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Produção industrial cresce 1,0% em julho

Em julho de 2008, a produção industrial cresceu 1,0% frente a junho, na série com ajuste sazonal, após avanço de 2,9% no mês anterior. ...

02/09/2008 06h01 | Atualizado em 02/09/2008 06h01

Em julho de 2008, a produção industrial cresceu 1,0% frente a junho, na série com ajuste sazonal, após avanço de 2,9% no mês anterior. Em relação a julho de 2007, o aumento foi de 8,5%, completando uma seqüência de 25 meses de resultados positivos neste tipo de indicador. O desempenho deste mês levou o indicador acumulado para os primeiros sete meses do ano a uma taxa de 6,6%, acima da observada ao final do primeiro semestre (6,2%). A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, passou de 6,7% em junho para 6,8% em julho.

O avanço de 1,0% observado na passagem de junho para julho refletiu os acréscimos de produção em 17 das 27 atividades e concentrou-se em duas das quatro categorias de uso. Entre os ramos industriais, destacaram-se outros produtos químicos (4,2%), que acumula 12,2% em três meses de expansão, seguido por: edição e impressão (5,6%), máquinas equipamentos (2,0%) e fumo (12,9%). Por outro lado, as pressões negativas de maior impacto sobre a média geral foram observadas em: material eletrônico e equipamentos de comunicações (-7,6%), veículos automotores (-1,2%), bebidas (-3,0%) e outros equipamentos de transporte (-3,4%). Destaque-se o desempenho positivo no mês anterior para todos estes setores: 4,1%, 9,7%, 2,8% e 6,0%, respectivamente.

Ainda na comparação com o mês anterior, os índices por categorias de uso mostraram maior dinamismo em bens de capital (1,2%) e em bens intermediários (1,1%), que atingiram em julho seus mais elevados patamares na série histórica. A categoria Bens de consumo duráveis (-5,2%) assinalou queda, após aumento de 7,7% em junho, enquanto bens de consumo semi e não duráveis ficou estável (0,0%), depois de dois meses de expansão, período que acumulou um ganho de 2,6%.

O comportamento de julho acentua a trajetória de crescimento dos índices de média móvel trimestral, com o trimestre encerrado em julho superando em 1,1% o nível de junho, maior ritmo de incremento desde outubro de 2007 (1,5%). Bens de capital e bens intermediários (ambos com 1,4%) mantêm crescimento acima da média da indústria, enquanto bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) e bens de consumo duráveis (0,2%) mostraram ritmo mais moderado.

O resultado de 8,5% no indicador mensal (julho2008/julho2007) refletiu o crescimento da grande maioria (23) dos vinte e sete setores pesquisados. Vale destacar que julho de 2008 possui um dia útil a mais que julho de 2007. A indústria de veículos automotores (17,3%) manteve-se na liderança da expansão, tendo o maior impacto na formação da taxa global, seguida por: máquinas e equipamentos (12,5%) e metalurgia básica (10,0%). Nestes três setores, os itens de maior destaque foram, respectivamente: automóveis e caminhões; aparelhos elevadores ou transportadores para mercadoria; válvulas torneiras e registros; e relaminados de aço e lingotes, blocos e placas de aço. Em relação a julho de 2007, as quatro atividades que mostraram queda foram, por ordem de importância: madeira (-13,7%), material  eletrônico e  equipamentos de comunicações (-3,2%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-4,8%) e calçados e artigos de couro (-1,9%), devido, principalmente, ao recuo na produção de madeira serrada, televisores, sabões para uso doméstico e calçados de couro, respectivamente.


Ainda na comparação julho 08/ julho 07, os índices por categorias de uso confirmam o perfil generalizado de resultados positivos na produção industrial, com as quatro categorias registrando crescimento nesse período. Bens de capital (22,3%) e bens de consumo duráveis (9,8%), situaram-se acima da média global (8,5%) e bens intermediários e bens de consumo semi e não duráveis assinalaram taxas de 7,5% e 5,0%, respectivamente. A produção de bens de capital foi positivamente influenciada pelos aumentos (de dois dígitos) em todos seus subsetores, com destaque para bens de capital para transporte (32,8%), seguido por bens de capital de uso misto (15,4%) e para bens de capital para fins industriais (15,5%). O desempenho de bens de consumo duráveis foi sustentado, sobretudo, pelo comportamento de veículos automotores (16,7%), setor que mostra crescimento desde março de 2007.

O avanço de 7,5% na produção de bens intermediários foi apoiado, principalmente, pelos itens associados à metalurgia básica (10,0%), indústrias extrativas (8,6%), outros produtos químicos (7,8%) e minerais não-metálicos (10,5%). Nestes setores destacaram-se, respectivamente, os itens: produtos siderúrgicos, minérios de ferro, herbicidas, e cimento. Ressalta-se ainda a contribuição vinda dos insumos para construção civil com crescimento de 14,4%, melhor resultado desde julho de 1996 (16,8%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis (5,0%) foi sustentada, principalmente, pela boa performance de carburantes (13,5%) e de outros não duráveis (4,1%), influenciados pela alta na produção de álcool e medicamentos.

Em janeiro-julho, frente a igual período de 2007, o crescimento total da indústria foi de 6,6%, com 22 atividades apontando aumento na produção. A fabricação de veículos automotores (18,4%) sustentou a liderança das atividades, em termos de impacto sobre o índice global. Outras contribuições positivas relevantes vieram de máquinas e equipamentos (10,0%), outros equipamentos de transporte (32,5%) e metalurgia básica (7,9%). Em sentido oposto, entre as quatro indústrias com queda, as que mais pressionaram a taxa global foram fumo (-7,7%) e madeira (-6,4%).

Por categorias de uso, os segmentos de bens de capital (18,1%) e de bens de consumo duráveis (13,3%) lideraram a expansão, enquanto bens intermediários (5,6%) e bens de consumo semi e não duráveis (2,1%) ficaram abaixo da média da indústria. Esses números evidenciam o dinamismo do ciclo de investimentos e do consumo doméstico apoiado, principalmente, no crédito.

Em síntese, os números de julho mostraram que a trajetória de crescimento da produção industrial prosseguiu, apoiada no desempenho de bens de capital e de bens intermediários, ambos com expansão de 1,4% na margem, segundo o índice de média móvel trimestral. Além do fluxo das exportações de commodities, a indústria de bens intermediários vem sendo positivamente impactada pelo desempenho favorável da agroindústria e, mais recentemente, pelo aumento no ritmo de produção de segmentos da cadeia de construção, setor cuja demanda por produtos industriais é atendida basicamente pela oferta interna.