Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Brasil tem 130 invertebrados terrestres ameaçados de extinção

Dando continuidade à divulgação dos mapas da fauna brasileira sob risco de extinção, o IBGE lança, durante a Mostra de Meio Ambiente, ...

02/06/2008 07h01 | Atualizado em 02/06/2008 07h01

Dando continuidade à divulgação dos mapas da fauna brasileira sob risco de extinção , o IBGE lança, durante a Mostra de Meio Ambiente, o primeiro mapa de insetos e outros invertebrados terrestres ameaçados. São 130 espécies e subespécies desses animais que podem deixar de existir, segundo a Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção mais recente do Ibama ( Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ), de 2003. Apresentado na escala de 1:5.000.000 ( em que 1 cm no mapa corresponde a 50 km de território), o mapa “Fauna Ameaçada de Extinção: Insetos e outros Invertebrados Terrestres – 2007” , muito procurado pelas escolas, pode ser adquirido por R$ 15 nas livrarias do IBGE em todo o país e também na loja virtual do instituto, pelo site www.ibge.gov.br . Também na página da internet, é possível acessar o mapa, tanto por meio do link “Mapas”, na seção “Canais”, como na seção “Download”, na área de “Geociências” .

Do total de 130 espécies e subespécies ameaçadas de extinção, 96 são insetos, como abelhas, besouros, formigas, borboletas, libélulas, mariposas etc., e as 34 restantes são outros invertebrados terrestres, como aranhas, opiliões, pseudoescorpiões, gongolos, caracóis, minhocas, entre outros.

Esses animais se encontram distribuídos pelas unidades da federação (UF), sendo que o maior número deles tem ocorrência nos estados de São Paulo (46), Rio de Janeiro (41) e Minas Gerais (35), seguidos do Espírito Santo e Bahia (24 espécies cada um); Santa Catarina (13); Rio Grande do Sul (9); Paraná (7); Goiás (6); Pernambuco (5); Mato Grosso (4); Pará e Paraíba (3 cada um); Mato Grosso do Sul e Amazonas (2 cada um); e Acre, Rondônia, Ceará e Alagoas (1 espécie cada um).

A situação mais grave dentre todos os animais citados no mapa é a de quatro espécies que já entraram na lista do Ibama como extintas: a formiga Simopelta minima , que ocorria na Bahia, a libélula Acanthagrion taxaense , do Rio de Janeiro, e as minhocas Fimoscolex sporadochaetus (conhecida como minhoca branca) e Rhinodrilus fafner (minhocuçu ou minhoca gigante), que tinham ocorrência em Minas Gerais.

O mapa é ilustrado com desenhos dos animais e oferece como pano de fundo a vegetação primitiva, a área antropizada (modificada pelo homem) e a delimitação dos biomas. Na legenda estão os nomes das classes, ordens e famílias a que pertencem as espécies, bem como seus nomes científicos e populares, categorias de ameaça (extintas, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável) e distribuição geográfica.

A mais recente lista de animais ameaçados divulgada pelo Ibama (2003 e 2004) reúne ao todo 632 espécies/ subespécies dentre animais terrestres e aquáticos. Em 2006, o IBGE já havia lançado o mapa das aves ameaçadas; em 2007, divulgou o mapa de mamíferos, anfíbios e répteis; e a inda neste ano de 2008 deve publicar o último mapa da série, com informações sobre peixes e invertebrados aquáticos.

O conjunto de espécies animais brasileiras é um valioso recurso e um imenso patrimônio natural, cultural e econômico, mas tanto a devastação da cobertura vegetal quanto as formas de extrativismo têm contribuído consideravelmente para sua dizimação, o que significa perda de biodiversidade. O desaparecimento dos habitats naturais é um dos principais fatores que aceleram o processo de extinção dos animais - ao lado de outros como a caça predatória, a poluição e a perseguição a espécies de valor econômico ou ornamental.

Os estudos sobre a fauna sob risco de extinção vêm sendo realizados pelo IBGE desde o fim dos anos 1980, fundamentalmente com base nas listas do Ibama e complementados por informações levantadas em diferentes instituições de pesquisas e na literatura especializada. Os estudos produzem informações que são armazenadas no banco de dados dos cadastros de fauna, que, por sua vez, geram os mapas. Ao divulgar espacialmente o estado atual de preservação da fauna, o IBGE contribui na orientação de possíveis programas de recuperação das espécies ameaçadas e no despertar da consciência ambiental.