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Agroindústria cresceu 4,6% no primeiro semestre de 2007

07/08/2007 06h31 | Atualizado em 07/08/2007 06h31

A expansão da pecuária (4,9%) superou a da agricultura (4,2%) e a produção de inseticidas , herbicidas e outros defensivos cresceu 9,9%. Já o segmento da madeira caiu 1,3%.

No primeiro semestre de 2007 a agroindústria brasileira avançou 4,6%, resultado ligeiramente inferior ao da indústria nacional (4,8%), porém bem superior ao da agroindústria no fechamento de 2006 (1,5%). A expansão dos setores associados à pecuária (4,9%), superou à dos vinculados à agricultura (4,2%), de maior peso na agroindústria . O grupo dos inseticidas , herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário cresceu 9,9%, por conta , principalmente , da sua maior utilização nas lavouras de soja , milho e cana-de-açúcar . O segmento madeira recuou 1,3%, provavelmente refletindo a queda no volume exportado.

A agroindústria cresceu 6,9% no primeiro trimestre , impulsionada pela agricultura (9,1%), e 2,8% no segundo trimestre , devido ao bom desempenho da pecuária (6,8%), enquanto a agricultura assinalava taxa de 1,2%.

O resultado da agricultura foi influenciado pelas condições climáticas favoráveis no primeiro semestre de 2007, sobretudo nas lavouras de soja e milho . O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho estima para 2007 uma safra recorde de 133,4 milhões de toneladas de grãos , resultado 14,0% superior ao de 2006 (117,0 milhões de toneladas ), e 7,3% maior do que a safra recorde de 2003 (124,3 milhões de toneladas ).

Apesar da valorização cambial , as exportações contribuíram positivamente para a agroindustria, em função da elevação dos preços internacionais . Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC), no primeiro semestre de 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior , os principais volumes exportados pela agroindústria foram: carnes de bovinos congeladas (32,7%), pedaços e miudezas de aves (15,6%), carne de galos e galinhas não cortados em pedaços (35,1%), carnes de suínos congeladas (34,1%), açúcar de cana (7,8%), álcool (72,4%), fumo (33,0%), suco de laranja congelado (9,5%) e couros e peles de bovinos (27,0%). No complexo soja , houve crescimento nas exportações de grãos de soja triturados (2,2%), bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja (25,4%) e óleo de soja em bruto (12,2%).

Produtos Industriais Derivados da Agricultura

O setor de produtos industriais derivados da agricultura cresceu 2,3% no primeiro semestre do ano , com resultados positivos em seis dos oito subsetores pesquisados. Os derivados da soja (10,6%) e do milho (12,9%) foram favorecidos pela maior produtividade agrícola e pelos bons preços internacionais , em razão das previsões de redução da área plantada de soja nos Estados Unidos e pela maior demanda por milho para produção de etanol . Os derivados da cana-de-açúcar registraram alta de 0,4%, com redução na produção de açúcar cristal (-5,9%), de maior peso neste grupamento e aumento de 10,4% na produção de álcool . Esse item segue em alta , puxado tanto pelo aumento da demanda interna , provocada pelo crescimento da frota de automóveis bicombustível, como também pela demanda externa , impulsionada pelo uso do álcool como alternativa ao petróleo . Outras contribuições positivas vieram do fumo (0,9%), arroz (1,5%) e laranja (39,9%). A produção brasileira de suco de laranja concentrado foi beneficiada pela queda da oferta da Flórida , devido a tempestades e furacões . Já celulose (-1,5%) e trigo (-4,5%) foram as únicas retrações.

Produtos Industriais Utilizados pela Agricultura

O setor dos produtos industriais utilizados pela agricultura teve alta de 19,2%, em virtude do crescimento da produção de adubos e fertilizantes (14,2%) e de máquinas e equipamentos (31,5%). Este bom desempenho foi influenciado por uma base de comparação baixa , mas também pelos bons preços internacionais da soja , milho , açúcar , álcool e da laranja . A elevação dos preços destes produtos possibilitou o investimento em bens de capital agrícolas e a compra de adubos e fertilizantes , os quais são fundamentais para o aumento da produtividade agrícola . As exportações também contribuíram para o crescimento deste setor , conforme estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a quantidade exportada de tratores de rodas foi 3,6% maior entre o primeiro semestre de 2007 e 2006.

Produtos Industriais Derivados da Pecuária

O setor de produtos industriais derivados da pecuária avançou 4,5%. Os derivados da pecuária bovina e suína cresceram 6,2%, impulsionados pelas exportações brasileiras para cerca de 180 países , com destaque para a Rússia e países árabes . Vale mencionar que vários países ao longo de 2006 e do primeiro semestre de 2007 eliminaram ou amenizaram o embargo às exportações brasileiras destes produtos , por conta de focos de febre aftosa em rebanhos do Mato Grosso do Sul e do Paraná no final de 2005. O setor externo também contribuiu para o acréscimo em derivados de aves (11,2%), puxados pelas exportações , sobretudo para a União Européia e Ásia; e em couro e peles (4,1%). O subsetor leite (-7,5%), afetado pela menor oferta provocada pelo baixo preço pago ao produtor nos últimos anos , foi a única retração.

Produtos Industriais Utilizados pela Pecuária

O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária apresentou incremento de 6,4%. O grupo rações , de maior peso , cresceu 6,2%, refletindo o dinamismo das exportações de carne bovina , suína e de frango . O grupo dos produtos veterinários obteve acréscimo de 7,5%, por conta , principalmente , do aumento da produção de vacinas para a prevenção da febre aftosa .

O crescimento da agroindústria no primeiro semestre de 2007 (4,6%) está relacionado ao aumento da produção agrícola e a uma conjuntura externa favorável . As boas cotações internacionais estimularam a agricultura (2,3%) e a pecuária (4,5%). O crescimento da renda agropecuária , com as exportações , beneficiou os setores ofertantes de insumos , com altas na produção de máquinas e equipamentos agrícolas (31,5%), adubos e fertilizantes (14,2%), rações (6,2%) e produtos veterinários (7,5%). O total da pecuária (4,9%) recuperou-se, após o fraco desempenho em 2006 (-0,8%), com destaque para o aumento das vendas externas . O país continua líder nas exportações de frango e carne bovina e é o quarto maior exportador de carne suína .