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Em julho, vendas do comércio registram variação de - 0,45%

O volume de vendas e a receita nominal (-0,03%) caíram pelo segundo mês consecutivo. Nas séries sem ajuste, o volume de vendas cresceu 2,30% sobre julho/05, acumulando 5,18% no ano e 5,14% nos últimos 12 meses.

19/09/2006 06h31 | Atualizado em 19/09/2006 06h31

O volume de vendas e a receita nominal (-0,03%) caíram pelo segundo mês consecutivo. Nas séries sem ajuste, o volume de vendas cresceu 2,30% sobre julho/05, acumulando 5,18% no ano e 5,14% nos últimos 12 meses. As mesmas taxas, da receita nominal, foram, respectivamente, de 3,35% sobre julho/05; 6,89% no acumulado do ano e 7,69% dos últimos 12 meses.

O Comércio Varejista do País apresentou variação negativa (-0,45%) em volume de vendas, na passagem de junho para julho de 2006, já descontada a sazonalidade. É a segunda vez seguida que a análise aponta queda na relação mês/mês anterior. A receita nominal, de acordo com o mesmo parâmetro, oscilou –0,03%, fechando seqüência de dois resultados negativos (Tabelas 1 e 2).



Ainda na série ajustada, a análise de quatro das oito atividades do setor mostrou quedas para: Móveis e eletrodomésticos (–2,65%, negativo há dois meses seguidos); Tecidos, vestuário e calçados (-0,72%, negativo há três meses seguidos); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,46%) (na atividade, no subgrupo Super e hipermercados, a taxa foi –0,61, primeiro recuo em três meses) e Combustíveis e lubrificantes (-0,44%, negativo há três meses seguidos). Já o segmento Veículos, motos, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado destacou-se com alta de 8,23% sobre o mês anterior.

Sem ajustamento

Nas séries sem ajustamento, o volume de vendas cresceu 2,30% sobre julho/05; 5,18% no acumulado do ano; e 5,14% no acumulado dos últimos 12 meses. A receita nominal apontou taxas de 3,35% sobre julho/05; 6,89% no acumulado do ano e 7,69% dos últimos 12 meses.

Na relação julho06/julho05, seis das oito atividades do varejo apresentaram aumento no volume de vendas. Por ordem de importância: 4,97% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 11,50% para Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 2,09% para Móveis e eletrodomésticos; 26,93% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 3,28% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 2,27% para Livros, jornais, revistas e papelaria. As quedas foram nos segmentos de Tecidos, vestuários e calçados (-5,10%) e Combustíveis e lubrificantes (-10,18%).



O crescimento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo deveu-se, provavelmente, à melhoria do rendimento médio do trabalho em relação a julho/05, bem como ao aumento do emprego com carteira de trabalho assinada, a taxas de 3,4% e 5,1%, respectivamente, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). O segmento alcançou, nos sete primeiros meses do ano, taxa de 7,19% em relação ao mesmo período do ano anterior, acumulando, nos últimos 12 meses, expansão de 5,26%.

Com o segundo maior impacto na taxa, Outros artigos de uso pessoal e doméstico registrou vendas 11,50% superiores em relação a julho/2005. Englobando segmentos como lojas de departamento, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc, a atividade foi beneficiada pelas condições favoráveis de crédito e pela evolução da massa de rendimentos do trabalho. O efeito é visível na taxa acumulada janeiro-julho/06, com aumento de 14,33% sobre igual período de 2005, e na taxa dos últimos 12 meses, na marca de 15,27%.

O segmento Móveis e eletrodomésticos exerceu, em julho, a terceira maior influência no resultado do Comércio Varejista, com vendas 2,09% superiores em relação ao mesmo mês do ano passado. A atividade foi favorecida por condições propícias de crédito ao consumo e por empréstimos consignados em folha, o que abriu espaço para crescimento a taxas de 7,98% e 9,93% no acumulado do ano e no acumulado dos últimos 12 meses, respectivamente. No entanto, o ritmo de crescimento de vendas vem desacelerando, o que pode ser atribuído à elevada base de comparação, conseqüência da forte expansão verificada em 2004 (26,41%) e 2005 (16,02%), bem como a certo arrefecimento na capacidade de endividamento das famílias.

