizado de crescimento, atingindo 25 dos 27 setores e cerca de 76% dos produtos pesquisados. A atividade de veículos automotores (29,4%) permaneceu com o impacto positivo mais significativo sobre a média global, influenciada pela expansão em 92% dos produtos investigados no setor, seguida por máquinas e equipamentos (32,1%), metalurgia básica (23,9%), produtos de metal (28,6%), outros produtos químicos (11,9%), indústrias extrativas (14,6%) e alimentos (6,2%). Em termos de produtos, os destaques nesses ramos foram: automóveis, caminhão-trator e caminhões; aparelhos carregadoras-transportadoras, compressores para aparelhos de refrigeração, motoniveladores e fornos microondas; lingotes, blocos e tarugos de aços ao carbono e de aços especiais, barras de outras ligas de aços e vergalhões de aços ao carbono; partes e peças para bens de capital; oxigênio, herbicidas para uso na agricultura e tintas e vernizes para construção; minérios de ferro; e açúcar cristal e sucos concentrados de laranja. Por outro lado, os dois setores com resultados negativos na formação do índice geral foram: outros equipamentos de transporte (-3,4%) e fumo (-9,8%).

Os índices por categorias de uso, ainda no acumulado dos nove meses do ano, confirmam a disseminação do crescimento no setor industrial, com expansão em todas as quatro categorias. O segmento de bens de capital (26,5%) prosseguiu com a taxa mais elevada, seguido por bens intermediários (14,2%) e bens de consumo duráveis (13,6%), todos com expansão acima da média nacional (13,1%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis, com avanço de 6,5%, apontou o crescimento mais moderado entre as categorias de uso.

Em síntese, a atividade industrial mostrou um quadro de estabilidade nos últimos três meses, uma vez que após o acréscimo de 0,5% em julho, a produção industrial assinalou em setembro o segundo mês consecutivo de variação negativa de 0,2% na comparação com o mês anterior. Com isso, o índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável entre agosto e setembro (0,1%). Ainda na série com ajuste sazonal, no índice trimestre contra trimestre imediatamente anterior, a produção industrial recuou 0,5% no terceiro trimestre do ano e interrompeu cinco períodos consecutivos de expansão, período em que acumulou ganho de 18,7%. Entre as categorias de uso, todas apontaram taxas negativas no período julho-setembro, com bens de capital, que passou de 4,7% no segundo trimestre de 2010 para -2,2% no terceiro, apontando a desaceleração mais intensa entre os dois períodos. Nos demais segmentos, a produção de bens intermediários (de 1,1% para -1,0%) assinalou seu primeiro resultado negativo desde o primeiro trimestre de 2009, enquanto os setores de bens de consumo duráveis (de -1,0% para -1,9%) e de bens de consumo semi e não duráveis (de -0,6% para -0,7%) registraram a segunda taxa negativa consecutiva.

Nos confrontos contra iguais períodos de 2009, os resultados permaneceram predominantemente positivos e atingiram a maioria dos segmentos industriais investigados, mas com clara redução na intensidade do crescimento frente aos índices dos meses anteriores, refletindo não só a elevação da base de comparação, mas também a diminuição do ritmo produtivo observado nos últimos meses. Com isso, o índice trimestre contra igual trimestre do ano anterior mostrou redução na magnitude da expansão na passagem do primeiro (18,2%) para o segundo (14,3%) e terceiro trimestres de 2010 (7,9%).