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação exerceu o quarto maior impacto positivo na formação do indicador de vendas, com acréscimo no volume, em julho, de 26,93% ante igual mês do ano passado. Saliente-se que o crescimento da atividade resultou do recuo dos preços (principalmente dos produtos de informática) e da melhoria dos níveis de rendimento. Em termos acumulados, foram verificadas taxas de 37,53% nos sete primeiros meses do ano e 49,35% nos últimos 12 meses.

A atividade Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a quinta maior participação na taxa global do varejo, apresentou resultado de 3,28% na comparação com julho de 2005, com taxa acumulada de janeiro a julho da ordem de 4,09%, e nos últimos 12 meses, de 6,40%.

Completando o quadro de taxas positivas no resultado global, Livros, jornais, revistas e papelaria registrou vendas 2,27% superiores sobre julho/05. O crescimento de 1,05% no acumulado do ano e 1,64% nos últimos 12 meses posicionaram o segmento como o que vem obtendo os menores avanços de vendas em 2006.

Com recuo de 5,10% no volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano passado, Tecidos, vestuário e calçados mais uma vez exibiu o comportamento negativo verificado no mês anterior (-2,60%). Apesar disso, não houve reflexo nas taxas acumuladas, que se mantiveram positivas: 1,62% nos primeiros sete meses do ano e 5,19% nos últimos 12 meses.

O volume de vendas de Combustíveis e lubrificantes chegou ao 19o mês consecutivo de queda: - 10,18% em relação a julho de 2005, acumulando –10,04% no ano e –9,01% nos últimos 12 meses).

Corte regional

Por Unidades da Federação, na comparação com ajuste sazonal para o volume de vendas mês/mês anterior/2006, foi obtido o seguinte quadro: 15 Unidades da Federação com variações positivas e 12 em queda. Os principais acréscimos ocorreram em Rondônia (4,60%), Alagoas (4,27%), Bahia (3,85%), Pernambuco (3,82%), Acre (3,26%). As maiores reduções verificaram-se em Tocantins (-7,74%), Distrito Federal (-3,33%), Maranhão (-2,67%), Rio de Janeiro (-2,18%) e Goiás (-2,08%).

Em 20 das 27 Unidades da Federação conseguiram resultados positivos no volume de vendas na comparação julho06/julho05, com as variações de maior magnitude encontradas em Roraima, com taxa de 36,68%; Acre (27,86%); Amapá (19,74%); Tocantins (12,29%) e Piauí (11,15%). Os principais decréscimos ocorreram em Mato Grosso (-13,05%); Rio Grande do Sul (-3,67%); Paraná (-2,16%) e Mato Grosso do Sul (-2,08%).

No que diz respeito à participação na composição do indicador global do Comércio Varejista, os destaques ficaram com, pela ordem, Minas Gerais (9,88%), São Paulo (1,81%), Bahia (7,73%), Pernambuco (5,97%), Espírito Santo (6,96%) e Amazonas (9,28%).

Varejo ampliado

Para o Comércio Varejista Ampliado, integrado pelo varejo mais atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, houve variação na relação julho06/julho05 de 6,59% para o volume de vendas e de 7,76% na receita nominal. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, o segmento apresentou taxas de 4,48% e 3,92% para o volume de vendas e de 6,48% e 6,87% na receita nominal, respectivamente.

Quanto ao volume de vendas, Veículos, motos, partes e peças reverteu o quadro de queda apresentado no mês anterior (-3,87% sobre junho/05), saltando para 15,69%. Nos acumulados dos sete primeiros meses e dos últimos 12 meses, as variações foram de 3,78% e 2,67%, respectivamente. O segmento Material de construção deu continuidade à trajetória positiva, com 10,62% sobre junho de 2005. Em termos acumulados, as taxas foram de 0,94% de janeiro a julho e de –2,25% nos últimos 12 meses.

No varejo ampliado, por Unidades da Federação, os melhores desempenhos de vendas ocorreram no Acre (36,29%), Amapá (26,80%), Roraima (26,61%), Maranhão (23,51%) e Tocantins (17,57%). As maiores influências na formação do indicador vieram de São Paulo (4,98%), Minas Gerais (10,98%), Bahia (13,42%), Rio de Janeiro (4,12%) e Distrito Federal (12,04%).